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segunda-feira, 25 de dezembro de 2017



Em dia com o Machado 297 (jÓ)

Então, é Natal! e, sendo assim, tentaremos reproduzir as palavras de um excelente poeta, Bráulio Bessa, em cujo quadro, intitulado Poesia com Rapadura, tem declamado poemas de elevado teor moral. Sua apresentação é transmitida, semanalmente, no programa Encontro com Fátima Bernardes, da rede Globo de televisão.
Como o poema foi declamado ao vivo, fizemos pequenos ajustes, ligados à sua métrica, sem alteração do conteúdo, para os quais pedimos licença ao Bráulio. O poeta começa lembrando-nos que vimos a este mundo sem nada e dele vamos embora sem nada levar. E continua...

Que você, neste Natal,
Entenda o real sentido
Da data em que veio ao mundo
Um homem bom, destemido;
E que o dono desta festa
Não pode ser esquecido.

Vindo, lá do Polo Norte,
Num trenó cheio de luz,
Papai Noel é lembrado
Muito mais do que Jesus.

[...]

Sei que dar presente é bom,
Mas bom mesmo é ser presente.
Ser amigo, ser parceiro,
Ser o abraço mais quente,
Permitir que nossos olhos
Não enxerguem só a gente.

Que você, neste momento,
Faça uma reflexão
Independente de crença,
De fé e religião.

Pratique o bem sem parar,
Pois não adianta orar
Se não existir ação.

Alimente um faminto,
Ferido em meio da rua,
Agasalhe um indigente
Coberto só pela Lua.

Sua parte é ajudar
E o mundo pode mudar
Cada um fazendo a sua...

Abrace um desconhecido,
Perdoe quem lhe feriu,
Se esforce pra reerguer
Um amigo que caiu
E tente dar esperança
Para alguém que desistiu...

Convença quem está triste
Para somente sorrir.
Aconselhe quem parou,
Que inda há tempo pra seguir,
E para aquele que errou
Dá tempo de corrigir.

Faça o bem por qualquer um
Sem perguntar o porquê.
Parece fora de moda
Para a pessoa, clichê,
Mas quando se ajuda alguém
O ajudado é você.

Que você possa ser bom
Começando de janeiro
E que este sentimento
Seja firme e verdadeiro.

Que a gente viva o Natal
Todo ano, o ano inteiro.

Desse modo, amigo leitor, nada mais temos a acrescentar, a não ser lhe dizer que refletiremos, ainda mais do que temos feito, no conteúdo dessa mensagem, para que, desde agora, e no próximo ano, sejamos um pouco melhor do que fomos no ano atual.

Feliz Natal! 

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017



Em dia com o Machado 296 (JÓ)

            No meu tempo, eu fazia livremente da crítica política, econômica, filosófica e religiosa um terreno fértil para minhas obras literárias. Nessa época, éramos regidos pela monarquia, até 15 de novembro de 1889, quando ocorreu o primeiro golpe político no país, que instaurou a malfadada República. Golpe militar, que foi apoiado pela burguesia da época, inconformada com a abolição da escravidão no último país da América a extinguir o cativeiro oficialmente. Anos antes, já prevendo a catástrofe brasileira, eu dissera que pedia aos deuses que não permitissem a instauração de uma República no Brasil, pois esse seria “o dia da mais insolente aristocracia que o Sol jamais alumiou”.
            Dom Pedro II era conhecido mundialmente por seu amor às artes, à literatura e por seu espírito de tolerância à manifestação do pensamento e à proteção dos escravos. A ideia que ele defendia, junto com o barão de Mauá, era a de libertar e indenizar todos os ex-escravos. Na casa imperial, somente trabalhavam pessoas assalariadas. Ali não se admitia serviço escravo, e, nos saraus promovidos pela família imperial, era comum a presença de negros, como, por exemplo, a do renomado engenheiro André Rebouças.  
            D. Pedro II, desde 1848, tentara, no parlamento carioca, a abolição da escravatura, o que o indispôs com os poderosos cafeicultores e demais fazendeiros locais durante quatro décadas.  Os próprios filhos da princesa Isabel publicavam, em Petrópolis, um jornal abolicionista, mas os escravocratas poderosos não admitiam ficar sem sua servil mão de obra e combinaram com os burgueses e militares da época o “golpe republicano”.
            Eu dizia, no início, que nada do que escrevi foi censurado pela monarquia no século XIX. Também na atualidade, a liberdade de imprensa e de manifestação de pensamento é algo louvável. Tão digno de louvor, que hoje um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) acusou seus pares de terem cometido um erro grave ao dar crédito à delação de Joesley Batista contra o presidente da República.
            Que absurdo! - dizia Sua Exª -, Joesley acusou sem provas... Joesley, empresário riquíssimo, usou um gravador de terceira categoria para gravar as inocentes palavras do presidente, que lhe solicitava pagamento de propinas. Fez o pedido ao empresário, na residência oficial da presidência, sem saber que estava sendo gravado. Isso lá é prova?!
            Aliás, acho isso uma temeridade... gravar a fala do dignitário maior da nação. Estúpido!
            É verdade! não há provas, disse outro ministro... a não ser a da filmagem de um ex-deputado, office boy do presidente, o qual, ao ser preso pela polícia federal, transportava uma mala com R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) para pagamento de propina ao chefe do executivo federal. Que atrevimento! querer processar um presidente da República por causa de meio milhão de reais. Migalha...
            Dias depois, diversos empresários e um doleiro acusam nosso dignitário maior como chefe do bando corrupto que avassala a Nação. Absurdos! absurdos! ab... surdos! Tais energúmenos só podem estar querendo ser presos. Salafrários!
            Bem fez o presidente, quando nomeou para seu ministro-chefe da secretaria de governo um grande parlamentar, isento de toda e qualquer denúncia, a não ser a de improbidade administrativa, na administração pública, em seu estado, acrescida da fama de ser pelego dos detentores de alguns dos mais altos cargos administrativos do Executivo e do Legislativo: o ex-presidente da Câmara dos Deputados, e ex-governador de MS, ora presos, e o Excelentíssimo Senhor Presidente da República Michel Temer.
            Agora, o Ministro-Chefe da Secretaria de Governo acusa o ex-procurador-geral da República de mentiroso, por ter incriminado muitos parlamentares e o próprio chefe do Executivo. Bobagem, pura bobagem. Criminosos por quê? Teriam os nobres parlamentares e o presidente matado alguém? Não, não e não!
            Pensando bem, creio que me enganei a respeito da República. Afinal de contas, como diz um ex-presidente, réu em diversos processos, prender um governador por estar roubando dinheiro público é um crime. Provavelmente, culto como é, ele sabe que “res” significa coisa e pública, por se referir a povo, só pode ser de quem foi eleito pelo povo.
            Pena que a Justiça não entenda assim... Mas seus membros não foram eleitos democraticamente...
            Por outro lado, a imprensa brasileira só prega mentiras, a não ser quando apoia o ex-presidente. Mente, portanto, na acusação da doação de seu recebimento de um triplex, em virtude do cargo.  Calunia-o quando o acusa de ter ganho um sítio. Nada provam as delações de lhe terem sido doados milhões, cujos valores constam de suas contas bancárias.
            Pura herança. E ninguém pode ser acusado do recebimento de uma herança.
            E os grampos telefônicos comprometedores? Herança da ditadura militar...

            Que os deuses (creo aun en los dioses) me perdoem ter duvidado da República.

sábado, 16 de dezembro de 2017



Em dia com o Machado 295 (jÓ)

            — Amigo Machado, que dizem os espíritos celestes em relação à Bíblia?
            — Ah, meu caro Jó, esse é um tema da mais alta transcendência. Embora o Antigo Testamento (AT) seja considerado a palavra de Deus ao povo hebreu e, por extensão, a toda a humanidade, o Senhor jamais se comunica diretamente com os seres humanos. Isso, entretanto, não tira a importância dessa obra, desde que observado seu aspecto de legislação temporal.
            Deus é Espírito, já dissera Jesus à samaritana. E, como Inteligência Suprema que nos criou simples e ignorantes, mas fadados à perfeição, ao longo dos milênios, à medida que algum de nós atinge elevada condição espiritual e se identifica com Ele, tal entidade recebe sua incumbência de representá-lo em cada um dos inumeráveis orbes do Universo. São os chamados profetas, messias ou cristos, como é o caso de Jesus.
            Na Terra, dentre muitos profetas que nos trouxeram revelações transcendentes, temos, na Índia, Sidarta Gautama, o Buda; na China, Confúcio e Lao-Tsé; na Pérsia, Zoroastro; na Grécia, Sócrates e Platão... Entretanto, num período bastante obscuro, há cerca de 1.600 anos a.C., Moisés recebeu mediunicamente os X Mandamentos, cuja síntese maravilhosa foi proposta pelo fundador, governador e protetor desde planeta azul: Jesus Cristo, a serviço de quem estão todos os chamados profetas.
            — Então, a Bíblia não é o único livro sagrado, Machado?
            — Não, Jó, pois embora esses profetas, em sua época, tenham trazido ao mundo mensagens de cunho elevado, todos eles foram intérpretes humanos que, ao lado de grandes verdades, impuseram suas ideias pessoais. Daí terem surgido as leis genéricas que contradizem a Lei única de Deus: a Lei do Amor. Esta, ninguém, como o Cristo, pregou e exemplificou de modo mais perfeito.
            Estas palavras de Jesus confirmam sua identificação apenas com a Lei de Deus: “Não vim modificar a Lei e os profetas” (Mateus, 5: 17); mas também disse: “Ouvistes o que foi dito: olho por olho, dente por dente. Eu, porém, vos digo: não resistais ao mal; mas, se alguém vos bater na face direita, oferecei-lhe também a outra” (id., 5: 38- 39).
            Mesmo nessas últimas palavras, devemos entender o sentido simbólico. Caso contrário, seríamos massacrados pelas criaturas ainda embrutecidas da Terra. E o esclarecimento do sentido do oferecimento da outra face, proposto por Ele, nós tivemos na passagem evangélica em que um dos criados do sumo sacerdote o esbofeteia e, ruborizado de vergonha, ouve do Cristo esta repreensão: “Se falei mal, testemunha sobre o mal; mas, se falei bem, por que me bates?” (João, 18: 23).
            O Antigo Testamento é o clamor humano aos céus; e o Novo Testamento é a resposta de Deus, por seu Filho e nosso irmão maior: Nosso Senhor Jesus Cristo! No primeiro caso, a lei estava enfocada na justiça; no segundo, no amor. E, sendo Deus Amor, não são d’Ele decisões e palavras como estas:
Então, arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a Terra, e pesou-lhe em seu coração. E disse Deus: Destruirei, de sobre a face da Terra, o homem que criei e, com ele, o animal, até o réptil e até a ave do céu; porque me arrependo de os haver feito (Gênesis, 6: 6- 7).

            Falando sobre a perfeição de Deus, nosso Pai, esclarece Jesus que Aquele “[...] faz que o seu Sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos” (Mateus, 5: 45 e 48). Por fim, recomenda: “Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos céus” (id.). Desse modo, mais uma vez, deduzimos que somos filhos da Perfeição Suprema, e jamais nosso Pai se arrependeria de nos ter criado.
            Em suma, Jó, precisamos ler o AT, assim como outras obras sagradas, atentos ao que no AT Jesus preservou como Lei intemporal: o amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. É nisso que estão toda a Lei e os profetas.

            Quanto ao exame dos textos sagrados, atentemos para o que diz Paulo em I Tessalonicenses, 5: 21: “Examinai tudo, retende o bem”. Mas é em O Evangelho segundo o Espiritismo que você encontrará a essência da Mensagem Divina: o ensino moral, única parte incontroversa da Boa-Nova em todas as épocas da humanidade, por representar a palavra do único ser identificado plenamente com Deus: Jesus Cristo. 

sábado, 9 de dezembro de 2017




Em dia com o Machado 294 ()

— Amigo Joteli, parabenizo-o pela sua seleção de doze crônicas minhas nas quais abordo o Espiritismo. Aprovo ipsis litteris sua crítica ao texto dessas crônicas em sua tese aprovada pelo egrégio Departamento de Pós-Graduação em Literatura da UnB no ano passado.
— É, Machado, já se vai um ano do término de minha aventura maravilhosa ali. Comecei pela especialização, em seguida, cursei o mestrado e, finalmente, o doutorado. Não digo isso por vaidade, nem para me exaltar orgulhosamente, mas para incentivar quem deseja conquistar um ideal a perseverar nesse propósito. Em todos esses cursos, você esteve presente. Obrigado, Bruxo!
— Relate-me como se deu sua saga pelo conhecimento literário, Jó.
— Comecei minha luta por esse objetivo ainda jovem. Não fui aluno de graduação da UnB; mas, com perseverança, após cerca de quinze anos de estudos, somente ali, sempre com muita humildade, cheguei ao que queria, graças a Deus. Antes de ingressar na literatura, cursei todas as matérias do curso de linguística aplicada da UnB. Fui aprovado, mas não selecionado para o mestrado desse curso. Então, percebi que minha realização estaria na literatura, em especial na divulgação do riquíssimo material literário espírita, ainda tão pouco conhecido nos meios acadêmicos.
— Desconhecido e discriminado, Joteli; quando somos jovens, e mesmo na idade madura, nem sempre respeitamos a opinião alheia na defesa de nossos pontos de vista. Principalmente, se caímos no erro de apenas analisar um dos lados da questão. Desse modo, o parecer de Eugênio Gomes sobre meu uso da Bíblia, para fins literários, exclusivamente, pode ser acrescido também do Espiritismo. 
Entretanto, quando se analisam todas as crônicas de minha abordagem à nova doutrina, percebe-se a passagem de uma crítica acerba, e mesmo extremada, a outra, mais tolerante e até com o reconhecimento de que “o Espiritismo se ocupa de altos problemas” (A semana, 29 dez. 1895).
Em texto anterior, defendo a liberdade religiosa, principalmente após a extinção da religião do Estado.

Desde que a porta fica assim aberta a todos, em que me hei de fundar para meter na cadeia o Espiritismo? Responder-me-ás que é uma burla; mas onde está o critério para distinguir entre o Evangelho lido pelo presidente Abalo, e o do meu vigário é mais velho, mas uma religião não é obrigada a ter cabelos brancos. Há religiões moças e robustas. Curar com água? Mas o já citado padre Kneipp não faz outra cousa, e o Código, se ele cá vier, deixá-lo-á curar em paz (A semana, 27 out. 1895).

E, então, ainda confundia fenômenos, por ela estudados, com a doutrina... A grande certeza proporcionada pelo Espiritismo é a de que nosso retorno à vida física tem sempre o objetivo de “expiação, melhoramento progressivo da humanidade” (questão 167 d’O Livro dos Espíritos – LE). Isso explica haver no mundo tanta desigualdade social.
— Realmente, amigo Bruxo, se a existência fosse única, inúmeros problemas decorrentes da sorte de pobres e ricos, sãos e aleijados, ignorantes e sábios, bons e maus, enfim, jamais encontrariam solução.
— Depois, a reencarnação não é para sempre, não é mesmo, Joteli?

— Exatamente, Machado, na questão 168 do LE, lemos que “[...] Desde que se ache limpo de todas as impurezas, não tem mais [o espírito] necessidade das provas da vida material”. Na questão 170 dessa obra, somos esclarecidos de que, após sua última encarnação, o espírito se torna “[...] bem-aventurado; puro espírito”. É nisso que está o sentido da vida, ainda tão incompreendido e questionado por muitas pessoas.

sábado, 2 de dezembro de 2017




Em dia com o Machado 293 ()

                                                                              Sede perfeitos... – Jesus (Mateus, 5:48)


O ser humano, neste tempo materialista, queda-se perplexo com as notícias do rádio, da televisão, da Internet, do Instagram, do WhatsApp... e, pasme, leitor amigo, até do jornal e da revista, assustado com o vazio deixado por uma alma que se perde. Neste mundo de sete bilhões de hóspedes temporários, questiona-se sobre a finalidade da vida, e muitos concluem que não vale a pena viver.
É o que os meios de comunicação supracitados trazem à tona. Ainda ontem, um militar acusado de praticar crimes de guerra, ao ouvir a sentença do juiz, condenando-o à morte, abriu pequeno frasco com veneno e sorveu-o todo. Paradoxalmente, fez isso sob os protestos do magistrado. Morreu no hospital, sob os cuidados da justiça...
Viver sem ter companhia parece ser insuportável... No entanto, várias criaturas vivem solitárias, cercadas de outras solidões, todas com seus celulares ligados a notícias instantâneas de tudo que acontece no mundo. 
Atualmente, nas relações amorosas, sem mais mesuras, sem mais afagos de mãos, já se parte para “os finalmentes”, sucedidos do vazio no peito e na alma. O apelo ao erotismo está por toda parte, sem poupar os próprios infantes. Até o desespero invadir os corações sensíveis e o vazio da alma sugerir-lhes pôr fim ao corpo físico, por efeito das doenças materiais ou espirituais.
Durante nossa última pós-graduação na UnB, soubemos de casos de colegas que optaram pelo suicídio, ante o desafio psicológico de realizarem diversos estudos, pesquisas e participações em congressos, assoberbados por outros problemas, como doenças.
Também muitas pessoas matam-se, aos poucos, consumindo drogas e exaurindo-se em paixões animalizadas. 
Quando se tenta esclarecê-las sobre as consequências de seus atos, após esta vida efêmera, negam-se a acreditar na existência post mortem
Inúmeras criaturas exaurem-se nos vícios e paixões doentias. Até que, enfastiadas de tudo, resolvam também matar-se, vítimas de si mesmas, depois de terem feito outras vítimas. 
Pura ilusão, pois o fim é apenas do corpo físico. Infelizmente, talvez, cerca de noventa por cento da humanidade ignore a existência do corpo espiritual, que Kardec denomina perispírito. E o que fazemos do nosso organismo físico afeta nosso órgão espiritual inevitavelmente. 
Não é Deus, porém, que nos castiga.  Deus é Amor. Por amor e para o amor fomos criados. Somos nós próprios que, pelo mau uso do livre-arbítrio, sofremos as consequências físicas ou morais de nossos atos.
Nesta semana, fomos informados sobre o suicídio de duas jovens estudantes de medicina, com intervalo de poucos dias entre uma e outra morte. Imaginemos que ambas tenham optado por atirar-se de local alto contra o asfalto. Dependendo de como cada uma cair, seu perispírito sofrerá as consequências da lesão ao corpo físico. E o desespero do revel à Lei da Vida, ao se perceber vivo, mutilado e sofrido, é narrado de forma dramática pelos espíritos em várias obras mediúnicas.  
A misericórdia de Deus está sempre pronta a socorrer cada um de nós, segundo as circunstâncias atenuantes e agravantes de nossos atos. Mas, consoante relatos dos diversos espíritos suicidas, nada se compara aos seus horrores e desesperos, por pior que tenha sido sua vida antes do supremo ato de rebeldia e falta de fé na Providência Divina.
A médium Yvonne Pereira psicografou a narração do espírito Camilo Castelo Branco, grande romancista português, sobre os horrores sofridos por ele após seu suicídio. 
Muitos outros relatos existem em diversas obras espíritas, mas sugiro ao leitor interessado no assunto a leitura da extraordinária obra psicografada por Yvonne, cujo título é Memórias de um Suicida, publicada pela Federação Espírita Brasileira.
Esta é a grande missão do Espiritismo: comprovar-nos, pelo relato dos chamados mortos, que a morte é pura mudança de estado vibratório do espírito. E Jesus já nos alertava sobre a excelência do amor como antídoto de todo o mal; mas amor derivado das atitudes morais elevadas. 
Caso alguém não acredite na sobrevivência da alma após a morte e imagine que a morte do corpo implica o mergulho no nada, como encontrar forças para superar os apelos materialistas? Como encontrar um sentido para a vida? 
Estudando o Espiritismo e praticando os ensinos morais dos espíritos elevados, que relembram as palavras de Jesus Cristo, substituída a letra que mata pelo espírito que vivifica, acharemos o propósito maior de nossas vidas: amar e servir, pois amando e servindo estaremos realizando a finalidade de nosso eterno existir: a perfeição espiritual.

  Quando o texto é escorreito (Irmão Jó)   Atento à escrita correta É o olho do revisor, Mas pôr tudo em linha certa É com o diagramador.   ...