Páginas

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Em dia com o Machado 128 (jlo)

Chovia forte, em Brasília, ontem, 26 de outubro de 2014, quando foi anunciada a reeleição da presidenta do Brasil Dilma Rouseff, para quem rogamos a Deus sua proteção no cumprimento das promessas de campanha. Não vai ser fácil, mas com nosso voto de confiança, esperamos vê-las todas cumpridas. Especialmente quanto à educação, que ela tanto enfatizou.
Por via das dúvidas, recortei do jornal a folha que especifica todas as suas promessas por um Brasil melhor. Daqui a quatro anos, confiro. Louvado seja Deus!
Para o centroeste e sudeste brasileiros, exceção de Minas Gerais e Rio de Janeiro, a reeleição da presidenta foi um mal; para o nordeste e norte da nação, menos para o Acre e Amapá, isso foi um bem. Falemos, então, poeticamente, um pouco sobre a noção de mal e de bem, neste poema que intitulamos Tudo bem...

Qual é o conceito do bem
E o que representa o mal?
O bem é o que nos faz bom,
E o mal é o que nos faz mau.

Mas se o mau penso ser bom
E se o bom julgo ser mau,
Eu preciso sentir bem,
Para não acabar mal.

Para quem vence uma guerra,
O derrotado é do mal,
Mas para esse derrotado,
O mal foi algoz do bem.

Se gosto de trabalhar,
Isso é muito bom pra mim;
Mas se não quiser obrar,
Isso é mau viver assim.

Se não gosto de estudar
E não sou dado à leitura,
Mesmo que passe a roubar,
Passo a ter uma vida dura.

Se meu costume é mentir
Visando levar vantagem
Sobre alguém que denegrir
Assassino a própria imagem.

O que faz a diferença
Entre ser mau e ser bom
É muito mais que uma crença,
É meu grau de evolução.

Somente Deus é Poder
Para quem não crê no mal.
Feliz daquele que crê
Na vida eterna do bem.

Esse singelo poema foi inspirado na questão proposta ao Espírito iluminado Chico Xavier, a quem lhe foi perguntado se o mal poderia vencer o bem. Sua resposta foi a de que "O bem sanará o mal, porque este não existe: é o bem, mal interpretado. Muitas vezes, aquilo que julgamos como mal, daqui a dois, quatro, seis anos, é um bem. Um bem cuja extensão não conseguimos avaliar". (XAVIER, Chico. Mandato de amor. Belo Horizonte: UEM, 2010, p. 243.









quarta-feira, 22 de outubro de 2014

EM DIA COM O MACHADO 127 (jlo)

Estávamos curtindo uma bela praia, plena de manjares dulcíssimos quando, inexplicavelmente, veio do céu uma onda gigantesca sobre nós e apenas escapei, eu e mais três amiguinhas, por estarmos uns 2.000 metros acima de nossas amigas, em tão grande número que parecia um formigueiro naquele espaço.
Foi muito triste o que ocorreu com todas aquelas filhas de Deus. Que mal fizeram elas para morrerem assim, brutalmente? Seu único desejo era curtir a doce vida que o Senhor lhes proporcionara, refrescar-se um pouco, alimentar-se do manjar caído do céu e amar sadiamente umas às outras numa convivência harmoniosa e pacífica.
E outra coisa, por que somente nós conseguimos escapar? Não éramos diferentes em nada de nossas irmãs, salvo pelo fato de desejarmos alcançar os píncaros daquela montanha feita de mármore. Agora, cabia-nos a nós continuar a reprodução de modo um pouco mais vantajoso do que a de Adão e Eva no paraíso e povoar o mundo, que, para nós é infinito.
De fato, como pode ter fim algo que você, em toda a sua vida andarilha, isto é, de corredora, percorre, percorre e nunca alcança mais do que alguns insignificantes quilômetros?
Não preciso de outro meio de transporte que não sejam minhas pernas, mas se houvesse um Nicolau Copérnico entre nós, ou um Galileu Galilei, por certo que seus astrolábios não divisariam o fim de nosso mundo e este seria considerado infinito.
Ah, sim, li na Wikipédia que faço parte de um só gênero, com 12.585 espécies (isso até meados de 2010); além disso, nosso peso supera o peso de toda a humanidade. Teríamos surgido no período cretáceo, há 100 milhões de anos, e nosso gênero é chamado Formicidae.
Agora a boa notícia: Não estou tão preocupada com o balde de água fria que Joteli jogou sobre nossas irmãs, na bela praia formada por seu tanque de lavar roupas, porque, como formiga rainha, em apenas uma semana, sou capaz de produzir outros 300.000 novos insetos.
Peço a Olavo Bilac, presente à fala da monarca formiga, que lhe faça alguns versos, e ele manda este, intitulado "As formigas":
Cautelosas e prudentes,
O caminho atravessando,
As formigas diligentes
Vão andando, vão andando…

Marcham em filas cerradas;
Não se separam; espiam
De um lado e de outro, assustadas,
E das pedras se desviam.

Entre os calhaus vão abrindo
Caminho estreito e seguro,
Aqui, ladeiras subindo,
Acolá, galgando um muro.

Esta carrega a migalha;
Outra, com passo discreto,
Leva um pedaço de palha;
Outra, uma pata de inseto.

Carrega cada formiga
Aquilo que achou na estrada;
E nenhuma se fatiga,
Nenhuma para cansada.

Vede! enquanto negligentes
Estão as cigarras cantando,
Vão as formigas prudentes
Trabalhando e armazenando.

Também quando chega o frio,
E todo o fruto consome,
A formiga, que no estio
Trabalha, não sofre fome…

Recorde-vos todo o dia
Das lições da Natureza:
O trabalho e a economia
São as bases da riqueza


É disto que o povo brasileiro precisa: obrar como as formigas, unidas, solidárias, fraternas e confiantes de que a união de todas, em torno de um líder competente, é fundamental a um país economicamente estável. Só então e, aí sim, terá como ser solidário com as demais nações do planeta. Sem arrumarmos primeiro nossa casa, como pretendermos pôr em ordem a casa alheia?

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Em dia com o Machado 126 (jlo)

Está aqui do meu lado o poeta Gregório de Matos Guerra, a quem pedi uma entrevista sobre o grave momento que atravessa nosso país, às vésperas das eleições para Governador e Presidente, em segundo turno.
Machado:
 — Gregório, o que você acha do nosso governo?

Gregório:
 — Respondo-vos com ligeira adaptação da primeira estrofe do meu famoso poema "A cada canto um grande trambiqueiro":

A cada canto um grande trambiqueiro,
Que quer nos governar pela Dilminha.
Não sabem governar sua cozinha
E querem governar o brasileiro.

Machado:
— Mas Boca do Inferno, você não aprova a escuta feita pelos aliados?

Gregório:
— Continuo, com a segunda estrofe adaptada do meu soneto:

Em cada porta um esquentado olheiro,
Que a vida do vizinho e da vizinha
Pesquisa, escuta, espreita e esquadrinha,
Para levar ao foro eleitoreiro.

Machado:
— Entretanto, Boca de Brasa, não há, aqui, políticos honestos?

Gregório:
— Até que os há, porém,

Há candidatos desavergonhados,
Que trazem pelas mãos os homens pobres,
E põem nas palmas toda picardia.

Machado:
— Mas e o povo, o que pensa disso?

Gregório:
— Estupendas usuras nos mercados,
Todos, os que não roubam, muito pobres,
E eis o país cuja sede é Brasília.

Nada mais lhe foi perguntado e nada mais me foi dito. Matos Guerra cumprimentou-me de chapéu e se afastou discretamente, sob os olhares furiosos dos encarapuçados e dos equivocados, além, naturalmente, dos que tremem só em pensar que terão de ficar de chapéu na mão após a eleição.

Fazer o quê, político leitor? Estuda e trabalha muito, em frentes diversificadas, ainda que na política, e não ficarás a ver navios, quando o povo exigir governantes que saibam governar a cozinha deste país continental, que já foi chamado Terra de Santa Cruz, mas que, de tanto levar pau, virou Brasil...

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Em dia com o Machado 125 (jlo)

Lemos na Seleções Readr's Digest, deste mês, a história humorística do jovem que, altas horas, passou por dentro do cemitério de sua cidade para cortar caminho em direção a sua casa. Assustara-se com sinistros sons provindos de um túmulo, mas tranquilizou-se quando viu um idoso, com um martelo e um cinzel, consertando as letras de uma lápide.
Aproximou-se, então, tranquilo, perguntou ao homem o que ele fazia ali tão tarde e ouviu a seguinte resposta: "Esses idiotas escreveram meu nome errado!".
Na política brasileira, há muitos governantes "bem intencionados", mas que escrevem seu nome errado na história do nosso país. São os "políticos" que terão de retornar para corrigir suas lápides.
É uma ilusão muito grande, a dos que detêm o poder, imaginar que todo o mal que fazem ficará sem consequências, pois creem fazer muito mais o bem do que o mal...
Quer saber como? Vou citar só três exemplos:
Exemplo 1: na presidência, nomeio para ministros do Supremo Tribunal Federal pessoas que colocam o Estado acima do interesse público, ainda que seja preciso "rasgar" a Carta Maior do nosso país e retirar direitos seculares ali previstos, como o da isenção de contribuição previdenciária de aposentados;
Exemplo 2: na maior empresa brasileira, nomeio diretores e presidentes que desviam bilhões de reais para contas no exterior, com a "nobre finalidade" de financiar campanhas políticas para manter meu partido no poder ad aeternum;
Exemplo 3: utilizo empresas públicas de comunicação para impedir que meus opositores tenham a mesma liberdade que eu na divulgação de suas propostas.
E é só...
Não falarei da campanha de difamação a meus concorrentes ao governo.
Também não falarei dos falsos dossiês encomendados sob minha conivência para denegrir a imagem de meus concorrentes.
Muito menos direi sobre a quebra de sigilo bancário, devassa nas declarações de renda e nos status econômicos "suspeitos" dos demais candidatos ao poder.
De modo algum farei referência aos estudos minuciosos de cada frase proferida por meus opositores, objetivando mostrar aos eleitores suas contradições.
Investigações da vida privada pregressa dos demais concorrentes à direção máxima da nação nem passa pela minha "mente brilhante" verificar.
A acusação sem provas, como a que um dos meus concorrentes mandou construir um aeroporto e entregou a chave deste para um seu tio parece piada de salão diante do que posso fazer para detonar uma candidatura.
E estão aí alguns dos elementos positivos de minhas atitudes "fantasmas" com vistas ao poder.
Afinal, "os fins justificam os meios", já dizia aquele "santo filósofo" Maquiavel...
Sabiamente, dizia o Cristo que não se pode servir a dois senhores, porque ou se há de amar um e odiar o outro ou vice-versa.
Até quando vamos ignorar que, como Espíritos eternos, criados para servirmos ao nosso próximo e ao Criador, em sua grandiosa obra universal, sempre que cultuarmos Mamon estamos virando as costas para Deus?
Até quando vamos olvidar que servir ao próximo sem qualquer interesse de retribuição é a meta básica da felicidade reservada a cada um de nós?
Até quando vamos esquecer que, por ser Amor, Deus nos criou para amarmos e que, mesmo tudo sendo força, somente Ele é Poder?
Reflete, pois, leitor político, nos versos deste soneto e desperte, enquanto é tempo, para a verdadeira felicidade: a de servir incansavelmente a Deus, servindo ao nosso próximo, sem nos servirmos dele para alcançar o poder temporal...

Servir a Deus ou a Mamon?

A quem servir, a Deus ou a Mamon?
Louvando a matéria como ateus,
Agimos, nesse instante, qual Mamon
E, sem pudor algum, negamos Deus.

Quem é nosso Senhor, Mamon ou Deus?
Se em nossos atos somos negação
Dos atos de Jesus, desde Mateus,
Como de Marcos, Lucas e João...

É certo que não cremos nesse Deus
Que o Cristo confirmou, ressuscitado,
Mas nos escravizamos ao pecado...

E então agindo assim, como sandeus,
A nossa consciência, cedo ou tarde,
Na dor, há de mostrar-nos a Verdade...

— Depois de mim, o dilúvio, disse um imperador corrupto e mau. Houvera ele crido na mensagem cristã e não teria sido tão tonto...
Sim, somos mortos pensando estar vivos, ao passo que muitos dos que consideramos extintos estão atentos ao que fazemos, nos mínimos detalhes. Foi o que fez o fantasma ao corrigir seu nome na lápide do túmulo...
Para os que dão as costas ao nosso Criador, vivendo como se fossem eternos na matéria, deixo mais este recado que, por certo, será ignorado por quem "tendo olhos não vê, tendo ouvidos, não ouve", como dizia o Profeta:
Deus existe e Sua presença está na consciência de cada um de nós.
Escreve teu nome certo, político leitor, nesta curta vida de 77 anos, em média, para que não precises retornar para consertá-lo antes mesmo de reencarnares.
A não ser que acredites, como os animais, apenas no presente, e queiras presentear teus amigos, parentes, bichinhos de estimação com as benesses da riqueza e do poder temporal que acreditas ser eterno, mas que, de fato, é "infinito enquanto dure", como afirma em seu "Soneto de fidelidade" o poeta Vinicius de Moraes.
Curta duração... Infinita também é a dor da consciência pesada.
— Você não está muito moralista após a morte, Machado?

— Eu também voltei para consertar meu nome...

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Em dia com o Machado 124 (jlo)


Estamos de volta, leitores.
Estivemos em Coimbra e Porto, onde fomos recebidos fraternalmente pelos nosso irmãos portugueses; em Viseu, calorosamente acolhidos pelo professor Fernando e sua troupe de doutos comunicadores literários e em Melo, onde viveu e desencarnou Vergílio Ferreira, grande escritor lusitano que, após trocar as teorias marxistas pelas humanistas, como D. Pedro I, o qual à frente do Ipiranga, bradou "Independência ou morte!", também proferiu sua apóstrofe: "Deus existe, infelizmente!".
Não cabe aqui dizer para quem é pesarosa a Existência Divina. Deixo essa reflexão à leitora sensível e ao leitor racional... Ou vice-versa...
O que me leva a reflexionar foi uma frase ouvida casualmente, em programa político da TV portuguesa: "Alternância ou alternativa, o que é melhor para nosso país?"
Como também estamos às vésperas do pleito eleitoral que decidirá quais deputados, senadores, governadores e presidente nos representarão, também perguntamos aos nossos leitores o que desejamos para o futuro de nossa nação:
alternância: tudo fica como está, e o partidão continua a navegar...
alternativa: a grande esperança virá de Minas...
Não é preciso lhes dizer qual é nosso candidato, não é mesmo?
Um gaiato poderá brincar comigo e dizer que em Minas não tem mar, logo, não pode vir navegador de lá.
E eu lhe responderei: — Ainda bem, pois atualmente não se tem navegado no mar deste país costeiro, e sim, nas águas turvas da Petrobrás, e as cartas não são mais enviadas por Caminha, pois este não faz parte dos Correios do Governo...
— Mas e Marina, não tem mar até no nome?
— Sim, é verdade, mas também já navegou em meio às caravelas do "partidão", a quem metaforicamente promete uma renovação de aliança. Daí deduzirmos que também ela estará a navegar em meio ao joio... Saberia separá-lo do bom trigo ao final da colheita?
No lo creo.
Vou terminar com um poema ao qual intitulo: A navegação que quero

Não mais quero navegar,
Pois vos vi chegar aqui
Matar a tribo tupi
Acabar c'o guarani...

Não mais quero navegar,
Pois o petróleo tão nosso
Aqueceu o vosso bolso
Desde as profundas do mar.

Não mais quero navegar,
Os impostos escorchantes
De vossos maus navegantes
Estão a me sufocar.

Não mais quero navegar
Nas mentirosas falácias
De vossas torpes audácias
Em nos tentar subornar.

Não mais quero navegar,
Quero, sim, que a impunidade,
Com tantos anos de idade
Tenha castigo exemplar.

A navegação que quero
É a da sã rota do bem
Que, sem alternância, tem
A alternativa do Aécio.

Reflita bem, antes de votar, amigo leitor e sabida leitora. 
Naveguem na boa leitura sobre tudo o que vem sendo anunciado pela mídia brasileira, separem o joio do trigo e votem bem...
Não quero influenciar ninguém, mas faço questão de expressar-lhes, espírito que sou, meu voto espiritual e espirituoso.
Bom voto!

Ps: Preencham o formulário abaixo e levem suas "colas".
Mas atenção, cuidado para não escolherem alguém do "partidão".
                                            
Sugestões:
Deputado distrital ou estadual: _ _ _ _ _;
Deputado federal: _ _ _ _;
Senador: _ _ _;
Governador: _ _;
Presidente: 45 – Aécio Neves.

Ah, não?! Depois, não digam que não lhes avisei...
Política à parte, abraços do eterno amigo e também do amigo eterno, Machado...








  Quando o texto é escorreito (Irmão Jó)   Atento à escrita correta É o olho do revisor, Mas pôr tudo em linha certa É com o diagramador.   ...