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sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

                                Guillon Ribeiro, arauto do Espiritismo cristão

(*17 jan. 1875 + 26 out. 1943)

(Irmão Jó)



      

Há 150 anos nasceria
O mensageiro espírita cristão
Chamado, desde então, Guillon Ribeiro,
Em terras áridas do Maranhão[1],
Seguindo, assim, pro Rio de Janeiro.
 
Ficou órfão de pai aos sete anos
E trabalhava duro como arrimo
Da mãe zelosa que, dos Altos Cimos,
Fora inspirada em sua educação
E pro Senado, lá se foi Guillon.
 
Tal era dele a dedicação,
Que se formou no cargo de engenheiro,
Mas sua grande, enorme vocação,
Era pras letras, para a redação,
Mostrou jornal do Rio de Janeiro.
 
Já no Senado, chega a diretor,
E, em seus anais, mantém-se registrado
Um elogio célebre de Rui
Barbosa, gênio nunca contestado,
Mas a meu ver, Guillon é pura luz.
 
Sempre simpático ao Espiritismo,
Passou, aos 36 anos de idade,
A frequentar a Casa de Ismael,
Federação Espírita Brasileira,
À qual se dedicou a vida inteira...
 
Casado, foi esposo carinhoso,
Pai exemplar de cinco filhos bons.
Sempre fiel às suas ocupações,
Durante 26 anos corridos,
Foi diretor com múltiplas funções...
 
Quatorze anos presidiu à FEB,
E redigindo o Reformador[2]
E traduzindo obras de Kardec
E várias outras obras, com amor,
Sua hombridade nunca esteve em cheque.
 
Durante anos, visitou detentos
A quem sua palavra confortava,
E tornou vários deles seus amigos,
Após livres das provas e castigos,
Que a todos, com amor, ele ajudava.
 
Saía à noite pregando o Evangelho
E comovia a todos, moço ou velho,
Com o seu verbo, cuja inspiração
Vinha do Alto, com vigor e luz,
Pois certamente vinha de Jesus.
 
Além de muito culto em português,
Sabia espanhol, francês, inglês...
E traduziu, com todo brilhantismo,
Diversas obras do Espiritismo[3],
Algumas delas em italiano,
 
Pois quatro delas foram de Bozzano.
Léon Denis e até Pietro Ubaldi,
Gabriel Delanne e J. E. Guillet,
Jorge Dejean, Gastin e Artur Findlay
E vários outros foram traduzidos...
 
Prefaciador por muitos preferido,
Correspondeu-se tanto no Brasil
Como também no mundo exterior.
Com belos textos no Reformador
Que, se contados, foram mais de mil...
 
Com os “Trabalhos do Grupo Ismael”.
Guillon jamais deixou-se dominar
Pelo desânimo ou difamação.
Seu lema de servir e trabalhar
Causava a todos admiração.
 
Deixou também escritas várias obras,
Mas a grandeza dele é, sem sobras,
O amor que demonstrava por Jesus,
Que a teoria aliada à prática
Fizeram dele Espírito de Luz!
 
Brasília, DF, 17 de janeiro...
Data do nascimento de Guillon Ribeiro
 
 
Fonte consultada:
WANTUIL, Zêus. Grandes espíritas do Brasil. 1. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1969.

[1] Guillon Ribeiro nasceu no Maranhão. Filho de pais pobres e órfão de pai aos 7 anos, sua mãe foi morar com ele no Rio de Janeiro, onde foi matriculado em escola pública e ingressou na Escola Militar da Praia Grande, mas não quis seguir a carreira militar. Formou-se em engenharia civil e foi redator do Jornal do Comércio. Entrou para o Senado, na função de 2.º oficial da Secretaria do Senado e, alguns anos depois, alcançou o elevado posto de diretor da Instituição, no qual se aposentou.
[2] Reformador é o periódico publicado mensalmente pela Federação Espírita Brasileira (FEB). Revista cuja criação antecede cerca de um ano (21 jan. 1883) à própria fundação da FEB (2 jan. 1884).
[3] Obras traduzidas por Guillon Ribeiro: de Léon Denis: Joana d’Arc, médium; O além e a sobrevivência do ser; de J. B. Roustaing: Os quatro evangelhos (obra mediúnica psicofônica recebida pela médium Émillie Collignon, a qual também colaborou com Allan Kardec na psicografia de algumas mensagens d’O evangelho segundo o espiritismo)*; de Ernesto Bozzano: A crise da morteAnimismo ou espiritismo; Xenoglossia; Psicologia e espiritismo; de Pietro Ubaldi: A grande síntese; de Gabriel Delanne: A alma é imortal; O espiritismo perante a ciência; De J. E. Guillet: Os quatro evangelhos e o livro dos espíritos; De Arthur Findlay: No limiar do etéreo; De Jorge Dejean: A nova luz; De C. Picone Chiodo: A verdade espiritualista; Espiritismo e criminalidade. De Luís Gastin: Livre-arbítrio e determinismo.
·         Apud MARTINS, Jorge Damas. In: Em verdade vos digo: estudo comparado das obras O evangelho segundo o espiritismo, de Allan Kardec, e Os quatro evangelhos, de Jean Baptiste Roustaing. Rio de Janeiro: CRBBM, 2008, prefácio.
·         “A obra Os quatro evangelhos [...] é complementar à Codificação Kardequiana.” Idem.                                                                                                                  

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