Em
dia com o Machado 159 (jlo)
Estamos no céu,
o universo é curvo,
não se está acima
nem se está abaixo.
Einstein me disse
isso
e nisso acredito.
Poesia e véu
não caem do céu. (jó)
Há entre nós uma nova
geração poética, viçosa e galharda, viva e ativa. Ela já se posiciona para
mostrar ao mundo uma nova arte: a espírita.
Hippollyte afirmou em
vida e foi publicado postumamente que “O Espiritismo abre à arte um campo novo
imenso e inexplorado. E quando o artista trabalhar com convicção o mundo
espiritual colherá nessa fonte as mais sublimes inspirações” (in: Obras póstumas. Influência perniciosa
das ideias materialistas).
Joteli tem publicado, ao
longo dos anos, alguns dos seus singelos poemas numa conceituada revista
espírita. Num deles, lemos a seguinte estrofe:
Conheça o
Espiritismo,
Farol da Humanidade,
Revelação que nos
traz
Vida, caminho e
verdade.
Mas meu secretário
não está só nessa batalha. Influenciamos e somos influenciados em cada
existência. As almas amigas e as outras, não necessariamente inimigas, mas
educadoras de nossa vaidade e orgulho desmedido procuram-se e perseguem-se
espiritualmente sem, nem sempre, se darem conta disso.
O que ocorre é que,
em geral, os poetas são humildes, tímidos, retraídos, consequentemente. Entre
seus poemas menores, há verdadeiras obras primas. Não mostrando uns, também não
mostram outros. E assim a vida passa, sorrateira, como o espírito, que sopra
onde quer e não sabemos de onde vem, nem para aonde vai, como dizia o profeta
Nazareno.
Desse modo, “de
repente, não mais que de repente”, apropriando-nos de um verso de Vinícius de
Moraes, Joteli se vê cercado de amigos também poetas, como ocorreu comigo, que,
entre muitos outros, conheci Castro Alves, José de Alencar, Gonçalves Dias e Francisca
Júlia.
Como crítico
literário, publiquei o artigo “A nova geração”, revelando o surgimento de uma
nova poesia, na qual “nem tudo é ouro [...], mas o essencial é que um espírito
novo parece animar a geração que alvorece”.
E eis que, como a
demonstrar a verdade da reencarnação, não somente dos espíritos, mas também das
ideias e das artes, novos poemas metafísicos vão sendo readaptados aos tempos
sumamente materialistas que vivemos.
Essa é a arte,
imortal como as almas, inspirada nos e pelos espíritos, igualmente eternos.
Sem ferir a modéstia
desses novos poetas, amigos de Joteli, citaremos alguns, cujas obras, mesmo
desconhecidas pelo respeitável público, ainda virão à tona: Átila Pessoa,
Carolina, Flamarion e Julião. Se esquecemos alguns, pedimos vênia, pois tão
logo nos lembrem serão lembrados...
A esses epígonos
atuais, com certeza juntar-se-ão muitos outros. Desse modo, penso propor um
concurso de poesias à Federação Espírita Brasileira, para que conheçamos, ao
menos em parte, a crescente e promissora antologia de poemas contemporâneos
espíritas.
Com certeza, esses e
outros vates mostrarão ao mundo a veracidade das palavras de Hippollyte que, se
a leitora e o leitor curioso não sabem quem é eu já lhes dirimo a dúvida cruel.
É o enviado dos céus para investigar, comprovar e publicar o Espiritismo da
França para o Brasil e deste para o mundo: Allan Kardec.
Abraço machadiano.