Neste
domingo, como sempre o faço, fui correr no Parque da Cidade. Agora que o
horário voltou ao normal e o tempo mudou, a partir das 18h, começa a escurecer.
Há pouco tempo, as notícias de lá não eram nada animadoras. Não faz muitos dias,
soube que o índice de assaltos ali crescera muito, até março deste ano. A coisa
chegou a tal ponto, diziam, que à luz do Sol uma pessoa foi assaltada por dois
garotos enquanto caminhava no parque. Por sorte, pouco adiante, os assaltantes
foram surpreendidos por uma blitz
policial, que os prendeu.
As notícias continuavam
alarmantes, e o número de pessoas que gostam de caminhar, correr, pedalar seus
patins ou bicicletas começou a diminuir bastante ali, principalmente quando
começa a anoitecer em Brasília. Graças a Deus, porém, e a um novo reforço
policial na segurança do local, passamos a sentir-nos mais seguros num dos mais
agradáveis locais para atletismo de Brasília. No último domingo, aproximadamente
às 18h, enquanto corria, ao chegar ao km 6, observei que dois jovens haviam
sido parados por alguns policiais que faziam a patrulha do parque, e os rapazes
eram revistados enquanto mantinham as mãos para cima. Ao lado, a viatura
policial aguardava a revista. Fiquei aliviado, pois há muito aprendi a confiar
nos bons profissionais responsáveis pelo policiamento e segurança de nossa
cidade.
Neste domingo, dizia no início
do primeiro parágrafo, já esquecido dos maus presságios, mas cauteloso, embora
sem nenhuma lembrança da visão do último fim de semana, voltei a correr no
parque, após a goleada do Fluminense sobre o Botafogo. Neeeeeeeense! 4 a 1 vai
ser difícil reverter, caros amigos botafoguenses. Principalmente com o Deco,
Fred, Rafael Sobis e Tiago Neves, o quarteto infernal, fazendo o que fez neste
primeiro jogo da decisão carioca... Para complicar a vida botafoguense, ainda entra,
no fim do jogo, no time tricolor, um garoto, que jogou muito na Copa São Paulo
de Futebol Júnior, o nosso Marcos Júnior. Pois bem, foi dele o último gol, ao
ser lançado magistralmente pelo Fred, e selou definitivamente a goleada
tricolor.
Como dizía... Voltei a correr,
eufórico com a goleada tricolor, mas um pouco receoso. Afinal, já passava das
18h, a temperatura estava um pouco baixa e a noite já deitava seu manto escuro
sobre a cidade. Observei, entretanto, que o local ainda estava bastante animado
por caminhantes, corredores e pedalistas. Crianças e cachorrinhos eram
transportados com carinho por seus responsáveis. Pensei, então: corro 6 km ou
corro 10 km? E por que não correr os 10 km se, apesar de ainda não ser dezoito
e trinta e a noite derramar-nos sua negra tinta, há tanta animação em nosso querido
parque? Optei por percorrer os 10 km. Então, como bom atleta, fiz meu
aquecimento e pus-me a trotar...
E lá vou eu... Avisto alguns
corredores cerca de cem, duzentos metros à minha frente e os passo... Continuo
a correr, sou passado por dois jovens atletas, que “voam baixo” em suas
corridas estonteantes. Não me importo com isso... É normal, pois quase sempre
isso ocorre comigo, ainda que meu preparo físico esteja um pouco acima da
maioria das pessoas (Quanta modéstia!).
Alcanço o primeiro quilômetro e vejo vir, em direção
contrária à minha, uns quatro policiais montados a cavalo. Quase os
cumprimento, mas eles passam ao largo, à minha direita, um tanto afastados da
pista de passeio, para não atrapalhar os
atletas.
Prossigo meu percurso, chego ao
quilômetro dois e vejo ali, no primeiro posto, um guarda postado. Faço-lhe um
aceno, que ele não percebe, e continuo meu trajeto. Ao chegar ao quilômetro
quatro, um carro de seguranças passa por mim, lentamente, vindo no sentido
Sul/Norte. Penso em como é bom correr seguro e continuo meu trajeto.
Chego ao sexto quilômetro e ali
está mais um guarda, embora já se aproxime das 19h e a noite tenha descido
completamente sobre a cidade. Continuo a correr... agora estou próximo do
quilômetro sete e nova viatura policial passa por mim, no sentido Norte/Sul. Em
mudo solilóquio reflito: como é bom correr em Brasília! No quilômetro oito
ainda se percebe um segurança.
Agora, próximo ao parque de diversões
da cidade, é imensa a quantidade de pessoas que passeiam, pedalam suas
bicicletas, correm e brincam com seus colegas, filhos e filhas. Chego ao fim da
corrida, na marca dos 10 km, são e salvo. O parque regurgita de gente!
Parabéns, Sr. Chefe de Segurança
de Brasília! Parabéns arautos policiais, paladinos da paz, pelo bom cumprimento de seus deveres. O parque
é da gente! Nosso povo está feliz! Viva a Capital do Brasil!
Ainda vale a pena sonhar com um
mundo melhor... Quem sabe se se investir maciçamente em educação com segurança...
O resto é consequência!
Brasília,
6 de maio de 2012.