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terça-feira, 30 de outubro de 2018




Em dia com o Machado 339 (jó]
Endireitai os caminhos...
jojorgeleite@gmail.com

Eu estava refletindo nas palavras de João Batista: “Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías.” (João, 1:23), quando vi aproximarem-se meus amigos. O encontro foi sob a copa de belíssima mangueira existente no Lar Frederico Fígner, mantido pela Federação Espírita Brasileira em Brasília.
Após os cumprimentos iniciais, a entrevista recomeçou:
— Bondoso Emmanuel, como a Natureza é prodigiosa. Agora mesmo, reencontramo-nos sob a copa imensa desta formosa mangueira e à luz da Lua. Os periquitos, que tanto nos encantam durante o dia, recolheram-se em seu habitat natural e agora dormem, enquanto conversamos.
— É isso mesmo, Machado, mas pelo prodigioso poder telepático, li os pensamentos de Jó sobre as veredas do Senhor, e gostaria de comentá-los.
— Fique à vontade... dissemos nós.
— Então, vamos lá, amigos. Como eu disse alhures, o estímulo do precursor do Senhor perdura até hoje, para que os homens de boa vontade trabalhem pela correção dos caminhos comuns.
Em todas as épocas, há criaturas candidatas à fé, ansiosas pelos benefícios de Jesus. Imploram sua paz, a assistência pessoal divina, mas não têm a paciência de esperar pela resposta ao seu clamor e desanimam...
Onde está Jesus que não lhes atende aos rogos insistentes? Em que mundo distante Ele permanece, inacessível aos seus apelos? Não entendem que, através de mensageiros generosos do seu amor, Cristo está, o tempo todo, junto de seus discípulos sinceros. Não se esforçam no próprio bem. Insistem no encalço do Mestre Divino, sem atentarem na exortação de João Batista: “Endireitai o caminho do Senhor”.
O caminho do Senhor, todavia, é bênção aos que se esforçam em primeiro retificar a estrada da própria existência. Muitos choram nas veredas do crime, lamentam-se nos resvaladouros do erro sistemático, invocam o Céu sem o desapego às paixões avassaladoras do campo material. Desse modo, é injusto que a alma se dirija ao Messias, que aceitou calado a humilhação e a cruz.
— Nobre Emmanuel, por vezes, tenho refletido em minha dificuldade de corrigir-me. O mal que não quero é o que mais observo em meus pensamentos e atos. O bem por que tanto anseio custa-me grande esforço. Que fazer, nobre conselheiro, para vencer as más tendências arraigadas no meu ser?
— Meu caro Jó, se você quer a presença do Cristo para santificar suas atitudes, endireite os caminhos da sua existência, regenere seus impulsos. Desfaça as suas sombras para sentir a presença do Mestre ao seu lado.
Eu estava envergonhado diante de tão elevados Espíritos. Por isso, curvei-me acabrunhado. Quanto ergui a cabeça, não mais os vi.

Referências

BÍBLIA de Jerusalém. 3. imp. São Paulo: Paulus, 2004.
XAVIER, Francisco Cândido. O Evangelho de Emmanuel: comentários ao evangelho segundo João.  Coordenação de Saulo César Ribeiro da Silva. 1. ed. Brasília: FEB, 2015, p. 33.


A partir deste número, iniciaremos, sem fins comerciais, a tradução livre, em terceira pessoa, de L’Évangile selon le SpiritismeO Evangelho segundo o Espiritismo, 3. ed., revista, corrigida e modificada em Paris, 1866

INTRODUÇÃO

I – Objetivo deste livro

Todo o conteúdo dos Evangelhos pode ser dividido em cinco partes: os atos normais da vida de Cristo, os milagres, as previsões, as palavras que serviram para estabelecer os dogmas da Igreja e o ensino moral. Se as primeiras quatro partes têm sido objeto de controvérsias, a última permaneceu inatacável. Ante esse código divino, a própria incredulidade se inclina. É o terreno onde todos os cultos podem reunir-se, a bandeira sob a qual todos podem abrigar-se, quaisquer que sejam suas crenças, pois jamais constituiu matéria de disputas religiosas, sempre e por toda parte suscitadas pelas questões de dogma. Se o discutissem, as seitas teriam no ensino moral sua própria condenação, visto apegar-se a maioria delas mais ao aspecto místico que à parte moral, que exige de nós a própria reforma.



quarta-feira, 24 de outubro de 2018


EM DEFESA DA DEMOCRACIA

Quem defende uma ideia, em geral, sempre imagina que a outra parte está equivocada. Por vezes, nem lê o que seu crítico escreve. E, quando o faz, já se coloca em guarda, com ideias preconcebidas. Poucos se dão ao trabalho de refletir no que seu opositor ou sua opositora fala ou escreve, por mais claras e lógicas que sejam suas informações, mesmo sendo verdadeiras.
Critica-se muito o Bolsonaro. Dizem que é mau caráter, nazista, inimigo das mulheres, etc. Uma amiga minha, da mais alta estima, jornalista de alto nível, lamentou minha escolha pelo futuro presidente do Brasil (a quem aconselho a não se expor, para não tentarem matá-lo novamente), e disse que ela e toda a sua família votarão no Haddad, cujo plano de governo é mais confiável.
Então, cabe a pergunta: Que plano? O primeiro que ele apresentou e que foi modificado uma vez? O segundo, substituto do primeiro, que foi mudado outra vez? Ou o terceiro, modificado novamente?(Sempre ouvi dizer: um é pouco, dois é bom, mas três! é demais.)
A bandeira era vermelha, agora, uma ou outra é brasileira. E o verdadeiro candidato, Lula, que agora aparece menos em seu programa eleitoral, diz que não entende o ódio ao PT. É de matar... de risos. O povo, que não é bobo, enxerga tudo isso.
Pelo que fui informado, Haddad foi o único candidato à prefeitura de São Paulo que não foi reeleito. Ufana-se de ter sido o melhor ministro da educação que o Brasil já teve; e nossa educação, há muito, está falida, apenas rica em ideologias nefastas do marxismo e seus congêneres.
Talvez por isso, Haddad tenha se aliado a uma comunista, a qual, tal como ele, após passarem anos distantes da religião, agora são vistos orando e indo às igrejas, na maior "cara de pau". Marcam encontros com religiosos e continuam mentindo.
O Haddad diz que o avô era muito religioso, que seus dois filhos foram batizados, mas em momento algum o ouvi informar ter qualquer crença, a não ser a do marxismo e correlatos sistemas ideológicos.
Sua vice já foi filmada se dizendo ateia e criticando o ensino religioso nas escolas.
Criticam Bolsonaro, quando, num arroubo de indignação, defende o coronel Ulstra, acusado de tortura a guerrilheiros que, sem qualquer escrúpulo, não titubeavam em matar os que se lhes opunham.
No entanto, esses críticos não divulgam o vídeo de momentos antes, quando militante da esquerda gritava palavras de ordem em prol de Carlos Lamarca, um comunista sanguinário que seria capaz de matar até a mãe dele, se esta se opusesse a seu plano terrorista de poder.
Quando Haddad viu que as chances de se eleger são mínimas, passou a atacar seu adversário político com um monte de fakes (basta ler no G1 e noutras mídias os desmentidos de suas afirmações). Chegou ao ponto de defender uma acusação, ao vivo, para todo o Brasil, de que o vice do Bolsonaro (aos 16 anos, pasmem-se!) foi um dos torturadores da ditadura militar. Nessa época, o então adolescente era aluno do colégio militar, instituição exemplar e isenta de qualquer envolvimento político.
Ainda que Bolsonaro nada fizesse pelo país, só sua promessa de acabar com a indicação para cargos públicos de políticos, com base na troca de favores, além de extinguir a imensa quantidade de órgãos "cabides de emprego" no país, já seria uma louvável iniciativa.
A indicação de técnicos e não políticos como gestores públicos competentes é outra importantíssima proposta dele. A manutenção da bolsa-família a quem, realmente, necessita dela, até sua independência de auxílios financeiros do governo, pelo acesso a trabalho digno e educação para seus filhos é outra iniciativa que libertará o pobre do assistencialismo.
Há anos, percebemos que os valores morais foram invertidos em nossa sociedade.
Não sou a favor de tortura, nem assassinato ou prisão injusta a quem quer que seja. Acredito mesmo que o candidato Bolsonaro só deseja endurecer as leis, para diminuir a morte de mais de 63 milhões de brasileiros, inclusive policiais, anualmente, coisa jamais ocorrida em nosso país, nesse intensidade, além de não permitir invasões impunes de propriedades, mais de um milhão de assaltos e roubos, a proliferação das armas nas mãos exclusivas de bandidos e policiais, estes, muitas vezes em desvantagem em relação àqueles, que chegam a ter armas capazes de derrubar helicópteros.
Bolsonaro quer evitar o tratamento prioritário das defesas desses espíritos cruéis e revoltados, que consideram mais fácil matar e roubar do que o esforço próprio na conquista do ganha-pão diário.
Quanto à afirmação de Haddad de que somente no governo petista o pobre teve acesso ao ensino universitário, é outra grande mentira. Fiquei órfão de pai, na Penha, RJ, aos 11 anos de idade, quando já me virava para comer um pão. Para isso, até vidros catava, nos lixos, para comprar alimento. Junto comigo, mãe de 40 anos e mais seis irmãos. Nenhum de nós sete precisou de benesses governamentais para cursar uma faculdade, ser cidadão honesto e trabalhador.
Morávamos no "morro das 4 bicas", carregávamos água nos ombros, não tínhamos nem rádio em casa, e a luz foi concedida pela caridade alheia. Mamãe era costureira, bordadeira, mas não dava conta de atender aos poucos pedidos que recebia, pois precisava cuidar de quatro crianças e três adolescentes. A pensão de meu pai, conseguida com o auxílio de almas bondosas, era de um salário mínimo.
Até o fim de sua vida, seus filhos precisaram socorrê-la financeiramente. Nosso barraco era o último da ladeira da Igreja da Penha.
Nossa casinha humilde, construída por mãos caridosas, quando ficamos órfãos, era vizinha ao morro do alemão, de tão trágicos sucessos, nos últimos trinta ou quarenta anos, quando mais lá não estávamos, como muitos dos nossos vizinhos, a maioria cidadãos humildes e trabalhadores.
Na UnB, fiz a especialização, o mestrado e ou doutorado, com muita humildade e esforço próprios, sem
jamais ter recebido qualquer auxílio do governo. Entretanto, soube de pessoas que, talvez até mesmo em melhores condições financeiras que eu, receberam bolsas e outros incentivos estudantis.
Há casos de famílias, aos milhares, que recebem bolsa-família "depois de mortos", "sem-terras" que invadem propriedades, ganham casas e... voltam ao movimento. Até quando isso vai continuar?
Ou seja, onde todos só têm direitos e não obrigações, auxílios financeiros e não deveres, trabalhos dignos, boa escola, tratamento sanitário e médico adequados, a sociedade vai à falência econômica, pois ninguém quer trabalhar para dividir o fruto de seus esforços com os desocupados que nada fazem para progredir. Salvo louváveis exceções, que realmente precisam de auxílio, como o das famílias que nós e um grupo de voluntários auxiliamos, em Santo Antônio do Descoberto, Goiás.
Por isso e pela falta de compaixão da imprensa comprada e omissa no caso do Bolsonaro, quase assassinado e com a saúde definitivamente abalada, apoio-o para a presidência. Esta, para ser bem sucedida requer de cada um de nós, e da sociedade que formamos a participação cidadã responsável, honesta e trabalhadora, para que seu governo não caia nos excessos dos ditadores.
Assim, daremos os primeiros passos para restaurar a decência, a honestidade e a força de trabalho de nossos cidadãos e cidadãs. Passos fundamentais para que nosso país se torne o "coração do mundo e a pátria do evangelho", consoante a profecia do brilhante Espírito Humberto de Campos Veras em obra do mesmo nome, editada pela Federação Espírita Brasileira.
Atualmente, são cerca de 14 milhões de desempregados no país, e as instituições e empresas, religiosas ou não, estão dispensando, e não contratando empregados, para não fecharem suas portas.
Enfim, aos que conseguiram chegar até aqui e ainda discordam de mim, digo que isso não tem importância. Só em Deus a verdade é absoluta.
Finalizando, faço um humilde pedido a todos os meus seis leitores: oremos pelo Brasil! e, no domingo, votemos 17 sem medo! A felicidade quem faz somos nós, a começar de uma consciência comprometida com o bem e a verdade.

segunda-feira, 22 de outubro de 2018




Em dia com o Machado 338 /]
Senhor angélico da Terra
jojorgeleite@gmail.com

Os Espíritos do Senhor, que são as virtudes dos Céus, como enorme exército que se movimenta ao receber as ordens do seu comando, espalham-se por toda a superfície terrena e, qual estrelas cadentes, vêm clarear os caminhos e curar os cegos.
Em verdade, Eu lhes digo que os tempos do restabelecimento de todas as coisas, de forma clara, são chegados, para acabar com as trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos.
As grandes vozes celestes soam como trombetas, e o cântico dos anjos  junta-se a elas. Nós convidamos a Humanidade ao Divino Concerto. Tomem a lira. Que suas  vozes  vibrem num só canto universal.
Estamos juntos de todos vocês, a quem amamos como irmãos. Amem-se também e digam, com toda emoção, fazendo a Vontade de Nosso Pai Celestial: Senhor! Senhor! e poderão entrar no Reino de Deus.
          Espírito da Verdade[1]

Em novo encontro com Emmanuel, perguntamos-lhe qual é o sentido das seguintes palavras de João: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e nós vimos a sua glória, glória que ele tem junto ao Pai como Filho único, cheio de graça e de verdade” (João, 1:14).
Em resposta, o ex-guia espiritual de Chico Xavier disse isto:
— Jesus é o Enviado de Deus. Não pode, portanto, ser considerado mais um filósofo, e muito menos pode ser classificado entre os valores propriamente humanos, em virtude dos atributos divinos de sua hierarquia espiritual, na direção das coletividades terrestres.
Fizemos-lhe, então, outra pergunta:
— Quem foi o Messias, entre nós?
— O Mestre foi a representação de Deus na Terra. Veio salvar da ignorância seus irmãos transgressores, que somos nós, das leis divinas de amor e sabedoria. Sua tutela foi-lhe dada pelo Pai nas sagradas ordenações da vida eterna.
Por fim, fizemos-lhe esta pergunta:
— É por isso que a resposta à questão 625 d’O Livro dos Espíritos nos informa ser Jesus o ser mais perfeito que Deus nos ofereceu como guia e modelo?
— Sim, Jesus é o anjo diretor da Terra que não recusou a permanência direta entre os tutelados míseros e ignorantes que somos nós, seus irmãos inferiores.
— Muitíssimo inferiores! concluímos.
O nobre Emmanuel despediu-se com estas palavras:
— Entretanto, o Cristo não nos disse ser impossível alcançar o seu estado evolutivo. Lembrem-se destas suas palavras e esforcem-se para colocá-las em prática, onde quer que estejam, nessa eterna e maravilhosa viagem rumo à perfeição: “Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim fará as obras que faço e ainda fará maiores do que elas, porque vou para o Pai” (João: 14:12).


Referências

BÍBLIA de Jerusalém. São Paulo: Paulus, 2004.
KARDEC, Allan. Imitation L’Évangile selon le Spiritisme. Paris: Les Éditeurs du Livre des Esprits, 1864.
______. O Evangelho segundo o Espiritimo. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2. ed., 4. impr. Brasília: FEB, 2017.
______. O Livro dos Espíritos. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 4. ed. Brasília: FEB, 2017.
XAVIER, Francisco Cândido. O Evangelho de Emmanuel: comentários ao evangelho segundo João. Coordenação de Saulo César Ribeiro da Silva. Brasília: FEB, 2015, p. 32- 33.


[1] OLIVEIRA, J. L. de. Tradução livre do prefácio de KARDEC, A. Imitation L’Évangile selon le Spiritisme.


segunda-feira, 15 de outubro de 2018




Em dia com o Machado 337 {jÓ]
(Faz brilhar tua luz)
jojorgeleite@gmail.com

Desta vez, o encontro foi do trio: Machado, Emmanuel e Jó, nosso parceiro de trabalho. Como sempre, reunimo-nos em seu grande escritório de... 3m², do seu apartamento de três quartos, em Brasília.
Cumprimentamo-nos, e fiz a primeira pergunta ao ex-guia espiritual do Chico:
— Continuando nossa entrevista, Emmanuel, gostaria de saber o significado destas palavras: “E a luz brilha nas trevas, mas as trevas não a apreenderam” (João, 1:5).
— Amigo Machado, as palavras de João referiram-se diretamente à sua época e simbolicamente aos tempos atuais, quando a lição de Jesus permanece incompreendida para a maioria das pessoas que persistem em permanecer nas trevas e fogem à verdade.
— Como podemos adquirir a Luz Divina, bondoso Emmanuel? perguntou Jó.
— Somente quando te conscientizares que nunca estás só no serviço do bem, Jó; mas, acompanhado por Deus, como o estava Jesus, perceberás que o Cristo, Seu Modelo mais perfeito a todos nós, não se prevaleceu da sua superioridade para humilhar ou ferir. Acima de todas as preocupações, buscou invariavelmente o bem, em todas as situações e a todas as criaturas.
— E se, ainda assim, nos sentirmos só, haja vista a incompreensão das pessoas, nobre Emmanuel?
— Jó, é preciso caminhar sempre, para a frente e para o alto. Serve ao bem, acima de tudo. Evita discussões e agitações em que o mal se expanda. Faz brilhar a tua luz, como nos recomendou o Mestre. Lembra-te de que uma só vela pode clarear a noite escura, mas basta leve sopro de vento para apagá-la.
— Amigos, há três dias percebi o valor do bom exemplo na convivência de duas horas com meu neto Lucas, de três anos. Quando eu o trouxe a minha casa, passamos na confeitaria, a seu pedido. Ele desejava chupar um chiclete e a mãe o proibira de alimentar-se com doce antes do almoço. Comprei dois chicletes, entreguei-lhos, e, como ainda faltavam duas horas para o meio-dia, autorizei-o a chupar apenas um.
Em seguida, fomos ao meu apartamento, brincamos um pouco e descemos, cerca de quarenta minutos após, para irmos ao parque, no bloco ao lado, onde ele sempre brinca. Ali, entre outros folguedos, jogamos um pouco de bola. No caminho de volta, ele pediu-me para chupar o outro chiclete. Lembrei-lhe que sua mãe só permitira chupar o doce após o almoço. Então, ele respondeu-me:
— Vovô, eu chupo o chiclete e você não fala nada para ela, está bem?
— Mas não devemos mentir, Lucas, não é bonito, eu disse-lhe.
Ele, então, insistiu:
— É só desta vez, vovô. É só você não contar para minha mãe.
E eu respondi-lhe carinhosamente:
— Quando nós enganamos alguém uma vez, nos acostumamos a fazer coisas erradas e a mentir para os outros. Por isso, espere mais um pouquinho e seja obediente a seus pais. Daqui a pouco você vai almoçar e, depois, poderá chupar o chiclete.
Não foi preciso dizer-lhe mais nada. Seus pais sempre lhe ensinaram respeito e obediência. O exemplo vem do lar.
— Meu caro Jó, a criança é um espírito antigo, com boas e más tendências. Mas, nos primeiros anos de sua nova encarnação, em especial até cerca de seus sete anos de idade, aprende com facilidade tudo o que lhe é ensinado. Profunda observadora, a criança percebe quando teoria e prática não estão de acordo. E passa a agir como vê os adultos fazerem. Pai ou mãe que dizem a seu filho que mentir é feio e, logo, são vistos mentindo por esse filho, mostram-lhe, assim, que é normal dizer uma coisa e  fazer outra.
— Exatamente, Emmanuel. Desse modo, a criança cresce sem compromisso com a verdade. Entretanto, se o adulto se esforça em praticar o bem que ensina, está educando seu filho para uma vida coerente, responsável e digna, concluí.
— Então, Jó, faz brilhar a tua luz! dissemos-lhe, eu, Machado, e Emmanuel...
Após tão belos conceitos, despedimo-nos contentes, com a promessa de novo reencontro na próxima semana.


Fontes de consulta: 1. XAVIER, Francisco Cândido. O Evangelho de Emmanuel: comentários ao evangelho segundo João.  Coordenação de Saulo César Ribeiro da Silva. 1. ed. Brasília: FEB, 2015, p. 30- 31. 2. BÍBLIA de Jerusalém. 3. imp. São Paulo: Paulus, 2004.









terça-feira, 9 de outubro de 2018




Em dia com o Machado 336 {jÓ]
O Verbo do princípio
jojorgeleite@gmail.com

Amigo leitor, a partir de hoje, voltaremos a conversar com Emmanuel a respeito da Boa-Nova. Ei-lo, que chega.
— Boa noite, Machado. Em que te posso ser útil?
— Boa noite, Emmanuel. Poderíamos retornar àquela nossa entrevista sobre o Cristo e suas mensagens?
— Naturalmente. Responder-te-ei, todavia, de acordo com os conhecimentos obtidos na esfera espiritual em que estive antes de meu ingresso em nova etapa de aprendizagem... Nada te direi que já não tenha dito...
— Pois bem, diz-me, então, em que sentido podemos entender a afirmação de João, no capítulo I do seu Evangelho: “No princípio, era o Verbo. E o Verbo estava com Deus, e Verbo era Deus”.
— Deus é Amor e Vida, e a mais perfeita expressão do Verbo para o orbe terrestre era e é Jesus, identificado com a Sua Misericórdia e Sabedoria, desde a organização primordial do planeta.
Visível ou oculto, o Verbo é o traço da Luz Divina em todas as coisas e em todos os seres nas mais variadas condições do processo de aperfeiçoamento.
Nenhuma expressão fornece imagem mais justa do poder d’Aquele a quem todos os espíritos da Terra rendem culto do que a de João, no seu Evangelho: “No princípio era o Verbo...”.
Jesus, cuja perfeição se perde na noite imperscrutável das eras, personificando a sabedoria e o amor, tem orientado todo o desenvolvimento da Humanidade, enviando os seus iluminados mensageiros, em todos os tempos, aos agrupamentos humanos e, assim como presidiu à formação do orbe, dirigindo, como Divino Inspirador, a quantos colaboraram na tarefa da elaboração geológica do planeta e da disseminação da vida em todos os laboratórios da natureza, desde que o homem conquistou a racionalidade, vem fornecendo-lhe a ideia da sua Divina origem, o tesouro das concepções de Deus e da imortalidade do espírito, revelando-lhe, em cada época, aquilo que a sua compreensão pode abranger.
— Muito bem, Emmanuel. Vejo que estás bastante lúcido. Mas como entender o verbo emitido pelos nossos amigos encarnados?
— Meu caro Machado, é preciso que aprendamos a sentir com amor, a fim de que venhamos a pensar com justiça e a falar para o bem. E, se o próprio Testamento Divino assegura que “no princípio era o verbo”, depois do Amor e da Justiça do Criador, apareceu a expressão verbal como fermento vivo da Criação. Em todos os avisos da caridade, não nos esqueçamos da boa palavra que socorre e ilumina sempre.
Para usá-la com segurança, não é preciso que assumamos posição compulsória de santidade, transformando a frase em látego de chamas sobre os enganos que ainda entenebrecem o roteiro do próximo. Basta que nossa diligência no bem se faça incessante.
À frente do comentário calunioso, lembra alguma virtude da criatura visada pela chuva injustificável de lodo e lama.
Perante as anotações do desânimo, fala acerca das esperanças do Céu que ainda não apagou o Sol com que nos clareia o caminho.
Diante da delinquência, recorda a Misericórdia celestial que a todos nos provê de recursos para o pagamento das próprias faltas.
Ante a irritação e a crítica, não pronuncies o venenoso apontamento que dilacera a distância, mas sim procura algum fato ou alguma lição em que a pessoa reprovada encontre alívio e consolo.
Sobretudo, auxilia aos ausentes que não podem cogitar da própria defesa.
Lembra-te de que todo aquele que hoje desaprova os outros contigo, amanhã te desaprovará também diante dos outros
— Que língua! Se eu conseguir jamais esquecer a última frase de tua recomendação, amigo, já terei feito muito para honrar o Verbo do Princípio, que a todos ama e a todos destina a verdadeira felicidade da vida superior. Muito obrigado. Até nosso próximo encontro.
— Eu que te agradeço, bondoso amigo. Adeus.

Fonte consultada: XAVIER, Francisco Cândido. O Evangelho de Emmanuel: comentários ao evangelho segundo João.  Coordenação de Saulo César Ribeiro da Silva. 1. ed. Brasília: FEB, 2015, p. 27- 29.

terça-feira, 2 de outubro de 2018


Em dia com o Machado 335 /jÓ]
Trabalho, solidariedade e tolerância
Jorge Leite de Oliveira
jojorgeleite@gmail.com

— Amigo Jó, quando fui sacristão na igreja da Lampadosa, no Rio de Janeiro, o padre dava-me uma sacola e, no final da missa, após comovente prece em prol dos pobres deserdados da sorte, eu recolhia, num saco, os óbolos das pessoas que frequentavam as missas dos domingos. Nem de longe passava pela cabeça de qualquer dos beatos a possibilidade de alguém entrar ali e assaltar todo o mundo. O medo das penas do inferno e o respeito a Nosso Senhor Jesus Cristo eram enormes. É, amigo Jó, os tempos estão chegados...
— Concordo, Bruxo. Há poucos dias, um amigo disse-me que fora à igreja assistir à missa hebdomadária do último domingo. Pois bem, em plena missa, entraram dois jovens armados. A primeira coisa que fizeram foi tomar a sacola do sacristão e exigir que todos os presentes colocassem dentro dela seus relógios, carteiras e celulares.
— Isso acontece, meu caro Jó, devido ao crescimento incomensurável das ideias materialistas, não somente no Brasil, como também no mundo afora. Muitas pessoas preferem beneficiar-se dos vários programas sociais promovidos pelo Estado, a trabalhar.
Outras não se contentam com isso e acham mais fácil roubar, nem que, para isso, precisem matar... Ora, onde todos vivem das benesses do Governo ou dos bens alheios não há produção.
— Isso mesmo, Machado. É muito justo lutar pelos nossos direitos, mas, antes disso, precisamos cumprir com nossas obrigações. Segundo Cortella, o importante, na vida, “não é ser famoso, nem acumular coisas e propriedades, em uma obsessão consumista”. Bom mesmo “é ser importante para alguém, ou seja, fazer falta para alguém”[1]
— Segundo esse autor, Jó, sendo muito curta a vida, precisamos aproveitá-la na convivência, e exercitarmos o amor, a fraternidade e a solidariedade. O que me fazia feliz, além de ler e escrever, eram os encontros memoráveis que tinha com meus amigos e amigas. Eram os jogos de xadrez no clube Beethoven, eram os saraus literários dos quais participava. Tudo isso, aliado à ternura e bondade de Carolina, com quem reparti os melhores momentos de minha última existência, fez de mim um homem muito feliz.
Entretanto, desde o século XIX eu já havia percebido que, sem família e sem Deus, nenhuma sociedade sobrevive muito tempo.
Para vivermos bem, não é preciso ter muita coisa. Basta ter o suficiente para boa relação com todos, sem ser pesado a ninguém. Sugiro-lhe buscar no conhecimento, aliado à ética, e no trabalho digno os recursos a serem utilizados sem desperdício, mas também sem usura.
— Concordo plenamente com isso, Machado. Cortella[2] também nos lembra que somos o que fazemos, o que fica de nós nos nossos relacionamentos com outrem. De que nos vale a teoria sem a prática, não é mesmo? Nada de consumismo obsessivo, de ambições pelo poder ou riqueza. Devemos viver de tal modo que, quando não mais estivermos no corpo físico, muita gente sinta a nossa falta. Para isso, não é preciso ficar famoso ou rico.
— E que você considera importante para que sua reencarnação atual deixe as marcas de sua personalidade, sem ser mascarado, amigo Jó?
— Aprendi com Jaques Delors, da UNESCO, em seu relatório da Comissão Internacional sobre a Educação, desde o século XX, que a boa educação se baseia em quatro pilares: 1) aprender a aprender; 2) aprender a fazer; 3) aprender a conviver; e 4) aprender a ser.
Quem aprende a aprender precisa ter, antes de tudo o mais, muita humildade e exercitar a leitura crítica.
Quem aprende a fazer não se limita a repassar a outrem teorias, por mais brilhantes que sejam, mas também a pô-las em prática diariamente
Quem aprende a conviver percebe que é na convivência que exercitamos a paciência, a tolerância com os que têm ideias diferentes das nossas, por mais que as julguemos ingênuas. Assim, trabalhamos o amor e a fraternidade. Por fim, observando atentamente a impressão causada no outro, aprende a conhecer-se pelo exercício da autocrítica.
Quem aprende a ser já percorreu as etapas anteriores e, agora, está plenamente capacitado a entender o objetivo da vida: servir para vir a ser cada vez melhor e mais feliz.
— Muito bem, Jó, nada tenho a acrescentar. Apenas lhe recomendo aproveitar bem o tempo no exercício desse importante objetivo: servir. Mas se nada tenho a acrescentar, Emmanuel sempre tem algo mais a nos dizer.
— Boa noite, amigos. É com grande alegria que, no momento do repouso corporal, possamos falar como Machado: Nada mais temos a dizer que não já tenhamos dito. Entretanto, relembro o comentário que fiz ao lema proposto por Allan Kardec:

Trabalho, Solidariedade e Tolerância

O trabalho edifica.
A solidariedade aperfeiçoa.
A tolerância eleva.
Trabalhando, melhoramos a nós mesmos.
Solidarizando-nos, enriqueceremos o mundo.
Tolerando-nos, engrandeceremos a vida
Para trabalhar com êxito, é necessário obedecer à Lei.
Para solidarizar-nos com proveito, é indispensável compreender o bem e cultivá-lo.
Para tolerar-nos, em sentido construtivo, é imprescindível amar.

Em vista disso, o Mestre Divino, há quase dois milênios, afirmou para o mundo: “Meu Pai trabalha, até hoje, e eu trabalho também.
Estarei convosco até o fim dos séculos.
Amai-vos, uns aos outros, como eu vos amei”.
Trabalhemos, então, construindo.
Solidarizemo-nos, beneficiando.
Toleremo-nos, amando sempre.[3]


[1] CORTELLA, Mário Sérgio. Viver em paz para morrer em paz. São Paulo: Planeta, 2017.
[2] Id., p. 12
[3] XAVIER, Francisco Cândido. Luz no Caminho. Pelo Espírito Emmanuel. Ed. IDEAL.

  Salve o Dia Mundial Mesatenista (Irmão Jó)   Vida de esporte é vida sadia Para o plebeu e para a realeza. Por isso, plebe, comemoro o dia ...