Em dia com o Machado 145 (jlo)
Amigos,
como já lhes dissemos alhures, o carnaval veio para o Brasil com o nome de
entrudo e aqui foi introduzido por nossos irmãos galegos. Interessante é que a
palavra é formada pelas sílabas de car (carne), na (nada) e val (vale): carne nada vale.
Mas
será que a carne nada vale, mesmo? Vá a um açougue, amiga, e peça um quilo de
filé mignon, depois me diga quanto pagou pela carne. E aí, a carne nada vale
mesmo ou vale o olho da cara?
Por
falar em "olho da cara", dizem que, no carnaval, as pessoas se
mascaram, mas há controvérsia. Um filósofo cujo nome não me lembra, no momento,
garante que é o contrário, elas se desmascaram.
Sei
que muitas pessoas vão ficar furiosas com este "médium psicógrafo",
por externar meu pensamento a respeito dessa festa pagã, mas a verdade tem que
ser dita. Para o país, pesados os prós e os contra desses dias, que na Bahia e
no Nordeste, em geral, se transformam em semanas, os contra falam muito mais
alto. E ainda mais agora, que a PETROBRAS, o BNDS, a Vale sambaram antes mesmo
do carnaval e agora, também, nada valem. Que tragédia!
O
que se gasta com a festa não compensa a vinda dos "gringos" para o
Brasil, mesmo que o real tenha caído na real ante o dólar e agora pouco valha.
O perigo de morrer esfaqueado, nas avenidas cariocas e outras mais, por este
Brasil a fora é enorme. Assim, até mesmo as boas famílias desta terra
tupiniquim ou vão para os salões sambar, onde há relativa segurança, ou ficam
em casa, curtindo o desfile da Mangueira, da Beija-Flor, da Vai-Vai (campeã
paulista), da Vila Izabel e até da rebaixada Mancha Verde (Que pena! Ainda bem
que não sou palmeirense).
Então,
meu caro amigo, não se iluda com a festa de rua, que de rua não tem mais nada,
em nossos dias, a não ser trombadinhas, estupradores, bêbado, homens e mulheres
despudorados. Mas isso nós vemos no Big
Brother, como já dissemos crônica atrás.
Feito
o balanço do que se gastou com o que foi arrecadado, avaliadas as consequências
familiares para as dezenas de pessoas assassinadas, roubadas ou mortas em
acidentes violentos, o que sobra do carnaval é mais lamento do que alegria.
A
alegria real é a da família unida, que se reúne com outras famílias e
participam de agradáveis encontros, nos quais as crianças brincam em segurança
e os adultos conversam animadamente sobre diversos assuntos, inclusive...
carnaval.
Este
ano, o Brasil não vai crescer economicamente, já está certo, na previsão dos
mais otimistas contadores e agentes econômicos. Para infelicidade maior, é o
ano em que a seca nordestina se transferiu, de mala e cuia, para São Paulo; e o
Rio de Janeiro, além do Centro Oeste, correm idêntico perigo.
Ainda
assim, o povão brasileiro, em seu incorrigível otimismo e escracho com os
usurpadores das nossas empresas e salários, cai na folia, como se nada visse,
nada ouvisse e, consequentemente, nada soubesse. Se é que sabe de alguma
coisa...
Mas,
como diria Vítor Hugo, cuidado com as manifestações de revolta popular. Mais
cuidado ainda com o grito de um povo que, durante séculos, vem sendo usurpado
pelo coronelismo, voto de cabresto e urna eletrônica, cosa nostra.
Como
ninguém é cabra, a não ser o paraibano, que, como todo nordestino, além de
"cabra da peste", é "paraíba masculina, muié macho, sim
senhor", uma hora dessas o "rebanho" estoura. Principalmente,
sem a bolsa-família, que garante o leite das crianças.
Depois
não digam que não avisei!
Boa
Quaresma para todos.
Saudações
do Machado.
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