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terça-feira, 29 de janeiro de 2019




EM DIA COM O MACHADO 352 (Jó)
jojorgeleite@gmail.com

Nem direita, nem esquerda. Nem capitalismo, nem comunismo. Não haverá verdadeira justiça social enquanto homens e mulheres não trabalharem em prol da evolução espiritual (individual e coletiva). (Prof. Dr. Alexsandro - UFAM)

 No dia 25 de janeiro de 2019, na região metropolitana de Belo Horizonte, três anos após a tragédia do rompimento da barragem de Mariana (MG), que funcionava há apenas sete anos e era administrada pela Samarco, nova tragédia ocorreu. Agora foi a barragem desativada há dois anos, situada em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte, que se rompeu. Essa barragem funcionara por trinta anos.
A diferença está no tamanho do desastre ambiental e humano. Em Mariana, o rio de lama mineral foi quatro vezes maior do que em Brumadinho; entretanto, na primeira morreram dezenove pessoas; na segunda, até 29 jan. 19, já tinham sido contadas oficialmente 65 mortes e 288 desaparecidos.
Não entraremos em detalhes sobre as falhas humanas que deram origem a ambos os desastres, mas a jornalista Cristina Serra já escrevera um livro, em 2017, alertando sobre a possibilidade de novos rompimentos como os de Mariana, devido à falta de fiscalização. E também o Departamento Nacional de Produção Mineral, logo após o rompimento da barragem de Mariana, em 2016, alertara sobre a impossibilidade de apenas cinco funcionários, efetivo total de fiscais existentes, fiscalizarem 663 barragens.
Refletindo sobre os males da vida, em O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. 27, item 12, diz Allan Kardec que esses males se dividem em duas partes: 1) a dos que o homem não pode evitar; 2) a dos causados pela “incúria” ou excessos das pessoas. E deduz: “Faz-se, portanto, evidente que o homem é o autor da maior parte de suas aflições, às quais se pouparia, se sempre obrasse com sabedoria e prudência”.
Para o grande organizador da Doutrina Espírita, são nossas infrações às leis divinas que causam todas as misérias humanas. A principal delas é proveniente da ambição que não mede as consequências de seus atos em relação ao próximo. Ambição pelo poder. Ambição pelos bens materiais. Ambição pelo prazer dos sentidos. Ambição pelo domínio de quem consideramos inferior a nós. E assim, de ambição em ambição cavamos o poço de nossas quedas.
O antídoto à ambição é a caridade, que na questão 886, de O Livro dos Espíritos, primeira obra editada por Kardec, é-nos apresentada como corolário da lei de justiça, junto com o amor, haja vista que amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível fazer. Quando a humanidade perceber que Deus é Amor, e Ele nos criou para amar, a ambição cederá lugar ao devotamento ao próximo, à  humildade e ao desinteresse pessoal.
Se tais qualidades estivessem presentes, antes do primeiro desastre ecológico provocado pela negligência da mineradora Samarco, controlada pela Vale S. A. e a anglo-australiana BHP Billiton, os danos irreparáveis pela perda de centenas de vidas humanas não ocorreriam. Tudo teria sido feito para prevenir nova catástrofe, inclusive com a subida do restaurante de funcionários situado logo abaixo da barragem, o que era absurdo ser mantido como estava. Isso porque a vida humana é o maior bem a ser preservado, e investir na felicidade alheia, ainda que seja a mais humilde criatura, é buscar a própria felicidade, que jamais será obtida com  riquezas minerais, móveis e imóveis que, em poucos minutos, podem virar sucata.
E as vítimas? Estariam esquecidas por Deus? De forma alguma. Tudo que ocorre conosco está sujeito a uma lei implacável chamada Lei de Causa e Efeito. A não ser assim, onde estaria a bondade e a justiça de Deus?
Estudando-se as obras básicas inspiradas a Allan Kardec pelos Espíritos superiores, enviados divinos, entenderemos duas coisas da mais alta importância: a primeira é que a vida real é a do Espírito, que é imortal e, portanto, a existência terrestre é, figuradamente, como o piscar de um vagalume na Terra. A segunda é a de que o mal sofrido por nós é decorrente de nossa imperfeição espiritual e, como o objetivo da vida é a perfeição, assim como sua finalidade é ser feliz, só alcançaremos esse desiderato, após incontáveis reencarnações, até que aprendamos a amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.
Foi o que nos ensinou Jesus Cristo, modelo de ser mais perfeito que o Mundo já conheceu. E foi o próprio Cristo que nos afirmou que  da Terra não passaremos enquanto não resgatarmos até o último ceitil de nossas dívidas. Daí ter-nos deixado Ele a regra áurea de proceder: “Fazer ao próximo aquilo que desejamos que ele nos faça”.
O caminho para vencermos o mal ainda existente em nós é o da oração incessante, da vigilância de nossos pensamentos, palavras e atos. O remédio para sermos felizes é o amor a Deus e a todas as criaturas, pois, como disse Pedro, “o amor cobre a multidão de pecados”. Embora ele não nos exima de sofrer as consequências de nossos atos equivocados.
Pelo exposto, concluímos que a Bondade Divina se expressa na Lei de Justiça,  Amor  e Caridade, que exige nossa reencarnação, com o objetivo de nos submeter à Lei de Causa e Efeito, até que nos depuremos de todo o mal proveniente do egoísmo e do orgulho.
Sendo a vida espiritual nossa vida real, e a existência na Terra um breve estágio de aperfeiçoamento, a reencarnação ser-nos-á necessária, almas impuras que ainda o somos, neste mundo, classificado entre os inumeráveis orbes do universo como “mundo de expiação e prova”. Sem isso, onde estaria a Justiça Divina?
Num mundo em que todos pratiquem as Leis de Deus, tragédias como a de Brumadinho e outras, ainda piores, motivadas pelas imperfeições humanas, jamais existirão. Nosso consolo é saber que a vida continua, e a Bondade de Deus permite-nos sempre um novo recomeço em situação melhor.

Nota do autor: Nossa crônica, mimese do estilo machadiano, mistura ficção com realidade. Cabe ao leitor diferençar uma da outra.
Acesse quando puder estes excelentes links:  
1. blog Espiritismo Século XXI – http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/
2. revista O Consolador - http://www.oconsolador.com  
3. jornal O Imortal - link d' O Imortal
5. Site da FEB: www.febnet.org.br
6. Site do Prof. Dr. Alexsandro da UFAM:


terça-feira, 22 de janeiro de 2019




Em dia com o Machado 351 (Jó)

Nem direita, nem esquerda. Nem capitalismo, nem comunismo. Não haverá verdadeira justiça social enquanto homens e mulheres não trabalharem em prol da evolução espiritual (individual e coletiva). (Prof. Alexsandro - UFAM)

Continuando sua palestra do dia 6 de janeiro de 2019, Marta contou-nos que esteve na Suíça, onde participou de um evento espírita. Convidada por uma amiga residente ali, foram a um local defronte ao qual havia um prédio belíssimo, cujas cores se alternavam em cambiantes diversos ao longo do dia. Marta perguntou à amiga o que havia dentro daquele prédio. A resposta deixou-a perplexa: ali funcionava uma clínica de eutanásia. As pessoas pagavam uma quantia mensal durante anos, depois disso, escolhiam o dia e a hora do ano em que não mais desejassem viver. Tudo isso legalizado pelo governo.
         Ante o espanto de Marta, sua amiga explicou-lhe que, nesse país, é comum ouvir-se pregações de religiosos com o seguinte discurso: “— Deus, em sua infinita bondade, deu-lhe a vida para sua felicidade, mas você não deve ser pesado a ninguém nem viver sofrendo. Se não deseja mais continuar com sua vida de tormento, não há pecado em matar-se”.
         De longo e belo texto publicado na Revista Espírita, destacamos os seguintes trechos, que se referem ao período de transição que vivemos atualmente. O título, iniciado na p. 385, é Os tempos são chegados:

Mas uma mudança tão radical quanto a que se elabora não pode realizar-se sem comoção; há luta inevitável entre as ideias, e quem diz luta, diz alternativa de sucesso e de revés. Entretanto, como as ideias novas são as do progresso e o progresso está nas leis da Natureza, estas não deixam de triunfar sobre as ideias retrógradas. Desse conflito nascerão, forçosamente, perturbações temporárias, até que o terreno esteja livre dos obstáculos que se opõem à construção do novo edifício social. É, pois, da luta das ideias que surgirão os graves acontecimentos anunciados, e não de cataclismos, ou catástrofes puramente materiais. Os cataclismos gerais eram consequência do estado de formação da Terra; hoje não são mais as entranhas do globo que se agitam, são as da Humanidade (In: KARDEC, A. Revista Espírita, trad. Evandro N. Bezerra, FEB, out. 1866, p. 389).

Em seguida, em mensagem belíssima, iniciada na pág. 401 e concluída na pág. 415, destacamos esta frase para nossa reflexão e esperança:

Nesses tempos de provas será preciso que prodigalizeis a todos vossa força e vossa firmeza; a todos serão precisos encorajamentos e conselhos. Também se faz necessário fechar os olhos sobre as defecções dos tíbios e dos covardes. Por vossa própria conta, também tereis muito a perdoar... (id, p. 414).

                Assim como transbordam, em nosso tempo, nas Academias, nos meios de comunicação falada ou escrita, em organizações políticas, clubes etc. as ideias niilistas que negam Deus, a sobrevivência do Espírito e sua imortalidade, desde o século XIX Jesus tem enviado seus novos emissários à Terra para nos provar que a vida continua e Deus é nosso Pai amantíssimo, mas justo, que atribui, nas palavras do Cristo, “A cada um segundo suas obras” (Mateus, 16: 27).
Ou seja, pela lei de ação e reação, somos os artífices de nossa felicidade ou de nossa desgraça. Daí a grande importância do trabalho de todos os pensadores, filósofos, cientistas e acadêmicos atuais, identificados com as manifestações dos Espíritos, para libertar a humanidade do ateísmo e do materialismo de tão nefastas consequências, como as do suicídio, dos crimes e da eutanásia.
         Vivamos com alegria, divulguemos essas revelações, que não são fruto de mentes doentias, mas dos Espíritos elevados, sob a direção do Cristo, responsável pela condução do barco terreno ante nosso Pai Eterno, pratiquemos a caridade por pensamentos, palavras e atos e perceberemos que vale a pena investir no bem para vivermos eternamente bem. E que a ideia da morte jamais passe pelo nosso cérebro como solução das nossas provas e expiações terrenas, pois, sendo a vida eterna e tendo sido criados por amor e para amar, devemos esforçar-nos em viver sempre com amor a Deus, que nos criou para sermos felizes.

Nota do autor: Nossa crônica, mimese do estilo machadiano, mistura ficção com realidade. Cabe ao leitor diferençar uma da outra.


Acesse quando puder estes excelentes links:  
1. blog Espiritismo Século XXI – http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/
2. revista O Consolador - http://www.oconsolador.com  
3. jornal O Imortal - link d' O Imortal
4. editora EVOC - http://www.oconsolador.com.br/editora/evoc.htm
5. Site da FEB: www.febnet.org.br  
6. Site do Prof. Dr. Alexsandro da UFAM:
https://www.sabedoriapolitica.com.br/news/de-onde-vim-e-para-onde-vou/

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019




O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
(cont. da trad. livre de J.L.O.)


Nem direita, nem esquerda. Nem capitalismo, nem comunismo. Não haverá verdadeira justiça social enquanto homens e mulheres não trabalharem em prol da evolução espiritual (individual e coletiva). Prof. Alexsandro M. Medeiros, mestre e doutor em Filosofia. Universidade Federal do Amazonas. Site: Sabedoria Política.


IV. SÓCRATES E PLATÃO, PRECURSORES DA IDEIA CRISTÃ E DO ESPIRITISMO


Pelo fato de Jesus ter conhecido a seita dos essênios, seria errado concluir que ele extraiu sua doutrina dessa seita e que, se tivesse vivido em outro meio, teria professado outros princípios. As grandes ideias nunca aparecem de súbito. As que se baseiam na verdade sempre têm precursores que lhes preparam parcialmente os caminhos. Depois, quando o tempo é chegado, Deus envia um homem com a missão de resumir, coordenar e completar seus elementos esparsos e, com eles, formar um corpo de doutrina. Dessa maneira, não tendo surgido bruscamente, a doutrina encontra, ao aparecer, espíritos inteiramente preparados para a aceitar. Assim aconteceu com as ideias cristãs, que foram pressentidas muitos séculos antes de Jesus e dos essênios, e das quais Sócrates e Platão foram os principais precursores.
Sócrates, como o Cristo, nada escreveu, ou pelo menos nada deixou escrito. Como Ele, teve a morte dos criminosos, vítima do fanatismo, por haver atacado as crenças tradicionais e colocado a verdadeira virtude acima da hipocrisia e da ilusão dos formalismos, ou seja, por haver combatido os preconceitos religiosos. Assim como Jesus foi acusado pelos fariseus de corromper o povo com os seus ensinos, ele também foi acusado pelos fariseus do seu tempo, pois os tem havido em todas as épocas, de corromper a juventude, ao proclamar o dogma da unicidade de Deus, da imortalidade da alma e da existência da vida futura. E assim como hoje só conhecemos a doutrina de Jesus pelos escritos dos seus discípulos, também só conhecemos a de Sócrates pelos escritos do seu discípulo Platão. Acreditamos ser útil resumir aqui seus pontos principais, para demonstrar sua concordância com os princípios do Cristianismo.
Aos que considerarem este paralelo uma profanação, pretendendo não ser possível haver semelhanças entre a doutrina de um pagão e a do Cristo, responderemos que a doutrina de Sócrates não era pagã, pois tinha por finalidade combater o paganismo; que a doutrina de Jesus, mais completa e mais depurada que a de Sócrates, nada tem a perder na comparação; que a grandeza da missão divina do Cristo não poderá ser diminuída com isso; que, além disso, se trata de fato histórico, que não pode ser ignorado. O homem atingiu um ponto em que a luz surge por si mesma sob o alqueire e está maduro para enxergá-la. Tanto pior para os que receiam abrir os olhos. É chegado o tempo de encarar as coisas do alto e com amplitude, e não mais do ponto de vista mesquinho e estreito dos interesses de seitas e de castas.
Além disso, essas citações provarão que, se Sócrates e Platão pressentiram as ideias cristãs, encontram-se igualmente na sua doutrina os princípios fundamentais do Espiritismo.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019



Em dia com o Machado 350 )jó(

Amigos, em sua palestra de domingo, 6 de janeiro de 2019, na Federação Espírita Brasileira, em Brasília, Marta começou falando sobre a diferença entre o ateu materialista, e o espiritualista materialista.
Infelizmente, algumas pessoas, mesmo sendo possuidoras de elevados conhecimentos espirituais, deixam-se levar pelo imediatismo da vida e tornam-se consumistas irrefreáveis das coisas materiais, como quem gasta o que tem e o que não tem no comércio e se justifica com a seguinte frase: “Eu mereço”. Atitude como essa pode ser motivada por desequilíbrio mental. Não deixa de ser também o egoísmo elevado à quinta potência, quando já se tornou, há tempo, egocentrismo.
Se tais pessoas refletissem um pouco, e desejassem de fato atentar para a realidade da vida, que transcende muitíssimo cada existência física na Terra, esforçar-se-iam na prática de alguns princípios básicos, contidos nos evangelhos. Com estes princípios, recomendados pelo Cristo, evitariam seu desequilíbrio mental de tão nefastos resultados:
• primeiro: “Não ajunteis tesouros na Terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam” (Mateus, 6:19);
• segundo, continuação do primeiro: “Mas ajuntai tesouros no Céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam” (Mateus, 6:20);
• terceiro e último: “Amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a vos mesmos” (Mateus, 22:37 a 39).
Informou-nos, ainda, Marta Antunes que no Brasil milhares de pessoas suicidam-se devido à miséria; mas em países como Finlândia, Japão e Suíça, nos quais quase nada falta às pessoas, o suicídio decorre de outros fatores. O principal: fastio. A causa: desesperança de algo melhor para suas existências materiais. Muitas pessoas perderam a fé, que as religiões convencionais não preenchem de modo lógico.
Por outro lado, segundo a expositora, as crianças atuais são potencialmente dez vezes mais inteligentes do que seus pais, em virtude dos avanços tecnológicos e da evolução intelectual dessas almas. Em geral, os adultos utilizam dez ou doze por cento de seu cérebro; tais crianças têm potencial para desenvolvimento cerebral de trinta por cento.
Resultado: as crianças não mais se submetem à autoridade de pais e responsáveis com base em ordens que não sejam justificadas. A tudo o que lhes é dito, exigem o porquê disso. Como os pais estão cada vez mais ausentes do lar, e muitos estão separados, ainda que encham os quartos dos filhos de brinquedos, também o índice de suicídios de crianças e jovens cresceu enormemente nos últimos anos. Falta-lhes amor.
Isso já fora previsto por diversos Espíritos, segundo publicou Allan Kardec, na Revista Espírita de outubro de 1866. Inicialmente, somos informados de que

A vida espiritual é a vida normal e eterna do Espírito e a encarnação é apenas uma forma temporária de sua existência. Salvo a vestimenta exterior, há, pois, identidade entre os encarnados e os desencarnados; são as mesmas individualidades sob dois aspectos diversos, ora pertencendo ao mundo visível, ora ao mundo invisível, encontrando-se ora num, ora noutro, concorrendo, num e noutro, para o mesmo objetivo, por meios apropriados à sua situação (KARDEC, A. Revista Espírita - out. 1866. Trad. Evandro Noleto Bezerra, FEB, p. 393).

Quanto à triste realidade que vivemos, atualmente, em que as famílias se desagregam em virtude do apego excessivo à matéria, que passa pelo desvairamento das paixões animalizadas, lemos esta verdadeira profecia de um Espírito, registrada pelo Codificador da Doutrina Espírita:

Infelizmente, por desconhecer a voz de Deus, a maioria persistirá em sua cegueira e sua resistência marcará o fim de seu reino por lutas terríveis. Em seu desvario, eles próprios cavarão a sua ruína; impelirão à destruição, que engendrará uma porção de flagelos e calamidades, de sorte que, sem o querer, apressarão o advento da era da renovação. E como se a destruição não marchasse bastante depressa, ver-se-ão os suicídios multiplicando-se em proporção nunca vista, até entre as crianças. A loucura jamais terá ferido maior número de homens que, mesmo antes da morte, serão riscados do número dos vivos. São esses os verdadeiros sinais dos tempos. E tudo isto se realizará pelo encadeamento das circunstâncias, assim como dissemos, sem que em nada sejam derrogadas as leis da Natureza (Idem, p. 405).

Amigos, eduquemo-nos ante a revelação espírita, promanada dos emissários do Cristo. Eduquemos igualmente nossas crianças, a fim de que possamos ultrapassar, sem pranto e ranger de dentes, este tempo de transição pelo qual a Terra passa e herdar o Mundo feliz prometido por Jesus. Muita paz!

Nota do autor: Nossa crônica, mimese do estilo machadiano, mistura ficção com realidade. Cabe ao leitor diferençar uma da outra.

terça-feira, 8 de janeiro de 2019





Em dia com o Machado 349 )jó(


— Como vai, Machado?
— Eu não vou, eu estou, meu caro Emmanuel... eu estou perplexo com o que meu secretário me contou.
— E o que lhe contou Jó, meu irmão?
— Algo estarrecedor, Emmanuel. Segundo nosso amigo falou-me, a exposição de Marta, na FEB, sobre a questão do suicídio, em nosso querido Brasil, é calamitosa. Nossa Terra de Vera Cruz está colocada na oitava posição em número de suicídios neste período de transição do mundo.
— Também estive presente à exposição da Marta. Por isso estou aqui para relembrar ao leitor algo já informado por mim na obra Palavras de Vida Eterna, cap. 177:

Empeços e provações serão talvez os marcos que te assinalem a estrada hoje.
Diligenciemos, porém, com a reencarnação a retificar os erros e a ressarcir os débitos de ontem, para que a luz da verdade e o apoio da harmonia nos felicitem o caminho, amanhã...
A questão intrincada que te apoquenta agora, quase sempre, é o problema que abandonaste sem solução, entre os amigos que, em outro tempo, se rendiam, confiantes, ao teu arbítrio.
O parente complicado que julgas carregar, por espírito de heroísmo, via de regra, é a mesma criatura que, em outra época, arrojaste ao desespero e à perturbação.
Ideais nobilitantes pelos quais toleras agressões e zombaria, considerando-te incompreendido seareiro do progresso, em muitas ocasiões, são aqueles mesmos princípios que outrora espezinhaste, insultando a sinceridade dos companheiros que a eles se associavam.
Calúnias que arrostas, crendo-te guindado aos píncaros da virtude pela paciência que evidencias, habitualmente nada mais são que o retorno das injúrias que assacaste, noutras eras, contra irmãos indefesos.
Falhas do passado procuram-te o espírito responsável, seja no corpo, na família, na sociedade ou na profissão, pedindo-te reajuste.
Necessário vos é nascer de novo — disse-nos Jesus.
Bendizendo, pois, a reencarnação, empenhemo-nos a trabalhar e aprender, de novo, com atenção e sinceridade, para que venhamos a construir e acertar em definitivo (In: XAVIER, F. C. O Evangelho por Emmanuel: comentários ao Evangelho segundo João, FEB, 2015, p. 46).

— É isso mesmo, Emmanuel. Quando toda a humanidade estiver consciente de que tudo na vida tem uma consequência e de que os nossos erros e acertos de hoje implicarão amanhã nosso bem ou mal, as doenças psicossomáticas, as paixões e vícios degradantes darão lugar ao bem- estar mental, ao equilíbrio orgânico e à alegria de viver. Nesse dia, ninguém pensará em se matar...
— Até porque a morte não existe, meu caro Machado.
— Mas o que foi que a Marta disse em sua palestra que tanto impressionou Jó, que não me disse tudo, amigo Emmanuel?
— O espaço da crônica acabou, Machado. Na próxima edição comentarei o assunto. Tenha paciência, contar-lhe-ei tudo nas próximas semanas. Fique com Deus.
— Fico, então, “Na esfera do reajuste” de suas palavras acima, bondoso Emmanuel. Adeus.

Nota do autor: Nossa crônica, mimese do estilo machadiano, mistura ficção com realidade. Cabe ao leitor diferençar uma da outra.

terça-feira, 1 de janeiro de 2019




Em dia com o Machado 348 )jó(
Mais leitura e menos alienação em 2019

Boa noite!
Neste final de ano, faço um apelo a todos os brasileiros que não me leem: leiam mais! Sei que isto é um paradoxo: como pedir a quem não nos lê para ler mais? Certamente, quem não gosta de ler jamais lerá o meu apelo, salvo... Isto mesmo: salvo um hercúleo esforço para ler um pouco mais graças a seu incentivo, prezada leitora, ou devido a seu supremo apelo, caro leitor. Pois certamente vocês enfatizarão de tal modo os benefícios da leitura, que ao menos meia dúzia, quatro ou três, um, talvez, em sua homenagem, resolva ler minha crônica.
Aos leigos, identifico-me: sou Machado de Assis, não o autor  defunto, como o foi Brás Cubas, “autor” de suas memórias póstumas; mas sim o primeiro escritor brasileiro imortal, segundo a Academia Brasileira de Letras, que ajudei a fundar.
No meu tempo, levantei estatística sobre o número de analfabetos existentes no Brasil. A coisa não melhorou muito atualmente. As desculpas são as mais esfarrapadas possíveis. Exemplo: “Saio de casa cedo para o trabalho, viajo duas horas para chegar à repartição e outras duas horas para voltar a casa. Quando chego, tomo banho, janto e vou dormir”.
E durante as viagens de ida e volta ao trabalho, o que você faz? perguntaríamos. Tempo perdido. A resposta já está pronta: “Durmo”. Há quem mal lê uma linha de um texto e já tem sono profundo. Nem precisa tomar melatonina para adormecer. A receita é infalível: dê-lhe um texto qualquer em prosa ou poesia e pronto! Não há café que mantenha essa criatura acordada.
Acompanhei alguns programas televisivos que exemplificam bem a ignorância do brasileiro. Um rábula, investigado por tentar burlar a justiça que ele próprio jurou defender, respondeu ao seu entrevistador que é “adevogado”. A filha de um grande comunicador, cujo nome não declinarei por clemência à ignorância, perguntou a seus colegas de programa como é que se escreve “decepcionado”. O outro colega, tão ignorante quanto ela, não conseguiu  escrever, em português, a palavra “ignorante”. Daí ela cair na gargalhada e gozar do colega por não saber escrever, quando ela própria não o sabe.
Toda semana é um festival de ignorância no programa de TV a que me referi. Entretanto, com toda a certeza, milhões... eu disse: milhões de brasileiros e brasileiras que afirmam não terem tempo para ler veem o programa e se divertem muito com a insipiência desses e de outros personagens televisivos.
Em outro canal, a apresentadora, jovem e bonita loira, lia a correspondência de seus ouvintes, quando se saiu com esta: “— Fulana pergunta o que fazer para curar sua nostalgia”. Em seguida, pôs as mãos nas costas e explicou ao telespectador que “nostalgia” é dor nas costas. A criatura não sabe diferenciar “lombalgia” de “nostalgia”...
Mas enquanto meus fiéis leitores não passam de uma dúzia de gatos pingados, esses e outros programas de reality show ou de funk são apreciados por milhões de semianalfabetos que, mesmo tendo curso universitário, quando muito, têm vaga lembrança do curso que fizeram. De cultura geral, quase nada sabem. De besteirol, conhecem tudo. Se for pornografia então...
Adiós. Emmanuel convida-me para nova entrevista.

Nota do autor: À exceção das citações, todos os textos de minhas crônicas são fictícios, ou seja, de minha elaboração pessoal ou por mim parafraseados. Nada há neles que se possa dizer ter sido psicografado, exceto o que for mediúnico e, nesse caso, referenciado.



  Salve (a) Botânica! (Irmão Jó) I Vem do grego  botane , a Botânica, Ramo setorial da Biologia Com significado, sim, de planta Que...