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domingo, 29 de janeiro de 2017

APRENDENDO FRANCÊS COM O LIVRO DOS ESPÍRITOS

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra da 1ª edição francesa. 1. ed. 1. imp. Brasília: FEB, 2013.

6ª AULA – 20/01/2017

6 Où voit-on dans la cause première une intelligence suprême et supérieure à toutes les intelligences ?
Vous avez un proverbe qui dit ceci : A l’oeuvre  on reconnaît l’ouvrier. Eh bien! regardez l’oeuvre et cherchez l’ouvrier.
C’est l’orgueil qui engendre l’incrédulité. L’homme orgueilleux ne veut rien au-dessus de lui, c’est pourquoi il s’appelle esprit fort. Pauvre être qu’un souffle de Dieu peut abattre!

On juge la puissance d’une intelligence par ses   oeuvres ; nul être humain ne pouvant créer ce que produit la nature, la cause première est done une inteligence supérieure à l’humanité.
Quels que soient  les prodiges accomplis par l’intelligence humaine, cette intelligence a elle-même une cause, et plus ce qu’elle accomplit est grande, plus la cause première doit être grande. C’est cette intelligence qui est la cause première de toutes choses, quel que soit le nom sous lequel l’homme l’a désignée.

6 Onde se vê, na causa primeira, uma inteligência suprema e superior a todas as inteligências?
Tendes um provérbio que diz: Pela obra se conhece o autor. Pois bem! Vede a obra e procurai o autor. É o orgulho que gera a incredulidade. O homem orgulhoso nada admite acima de si e, por isso, se julga um espírito forte. Pobre ser, que um sopro de Deus pode abater! (9)

Julga-se o poder de uma inteligência por suas obras. Não podendo nenhum ser humano criar o que a Natureza produz, a causa primeira é, portanto, uma inteligência superior à Humanidade.
Quaisquer que sejam os prodígios realizados pela inteligência humana, ela própria tem uma causa e, quanto maior for o que realize, tanto maior há de ser a causa primeira. Essa inteligência superior é que é a causa primeira de todas as coisas, seja qual for o nome pelo qual a designem.






Dica: Selecione o texto em francês e cole-o no Google tradução, em seguida, clique no som, ouça e repita várias vezes a pronúncia em francês.


Obs.: O número entre parênteses corresponde ao da questão definitiva, publicada em mar. 1860, com 1019 questões e respectivas respostas.

APRENDENDO FRANCÊS COM O LIVRO DOS ESPÍRITOS

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra da 1ª edição francesa. 1. ed. 1. imp. Brasília: FEB, 2013.

7ª AULA – 25/01/2017

7 Des philosophes ont dit que Dieu c’est l’infi; des esprits même l’ont ainsi désigné. Que doit-on penser de cette explication?
Définition incomplète. Pauvreté de la langue des hommes qui est insuffisante pour définir les choses qui sont au-dessus de leur intelligence.
— Que doit-on entendre par l’infini ?
Ce qui n’a ni commencement ni fin.

Dieu est infini dans ses perfections ; mais l’infini est une abstraction ; dire que Dieu c’est l’infini, c’est prendre l’attribut pour la chose même , et définir une chose qui n’est pas connue, par une chose qui ne l’est pas davantage. C’est ainsi qu’en voulant pénétrer ce qu’il n’est pas donné à l’homme de connaître, on s’engage dans une voie sans issue, et l’on ouvre la porte aux discussions.
7 Alguns filósofos disseram que Deus é o infinito; os próprios Espíritos assim o têm designado. Que se deve pensar desta explicação? (3)
Definição incompleta. Pobreza da linguagem dos homens, insuficiente para definir o que está acima de sua inteligência.
— Que se deve entender por infinito? (2)
O que não tem começo nem fim.

Deus é infinito em suas perfeições, mas o infinito é uma abstração. Dizer que Deus é o infinito é tomar o atributo de uma coisa por ela mesma; é definir uma coisa que não é conhecida por outra que também não o é. E é assim que, querendo penetrar o que não lhe é dado conhecer, o homem se lança num beco sem saída, dando margem a discussões.

Dica: Selecione o texto em francês e cole-o no Google tradução, em seguida, clique no som, ouça e repita várias vezes a pronúncia em francês.

Obs.: o número entre parênteses corresponde ao da questão definitiva, publicada em mar. 1860, com 1019 questões e respectivas respostas.





APRENDENDO FRANCÊS COM O LIVRO DOS ESPÍRITOS

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra da 1ª edição francesa. 1. ed. 1. imp. Brasília: FEB, 2013.

9ª AULA - 29 /01/2017


9 L’homme peut-il comprendre la nature intime de Dieu?
Non.
- Porquoi n’est il pas donné à l’homme de comprendre l’essence de la divinité?
C’est un sens qui lui manque.
- Sera-t-il un jour donné à  l’homme de comprendre le mystère de la divinité?
Quand son esprit ne sera plus obscurci par la matière et que, par sa perfection, il se sera rapproché de lui, alors il le verra et il le comprendra.

L’infériorité des facultés de l’homme ne lui permet pas de comprendre la nature  intime de Dieu, Dans l’enfance de l’humanité, l’homme le confond souvent avec la créature dont il lui attribue les imperfections; mais à mesure que le sens moral se développe en lui, sa pensée pénètre mieux le fond des choses, et il s’en fait une idée plus juste et plus conforme à la saine raison, quoique toujours incomplète.
9 Pode o homem compreender a natureza íntima de Deus? (10)
Não
- Por que não é dado ao homem conhecer a essência da Divindade? (10)
Falta-lhe, para tanto, um sentido.
- Será dado um dia ao homem compreender o mistério da Divindade? (11)
Quando não mais tiver o espírito obscurecido pela matéria e, por sua perfeição, se houver aproximado de Deus, então o verá e o compreenderá.

A inferioridade das faculdades do homem não lhe permite compreender a natureza íntima de Deus. Na infância da Humanidade, o homem o confunde muitas vezes com a criatura, cujas imperfeições lhe atribui; mas, à medida que nele se desenvolve o senso moral, seu pensamento penetra melhor no âmago das coisas; então faz da Divindade uma ideia mais justa e mais conforme à sã razão, embora sempre incompleta.
Dica: Selecione o texto em francês e cole-o no Google tradução, em seguida, clique no som, ouça e repita várias vezes a pronúncia em francês.

Obs.: o número entre parênteses corresponde ao da questão definitiva, publicada em mar. 1860, com 1019 questões e respectivas respostas.



sexta-feira, 27 de janeiro de 2017



APRENDENDO FRANCÊS COM O LIVRO DOS ESPÍRITOS

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra da 1ª edição francesa. 1. ed. 1. imp. Brasília: FEB, 2013.

8ª AULA – 27/01/2017

8 Dieu est-il un être distinct, ou bien serait-il, selon l’opinion de quelques-uns, la résultante de toutes les forces et de toutes les intelligences de l’univers réunies, ce qui ferait de chaque être une portion de la divinité?
Orgueil de la créature qui veut se croire Dieu. Fils ingrat qui renie son père.
Dieu est un ètre distinct de tous les autres ètres. Voir Dieu dans le produit de toutes les forces réunies de l’univers serait nier son exitence, car il serait ainsi l’effet et non la cause.
L’intelligence de Dieu se révèle dans ses ouvres comme celle d’un peintre dans son tableau ; mais les oeuvres de Dieu ne sont pas plus Dieu lui-même que le tableau n’est le peintre qui l’a conçu et exécuté. Ce serait encore là prendre l’effet pour la cause.
8 Deus é um ser distinto, ou seria, segundo a opinião de alguns, a resultante de todas as forças e de todas as inteligências do Universo reunidas, o que faria de cada ser uma parcela da Divindade? (14)
Orgulho da criatura, que se julga o próprio Deus. Filha ingrata que renega o pai.

Deus é um ser distinto de todos os outros seres. Ver Deus na resultante de todas as forças reunidas do Universo seria negar sua existência; Ele seria então efeito, e não causa.
A inteligência de Deus se revela em suas obras como a de um pintor em seu quadro; mas as obras de Deus não são o próprio Deus, como o quadro não é o pintor que o concebeu e o executou. Seria ainda aqui tomar o efeito pela causa.


Dica: Selecione o texto em francês e cole-o no Google tradução, em seguida, clique no som, ouça e repita várias vezes a pronúncia em francês.

Obs.: o número entre parênteses corresponde ao da questão definitiva, publicada em mar. 1860, com 1019 questões e respectivas respostas.






APRENDENDO FRANCÊS COM O LIVRO DOS ESPÍRITOS

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra da 1ª edição francesa. 1. ed. 1. imp. Brasília: FEB, 2013.

5ª AULA – 25/01/2017


5 Que penser de l’opinion qui attribue la formation  première  à une combinaison fortuite de la matière, autrement dit au hasard?

Autre absurdité! Quel homme de bon sens peut regarder le hasard comme um être inteligente?
Et puis, qu’est-ce que le hasard? Rien.

L’harmonie qui règle les ressorts de l’univers décèle des combinaisons et des vues déterminées, et par cela même révèle une puissance intelligente. Attribuer la formation première au hasard serait un non-sens, car le hasard est aveugle et ne pet produire les effets de l’intelligence. 
5 Que pensar da opinião que atribui a formação primeira a uma combinação fortuita da matéria, ou seja, ao acaso?

Outro absurdo. Que homem de bom senso pode considerar o acaso como um ser inteligente? E, além disso, que é o acaso? Nada!

A harmonia que regula as forças do Universo revela combinações e propósitos determinados e, por isso mesmo, denota um poder inteligente. Atribuir a formação primeira ao acaso seria um contrassenso, pois o acaso é cego e não pode produzir os efeitos que a inteligência produz.



Dica: Selecione o texto em francês e cole-o no Google tradução, em seguida, clique no som, ouça e repita várias vezes a pronúncia em francês.

Obs.: o número entre parênteses corresponde ao da questão definitiva, publicada em mar. 1860, com 1019 questões e respectivas respostas.




APRENDENDO FRANCÊS COM O LIVRO DOS ESPÍRITOS

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra da 1ª edição francesa. 1. ed. 1. imp. Brasília: FEB, 2013.

4ª AULA – 20/01/2017

4 Pourrait-on trouver la cause première de la formation des choses dans les propriétés intimes de la matière?
Mais alors quelle serait la cause de ces proprietés? Il faut toujours une cause première.

Attribuer la formation première des choses aux proprietés intimes de la matière, serait prendre l’effet pour la cause, car ces propriétés sont eles-mêmes um effet qui doit avoir une cause.

4 Poder-se-ia encontrar nas propriedades íntimas da matéria a causa primeira da formação das coisas?
Mas, então, qual seria a causa dessas propriedades? É preciso sempre uma causa inicial.
Atribuir a formação inicial das coisas às propriedades íntimas da matéria seria tomar o efeito pela causa, pois essas propriedades são, em si mesmas, um efeito que deve ter uma causa.




Dica: Selecione o texto em francês e cole-o no Google tradução, em seguida, clique no som, ouça e repita várias vezes a pronúncia em francês.

Obs.: o número entre parênteses corresponde ao da questão definitiva, publicada em mar. 1860, com 1019 questões e respectivas respostas.


Em dia com o Machado 247 (jlo)

Em 1990, coloquei a esposa, duas filhas e um filho (10, 6 e 4 anos) no fusquinha branco, que compramos, dez anos antes, quando nos casamos, e saímos de férias rumo à cidade de Barreiras-BA, onde anualmente visitávamos meus sogros. A cidade dista pouco mais de 600 km de Brasília.
Embora, à época o automóvel fosse ainda muito cobiçado por algumas pessoas, uma das quais meu concunhado, que, de vez em quando, me fazia uma proposta por ele, sempre recusada por mim, daquela vez o carro resolveu aprontar algumas peças conosco.
A primeira delas foi a de seu cabo do câmbio, que se soltou no meio da estrada. Ainda bem que conseguimos chegar a um posto de gasolina. Aos “trancos e barrancos”, mas chegamos... Então, paramos ali e ainda conseguimos um mecânico que soldou a peça...
Resolvido esse problema, rodamos mais uns 150 km quando, em local totalmente isolado, um pneu furou. Parei para trocá-lo, mas, de repente, vi aproximar-se uma caminhonete com três homens fortemente armados. Minha mulher desceu, preocupada, e os filhos ficaram dentro do fusca...
A caminhonete parou, e os homens desceram. Nesse momento, intimamente, comecei a orar e pensar: “É hoje que vamos ser assaltados. Com um pouco de sorte, ficarei totalmente ‘depenado’, com a esposa e os três filhos menores, a pé, nessa estrada isolada”.
Estávamos a uns 150 quilômetros de Barreiras quando isso ocorreu.
Para surpresa nossa, entretanto, os homens desceram, cumprimentaram-nos, respeitosos, e fizeram questão de trocar o pneu furado pelo estepe gratuitamente. Em seguida, recomendaram-nos providências para o reparo do pneu, tão logo fosse possível, e prometeram nos escoltar até a entrada na cidade, pois “aquele trecho de estrada era muito perigoso, com diversas crimes”.
Estávamos no lugar certo e na hora certa, ao contrário de muitos cidadãos que, na melhor da hipótese, são vítimas de assaltos em nossas inseguras estradas. Parodiando o poema de Carlos Drummond de Andrade, diríamos:

Tinha homens bons no meio da estrada;
No meio da estrada, tinha homens bons.
Jamais me esqueci desse detalhe, no campo de minhas retinas, agora cataratadas,
Jamais me esqueci que, no meio da estrada, tinha homens bons.
Tinha homens bons no meio da estrada. (Joteli)

Chegamos a Barreiras sãos e salvos e, após consertar o pneu furado, dias depois, voltei com a família a Brasília... no mesmo fusca. Depois, poupei meu concunhado de comprar aquela preciosidade. Reparei o automóvel da melhor forma possível e vendi-o para outro louco, como eu... louco por fusca.
Antes de vendê-lo, fui designado a participar de uma junta de seleção militar em Anápolis- GO, cidade que fica a cento e poucos quilômetros de Brasília. Na época, eu era sargento do Exército. Um tenente médico ia e voltava, corajosamente, comigo. Havia um trecho da estrada muito perigoso, cheio de curvas acentuadas.
Um belo dia em que eu voltava com o tenente, daquela cidade, empolgado pela confiança no fusca, no citado trecho de estrada, exagerei um pouco, na autoconfiança, ao deixar que o velocímetro ultrapassasse os 110 km/hora. Desesperado, o oficial gritou comigo para diminuir a velocidade, sendo atendido, mas nunca mais ele quis viajar comigo no fusca. Até hoje, não sei por quê...

Não à toa, diziam sobre três coisas que não eram... Das duas primeiras eu não me lembro, mas a terceira nunca me esqueceu: “fusca não é carro”.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017





APRENDENDO FRANCÊS COM O LIVRO DOS ESPÍRITOS

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra da 1ª edição francesa. 1. ed. 1. imp. Brasília: FEB, 2013.

3ª AULA – 20/01/2017




3 Quelle conséquence peut-on tirer du sentiment intuitif que tous les hommes portent en eux-mêmes de l’existence de Dieu?
Que Dieu existe.
- Le sentiment intime que nous avons em nous-mêmes de l’existence de Dieu ne serai-il pas le fait de l’education et le produit d’idées acquises?
Si cela était, pourquoi vos sauvages auraient-ils ce sentiment?
Dieu a mis en nous-mêmes la preuve de son existence par le sentiment instinctif qui se trouve chez tous les peuples, dans tous les siècles et à tous les degrés de l’échelle sociale.
Si le sentiment de l’existence d’un être suprême n’etait que le produit d’un enseignement, il ne serait pas universel, et n’existerait, comme les notions des sciences, que chez ceux qui auraient pu rècevoir cet enseignement.



3 Que consequência se pode tirar do sentimento intuitivo, que todos os homens trazem em si, da existência de Deus?
Que Deus existe.
3a O sentimento íntimo que temos da existência de Deus não seria fruto da educação e das ideias adquiridas?
Se assim fosse, por que vossos selvagens teriam esse sentimento?

Deus pôs dentro de nós mesmos a prova de sua existência pelo sentimento instintivo que se acha entre todos os povos, em todos os séculos e em todos os graus da escala social.
Se o sentimento da existência de um ser supremo fosse apenas produto de um ensino, não seria universal e, como sucede com as noções científicas, só existiria nos que tivessem recebido esse ensino.






Dica: Selecione o texto em francês e cole-o no Google tradução, em seguida, clique no som, ouça e repita várias vezes a pronúncia em francês.



Obs.: o número entre parênteses corresponde ao da questão definitiva, publicada em mar. 1860, com 1019 questões e respectivas respostas.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017



Em dia com o Machado 246 (jlo)

Acabei de ler um artigo para o jornal A Tarde, escrito pelo grande tribuno e médium Divaldo Pereira Franco. O título do texto é Viagens. Em vida, fiz muitas dessas incursões pelos labirintos da mente, que relatei. Dali, extraí diversas excursões pelos mais remotos recantos da Terra. Estive na França, na Índia, visitei os EUA, passei pela Itália, Grécia, Roma; desci até a Venezuela, Paraguai, Uruguai, Argentina e confraternizei com nossos irmãos de além-mar lusitanos...
Tantas foram minhas viagens mentais, sem sair do lugar, que um dos teóricos de minha obra escreveu o livro intitulado O viajante imóvel (Luciano Trigo); outro descreveu O mundo de Machado de Assis (Miécio Táti); um grande teórico, também renomado advogado, meu admirador, relatou minhas acrobacias políticas em A pirâmide e o trapézio (Raymundo Faoro) e ainda foram proporcionadas viagens a este viajor mental com base nos Transportes pelo olhar de Machado de Assis (Ana Luzia Andrade). A relação é grande, mas o espaço é pequeno...
Em todas essas e outras obras, a bondade e a gentileza de seus autores estiveram presentes, relatando meus devaneios literários, ainda que, fisicamente, poucas vezes me afastei do Rio de Janeiro; quando isso ocorreu, meus limites ficaram circunscritos aos estados do Rio e Minas.
Agora, desta dimensão em que podemos nos transportar com mais liberdade ao interior das elucubrações mentais dos seres humanos como eu, percebo que há muitas teorias sobre o surgimento dos seres vivos e, em especial, do homem, na Terra. O grande problema é que se considera ciência, no mundo, apenas os estudos e as descobertas da Biologia, da Física e da Química. Fora do laboratório não há vida, para tais pesquisadores. Daí, tudo ser atribuído à matéria é outra viagem.
Entretanto, não há antropologista, filósofo, historiador, psicólogo ou sociólogo, entre outros pesquisadores bem-informados, os quais desconheçam que, em suas origens, o ser humano sempre acreditou na metafísica. No início, observando-se a si mesmo, bem como a natureza, com suas coisas e seres, este constatou que possuía uma alma e, como não conseguia entender as maravilhas e perigos da natureza, passou a cultuar suas coisas, fenômenos e seres. 
Era o animismo, pai de todas as religiões.
De dez a doze mil anos para cá, o homem teria evoluído tanto que passou a dominar muitos desses fenômenos, graças à sua inteligência e capacidade criativa únicas. É quando alguns, julgando-se mais espertos que os demais, começaram suas perquirições, criaram suas hipóteses e, com base nelas construíram teorias que, após algum tempo, são substituídas pelas de outros humanos, agora denominados cientistas, na presunção de explicar o inexplicável...
A mais aberrante teoria, que, ainda assim, é adotada por grande número de pesquisadores das citadas disciplinas, é a de que o pensamento se origina em nosso cérebro. Vinculada a ela, mas já em descrédito por muitos estudiosos sensatos, é a de que o cérebro humano, por sua complexidade neurológica, torna-nos mais inteligentes do que os outros animais. Entretanto, as comparações feitas entre o tamanho e a complexidade do cérebro humano com o dos demais animais não nos garantem ser essa a causa da superioridade propalada que, se nos permite projetar viagens a outros corpos astrais, também nos faz viajar a imensuráveis espaços metafísicos.
Então, volto a dizer a todos os pseudocientistas: suas especulações, com base na matéria, são incompletas, pois os elementos da natureza são Deus, espírito e matéria. Le première, Dieu est l’intelligence suprême, cause première de toutes choses; o segundo, o Espírito é o ser inteligente da criação; e o terceiro elemento, a matéria, nada mais é do que o “instrumento” utilizado pelo Espírito para exercer sua ação ou, na definição de outro espírito, “energia coagulada”.
— Meu caro Bruxo, que viagem!...
— É, meu amigo, mas esta vale a pena fazer. Comece pela leitura de O livro dos espíritos de Allan Kardec e você fará a mais extraordinária viagem, sem sair do lugar, ao menos fisicamente.

Merci beaucoup!

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017




APRENDENDO FRANCÊS COM O LIVRO DOS ESPÍRITOS

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra da 1ª edição francesa. 1. ed. 1. imp. Brasília: FEB, 2013.

2ª AULA – 16/01/2017




2 Où peut-on trouver la preuve de l’existence de Dieu?
Dans un axiome que vous appliquez à vos sciences: Il n’y a pas d’effet sans cause. Cherchez la cause de tout ce qui n’est pal’oeuvre de l’homme, et votre raison vous répondra.

Pour croire en Dieu il suffit de jeter les yeux sur les oeuvres de la création. 
L’univers existe, il a done une cause. Douter de l’existence de Dieu, serait nier que tout effet a une cause, et avancer que rien peut faire quelque chose.





2 Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus?
Num axioma que aplicais às vossas ciências: não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem e vossa razão responderá.


Para crer em Deus basta lançar os olhos sobre as obras da Criação. 
O Universo existe, logo tem uma causa. Duvidar da existência de Deus seria negar que todo efeito tem uma causa e avançar que o nada pôde fazer alguma coisa.













Dica: Selecione o texto em francês e cole-o no Google tradução, em seguida, clique no som, ouça e repita várias vezes a pronúncia em francês.

Obs.: o número entre parênteses corresponde ao da questão definitiva, publicada em mar. 1860, com 1019 questões e respectivas respostas.

domingo, 15 de janeiro de 2017

Aprendendo Francês com o Livro dos Espíritos


 APRENDENDO FRANCÊS COM O LIVRO DOS ESPÍRITOS


KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos.                  
Tradução de Evandro Noleto Bezerra da 1ª
edição francesa. 1. ed. 1. imp. Brasília: FEB, 2013.

Brasília, 15/01/2017 - 1ª aula




Boa noite, leitor espírita, curioso ou simpatizante do Consolador prometido e dirigido por Jesus.

A partir de hoje, diariamente ou em dias alternativos,  publicaremos uma questão d'O Livro dos Espíritos, com base em sua primeira edição, traduzida por Evandro Noleto Bezerra. A novidade é que as perguntas, respostas e comentários serão reproduzidos em português atual e em francês. A introdução e os prolegômenos da obra, da mais alta importância para o leitor iniciante e mesmo para os veteranos estudiosos do Espiritismo devem ser lidos na obra original, à venda nas livrarias da Federação Espírita Brasileira e suas representantes. São 501 perguntas e respostas, logo, são também 501 aulas.

                                                                                                                      
           

1Qu’est-ce que Dieu?
Dieu est l’intelligence suprême, cause première de toutes choses.


1 Que é Deus?
Deus é a Inteligência Suprema, causa inicial de tudo o que existe.


Dica: Selecione o texto em francês e cole-o no Google tradução, em seguida, clique no som, ouça e repita várias vezes a pronúncia em francês.

Obs.: o número entre parênteses corresponde ao da questão definitiva, publicada em mar. 1860, com 1019 questões e respectivas respostas.

















quarta-feira, 11 de janeiro de 2017



Em dia com o Machado 245 (jlo)


Amiga leitora, hoje vou filosofar um pouco, pois "os tempos são chegados". De acordo com Yuval Noah Harari, em Uma breve história da humanidade, nada mais somos do que a ramificação dos primatas que, de cerca de doze mil anos para cá, vem dominando o mundo e exterminando outros animais, muitos dos quais reproduzidos para nos alimentar.
Diz ele, no final do primeiro capítulo de sua obra: "Se a culpa é dos sapiens ou não, o fato é que, tão logo eles chegavam a um novo local, a população nativa era extinta". 
Na conclusão desse capítulo, Harari deduz que, provavelmente, o Homo sapiens, que somos nós, "conquistou o mundo, acima de tudo, graças à sua linguagem única".
Isso me faz pensar nas teorias de renomados filósofos do século XIX que, baseados nessa "linguagem única", realizaram verdadeiras proezas intelectuais para provar que nada mais somos do que matéria.
A base para tal constatação é a Ciência Positivista, que foi elevada à condição de verdade absoluta, contra todas as ideias espiritualistas do passado e do presente. Um dos seus teóricos foi Hegel (1770- 1831), que "matou a religião" e elegeu a adoração ao homem como fundamento de nossas vidas, ao considerar a História como a "realidade absoluta" e "eliminar a dicotomia matéria e espírito".
O fundador do Positivismo foi Auguste Comte (1798-1857), que substituiu a Filosofia pela Ciência. Seu culto é o da Humanidade, o "Grande Ser", composto pelos cidadãos do passado, do presente e do futuro que foram, são ou possam ser úteis à própria Humanidade.
Outro "humanista absoluto" foi Nietzsche (1844- 1900), com sua teoria sobre o "super-homem" cujo objetivo na vida seria o de idolatrar o próprio corpo e buscar, antes de mais nada, os próprios interesses, uma vez que, para ele, nada mais somos do que matéria e, como tal, fadados à extinção após a morte. Para Nietzsche, Deus não existe; e a concepção de uma divindade é um pretexto para dominar as mentes e os povos fracos. Esse filósofo foi enlouquecendo aos poucos e morreu louco, mas ainda é seguido por muitos...
Mas quem estrutura, definitivamente o Materialismo, cuja teoria já existia no mundo desde a época dos filósofos gregos pré-socráticos (cerca de 500 anos a.C.), foi Karl Marx (1818- 1883), com a contribuição de Engels, que finalizou sua obra máxima após a morte de Marx: O Capital. 
Alguns políticos e cidadãos brasileiros levaram a sério tais devaneios e procuraram aplicá-los com rigor à vida prática, principalmente, com base na já tão conhecida "lei de Gérson", que, embora nos proponha levar "vantagem em tudo", também nos conduz ao suicídio lento pelo tabagismo, pois essa “lei” surgiu de uma propaganda de cigarros em que o ex-craque de futebol, Gérson, cigarro à boca, dizia a célebre frase: “Gosto de levar vantagem em tudo, certo?”
Então, amiga, vou enumerar-lhe agora as dez conclusões às quais cheguei em relação ao abismo em que foi atirado nosso país pelos maus políticos, empresários e economistas inescrupulosos:
1ª) É preciso conquistar e manter o poder a qualquer custo. Então, nomeemos para os diversos cargos públicos e políticos as pessoas que trabalhem para a grande coligação partidária formada pelos partidos da situação.
2ª) No judiciário, indiquemos para cargos-chave, em especial na direção de presídios, filiados aos nossos coligados, pois estes saberão tratar humanamente os pobres traficantes e matadores de ou sem aluguel. Para as cadeias, encaminhemos, também, os incautos que não pagam pensão, imposto de renda, etc. e os deixemos junto com aqueles, que saberão cuidar destes.
3ª) Indiquemos os "melhores políticos" para a gestão e negócios de grandes empresas e bancos públicos, eles saberão onde depositar os lucros desviados para nossos "fundos partidários" e "bolsos sem fundos".
4ª) Criemos o maior número de programas sociais, pois o povo não gosta de estudar e fundar escolas é desperdício de dinheiro público. Isso fica para a iniciativa privada.
5ª) Universidades públicas, como a do Rio de Janeiro, são desperdício de dinheiro. Nada de subsídios a essas fontes de "alienação mental". O que o povo quer é circo e brioche.
6ª) Nossas escolas públicas devem ser instruídas a orientarem seus alunos com base nas seguras teorias materialistas de Marx e seus companheiros de ideal econômico. "Proletários, (des)uni-vos, nós sabemos o que é melhor para vocês".
7ª) Vamos criar um cadastro de maus pagadores e convidá-los a saldar suas contas, anualmente, com descontos de até 80%. Deixemos aos otários o pagamento integral de seus impostos e endividamentos.
8ª) Governar é fazer dívidas e construir "elefantes brancos" que fiquem inacabados e sem possibilidade de sua construção. Que se danem os escrúpulos. Afinal, o nosso é apenas um dentre milhares de municípios, e ninguém vai nos fiscalizar, pois já tomamos nossas providências para corromper os fiscais que têm o DNA semelhante ao nosso. (Não, amigo leitor, não se trata de Data de Nascimento Antigo, mas você pode sugerir outro significado. Que tal Depravado Nível Animal?)
9ª) Vamos manter as indicações políticas para os altos cargos governamentais, em especial nos tribunais de justiça. Se nossos representantes estiverem no comando das leis, estas nunca serão contra nós. E se o forem, nossos companheiros dos diversos sindicatos políticos e movimentos paramilitares não permitirão que nos façam qualquer mal.
10ª) E última conclusão: Mantenhamos a obrigatoriedade do voto e a urna eletrônica. Do resto, cuidamos nós. Afinal, só nós, os animais fortes e poderosos, sobreviveremos.
Após nós, que venha o dilúvio.
Qualquer semelhança de muitos políticos atuais com o Homo sapiens é isso mesmo: completa.
E eu, amigo leitor, não falo mais de política.




quarta-feira, 4 de janeiro de 2017



Em dia com o Machado 244 (jlo)

— Amigo Joteli, como você sabe, gosto muito de esporte, principalmente de corrida no parque. Tanto é assim que, no último sábado, estive ali para fazer minha corrida de praxe, o que costuma ocorrer (Percebeu, ignaro, o trocadilho?) duas ou três vezes por semana.
Atrelei meu tílburi junto de outros poucos e observei que o público local, dessa vez, era pouco. Tampouco importei-me com isso, como também me importo nada com a observação de qualquer dos meus trinta leitores sobre a presença de trocadilhos e quaisquer outros quintilhões de figuras de linguagem utilizados por mim em minhas cônicas crônicas crocantes (Detesto essa última palavra, mas não sei por quê. Afinal, crocante rima com croissant que c’est très bon).
Pois bem, como dizia, parei meu tílburi num dos estacionamentos apropriados e, por incrível que pareça, não vi nenhum cuidador de cavalo, modernamente chamado “flanelinha”, nas proximidades. Então, pensei: “Ainda bem, pois não tenho moedinha qualquer para fingir que pago ao “flanelinha”, que finge que vigia meu veículo de tração animal”.
Assim refletindo, dirigi-me à linha de partida e parti na corrida desabalada, tal como Hermes, o mensageiro dos deuses, e concluí 6 km em 32 minutos; fora os 32 km, em seis minutos, da corrida anterior, que deixou meu equino exausto.
Ao retornar ao local do veículo, observei uma baixinha sexagenária com uma bolsinha[1] na mão, que arrancava um pouco de capim e dava de comer a Pégaso. Então, perguntei-lhe:
— Por que alimentais meu cavalo?
Ela sorriu, com os dentes inferiores totalmente “podres”, e respondeu-me, meio sem jeito:
 — Usted no tiene una moneda para una peruana muy deseosa?
Lembrei-me de que só tinha no bolso uma nota de dez réis e pensei com meus botões: “Se lhe der dois réis já é muito, pois ela nem aqui estava quando cá cheguei”. E agora, cá chegando...
Desse modo, julgando, também, que sua bolsa a tiracolo estava repleta de generosas moedas de outros cidadãos que ali também amarravam seus burros, propus-lhe generosamente:
— Se a senhora tiver oito réis de troco para dez, eu lhe dou dois...
Ela balançou a cabeça, negativamente, e perguntou-me se eu me satisfaria com quatro réis...
Não acreditei em sua resposta e lhe pedi para colocar, numa de minhas mãos, as moedas que ganhara. Ao todo, contamos $2,80 (dois réis e oitenta centavos) em moedas e mais $4,00 (quatro réis), em duas cédulas, que estavam em sua bolsa. Visto isso, e olhando para seu sorriso, perguntei-lhe, comovido:
— Mas é só isso que lhe deram até agora? (Não se esqueça, Jó, que ela aparecera apenas naquela hora, mas naquela hora meu dó foi grande).
Ela respondeu-me: — Sí, no más. Las personas casi no los dan nada.
Um pensamento, porém, não me saía da cabeça, Joteli. E era que se eu trocasse os meus dez réis pelos seis réis e oitenta centavos dela, a peruana ficaria com $3,20 a mais e eu ainda manteria no bolso $6,80 para atender aos demais guardadores de burros, tílburis e afins. Então, não pensei duas vezes, peguei seu troco e deixei em suas mãos minha nota de dez.
— Essa história lembrou-me a do almocreve, amigo Machado, não sei por quê.
— Pois o espírito é o mesmo, meu caro amigo. Se o leitor não conhece a história do almocreve, anote esse nome no google, acrescido de “conto de Machado de Assis”, ou então leia o capítulo XXI de Memórias Póstumas de Brás Cubas e compare. Qualquer semelhança é mera mimese.




[1] Tendo em vista que o nome antigo de “bolsinha” tornou-se chulo, atualizei-o para o vocábulo atual, pois meu secretário é extremamente pudico.

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