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terça-feira, 29 de maio de 2018




EM DIA COM O MACHADO 317 ]Jó[


Bom dia, amigos!
Ante tantos problemas políticos e socioeconômicos atuais em nosso Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, algumas pessoas vêm questionando a obra do Espírito Humberto de Campos que atribui tal condição ao nosso sofrido país.
Atrevo-me a discordar de quem não mais crê nessa predestinação do nosso país, ao se considerar o altíssimo índice de corrupção e malversação do dinheiro público por grande número de nossos políticos. Ainda não é na comparação entre a política brasileira e a dos demais países democratas que o Brasil se enquadra como pátria do Evangelho.
Também não é em virtude do absurdo número de roubos de carga, assassinatos e movimentos grevistas, como o da atual greve dos caminhoneiros, que tanto prejuízo vem causando ao nosso país, que podemos considerá-lo fracassado como “coração do mundo”. É, sim, pelo predomínio do sentimento pacífico da maioria do nosso povo que somos admirados...
            Esse sentimento resulta de ser o Brasil, talvez, a maior nação católica, evangélica e espírita do mundo. E embora os espíritas sejamos minoria em relação aos demais religiosos citados, o trabalho social desenvolvido por nós é digno da admiração e respeito até mesmo dos ateus. Tanto é assim que, em pesquisa realizada pela rede SBT, antes da desencarnação de Chico Xavier, esse médium foi considerado “O mineiro do século”, ainda que em Minas Gerais tenham nascido personalidades importantíssimas, como Tiradentes, Carlos Drummond de Andrade, Santos Dummont e Pelé. Algum tempo depois, em nova pesquisa realizada por filial da rede Globo, o médium mineiro foi eleito “O maior brasileiro de todos os tempos”.
Não me vou estender a outros representantes espíritas, como Divaldo Franco, entre nós, cuja obra, em Salvador, é conhecida mundialmente, além de, aos 91 anos de idade, ser um dos maiores tribunos espíritas internacionais da atualidade. Também não me referirei às inúmeras organizações não governamentais e religiosas de nosso país, cujas obras sociais têm minorado os sofrimentos físicos e proporcionado educação, vestuário, alimento e abrigo a milhões de cidadãos brasileiros de todas as idades. Lembro apenas que, para cada cidadão voltado ao crime, há milhares de pessoas de bem em nosso país.
Concluo estas despretensiosas notas com o apelo do Espírito Emmanuel:

Peçamos a Deus que inspire os homens públicos, atualmente no leme da Pátria do Cruzeiro, e que, nesta hora amarga em que se verifica a inversão de quase todos os valores morais, no seio das oficinas humanas, saibam eles colocar muito alto a magnitude dos seus precípuos deveres. E a vós, meus filhos, que Deus vos fortaleça e abençoe, sustentando-vos nas lutas depuradoras da vida material.[1]




[1] XAVIER, F. C. Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho. Pelo Espírito Emmanuel. Ed. FEB. Prefácio.

segunda-feira, 21 de maio de 2018


Em dia com o Machado 316 (jÓ>


Boa noite, amigos! Hoje teceremos algumas palavras sobre a família.
No capítulo 4 d’O Evangelho segundo o Espiritismo, Allan Kardec informa-nos que os laços familiares não se destroem com a reencarnação, pois ampliam a família universal. Não nos separam, como poderia ocorrer, caso alguns de nós fossem para o céu e outros para o inferno, de acordo com a doutrina da Igreja.
Aos que se contrariam com a possibilidade reencarnatória, afirmando que, desse modo, a parentela aumenta muito, o Codificador do Espiritismo explica que esse “é um temor egoísta”, por provar, em quem o sente, imensa falta de amor, ante a possibilidade deste se expandir a uma grande quantidade de pessoas. Os pais que apenas possuem um filho amam-no tanto quanto se tivessem dois ou mais, explica Kardec.
É verdade que pode renascer, no lar, alguém que, como se diz popularmente, “não é da família”. Isso serve de prova para uns e de adiantamento para outros, explica-nos o mestre lionês[1]. Diz ele que, desse modo, “os maus melhoram-se pouco a pouco, ao contato com os bons e por efeito dos cuidados que destes recebem. O caráter deles abranda-se, seus sentimentos depuram-se, as antipatias apagam-se” (op. cit., it. 19).
A grande missão dos pais é educar seus filhos no sentido moral e espiritual. E isso é de fundamental importância, em especial nos sete primeiros anos de vida da criança, quando sua alma ainda está tomando posse completa do corpo, e o ser é mais maleável à influência dos adultos.
Hoje em dia, com o avanço das ideias materialistas, é preciso cuidado redobrado de pais e responsáveis pela educação dos seus filhos. Segundo Lima, as crianças aprendem muito mais com o que observam outrem fazer do que com o que lhes é dito. E exemplifica com o caso, bastante comum, de mãe, ensinando: “Filhinha, não minta, mentira tem perna curta. É desagradável, prejudica as pessoas. A criança ouve isso o dia todo: não minta, não minta”[2]
À noite, entretanto, prossegue Lima, o telefone toca, a filha atende, diz que a ligação é para a mãe. Esta considera-se ocupada e assopra no ouvido da criança: “Diz que a mamãe não está”.
Essa cena repete-se várias vezes, ao longo do tempo, e a filha aprende que o que se faz é bem diferente do que se diz. Com o tempo, pode julgar isso normal.
É por esse motivo que precisamos repetir, para nós mesmos, incansáveis vezes esta frase de Kardec: “O verdadeiro espírita se reconhece pela sua transformação moral e pelo esforço que emprega para domar suas más inclinações”[3]. Parafraseando Santo Agostinho[4], devemos analisar, sempre, o que fazemos ao próximo; em especial, o que mostramos às nossas crianças, e procurarmos corrigir, a todo momento, nossos erros.
Se, no dia a dia, ou mesmo durante o culto do evangelho no lar, realizado em minha casa, junto de meus filhinhos, comento sobre a necessidade do perdão ilimitado, como proposto por Jesus, e, no convívio com pessoas que me ofenderam, demonstro odiá-las, minhas pequenas testemunhas, reforçadas por meus atos, vão crescer acreditando ser mais fácil não perdoar...
Se escrevo ou falo sobre a tolerância religiosa e critico a religião alheia, meus filhos poderão descrer da eficácia de minha crença.
Se sou consumidor de fumo ou de bebida, é contraditório dizer às crianças que tais vícios devem ser evitados.
Se passo a vida comentando erros alheios, de nada adianta dizer aos meus filhos que é pecado falar das faltas de alguém.
Se condeno a procura por bens materiais supérfluos e a usura, mas passo a vida acumulando riquezas, apenas em benefício próprio, minha ambiciosa conduta desmente minhas palavras.
Se possuo noções filosóficas ou políticas diferentes das de outras pessoas, a quem considero estúpidas, apenas por não pensarem como eu, de nada servem minhas palavras sobre a necessidade de respeitar as ideias alheias.
Desse modo, a incoerência, o egoísmo e a falta de amor ao próximo ressaltarão, para nossas crianças, de nossas atitudes, muito mais que de nossas palavras.
Pensemos nisto e reflitamos: se queremos que o mundo melhore, é preciso nosso esforço sincero em, tanto pelo exemplo como pela palavra, investirmos na educação. E isso começa, sobretudo, dentro de nós, e continua dentro de nossos lares, ante os olhares atentos de nossos filhos.




[1] Allan Kardec nasceu na cidade de Lyon, na França.
[2] LIMA, Simão Pedro. Viver melhor: uma abordagem espírita. Goiânia: FEEGO, 2016, p. 175.
[3] KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. 17, it. 4.
[4] _____. Allan. O Livro dos Espíritos, q. 919a.

domingo, 13 de maio de 2018




Em dia com o Machado 315 )jÓ>

Amigo leitor, como você sabe, desde que perdi minha mãe, no Morro do Livramento, ainda criança, um sentimento de dor profunda invadiu-me o coração. Em minha tristeza, por ter perdido, antes, irmãzinha em tenra idade, julgava que também não viveria muito tempo nesta escola, hospital e prisão que é o orbe terrestre.
Alguns amigos, vendo minha tristeza e percebendo o prazer que me dava a leitura, incentivaram-me a escrever poesia para espantar a melancolia. Aceitei o convite e passei a rabiscar uns versos muito comentados por meus parentes, embora os escritos não passassem de traços infantis.
Uma pessoa, em especial, incentivava-me, toda orgulhosa. Era minha madrasta, Maria Inês da Silva. As saudades da outra Maria, minha mãe Maria Leopoldina Machado de Assis, entretanto, não me abandonavam. Outra minha incentivadora foi a Sra. Petronilha, homenageada com o poema intitulado À Ilma. Sra. D.P.J.A., que não merece comentar...
Mas o que me amargurava era a saudade de mamãe, a quem imaginava que o Senhor iria me reunir na terra dos pés juntos. A mãe que me deixou, tísica, ainda muito jovem, quando eu ainda não completara dez anos.
Anos depois, com muito orgulho, li meu poema publicado pelo amigo Paula Brito em sua folha jornalística intitulada A Marmota Fluminense. O título do poema era Saudades e sua última estrofe termina assim:

Se perdi minha mãe sendo tão moço,
Se padeço de ti tanta saudade,
Não posso existir no mundo triste;
É melhor eu morrer já nesta idade!

Mas Deus reservara-me vida razoavelmente longa e ilusório brilho literário em minha pátria e no mundo. Viveria até os 69 anos e, “modéstia às favas”, antes ou depois de mim, “nunca na história deste país”, alguém seria membro da Academia Brasileira de Letras, que também presidi, embora tendo frequentado menos de quatro anos de estudo escolar.
Hoje, que se comemora mais um dia das mães, quero homenagear essa santa de todos os lares com mais um singelo poema, ao qual intitulei

Mãe, anjo divino
   
O calendário assinala
Uma data especial
Dedicada a quem nos dá
Nova existência carnal.

Em toda parte se ouvem
Louvores, canto, oração
Dedicados às mamães,
Cheios de amor e emoção.

Desde quando vem ao mundo
O ser gerado por ti,
São duas vozes que choram
Ao lado de quem sorri.

Com amor e proteção,
Crescem cheios de cuidados
Do teu coração materno
Filhas e filhos amados.

Quantas vezes a mamãe
Oculta sua ternura
Do fundo do coração
Por trás de palavra dura.

Outras vezes, sua prole
Está correndo perigo,
Mas a mãe, sempre zelosa,
Amedronta o inimigo...

O tempo passa depressa
É o que se reconheceu,
Mas no coração de mãe
O filho jamais cresceu.

Quando Deus fez a mulher,
No início da criação,
Transmitiu-lhe seu poder
De anjo da procriação.

Desde então, um só Amor,
Além da bênção dos pães,
É que nos sustenta a vida:
O Amor Divino das Mães.

segunda-feira, 7 de maio de 2018




Em dia com o Machado 314 {jÓ}

— Boa noite, Machado. Qual texto bíblico você vai parafrasear?
— Jó, na esfera do amor fraterno universal, a sexta dentre as sete esferas da Terra, dizem que Davi arrependeu-se do que disse no seu Salmo 23, ao perceber que seu texto priorizava a primeira pessoa do singular. Algo próprio dos reis, que se consideram Deuses. Então, resolvi atualizar seu salmo, visando à impessoalidade e à valorização do nós, pronome que será comum a todos os seres humanos um dia. Já é uma prévia do sentimento de todas as pessoas de bem, as quais prevalecerão quando a ditadura for anacrônica e o egoísmo desaparecer da Terra.
Nossa versão, revista, atualizada e aprovada... é a seguinte:
O Senhor é nosso Pai

O Senhor é nosso Pai, e nada nos faltará; se formos previdentes, laboriosos e fizermos ao próximo o que desejamos que ele nos faça.
Dá-nos camas aconchegantes para o repouso, não como estímulo à ociosidade, mas como refazimento de forças para nosso labor diário.
Guia-nos aos mananciais de águas cristalinas, mas recomenda-nos, também, cuidar das nascentes...
Refrigera-nos a alma, se não a macularmos com o mal.
Guia-nos pelas veredas da justiça, desde que sejamos equânimes com nosso próximo e que não pautemos nossos julgamentos pelo egoísmo e conveniência próprios.
Ainda que andemos pelo vale da sombra e da morte, na companhia de Deus, nada temeremos, pois sua Luz faz brilhar nossos passos.
Seu Amor aquece-nos nas horas amargas, e a esperança segue conosco.
Prepara-nos mesa farta, sem distinção alguma, unge nossas cabeças com óleo, nosso cálice transborda. Não mais haverá fome no mundo, quando compreendermos que, como filhos de Deus, todos somos irmãos. E as próprias leis humanas atuais exigem a assistência entre irmãos.
Certamente, a Bondade e a Misericórdia seguir-nos-ão. E habitaremos a Casa do Senhor eternamente. Então, a humildade, a fraternidade e a compaixão reinarão soberanas na Terra e no Céu.

— Que lindo, Machado!
— Obrigado, Jó, mas tudo o que foi dito acima se resume na frase inspirada a Allan Kardec: “Fora da caridade não há salvação!” (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XV, item 5). Sendo Deus nosso Pai, somos filhos do Amor, e, como tais, precisamos exercitar a caridade, amor em ação, entre todos nós. É nisso que está a felicidade!


terça-feira, 1 de maio de 2018




Em dia com o Machado 313 [JÓ}


— Boa noite, Machado. Estou sentindo falta de Emmanuel.
— Aquele que todos têm como reencarnado? Pois acabei de evocá-lo.
— Eis-me aqui. Que desejam de mim, meus amigos?
— Caro Emmanuel, você que ditou milhares de mensagens a Chico Xavier, e restaurou a pureza dos evangelhos de Jesus, gostaria de dizer-nos algo mais?
— Não creio seja necessário dizer mais do que já foi publicado, Jó. O que é preciso, agora, é praticar o que ali está. Inclusive eu mesmo, que estou relendo cada uma dessas mensagens.
— Tenho um amigo que, toda semana, me envia um dos textos do nobre Emmanuel, para minha reflexão. Também a Federação Espírita Brasileira publicou bela coleção com quase todos os seus comentários dos versículos contidos nos quatro evangelhos, atos dos apóstolos e cartas de Paulo.
— Que coleção é essa, Jó?
— Sei que você a conhece, Emmanuel, e só quer o esclarecimento do leitor. Desse modo, elenco-a abaixo:
O Evangelho por Emmanuel: comentários ao Evangelho segundo Mateus;
O Evangelho por Emmanuel: comentários ao Evangelho segundo Marcos;
O Evangelho por Emmanuel: comentários ao Evangelho segundo Lucas;
O Evangelho por Emmanuel: comentários ao Evangelho segundo João;
O Evangelho por Emmanuel: comentários aos Atos dos Apóstolos;
O Evangelho por Emmanuel: comentários às Cartas de Paulo.
— Obrigado, irmão Jó. Continuo a serviço do Cristo, em nova etapa de experiência e trabalho cristão-espírita. Atualmente estou... Mas não revele isso ao leitor, pois minha nova missão deve permanecer em segredo.
— Então você reencarnou, mesmo, em São Paulo, como foi dito pelo Chico?
— Não digo que sim, nem que não, mas, caso isso tenha ocorrido, para que não haja especulações, minha família pode já não morar onde foi informado pelo médium mineiro.
— Estaria, ela, no Brasil, Emmanuel?
— Não posso dizê-lo, Jó. Esses são segredos defesos ao ser humano, pois seu conhecimento antecipado poderá mais perturbar do que ajudar.
— É verdade, Emmanuel. Já há polêmicas suficientes no meio religioso, para que criemos mais uma. O importante é o amor. E por falar nisso, na próxima crônica, Machado promete-nos parafrasear um texto bíblico famoso sobre esse tema. É esperar para ver.
— Irmãos Jó, Machado e leitores, nunca olvidemos que somos filhos de Deus, que nos enviou Jesus Cristo, nosso irmão purificado, o qual não reformulou nenhuma das Leis Divinas; ademais, somente após nos amar e servir, nos propôs: “Aquele que quiser, dentre vós, fazer-se grande, que seja vosso serviçal” (Mateus, 20:26).


  Quando o texto é escorreito (Irmão Jó)   Atento à escrita correta É o olho do revisor, Mas pôr tudo em linha certa É com o diagramador.   ...