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terça-feira, 31 de outubro de 2017


Em dia com o Machado 288 (jÓ)

Amigo Joteli, vou contar-lhe uma história, muito repetida por tolos, que não gostam ou não tiveram oportunidade de estudar, quando encontram outro tolo um pouco mais letrado que eles, como você, por exemplo. Ei-la:
            Havia um barqueiro que atravessava as pessoas de uma margem a outra de rio muito largo e fundo, o qual, certo dia, transportava um advogado metido a sabido.
 Em determinado momento, o rábula perguntou-lhe:
  — Amigo, você sabe ler e escrever?
  — Não, dotô, sou anarfabeto. Respondeu-lhe o barqueiro.
  — Que pena! você perdeu metade da sua vida.
Nisso, uma onda mais forte virou o barco, e o barqueiro perguntou ao advogado:
  — Dotô, o sinhô sabe nadar?
              Desesperado, pouco antes de se afogar, o advogado respondeu-lhe:
  — Não... glub, glub, glub...
  — Qui pena, dotô, o sinhô perdeu a vida intera. E deixou-o morrer...
            Com todo o respeito às pessoas simples que, muitas vezes, arremetem essa história contra os que têm algum conhecimento, tal aleivosia demonstra, principalmente, impiedade e sadismo. Por si só, essa história não justifica a afirmativa de que “não há saberes melhores, mas, sim, diferentes”. Ora, se por algum motivo o advogado não aprendera nadar, o dever do barqueiro era esforçar-se para não o deixar morrer afogado. Sua omissão foi criminosa!
            Nesse momento, o amigo leitor pode apoiar a conduta do barqueiro por este ter sido humilhado etc. Mas a questão aqui é outra: inda que o advogado quisesse menosprezar o barqueiro, se este houvesse manifestado desejo de aprender a ler e escrever, aquele teria plenas condições intelectuais para socorrê-lo em sua ignorância; entretanto, à vítima não foi dada oportunidade de salvação no momento de seu naufrágio.
            Pior que humilhação, isso é crueldade, vingança torpe contra a classe intelectual da sociedade, pelo tratamento econômico e elitista discrepantes que há entre os operários e os doutos. Mas pode ser também que o remador tenha optado por continuar sua vida simples, mas cômoda, e nunca haja manifestado interesse em aprender a ler e escrever.
            — Amigo Machado, o que me causa indignação, como cidadão brasileiro, é observar a absurda diferença entre os rendimentos do humilde barqueiro e os do orgulhoso advogado. Nesse sentido, nossa Carta Magna também morreu afogada pelos legisladores.
            Nela, prevê-se uma série de direitos ao cidadão que na vida prática não vêm sendo contemplados. Há imensa disparidade entre o que ganham uns em relação à maioria dos servidores públicos e particulares de profissões consideradas desprezíveis no Brasil.
            — Perfeitamente, Joteli. Na próxima semana, contarei outra história mal contada, nas rodas populares, que nos demonstra a hipocrisia de algumas pessoas que se fazem de palmatória do mundo, mas não veem o próprio umbigo.

            — É verdade, Bruxo. Deles, já dizia Jesus: “Veem um cisco no olho do vizinho, mas não retiram a trave dos seus olhos”.

quarta-feira, 25 de outubro de 2017



Em dia com o Machado 287 (jó)

Porto de Galinhas Praia Hotel, perto do Paraíso.
Piscinas vistas dos fundos.

            Estivemos cinco dias em Porto de Galinhas, cidade de Pernambuco que já se chamou Porto Rico, quando se dedicava à extração e exportação de Pau-Brasil. A partir de 1850, começaram, ali, os contrabandos de escravos, vindos da África, escondidos embaixo de engradados de galinhas d’angola. Tanto estas quanto aqueles eram muito apreciados pelos senhores de engenho, que comiam as galinhas e usavam os escravos para trabalhos duros em suas fazendas. Surgiu daí o novo nome da cidade...
            A senha combinada com os senhores, para que estes soubessem que novos escravos estavam chegando, era a seguinte: “Tem galinha nova no Porto”. A palavra “nova” da frase indicava a presença de escravos junto com as galinhas.
            É um lugar muito bonito. A praia de Porto de Galinhas possui água clara, sem ondas e com longo trecho raso, que permite grande quantidade de pessoas caminhar, sem perigo, mar adentro.
            Hospedamo-nos no Porto de Galinhas Praia Hotel, que dista cerca de 7 km da citada praia. Outra praia, nos fundos do hotel, possui ondas altas, mas é possível caminhar, em sua orla, e mesmo adentrar, até quatro metros na água, aqueles que, como eu, não sabem nadar.
O quarto desse hotel é bastante espaçoso; possui varanda, banheiro também grande e acolhedor. Sua pia é larga e comprida, com espaço embaixo, para dependurarem-se as toalhas. Também não falta frigobar com bebidas, chocolate etc. Do lado de fora, há parquinho, piscinas para crianças e para adultos. Há também restaurante e lanchonete que nos servem grande variedade de alimentos; alguns de tradição nordestina, como a macaxeira e a carne de sol.
            Em nossa companhia, no quarto abaixo, estavam a filha do meio, seu marido e filho de quase três anos, além de outro neto nosso de quatro anos, caçula de nossa filha primogênita. As crianças divertiram-se muito na piscina reservada a elas, assim como nós, na que nos coube...
            Também achamos lindo um casal de idosos, que víamos diariamente, ele e ela indo de um lado para outro, ambos usando chapéu de palha. Muito elegantes, passeavam de mãos dadas e, para nós, simbolizavam o amor verdadeiro, que dobra os anos e vai além desta vida.
            Enfim, o hotel é bastante ventilado, amplo e horizontal. Ali, há diversas árvores frutíferas, em especial coqueiros. Um sagui, por vezes, dependura-se numa dessas árvores, e as pessoas dão-lhe banana para comer, sob os olhares curiosos dos que param para vê-lo. Há também algumas piscinas laterais, com pequenos peixes coloridos, como atração aos hóspedes do resort.
            Após este comercial, espero retornar ao mesmo hotel, no próximo ano, com isenção total de pagamento de outros cinco dias hospedado com toda a minha família: duas filhas, dois genros, três netos, um filho e nora recém-casados. Senti falta de mesas de bilhar, mas...


terça-feira, 24 de outubro de 2017



Em dia com o Machado 286 (JÓ)

            Amigo leitor, acabo de ler uma piada de caserna na Seleções Reader’s Digest de outubro, narrada por Nélson Goud. Segundo ele, certo dia em que praticava tiro com fuzil, ao ser colocado a duzentos metros do alvo, errou a pontaria, embora todos os seus tiros houvessem passado rente ao alvo. Ainda assim, o sargento instrutor do treinamento o aprovou e justificou desse modo sua aprovação: “Você sufocaria qualquer um com toda a poeira que levantou”.
            Em minha época de militar do Exército, em Realengo, RJ, certo dia, realizávamos treinamento de tiro em alvos colocados acima de um morro. Chegada minha vez, após disparar seis tiros de fuzil e errar todos, ouvi do oficial responsável pelo treinamento o seguinte: “Você errou todos os tiros, mas, se houvesse alguém atrás do morro, agora estaria morto”.
            Sou dessas pessoas que, por vezes, trocam o dia pela noite, e isso causou-me uma série de embaraços na vida militar. Um dia em que nossa companhia acampou, fazia muito calor. Logo após o almoço, vi um dos caminhões da companhia estacionado um pouco afastado da tropa e, por estar com muito sono, subi em sua carroçaria, deitei-me e adormeci. Quando acordei, sacudi uma cobra morta que, por brincadeira, alguém colocou sobre minhas pernas.
            Se a intenção fora assustar-me, o tiro saiu pela culatra, pois logo vi que o ofídio estava morto e, calmamente, desci do caminhão e retornei às minhas atividades. Até hoje, desconheço o autor do “trote”... Os militares são muito brincalhões.
            Eu, porém, embora tenha feito o primeiro curso, no Exército, na área de comunicações e conhecesse muito bem os regulamentos militares, resolvi mudar de qualificação militar (QM) original para a de saúde, que naquele ano oferecia essa possibilidade, por excesso de vagas nesta última QM.
            Ao ser transferido para o 19º Batalhão de Caçadores, em Salvador, BA, percebi, insatisfeito, que os militares de saúde dessa unidade concorriam à escala de serviço de guarda. No primeiro dia em que fui escalado para comandar a guarda, o capitão comandante de minha companhia entrava pelo portão do quartel, e eu não perdi tempo, com a guarda em forma, dei-lhe ordem de apresentar arma para o capitão.
            A partir desse dia, todos os militares da área de saúde do quartel passaram a concorrer à escala exclusiva do serviço de saúde. O motivo foi simplesmente que meu comando não deveria ter sido de “apresentar armas” e sim de “ombro armas”, pois só se apresenta armas, nos quartéis, para coronéis ou superiores hierárquicos destes.
            Percebi que nesta encarnação não nasci para “ser militar”, mas para “estar militar”, em virtude de meu código genético não ser compatível com o despertar de madrugada, sem que passasse o dia inteiro sonolento. Nos últimos doze anos de caserna, meu ritmo biológico ainda ficara mais comprometido, durante o dia. Acontece que, ao chegar do quartel, tomava banho, jantava e ia dar aula de português em alguns colégios de Brasília, o que fiz durante vinte e dois anos, até que problemas auditivos me impedissem de continuar esse trabalho.
            Então, deixo aqui minha sugestão aos militares: verifiquem o ritmo biológico de seus soldados, antes de julgarem que estes são indisciplinados, pois há muitas pessoas que produzem melhor à noite, ou após uma soneca. Era o meu caso.

            De qualquer forma, permitir a um ser humano sonolento que durma um pouco, caso precise, para melhor desempenhar suas tarefas profissionais, é sábia atitude das empresas modernas.   

domingo, 15 de outubro de 2017



                                               Em dia com o Machado 285 (jÓ)


Leitor amigo. Em nome da arte, o que vemos em nossos dias faria vergonha aos artistas que participaram da Semana de Arte Moderna em 1922. Monteiro Lobato, que publicou, anos antes, artigo polêmico, intitulado Paranoia ou Mistificação, sobre as exposições em tela de Anita Malfatti, assim como a própria pintora, ficariam horrorizados com o que se considera arte hodiernamente.
Algumas músicas atuais, se é que podemos chamá-las assim, são verdadeiros atentados ao bom senso e ao pudor das famílias educadas dentro dos princípios éticos.
Supostos quadros artísticos, que mais se caracterizam por violação ao Estatuto da criança e do adolescente, por estimularem com suas cenas eróticas a pedofilia, são expostos não somente em “mostras artísticas”, como também na mídia, em geral. Em nome da liberdade de imprensa, o que se vê atualmente é atentado ao pudor e desrespeito às nossas crianças, ainda impossibilitadas de distinguir o bem do mal.
É então que, lembrando o excelente artigo de Marta Antunes, publicado na revista Reformador, da Federação Espírita Brasileira, neste mês, ratifico sua opinião de que, para haver liberdade real, há que se respeitar a igualdade e a fraternidade, lema da Revolução Francesa, em 1789: “Liberté, égalité, fraternité”. Só é livre quem não age desigualmente com seu irmão, pois todos somos filhos de Deus, como afirmou o Cristo.
Aos ateus, como aos crentes de todas as denominações religiosas ou filosóficas, cabe muito bem a frase do filósofo Herbert Spencer citada por nossa irmã Marta Antunes: “A liberdade de cada um termina onde começa a liberdade do outro”. Antunes lembra ainda o conteúdo das questões números 826 e 833, em O livro dos espíritos, de Allan Kardec. Ali somos informados de que a liberdade absoluta somente é a do eremita no deserto, bem como a que se localiza exclusivamente em nossos pensamentos.
É lamentável que pessoas doutas e de respeitável conhecimento espírita e irmãos de outras crenças, com base em conceitos acadêmicos puramente materialistas, defendam o direito “inalienável” de expressão artística, com base em falsas premissas, relacionadas à liberdade de manifestação do pensamento. Pornografia, em nosso entendimento, em especial quando expõe nossas crianças a atitudes pedófilas e ofendem as crenças alheias, não é arte, mas, sim, crime grave contra todos os princípios morais que sustentam as famílias e as sociedades humanas.
A história registra que, quando os costumes se afrouxam e as sociedades se degradam, os povos não sobrevivem. O mundo possui, atualmente, cerca de 7,5 bilhões de pessoas, e já há quem diga que muitos governos incentivam a degradação moral atual com a intenção egoísta e cruel de redução de gastos com o aumento populacional. Assim se explica a nefasta teoria de identidades de gênero que serve de pretexto para o incentivo aos desvios de conduta moral da atualidade.
Isso não significa que não respeitamos as opções sexuais de alguém, que é problema afeito ao livre-arbítrio pessoal. A situação atual, porém, chegou a tal nível que até o presidente russo, país de governo materialista, manifestou, publicamente, sua repulsa ao processo de degradação moral ensinado em obras didáticas adotadas nas escolas de diversos países.
E nós fazemos coro ao seu protesto, apelando a todos os cidadãos de bem do Brasil para coibirem tais aberrações, expostas especialmente às nossas crianças. Não estamos sós em nossa crítica. Graças a Deus, conosco há a indignação de diversos profissionais, em especial, dos meios de comunicação deste país de dimensão continental.
Não matriculem seus filhos em escolas que estimulem teorias de mentes doentias, em nome da identidade de gênero, que tem sido provada pelos cientistas éticos atuais ser uma falácia de uma minoria enferma do corpo e da alma.
Desliguem a televisão, especialmente a de redes que apoiem a pornografia e a pedofilia. Tais programas são verdadeiro atentado à evolução moral do ser humano, cuja extinção, se não ocorrer por meio de uma guerra nuclear ou por outras catástrofes anunciadas, acontecerá quando já não houver família que possa reproduzir-se e subsistir, como secretamente desejam governantes materialistas inescrupulosos.  
As pandemias são outra forma de extinção humana, e elas ocorrem principalmente nas sociedades cujos valores morais “apodreceram”. Por isso, dizem os espíritos citados pela Marta: “O bem é sempre o bem, e o mal é sempre o mal”.
Com a Natureza não se brinca, dolosamente, sem que as consequências se manifestem dolorosamente.
Seremos livres quando respeitarmos a regra áurea proposta por Jesus Cristo: “Fazei a outrem apenas aquilo que desejais que outrem vos faça”. Daí resulta que a liberdade verdadeira é indissociável da fraternidade e da igualdade. Não podemos, pois, submeter nossas crianças às imposições de falsas teorias de uma minoria ateia inescrupulosa.

Atentado ao pudor, iniciativas que ataquem a fé alheia e, principalmente, pedofilia, a nosso ver, não é arte e, sim, crime de lesa-humanidade. 






sábado, 7 de outubro de 2017



Em dia com o Machado 284 (JÓ)

 Amigo leitor, neste dia 6 de outubro de 2017, foi feita homenagem aos 90 anos de Divaldo Pereira Franco, completados no último dia 5 de maio. O evento foi realizado no Auditório Ulisses Guimarães da Câmara dos Deputados, e, posteriormente, na sede da Federação Espírita Brasileira (FEB). Na Câmara, a Deputada Dorinha, após enaltecer o elevado trabalho do tribuno e médium baiano, passou-lhe a palavra para ele proferir sua alocução, que concluiu declamando o Poema da Gratidão, do espírito Amélia Rodrigues. 
Um pouco mais tarde, Divaldo também foi homenageado na sede da FEB. Sobre o agraciado, o muito que falemos ainda é pouco, tendo em vista a admiração que o Brasil espírita lhe tem e o reconhecimento de seu belo trabalho, de repercussão internacional.    
Nessa data, também comemoramos, antecipadamente, o aniversário de José Raul Teixeira, meu irmão e amigo, a quem dedico as próximas linhas. Ele, que aniversaria no dia 7 de outubro, esteve presente à homenagem ao tribuno espírita Divaldo Pereira Franco e pudemos reencontrar-nos e estreitar os laços fraternos.

Raul, Edna, Jó e Lourdes
Conheci-o em Salvador, Bahia, quando ali residi, na década de setenta, e morava sozinho num quarto de... quartel, o 19º Batalhão de Caçadores. Por força do serviço militar, eu fora transferido, do Rio de Janeiro, minha terra natal, para a cidade soteropolitana, mas meu salário era tão baixo, que eu nem ao menos podia alugar um hotel barato na capital baiana. Nos finais de semana, frequentava a Juventude Espírita Nina Arueira, núcleo do Centro Espírita Caminho da Redenção, e, por vezes, assistia a reuniões públicas nessa casa, quando tinha a oportunidade de ouvir palestras de Divaldo Franco, de Nilson Pereira ou de algum convidado destes.
Num desses dias de reunião pública, lá estava o nosso irmão Raul, que fora convidado por Divaldo para fazer a exposição daquela noite (as palestras eram às 20h, toda a quarta-feira). O salão estava lotado, e o jovem palestrante foi brilhante. Ao final de sua exposição, cumprimentei-o, trocamos endereços e, a partir desse dia, passamos a nos corresponder por carta, que era o meio de comunicação mais eficaz, depois do telefone, naquele tempo. 
 Raul sempre me encorajava, em nossas correspondências, a prosseguir nos estudos e prática das boas ações, e eu sempre a reclamar do isolamento em que vivia, de doença crônica dos ouvidos etc. etc. etc. Haja coração e paciência para aguentar um amigo chorão desses, não é mesmo, meu irmão?
Entretanto, ali estavam dois jovens com o ideal superior de servir a Jesus, na divulgação e prática espírita. Um deles, pouco mais velho, o Raul, já com uma bagagem intelectual primorosa. O outro, Jó, ainda nem concluíra o ensino médio, mas já sonhava dedicar sua vida ao Espiritismo cristão...
No domingo seguinte àquela reunião, soube que o irmão Raul faria nova palestra na Federação Espírita do Estado da Bahia e, sem perda de tempo, fui assistir a sua iluminada palestra, munido de pequeno gravador com fita cassete. O tempo total de gravação era de uma hora, mas quase fiquei sem ouvir o final de sua brilhante palestra sobre as três alternativas da humanidade: a do materialismo, a do panteísmo e a do espiritualismo, pois o lado b da fita já estava quase cheio...
No final de sua exposição, o nobre Raul declamou um longo e belíssimo poema, psicografado por Chico Xavier e de autoria espiritual de José Silvério Horta, intitulado: 
                                                 
                                                    Prece

Louvado sejas, Senhor,
Na glória do Lar Celeste,
Pelos bens que nos trouxeste 
No Evangelho redentor.
Na tarefa renovada
Que o teu olhar nos consente, 
De espírito reverente, 
Clamamos por teu amor.

Pobres cegos que fugimos
Da luz a que nos elevas, 
Nossa oração rompe as trevas, 
Escuta-nos, Mestre, e vem...
Retifica-nos o passo 
Para a estrada corrigida, 
Sustentando-nos a vida 
Na força do Eterno Bem.

Dá-nos, Jesus, tua bênção, 
Que nos consola e levanta... 
Que a tua doutrina santa 
Vibre pura e viva em nós!
Faze, Senhor, que nós todos,
Na caminhada incessante,  
Cada dia, cada instante, 
Posamos ouvir-te a voz.

Ampara-nos a esperança,
Socorre-nos a pobreza, 
Liberta nossa alma presa 
Do erro e da imperfeição!... 
Mestre excelso da verdade,
Hoje e sempre, em toda parte, 
Ensina-nos a guardar-te, 
No templo do coração.

Você que conhece o José Raul Teixeira, que ouviu ao menos algumas de suas palestras inspiradas, imagine, leitor, a emoção causada a todo o público e, em especial a nós, pela conclusão da exposição do nosso irmão com esse poema em forma de prece. Pois o Raul declamou-o de cor, com bela entonação e sem qualquer titubeio, após quase uma hora de palestra... 
Durante mais de vinte anos, guardei comigo a fita, como incentivo ao meu pequenino esforço em aprender para melhor servir essa doutrina maravilhosa, que é o  Espiritismo. Um dia, num dos reencontros com o Raul, em Brasília, presenteei-o com a gravação de sua inesquecível palestra. Ele a recebeu com carinho e, bondoso como sempre, guardou a lembrança.
Parabéns, Raul, o abraço que lhe demos hoje eu, minha esposa e amigos, mais do que lhe transmitir boas vibrações, as quais não possuo, beneficiou-nos com suas energias de servidor de Jesus. Que possamos seguir seu exemplo de vida, totalmente dedicada à divulgação e exemplificação dos ensinamentos espíritas cristãos. 

domingo, 1 de outubro de 2017



EM DIA COM O MACHADO 283 (jó)

Meu caro leitor, uma das maiores alegrias que nos foi concedida, nesta vida, foi ter a oportunidade de fazer uma exposição espírita na Federação Espírita Brasileira (FEB). Nos últimos anos, já tivemos a felicidade de falar ali diversas vezes.
Muitos espíritas, Brasil afora, “morrem de inveja” de nós... Pois não é que, no último domingo, pudemos falar ao público da FEB, em Brasília, sobre o amor aos nossos inimigos e, ainda, prestar nossa homenagem a um grande espírita?
Um dos assistentes de nossas modestas considerações abraçou-nos, ao final da reunião pública, e, após dizer-nos que dirigia modesto centro, no interior paulista, informou-nos que ficou encantado sobre o que dissemos sobre o homenageado do dia: José Martins Peralva Sobrinho, mais conhecido como Martins Peralva, desencarnado, aos 89 anos, em 3 de setembro de 2007.
Peralva foi balconista de padaria, office-boy, escriturário, bancário, jornalista, escritor etc.
Teve três filhos, com a esposa muito amada, dona Jupira Silveira, que o antecedeu quatro anos, no retorno à Pátria Maior: Ieda, Basílio e Alcione, além de cinco netos e quatro bisnetos.
Deixamos de enumerar várias ocupações de Martins Peralva, para nos ater às principais. Como espírita cristão, que sempre foi, atuou na direção de diversas instituições espíritas, desde quando residiu em Sergipe, até sua residência definitiva em Belo Horizonte, Minas Gerais.
Na terra do Chico Xavier, desde 1949, prestou inestimável trabalho, não somente na tribuna e em instituições espíritas, como também na condição de escritor de obras doutrinário-espíritas.
Legou-nos as excelentes obras: 1 Editadas pela FEB: Estudando a mediunidade; Estudando o evangelho; O pensamento de Emmanuel; e Mediunidade e evolução; 2 Editada pela União Espírita Mineira (UEM): Mensageiros do bem; 3 Editada post mortem pela editora Vinha de Luz: Evangelho, puro evangelho: na direção do infinito, obra organizada por seu filho Basílio Peralva, com base na seleção de artigos paternos publicados em diversos periódicos.
Muito mais poderíamos falar sobre Martins Peralva, mas a frase de Chico Xavier, que também serve de título à nossa homenagem, do acróstico abaixo, resume, numa linha, a elevação espiritual de Peralva em sua última encarnação:
“Se há um homem bom na Terra, esse homem é Martins Peralva”.

Martins Peralva foi um homem bom!
Amada e admirada, alma querida,
Rica de sentimento e boa ação,
Trabalho e oração era sua vida.
Iniciou na infância sua missão,
Nunca desamparado em sua liça,
Sempre, no seu labor de homem bom.

Pregava em toda a parte, sem preguiça...
Escritor de estilística suave,
Reencarnado, no serviço ao Cristo,
Alçou-se aos Céus como impoluta ave.
Livros sublimes escreveu Martins,
Visando ao ensino de Kardec a Chico;
Assim Peralva sublimou seus fins.


  Salve, 18 de abril, Dia Nacional do Espiritismo (Irmão Jó) Foi no dia 18 de abril que Kardec, Na Cidade de Luz, em manhã memorável, Lança ...