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quarta-feira, 3 de janeiro de 2018



Em dia com o Machado 298 (Jó)

Amigo Jó, estive refletindo na entrevista dada por famoso político em nosso tempo. Indagado sobre suas crenças antes de tornar-se espírita, ele respondeu o seguinte: “— Nasci e criei-me, até os dezoito anos, no seio de uma família tradicionalmente católica [...].”
Em seguida, diz que, indo do Ceará para o Rio de Janeiro, objetivando morar e estudar, na escola carioca, entrou em conflito com a fé católica. Os argumentos de seus colegas ateus, aos quais tentara converter, pareciam-lhe superiores à fé sem raciocínio até então desposada.
Sua rebeldia contra a antiga crença tornar-se-ia maior ao enviuvar, após quatro anos de casado com esposa católica, a quem muito amava. Ele teria, então, de criar sozinho seus dois filhinhos, um de três e outro de um ano de idade.
Como já clinicava, nessa época, recebeu, certo dia, um exemplar da Bíblia, como presente de um colega. Resolveu ler toda a obra e sentiu-se consolado com o que leu, mas ainda tinha necessidade de uma fé “firmada na razão e na consciência”.
Passado mais algum tempo, outro colega presenteou-o com O Livro dos Espíritos. Ao terminar o trabalho no consultório, seu deslocamento de bonde do centro da cidade para sua casa, na Tijuca, costumava demorar uma hora. Então, contra todos os preconceitos que o Espiritismo desfrutava em sua época, resolveu ler o livro. E... eureca! Parecia-lhe que nada do que lera lhe era desconhecido e que “era espírita inconsciente”.
Entretanto, o que o convenceria definitivamente sobre as “verdades do Espiritismo” seriam as curas mediúnicas extraordinárias obtidas, mais tarde, e os resultados positivos de todas as suas pesquisas sobre o assunto. Havia, no Rio, um médium receitista homeopata chamado João Gonçalves do Nascimento, a quem nosso amigo recorrera, “em desespero de causa”. Entretanto, como ainda tinha suas dúvidas sobre as curas provenientes da mediunidade, combinou com colega, tanto quanto ele desconhecido do médium, para consultar este.
A descrição da doença do político, pelo espírito, foi tão precisa quanto os efeitos do remédio sobre seu organismo, que nenhum médico anterior conseguira curar ao longo de cinco anos de tratamento. Já com a receita espiritual, após um ano de medicação, ficou curado.
Depois desse acontecimento, quem fora diagnosticada com tuberculose, por “importantes médicos”, foi a segunda esposa do político doutor. Novamente, este tomou as devidas cautelas, para não ser reconhecido, e voltou a consultar o médium Nascimento. A resposta do espírito, pelo médium, foi surpreendente. Após dizer que os médicos estavam enganados ao diagnosticarem tuberculose, sem que ninguém lhe houvesse dito nada a respeito, esclareceu o seguinte: “[...] Esta doente não tem tubérculo algum. Seu sofrimento é puramente uterino e, se for convenientemente tratada, será curada”.
Feito o tratamento “espírita”, em poucos meses, os sintomas de febre, suor e todos os sinais parecidos aos da tuberculose cessaram, e a doente ficou curada. Conclui nosso político:

Como resistir à evidência dos fatos?
Depois deles, comecei as investigações experimentais sobre os vários pontos de doutrina e posso afirmar, daqui, que tenho verificado quanto é permitido ao homem alcançar, em certeza, a perfeita exatidão de todos os princípios fundamentais do Espiritismo.

E conclui o notável político, que viria a ser conhecido como “médico dos pobres”, após abandonar a política e dedicar-se inteiramente à Doutrina Espírita e à ajuda humanitária a todos os enfermos do corpo e da alma: “O Espiritismo é para mim uma ciência, cujos postulados são demonstrados tão perfeitamente como se demonstra o peso de um corpo” (Bezerra de Menezes).
(Quer saber mais? Leia a obra Bezerra, ontem e hoje. 4. ed. Brasília: FEB, 2013.)

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