Em dia com o Machado 146
(jlo)
Amigo
leitor, hoje retomamos um tema que sempre me atraiu: “Fé e vida”, o mesmo de
obra inédita de Chico Xavier, publicado recentemente pela Federação Espírita
Brasileira.
O
que é a fé? Na visão das religiões, é a crença em dogmas e “artigos de fé”. Ela
pode ser cega ou raciocinada. A fé cega, diz Allan Kardec, “produz o
fanatismo”. Mas, “não basta ver”, explica Kardec, “é preciso, sobretudo,
compreender. Por fim, o codificador da Doutrina Espírita afirma que “Fé
inabalável é somente a que pode enfrentar a razão, face a face, em todas as
épocas da humanidade”.
Segundo
um espírito protetor, no capítulo 19 d’O
Evangelho segundo o Espiritismo, a fé
é humana e é divina. Como já disse em crônica pretérita, somos vontade. O que
faz a diferença em nossa vida é o querer. Por isso, “querer é poder”, ou seja,
precisamos nos manter sempre motivados, pois quando se perde a motivação, pouco
a pouco vamos perdendo tudo, até mesmo a vontade de viver. Isso, porém, é
simples perda de tempo, pois viveremos eternamente, e a evolução é nosso
objetivo.
Esta
é a fé humana: a confiança em si mesmo... Como disse o espírito supracitado: “O
Cristo, que operou milagres materiais, mostrou, por esses milagres mesmos, o
que pode o homem, quanto tem fé, isto é, a vontade
de querer e a certeza de que essa vontade pode obter satisfação”.
Se
o homem se esforça na conquista de um objetivo, e sente em si mesmo que possui
as forças necessárias para alcançá-lo, isso o torna confiante na vitória. Assim
também ocorre com quem possui fé na vida post-mortem
e resolve dedicar sua existência corporal ao bem. Essa fé divina permite a quem a possui realizar prodígios de devotamento e de abnegação ao próximo, o
que caracteriza o verdadeiro entendimento do que seja a caridade, ou amor em
ação.
O
espírito Emmanuel demonstra o poder da fé e do amor humanos quando diz:
“Compreendendo-se que a Justiça divina ignora privilégios, todos aqueles que se
decidem a servir são escolhidos por efeito da própria escolha”. (op. cit. cap.
3).
Como
acabais de ler, amiga, Deus não privilegia quem diz ter a fé religiosa e, sim,
aquele em quem a fé se expressa em obras. A diferença está apenas na vontade.
Se esta é a de César, permanecerá com
ele, na Terra; se é a de Deus, realizará prodígios não só na Terra como também
no Céu, onde as “almas gêmeas” se encontram e usufruem da felicidade dos
justos.
Vinde,
pois, à luz da fé em vossa vida imortal.
A
música interpretada na bela voz de Elizabete Lacerda, composição de Saray
Lacerda, representa o sentimento de quem encontrou em Cristo a bênção da luz,
resultante de sua “fé e vida”. Clique aqui e ouça-a: http://youtu.be/G2Cs9UK9DNA.