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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019




Em dia com o Machado 356 (Jó)

Disse Jesus que é necessário haver escândalos, porém coitado de quem os provoque. Os abusos sexuais nos meios religiosos sempre existiram. Apenas não eram alardeados publicamente, como ocorre em nossos dias, quando as notícias ruins já não voam com as asas de falcão, mas com a velocidade da luz... se não do pensamento.
Há pouco tempo, tivemos na mídia más notícias  envolvendo um médium, declaradamente não espírita, acusado de assédios sexuais e estupros. Mas existem também espíritas envolvidos nesses desvios de conduta, como ocorre com qualquer ser humano, seja ou não religioso. Há tempo, o Papa Francisco vem atuando no sentido de não deixar impunes os sacerdotes católicos que se desviam de seu voto de castidade e assediam sexualmente madres, crentes, coroinhas...
Não nos cabe julgar ninguém por seu comportamento em desacordo com a ideologia ou crença que prega, mas na literatura espírita encontramos grande quantidade de casos que exemplificam as consequências dos desvios sexuais em função dos impulsos da libido. É preciso que a vontade, essa força interior do ser humano, seja canalizada para o bem e nos permita agir, com todas as forças de nossa alma, no combate às paixões degradantes.
As influências espirituais, nesse sentido, são muito fortes. Os médiuns, os homens e mulheres religiosos em geral devemos ter sempre em mente a recomendação de Jesus: “Vigiai e orai incessantemente”.
Um exemplo a ser seguido, em nossos dias, é o do médium baiano Divaldo Pereira Franco, sempre coerente com suas atitudes. Conta-nos ele que esteve hospedado no lar de uma família que tinha diversos filhos e filhas. Uma destas, casada, passava por um processo obsessivo na área sexual, logo percebido pelo médium. Ele faria uma palestra num dos centros espíritas da cidade e dormiria na casa de seus anfitriões.
Ao retornar de sua tarefa espiritual, à noite, quando todos já se haviam deitado para dormir, o médium baiano ouviu batidas leves na porta de seu quarto e a voz baixa da jovem senhora, que o chamava insistentemente.
Orientado pelo Espírito Joanna de Ângelis, sua mentora, Divaldo respondeu, em voz alta, ao apelo da jovem para ir chamar a mãe dela, enquanto ele se vestia para atendê-las. Porém, assim que abriu a porta, viu o pai da moça, que despertara com o barulho, esbofeteá-la e acusar a filha de assédio sexual aos seus hóspedes.
Espírito evangelizado que é, Divaldo defendeu a moça com a informação ao anfitrião de que ela, antes de sua palestra doutrinária, já lhe havia pedido um passe. Apenas não se lembrara, o médium, de avisar o dono da casa.
A jovem senhora confirmou, envergonhada, a mentira piedosa do religioso, que também pediu a presença materna. Em seguida, o próprio marido da mulher obsidiada sexualmente reuniu-se ao grupo. Então, reunida a família, fizeram um culto do evangelho. A partir desse dia, nova oportunidade de equilíbrio sexual e elevação moral estava sendo oferecida àquela jovem de apenas 26 anos.
O que falta a muitas pessoas é a coerência de um Francisco e de um Divaldo. Quem não apenas conhece, porém pratica o Evangelho, sempre encontrará recursos para amar seu próximo, respeitá-lo, mas não transigir jamais. Pois temos o dever de saber e aplicar os ensinos do Governador Espiritual da Terra, representante do Senhor do Universo entre nós, que nos criou para a Humanidade Real, cujo modelo é seu Filho Amado: Mestre Jesus.

domingo, 24 de fevereiro de 2019



27
VISÃO DE EURÍPEDES

Começara Eurípedes Barsanulfo, o apóstolo da mediunidade, em Sacramento, no Estado de Minas Gerais, a observar-se fora do corpo físico, em admirável desdobramento, quando, certa feita, à noite, viu a si próprio em prodigiosa volitação. Embora inquieto, como que arrastado pela vontade de alguém num torvelinho de amor, subia, subia...
Subia sempre.
Queria parar, e descer, reavendo o veículo carnal, mas não conseguia. Braços intangíveis tutelavam-lhe a sublime excursão. Respirava outro ambiente. Envergava forma leve, respirando num oceano de ar mais leve ainda... Viajou, viajou, à maneira de pássaro teleguiado, até que se reconheceu em campina verdejante. Reparava na formosa paisagem, quando, não longe, avistou um homem que meditava, envolvido por doce luz.
Como que magnetizado pelo desconhecido, aproximou-se...
Houve, porém, um momento em que estacou, trêmulo.
Algo lhe dizia, no íntimo, para que não avançasse mais...
E num deslumbramento de júbilo, reconheceu-se na presença do Cristo.
Baixou a cabeça, esmagado pela honra imprevista, e ficou em silêncio, sentindo-se como intruso, incapaz de voltar ou seguir adiante.
Recordou as lições do Cristianismo, os templos do mundo, as homenagens prestadas ao Senhor, na literatura e nas artes, e a Mensagem d’Ele a ecoar entre os homens, no curso de quase vinte séculos...
Ofuscado pela grandeza do momento, começou a chorar...
Grossas lágrimas banhavam-lhe o rosto, quando adquiriu coragem e ergueu os olhos, humilde.
Viu, porém, que Jesus também chorava...
Traspassado de súbito sofrimento, por ver-lhe o pranto, desejou fazer algo que pudesse reconfortar o Amigo Sublime... Afagar-lhe as mãos ou estirar-se à maneira de um cão leal a seus pés...
Mas estava como que chumbado ao solo estranho...
Recordou, no entanto, os tormentos do Cristo, a se perpetuarem nas criaturas que até hoje, na Terra, lhe atiram incompreensão e sarcasmo...
Nessa linha de pensamento, não se conteve. Abriu a boca e falou, suplicante:
Senhor, por que choras?
O interpelado não respondeu.
Mas desejando certificar-se de que era ouvido, Eurípedes reiterou:
Choras pelos descrentes do mundo?
Enlevado, o missionário de Sacramento notou que o Cristo lhe correspondia agora ao olhar. E, após um instante de atenção, respondeu em voz dulcíssima:
Não, meu filho, não sofro pelos descrentes, aos quais devemos amor. Choro por todos os que conhecem o Evangelho, mas não o praticam...
Eurípedes não saberia descrever o que se passou então.
Como se caísse em profunda sombra, ante a dor que a resposta lhe trouxera, desceu, desceu...
E acordou no corpo de carne.
Era madrugada.
Levantou-se e não mais dormiu.
E, desde aquele dia, sem comunicar a ninguém a divina revelação que lhe vibrava na consciência, entregou-se aos necessitados e aos doentes, sem repouso sequer de um dia, servindo até a morte.
(XAVIER, F. C.; VIEIRA, W.  A vida escreve. Brasília: Federação Espírita Brasileira)

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019




Continuação da trad. d’O Evangelho segundo o Espiritismo
Por: Jorge Leite de Oliveira

Nem direita, nem esquerda. Nem capitalismo, nem comunismo. Não haverá verdadeira justiça social enquanto homens e mulheres não trabalharem em prol da evolução espiritual (individual e coletiva). Prof. Alexsandro M. Medeiros, Dr. em Filosofia.Universidade Federal do Amazonas. Site: www.sabedoriapolitica.com.br/news/de-onde-vim-e-para-onde-vou/

V - Após a nossa morte, o gênio (daïmon, demônio) que nos havia sido designado durante a vida leva-nos a um lugar onde se reúnem todos os que devem ser conduzidos ao Hades, para serem julgados. As almas, após haverem estado no Hades o tempo necessário, são reconduzidas a esta vida, em nuemerosos e longos períodos.
Esta é a doutrina dos Anjos guardiães ou Espíritos protetores, e das reencarnações sucessivas, após intervalos mais ou menos longos de erraticidade.
VI - Os demônios ocupam o intervalo que separa o céu da terra. Eles são os laços que ligam o Grande Todo consigo mesmo. A divindade nunca entra em comunicação direta com os homens, mas por meio dos demônios os deuses  relacionam-se e conversam com eles, seja durante o estado de vigília, seja durante o sono.
A palavra daïmon, da qual se originou demônio, não era tomada no mau sentido na antiguidade, como entre os modernos. Ela não se aplicava exclusivamente aos seres malfazejos, mas aos Espíritos em geral, dentre os quais se distinguiam os Espíritos superiores, chamados deuses, e os menos elevados ou demônios propriamente ditos, que se comunicavam diretamente conosco. O Espiritismo diz também que os Espíritos povoam o espaço; que Deus só se comunica conosco  por intermédio dos Espíritos puros, encarregados de transmitir- nos suas vontades; que os Espíritos se comunicam conosco durante a vigília e durante o sono.
Substitua a palavra demônio pela palavra Espírito, e terá a doutrina espírita; ponha a palavra anjo, e terá a doutrina cristã.
VII – A preocupação constante do filósofo (tal como compreendiam Sócrates e Platão) é a de ter o maior cuidado com a alma, menos em vista desta vida, que é apenas um instante, do que em vista da eternidade. Se a alma é imortal, não é sábio viver com vistas à eternidade?
O Cristianismo e o Espiritismo ensinam a mesma coisa.


terça-feira, 19 de fevereiro de 2019




Em dia com o Machado 355 – Jó
Ensinar & Educar
(Jorge Leite de Oliveira)
jojorgeleite@gmail.com

Toda a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, ou seja, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. Em todos os seus ensinamentos, mostra essas virtudes como sendo o caminho da felicidade eterna. Amai o vosso próximo como a vós mesmos; fazei aos outros o que desejaríeis que vos fizessem; amai os vossos inimigos; perdoai as ofensas, se quereis ser perdoados; fazei o bem sem ostentação; julgai-vos a vós mesmos antes de julgar os outros (Kardec, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 15, it. 3).

            Tenho um primo mineiro que é espírita de berço. Fundou e dirigiu  centro espírita, casou-se, adotou quatro filhas e escreveu cinco livros. Seu nome é Jair Ribeiro de Oliveira. Sua mãe chamava-se Auta, mas era tão baixa que mal chegava a metro e meio de altura. Era, como outros irmãos seus, espírita-cristã. Quando eu era jovem, passei uns dias em sua casa, em Juiz de Fora, MG, e pude constatar pessoalmente a bondade de tia Auta e suas duas filhas, Gessy e Conceição, que, como seus dois irmãos, Jair e Altair,  seguiram a crença materna e paterna. Todos dedicados à obra da caridade material e espiritual.
         Jair aposentou-se do Banco do Estado de Minas Gerais há algumas décadas. Sua vida, além do zelo com a família, acrescida atualmente de dois bisnetos, é dedicada ao estudo e divulgação do Espiritismo. O mesmo acontecia com sua esposa, excelente médium, já falecida. Ao lado de sua casa, Jair montou uma biblioteca espírita e ali passa agradáveis horas de estudo. Atualmente, está com 89 anos, mas vai, quase todo dia, ao Grupo Espírita Luz Divina, em Contagem, MG, no qual já exerceu diversos cargos: diretor, passista, evangelizador, expositor e, ainda hoje, editor do jornal da instituição: Pirilampo. Em Belo Horizonte, fundou o Centro Espírita Paz e Amor.
         O primeiro caso que narra em sua obra intitulada Crer ou não crer é o do famoso orador religioso que arrancava lágrimas na plateia, com suas brilhantes palestras. Certo dia em que preparava o sermão sobre a importância do amor, tema que desenvolveria no domingo seguinte, tocaram a campainha de sua casa. Ao atender, deparou-se com um mendigo, que lhe pediu comida. Em resposta, disse ao pobre homem que se encontrava só em sua casa e não sabia se havia ali sobra de comida. O pedinte insistiu e, nervoso, o religioso bateu a porta em sua cara.
         No lindo domingo de céu azulado, o templo regurgitava de gente para ouvir a palestra do religioso, que fez emocionante sermão. Tão logo ele concluiu sua pregação, porém, ouviu-se uma voz troar no final do salão:
“— Gente, não acredite nesse homem. Ele é um enganador. Estive em sua residência pedindo comida e ele, com esse amor mentiroso, além de não me socorrer, bateu a porta na minha cara sem nenhum sentimento de caridade” (OLIVEIRA, J. R. Crer ou não crer. Contagem, MG: Itapuã, 2003).
         Jair conclui que é perigoso receitar a outrem o que, para nós, não passa de teoria brilhante. Por isso, é importante refletir no ensinamento desta mensagem que recebi pelo WhatsApp: “É mais fácil ensinar do que educar. Para ensinar, você precisa saber, mas para educar você precisa ser”.
         Há muita gente, no meio religioso, como esse pregador. Entusiasma com a beleza da mensagem, mas não se esforça em praticá-la... exceto quanto à recomendação a outrem.

Acesse quando puder estes links:  

1. http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com. br
3. Jornal O Imortallink d' O Imortal
7. www.jojorgeleite.blogspot.com


sábado, 16 de fevereiro de 2019




Continuação da trad. d’O Evangelho segundo o Espiritismo
Por: Jorge Leite de Oliveira (16.2.2019)

Nem direita, nem esquerda. Nem capitalismo, nem comunismo. Não haverá verdadeira justiça social enquanto homens e mulheres não trabalharem em prol da evolução espiritual (individual e coletiva). Prof. Alexsandro M. Medeiros, mestre e doutor em Filosofia. Universidade Federal do Amazonas. Site: Sabedoria Política.

III - Enquanto tivermos o nosso corpo e a alma estiver mergulhada nessa corrupção, jamais possuiremos o objeto de nossos desejos: a verdade. Com efeito, o corpo suscita-nos mil obstáculos pela necessidade que temos de cuidar dele. Além disso, ele enche-nos de desejos, de apetites, de temores, de mil quimeras e de mil tolices, de modo que, com ele, é impossível sermos sábios por um instante. Mas, se nada se pode conhecer puramente enquanto a alma está unida ao corpo, de duas uma: ou jamais conheceremos a verdade, ou só a conheceremos após a morte. Livres da loucura do corpo, conversaremos então, é lícito esperar, com homens igualmente libertos, e conhecermos por nós mesmos a essência das coisas. É por isso que os verdadeiros filósofos se exercitam em morrer, e a morte não lhes parece de maneira alguma temível (Céu e Inferno, 1ª parte, cap. 2º, e 2ª parte, cap. 1º).

Eis aí o princípio das faculdades da alma obscurecidas por intermédio dos órgãos corporais, e da expansão dessas faculdade após a morte. Mas trata-se aqui das almas de escol, já depuradas. O mesmo não se dá com as almas impuras.

IV - A alma impura, nesse estado, encontra-se oprimida e vê-se novamente arrastada para o mundo visível, pelo horror do que é invisível e imaterial. Ela erra, então, segundo se diz, ao redor dos monumentos e dos túmulos, junto dos quais já se têm vistos fantasmas tenebrosos, como devem ser as imagens das almas que deixaram o corpo sem estarem ainda inteiramente puras, que ainda conservam alguma coisa da forma material, o que nos permite percebê-las. Essas não são as almas dos bons, mas as dos maus que são forçadas a errar nesses lugares, onde carregam as penas de sua primeira vida, e onde continuam a errar, até que os apetites inerentes à sua forma material as devolvam a um corpo. Então, elas retomam, sem dúvida, os mesmos costumes que durante a primeira vida  eram objetos de sua predileção.

Não somente o princípio da reencarnação está aí claramente expresso, mas também o estado das almas que ainda se mantém sob o império da matéria é descrito tal como o Espiritismo o demonstra nas evocações. E há mais, é dito que a reencarnação é uma consequência da impureza da alma, enquanto as almas purificadas estão isentas de reencarnar. O Espiritismo não diz outra coisa. Somente acrescenta que a alma que tomou boas resoluções na erraticidade, e possui conhecimentos adquiridos, traz menos defeitos ao renascer, mais virtudes e ideias intuitivas do que tinha na existência precedente. E que, assim, cada existência marca para ela um progresso intelectual e moral (Céu e Inferno, 2ª parte: exemplos).


terça-feira, 12 de fevereiro de 2019




Em dia com o Machado 354 (Jó)

“Vinde, vós que desejais crer. Os Espíritos celestes acorrem a vos anunciar grandes coisas.” – Santo Agostinho (KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. 27, it. 23.)

            No último domingo, 10 de fevereiro de 2019, corri mais uma vez no Parque da Cidade, em Brasília. Dessa vez, estava acompanhado de um grande amigo.
            Ao término da corrida, convidei-o a tomar água de coco e nos sentamos em frente ao quiosque do local conhecido outrora como Pedalinho, para conversarmos e bebermos o precioso líquido repositor de sais minerais e potássio em nosso organismo. Ele, então, disse-me que, há alguns meses, consultou um astrólogo para ver se este era capaz de revelar-lhe seu passado e seu futuro. Isso seria feito com base na leitura de seu “mapa astral”.
            — O profissional, disse-me o amigo Cunegundes, não só me revelou muita coisa ocorrida em meu passado, como também desvendou-me o futuro. Fiquei tão perplexo com o que me disse sobre ocorrências das quais eu já nem lembrava, e outras acontecidas, de fato, que não mais duvidei dos astros e do astrólogo. Ante meus olhos perplexos, o profissional anteviu meu futuro brilhante.  Ficarei rico! muito rico! riquíssimo! Conhecerei o mundo e nada me faltará, pois o Senhor é meu Pastor...
       — E que você conversou com o tal astrólogo, meu amigo, antes do desvendar de seu planejamento reencarnatório brilhante? Perguntei-lhe.
            — Apenas lhe disse meu nome...
            — Não acredito. Você deve ter marcado a consulta com antecedência... Hoje em dia, basta colocar o nome de alguém no Google e...
            — Não seja cético, Jó, tudo o que me foi falado pelo astrólogo aconteceu em nosso primeiro encontro.
            — Pois, meu caro, como sei que você é estudioso do Espiritismo, respondi-lhe, vou preveni-lo de que, se você reler as obras de Allan Kardec sobre revelações, acontecimentos futuros, deparar-se-á com diversos alertas do codificador e dos Espíritos superiores sobre o perigo de nossa credulidade em tais previsões.
            — Deixe de ser bobo, meu caro, já li O Livro dos Médiuns dez vezes, e nada há ali contra as revelações sobre nosso futuro.
            — Pois bem, Cunegundes,  não conheço tanto quanto você essa obra, mas como estou certo de que Kardec nos alerta sobre o assunto nas obras espíritas que publicou, vou pesquisar... Se for verdade o que você me diz, também vou consultar esse astrólogo... Talvez eu também  fique  rico... e nunca procurei saber disso. O que sei é que “pra ter fon-fon, trabalhei, trabalhei”, como diria o falecido cantor Wilson Simonal num de seus sucessos musicais. E continuo pobre, mas feliz...
            — Com os conhecimentos que tenho, meu pobre amigo Jó, posso  garantir-lhe que o futuro me pertence... Quanto a você, creio que lhe cabe o ditado: “Quem nasceu para minhoca nunca chega a gavião”. Adeus!
            — Adeus, meu sábio amigo! Responder-lhe-ei na próxima crônica.
            Horas depois, reli, n’O Livro dos Espíritos, questão 868, a  pergunta de Kardec  se o futuro pode ser revelado ao homem. Como resposta, li a informação de que “Em princípio, o futuro lhe é oculto e somente em casos raros e excepcionais Deus permite que seja revelado”.
Já na questão 869, li o seguinte: “Com que objetivo o futuro é oculto ao homem?”
            Resposta:

Se o homem conhecesse o futuro, negligenciaria o presente e não agiria com a mesma liberdade, porque seria dominado pela ideia de que, se uma coisa tem que acontecer, não adianta ocupar-se dela, ou então tentaria impedir que acontecesse. Deus não quis que assim fosse, a fim de que cada um concorra para a realização das coisas, até daquelas a que desejaria opor-se. Assim é que, muitas vezes e sem desconfiares, tu mesmo preparas os acontecimentos que sobrevirão no curso da tua vida.

Não satisfeito com essa informação, consultei também O Livro dos Médiuns. Eis o que li, no seu capítulo 26, item 289, número 7, da segunda parte da obra, quando Kardec questiona se os Espíritos podem revelar-nos o futuro:

Se o homem conhecesse o futuro, não cuidaria do presente. Esse é um ponto sobre o qual sempre insistis, com vistas à obtenção de uma resposta precisa. Trata-se de grande erro, pois a manifestação dos Espíritos não é um meio de adivinhação. Se fizerdes questão absoluta de uma resposta, ela vos será dada por um Espírito leviano, conforme temos dito a todo instante.

            Ainda não me dei por contente e consultei Obras Póstumas, também de Kardec, e li as orientações e advertências contidas no capítulo Segunda vista, subtítulo Conhecimento do futuro. Previsões. Uma frase merece reflexão ali: “O vidente, aquele que de fato merece esse nome, o vidente sério, e não o charlatão que simula essa faculdade, o vidente verdadeiro, em suma, não diz o que o vulgo denomina buena-dicha; ele apenas prevê as consequências do presente; nada mais e já é muito”.
            Como fiquei satisfeito com o que li, dada a importância do assunto que, afinal, trata de nosso porvir, recomendo ao queridíssimo amigo Cunegundes a leitura completa das informações em: 1) O Livro dos Espíritos, livro terceiro, subtítulo: Conhecimento do futuro, questões 868 a 872; 2) O Livro dos Médiuns, segunda parte, capítulo 26, questão 289, números 7 a 12, além de todo o capítulo citado acima de Obras Póstumas.
            Por certo, se consultar outras obras editadas pelo sábio Allan Kardec, novas luzes surgirão sobre o assunto, que se encerra, a nosso modesto modo de ver, em Obras Póstumas. Eu, entretanto, desde cedo, estudando a Doutrina Espírita, Consolador Prometido por Jesus, aprendi sobre esse assunto que a garantia de um futuro feliz para todo o ser humano está em muito trabalho e boas companhias espirituais e encarnadas. Tudo o mais é ilusão e decepção no futuro.

Acesse quando puder estes excelentes links:  

1. blog Espiritismo Século XXI – http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/
2. revista O Consolador - http://www.oconsolador.com  
3. jornal O Imortal - link d' O Imortal
5. Site da FEB: www.febnet.org.br
6. Site do Prof. Dr. Alexsandro da UFAM:

  Salve (a) Botânica! (Irmão Jó) I Vem do grego  botane , a Botânica, Ramo setorial da Biologia Com significado, sim, de planta Que...