Em
dia com o Machado 270 (Jó)
Amigo
leitor, estive dia destes no lar de Emmanuel, após ter nosso amigo prometido
conceder-me entrevista sobre o amor. Desse encontro, resultou o seguinte
diálogo:
—
Nobre amigo Emmanuel, diga-me o que é o amor!
—
Sou apenas teu humilde servidor, Machado, mas posso dizer-te que o amor é
divina força do Universo.
—
Como se deve cultivar o amor?
—
Com pleno conhecimento e com todo o discernimento, para que se alcance a plena
felicidade. Para isso, jamais devemos parar de aprender, pois, se para a
existência realizada no plano material, a cultura do intelecto é
imprescindível, para a vida no plano espiritual o realce moral é garantia de
alegria imarcescível.
—
Em que se torna alguém que se dedica predominantemente a cultuar os bens
materiais?
—
Em um avaro, cuja existência é nula, o qual, para superar o apego à matéria,
passará pelas mais diversas provas, até aprender que seu maior tesouro é o da
prática da caridade.
—
E as paixões mundanas exacerbadas, são também causas de muitas dores?
—
Profundas, meu caro bruxo! Não podemos esquecer que nada,
na vida física, nos pertence. Pais, filhos, consortes são, antes, tanto quanto
nós mesmos, filhos do Amor Divino, que os empresta a nós, seus irmãos, para
aprendizados mútuos. Bens materiais são recursos provisórios, que hoje estão
conosco e amanhã passarão a outras mãos. Nem mesmo o corpo, essa veste
temporária da alma, é nossa propriedade. Nos planos espirituais, as imagens
mentais dos causadores de crimes passionais são por demais exacerbadas,
desesperadoras.
Por
isso, aconselho-te: desapega...
—
Os vícios, então...
—
Ah! os vícios... Suas consequências, quando não começam no próprio corpo
somático, expandem-se na mente do viciado, causando-lhe terrível dependência,
que lhe mina as forças e extermina-lhe a
vontade. Com isso, não somente o organismo material, como também o órgão
espiritual sofrem sequelas de doloroso tratamento.
—
Mas, e se a paixão derivar do sentimento de perda de uma pessoa amada, por quem
se faria qualquer sacrifício? E se se está na defesa do que possui e teme ser
subtraído?
—
Nesse caso, meu amigo, esse nosso irmão é simplesmente um egoísta. Uma das duas
grandes chagas da humanidade.
—
E a outra chaga, qual é?
—
É o orgulho. Combatamos esses dois sentimentos, permutando-os pelo altruísmo e
pela humildade e teremos dado o grande passo para resolver o problema da fome e
das demais desigualdades no mundo.
A
maior das carências, todavia, é a do amor; e a causa das opressões, no mundo, é
a ignorância.
—
Como, então, manifestar o amor do modo mais elevado?
—
Pelo aprimoramento moral e pela cultura intelectual, requisitos básicos para a
completa manifestação do amor, cujo império de sublimação nos aproxima do Pai
Nosso que está no Céu, mas também em nossas consciências e em toda a parte.
—
Obrigado, amigo Emmanuel, por tão esclarecedores conceitos.
—
Pois então, esforça-te para colocá-los em prática no cotidiano de tua vida.
Busca o amor em tudo o que pensas, falas e fazes com toda a tua alma e de todo
o teu entendimento. A felicidade é o fruto mais opimo do amor!
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