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domingo, 28 de dezembro de 2014

Em Dia com o Machado 137 (jlo)

Vinte anos de fama e toda uma vida tentando provar que o fim justifica os meios. Vitória da verdade e derrocada moral completa é o que ocorreu com a maior fraude esportiva de todos os tempos.
É o que vamos lhes narrar hoje, leitora e leitor amigos. Se você se enquadra entre aqueles que fazem da trapaça seu modo de vida, desista enquanto é tempo, pois um dia a casa cai, como ocorreu com Lance Armstrong. Este ciclista, em 1992, foi o último classificado, na corrida de San Sebastián, na Espanha, correndo profissionalmente pela Equipe Motorola. Incentivado, porém, por sua mãe, em 1993 venceu o Campeonato Mundial de Ciclismo de Estrada, o que repetiu em 1995.
Sua doença do câncer testicular com metástase para os pulmões e o cérebro foi descoberta em 1996.
Em 1997, foi considerado curado.
Em 1998, participou da Volta de Paris e ficou em 14º lugar. Nos sete anos seguintes (1999 a 2005), Lance venceu todas as competições da Volta de Ciclismo de Paris, graças ao consumo da droga chamada EPO e outros procedimentos com doping. Para mostrar ao mundo a generosidade do seu coração, ele criou, nessa época, a Fundação Lance Armstrong de tratamento do câncer.
A partir de 2005, surgiram as suspeitas não confirmadas de uso de drogas pelo ciclista, mas em 2011, dois de seus ex-colegas resolveram acusá-lo formalmente. Em junho de 2012, a Agência Antidoping dos Estados Unidos (USADA) acusou-o oficialmente de utilização de drogas, como a EPO e outras substâncias proibidas, com base em amostras de seu sangue colhidas em 2009 e 2010.
Em outubro de 2012, Lance foi banido para sempre das competições oficiais de ciclismo e teve que devolver todas as medalhas recebidas até então, além de responder a diversos processos.
Em novembro de 2012, a revista Sports Illustrated classificou Armstrong em primeiro lugar entre os atletas mais antidesportivos daquele ano.
A medalha de bronze olímpico que ele recebera também lhe foi retirada pelo Comitê Olímpico Internacional em 2013.
Em 17 de janeiro de 2013, no programa de TV dirigido por Oprah Winfrey, o ciclista confessou ter-se dopado, em quase todas as corridas disputadas, com os hormônios de testosterona OPA e transfusões de sangue. Acabava ali um mito e cerca de 75 milhões de dólares seriam devolvidos por ele em função de execuções judiciais e retirada de patrocínios. Outras execuções judiciais e polêmicas envolvendo o atleta continuam ocorrendo até hoje.
Então, perguntamos: Valeu a pena?
Segundo o poeta Fernando Pessoa, "Tudo vale a pena, se a alma não é pequena".
Pode-se enganar o mundo durante algum tempo, mas sempre chegará o dia do nosso acerto de contas com a Lei Divina de causa e efeito de acordo com as palavras do profeta nazareno.
Há pessoas que se imaginam especiais, supõem-se deuses privilegiados, gênios invencíveis. Ignoram que na própria consciência está escrita a Lei de Deus em nós. E esse Deus, Pai amoroso, corrige, sem pressa, seus filhos com sua Justiça implacável. Desse modo, tudo que se conquista fraudulentamente não tem valor real e, ainda que leve algum tempo, a verdade sempre vence a mentira.
O sofrimento moral é o verdadeiro inferno do culpado.

Pena que somente tardiamente muitas pessoas desonestas percebam que nada vale a pena quando a alma é pequena

sábado, 20 de dezembro de 2014

Em Dia com o Machado 136 (jlo)

Amada leitora, amigo leitor, certo dia em que jantava no lar de Pedro, em Betânia, junto de seus discípulos, o Governador da Terra permitiu que uma jovem derramasse sobre sua cabeça um vaso carregado de unguento de alto valor. Foi o bastante para que fossem ouvidos os seguintes murmúrios indignados: — Quanto desperdício! Há tantos pobres entre nós que poderiam usufruir do dinheiro arrecadado com a venda desse óleo...
Os anos correram, o Cristo foi crucificado e, no ano 64 da Era Cristã, Nero pôs fogo em Roma e culpou os cristãos, que foram queimados em postes para iluminar o circo romano, onde eram realizadas festas e jogos.
Decorridos duzentos e poucos anos, durante os quais quanto mais cristãos eram martirizados, mais o Cristianismo crescia, Constantino estava a caminho do domínio de Roma e de ser eleito seu Imperador, cavalgando à frente de seu Exército, quando viu uma cruz luminosa e uma inscrição: "Com este sinal, vencerás". Mandou reproduzir a cruz em ouro e pedras preciosas e, dias mais tarde, assinou um edito de tolerância religiosa, em especial, aos cristãos.
Em 381, o Imperador Teodósio declara o Cristianismo a religião oficial do Estado.
Em 607 D.C., o Imperador Focas favoreceu a criação do papado na Igreja romana. Depois disso, tivemos cerca de 1260 anos de amarguras e violências medievais...
Após séculos de guerras religiosas entre muçulmanos e católicos e destes com protestantes, em que, de perseguidos se tornaram perseguidores, os cristãos inverteram o alerta de Jesus a Pedro no Horto: "quem matar pela espada, pela espada morrerá".
No século XIX, em vista das absurdas desigualdades socioeconômicas e da miséria de muitos, surgem as teorias filosóficas e econômicas de Marx e Engels, expressas no Manifesto Comunista de fevereiro de 1848, que se afastam completamente da ideia de uma vida post-mortem e centralizam a vida na matéria. Esses e outros pensadores seduziram um grande número de pessoas, em sua maioria idealistas, mas desejosas de impor, pela força das armas, tais teorias, que incentivavam a ditadura do proletariado.
Adepto dessa luta contra a burguesia, emerge, do seio do povo argentino, um jovem que viveu apenas 39 anos, na Terra, mas quanto sofrimento causou a si mesmo e a dezenas de seus seguidores. Seu nome era Ernesto e viveu de 14 de junho de 1928 a 9 de outubro de 1967.
Filho de família burguesa, seus pais empobreceram quando ele ainda era adolescente e passaram a morar nas proximidades de uma favela. Para ajudar no sustento da família, Ernesto tornou-se funcionário público e estudava muito. Então conheceu as teorias dos citados comunistas, que transtornaram sua mente. Em 1951, ele entra para a universidade e inicia o curso de medicina, especializando-se, mais tarde, em lepra.
Percorre, em 1951 e 1953, vários países da América Latina, em cima de uma moto, acompanhado pelo amigo Alberto Granado, na primeira viagem, e por Ricardo Rojo, na segunda. Percorrem o interior da Bolívia, Equador, Peru, Colômbia, etc. e têm contato com índios, leprosos, oprimidos de toda a sorte.
Lembrado da tese de Friedrich Engels de que "o Estado é o Poder acima da sociedade" e adepto do comunismo soviético, Ernesto alimenta o sonho revolucionário de criar uma América Latina socialmente igual para todos. Associa-se a Raul e Fidel e chega a ocupar o cargo de ministro de Estado de Cuba, após formarem guerrilheiros em campos de treinamentos vitoriosos nesse país.
Em 17 de fevereiro de 1957, Ernesto Guevara de La Serna, já então conhecido como Che Guevara, executou sumariamente o primeiro traidor do grupo de guerrilheiros, o camponês Eutimio Guerra.
Com a ternura que lhe era habitual, o comandante disse que acabou com aquela situação incômoda atirando na cabeça do camponês. Em seguida, afirmou que, após apropriar-se dos demais pertences do camponês, não conseguia tirar seu relógio, preso por uma corrente ao cinto. "Então ele me disse, numa voz firme, destituída de medo: ‘Arranque-a fora, garoto, que diferença faz...’. Ele arquejou um pouco e estava morto. Assim fiz e seus bens agora me pertenciam". (Disponível em: Wikipédia. Acesso em 18.12.2014.)
Em 1959, Che Guevara recebe o título de cidadão cubano. Ele não se dá por satisfeito, quer socializar toda a América Latina. Forma nova guerrilha e tenta criar campos de treinamento no deserto do sudoeste boliviano.
Preso em 8 de outubro de 1967, Che Guevara é executado no dia seguinte por um soldado boliviano. Suas mãos são cortadas e enviadas para Cuba...
Amigos e amigas, nestes dias que antecedem o Natal, é preciso refletir nas palavras de Jesus Cristo: "violência gera violência"; nenhum poder terreno está acima do Poder de Deus, e "a cada um, segundo suas obras".
Em resposta aos discípulos, citados acima, que criticaram a mulher por ungir a cabeça dele com óleo caro, respondeu-lhes Jesus: — Por que afligis esta mulher? pois praticou uma boa ação para comigo. Porquanto sempre tereis convosco pobres, mas a mim não me haveis de ter sempre (Mateus, 26: 10- 11).
Devemos entender essas palavras em dois sentidos: pobres materiais e pobres espirituais, ambos em situação apenas temporária de pobreza, pois sendo o Espírito imortal, mais cedo ou mais tarde estará de volta ao cenário da Terra, para continuar seu esforço evolutivo. Aquele que hoje está na miséria pode ter sido o rico de outrora e vice-versa, pois sendo soberanamente justo e bom, Deus não privilegia ninguém.
É por ainda não entender o significado disso que tanto intelectual, no fundo ambicioso pelo poder, esse bichinho mais contagioso do que a lepra estudada por "Che", usa mal sua pseudociência e, fazendo-se substituto de Deus, tenta criar uma sociedade igual com Espíritos desiguais evolutivamente, criados de todo o sempre para um fim comum: a felicidade, que muitos negam por não entenderem que ela decorre do grau de perfeição individual.
Há pobres felicíssimos: a Maria do pão, o Chico Xavier, eu...; e ricos muito infelizes: os políticos corruptos, os presidentes desonestos, etc. etc. etc.
O único poder que devemos nos esforçar em ter é o de amar e de seguir os passos de Jesus, cujo último recado, antes de sair de casa para ir ao encontro dos seus algozes, após lavar e enxugar os pés de todos os seus discípulos, foi pedir-lhes que fizessem o mesmo entre eles (João, 13: 5 a 14).
Esse foi um gesto de extrema humildade do Senhor da Terra, pois a verdadeira felicidade não está em matar, roubar, dominar o nosso próximo, mas em ampará-lo em sua ignorância e servir-lhe de exemplo, sobretudo de trabalho digno e retidão de caráter.
Reflitamos, então, na lição do Senhor, narrada por João, 13: 34: "Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei".
Busquemos, assim, sentir a presença do Cristo em nossas vidas e conquistar o poder que nos fará feliz pela eternidade: o de amar e servir tal qual ele nos ama e serve até hoje.
Que esse seja o "Manifesto Espírita" (18 abr. 1857), ainda tão pouco conhecido pela humanidade, mas que veio cumprir a promessa de Jesus contida em João, 14: 15 a 18, concluído com as seguintes palavras: "Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós".
Feliz Natal!


P.s.: o que denominamos "Manifesto Espírita" é o contido no chamado pentateuco kardequiano: O livro dos espíritos; O livro dos médiuns; O evangelho segundo o espiritismo; O ceu e o inferno; e A gênese. Depois de lê-los sua vida nunca mais será burguesa nem proletária e, sim, humana, profundamente humana.

domingo, 14 de dezembro de 2014

Em dia com o Machado 135 (jlo)
Eu se fosse apresentar um comunicado sobre a literatura feminina em qualquer universidade, falaria sobre Francisca Júlia da Silva, não por ela ter o primeiro nome  Francisca e o sobrenome da Silva. Não, ela não é a decantada Chica da Silva[1], na voz de Jorge Ben Jor e outros cantores, mas a esposa do Filadelfo Edmundo Munster, modesto telegrafista.
E isto é o que é incrível: Francisca afastou-se do meio social literário para se dedicar quase totalmente ao marido e ao lar, embora ela fosse genial poetisa parnasiana com acentuados traços simbolistas.
Mais conhecida como Francisca Júlia, essa grande escritora foi apelidada "Musa impassível" após ter escrito o seguinte soneto, publicado no livro Mármores, em 1895:

Musa Impassível[2]
Musa! um gesto sequer de dor ou de sincero
Luto jamais te afeie o cândido semblante!
Diante de Jó, conserva o mesmo orgulho; e diante
De um morto, o mesmo olhar e sobrecenho austero.

Em teus olhos não quero a lágrima; não quero
Em tua boca o suave e idílico descante.
Celebra ora um fantasma anguiforme de Dante,
Ora o vulto marcial de um guerreiro de Homero.

Dá-me o hemistíquio d'ouro, a imagem atrativa;
A rima, cujo som, de uma harmonia crebra,
Cante aos ouvidos d'alma; a estrofe limpa e viva;

Versos que lembrem, com seus bárbaros ruídos,
Ora o áspero rumor de um calhau que se quebra,
Ora o surdo rumor de mármores partidos.
Não sabia ela que estava escrevendo sobre si mesma, mas o contrário do que viveria quinze anos mais tarde. Sim, pois muitas vezes o que se escreve é o avesso do que se sente. Se o aspecto de seus poemas foi formal e tido como impessoal, do Parnasianismo alheio ao lirismo centrado no eu, o fundo foi simbólico e genialmente explorado por essa poetisa segundo João Ribeiro. Louvada em sua época pelos mais destacados poetas e críticos, sua vida sentimental era outra. Apaixonada pelo marido, resolvera dedicar todo o restante de sua última existência terrena especialmente a ele.
Casou-se com Filadelfo em 1909, na capela de Lajeado, em São Paulo, capital, e teve como padrinho nada menos do que Vicente de Carvalho. Nesse dia, foi convidada a participar como fundadora e membro da Academia Paulista de Letras de São Paulo, mas amavelmente recusou o convite, por preferir viver para o lar, embora não alheia às letras e aos movimentos literários de seu tempo.
Em 31 de outubro de 1920, quinze anos após Francisca Júlia escrever o poema que lhe deu o epíteto de Musa Impassível, publicado no livro Mármores, o marido de Francisca Júlia morreu tuberculoso. No dia seguinte, ela foi encontrada morta, em seu lar, após ingerir grande dose de narcóticos. Aos amigos, dissera, diante do esquife de Filadelfo e antes do gesto extremo: "— Jamais porei o véu de viúva". Leia, leitora, os dois primeiros versos do soneto que a consagrou em 1995:
"Musa! um gesto sequer de dor ou de sincero
Luto jamais te afeie o cândido semblante!"
Se o luto jamais tornou feio o semblante da musa, o mesmo não se pode dizer do gesto doloroso que a fez suicidar-se no dia seguinte à morte do marido idolatrado. Entretanto, a vida não começa no berço e nem termina no túmulo. Eis que ela é eterna e, sendo assim, imprimimos em nosso corpo espiritual, denominado por Allan Kardec períspirito, as marcas produzidas pelo uso do nosso livre-arbítrio.
Trinta e cinco anos após o gesto de desespero, no dia 13 de outubro de 1955, pela mediunidade psicofônica de Chico Xavier[3], o Espírito Francisca Júlia da Silva transmitiu-nos o soneto que reproduzimos abaixo:
                                  
Lutai!

Por mais vos fira o sonho, a rajada violenta
Do temporal de fel que enlouquece e vergasta,
Suportai, com denodo, a fúria iconoclasta
E o granizo cruel da lúrida tormenta.

Carreia a dor consigo a beleza opulenta
Da verdade suprema, eternamente casta;
Recebei-lhe o aguilhão que nos lacera e arrasta,
Ouvindo a voz da fé que vos guarda e apascenta.

De alma erguida ao Senhor varai a sombra fria!...
Por mais horrenda noite, há sempre um novo dia,
Ao calor da esperança — a luz que nos enleva...

A aflição sem revolta é paz que nos redime.
Não olvides na cruz redentora e sublime
Que a fuga para a morte é um salto para a treva.

Passados outros sete anos, em 1962, o médium Waldo Vieira[4] psicografou o último soneto do Espírito Francisca Júlia, intitulado

Adeus

Na agonia da luz o astro-rei purpurina...
Leves tarjas de noite a manchar o horizonte...
Uma estrela a piscar remove a névoa fina
E espelha-se, feliz, no regato defronte...

Soluça um pombo além e se alteia e se inclina
E voa sem que o Sol novo rumo lhe aponte...
Humilde rola chora a gemer na campina,
Alheia ao prado em flor e à carícia da fonte...

Chega a sombra afinal... Aparece a tristeza
No arrulho que ficou por gemidos em bando,
Quais cordas a estalar numa lira retesa...
..................................................................
Assim, num dia assim, a morrer sem alarde,
Chorando eu disse adeus e ele partiu chorando,
A renascer na Terra onde estarei mais tarde....

Atualmente, amiga leitora e curioso leitor, Francisca Júlia da Silva pode estar entre vós. É uma triste jovem à procura de um rapaz melancólico, seu inesquecível Filadelfo, que a antecedeu no renascimento. Poder-se-ão encontrar um dia? Não o sabemos. E se o soubéssemos não o poderíamos dizer. Faz parte de suas provas procurarem-se eternidade afora, uma vez que a paixão doentia os consumiu em sua última existência na Terra. Qual será a sua arte? Do palco? Da música? Do lar? Só Deus o sabe...
Termino com a seguinte frase e uma reflexão: What we consider to be art today may be very diferente from what our ancestors considered to be art.
O que o Espírito procura demonstrar a você, leitor e leitora incrédulos, é que mesmo já não desenvolvendo os temas profanos de antes, seu estilo continua o mesmo, apenas mais espiritualizado, pois não somente a arte é seu fim, mas também a arte como demonstração da imortalidade da alma e das consequências, para todos nós, do bom ou mau uso do nosso livre-arbítrio aí e aqui.
Talvez a outrora festejada poetisa esteja, agora, empenhada em divulgar a arte espiritual que, segundo Allan Kardec, quando for devidamente explorada suplantará em muito o que se considera arte no mundo atual. Se é que essa arte também não já esteja na Terra.
Saudação machadiana!



[1] Chica da Silva (1732- 1796) foi uma escrava que, no séc. XVIII, viveu no Brasil e foi alforriada por um rico "contratador de diamantes", João Fernandes de Oliveira, com quem teve 13 filhos. Era aceita, nos meios sociais da época, com o raro respeito dedicado às mulheres brancas. Doou parte dos seus bens às irmandades religiosas do Carmo e de São Francisco de Assis, exclusivas de brancos, e das Mercês e do Rosário, dedicadas aos negros. Foi sepultada na irmandade dedicada aos brancos, São Francisco de Assis, considerada a mais importante da época. Essa também extraordinária mulher, negra, foi imortalizada na música de Jorge Ben Jor, que resume sua vida e pode ser ouvida acessando-se o link http://letras.mus.br/jorge-ben-jor/86373/.

[2] SILVA, Francisca Júlia da. Mármores. São Paulo: Editor Horácio Belfort Sabino, 1895. Edição esgotada. Disponível em: < www.brasiliana.usp.br/bbd/handle/1918/01681300>. Acesso em 11/12/2014.
[3] XAVIER, Francisco Cândido. Vozes do grande além. Org. Arnaldo Rocha. Rio de Janeiro: FEB, 2003, p. 80- 81.
[4] XAVIER, Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo. Antologia dos imortais. 4. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002. Parte II (Médium Waldo Vieira), p. 185- 186.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Em dia com o Machado 134 (jlo)

Amiga leitora e amigo leitor, nossa história de hoje foi-nos contada por Joteli. É uma espécie de Memorial de Aires às avessas, ocorrida não no tempo de um final de vida, mas, sim, no tempo de apenas um dia de uma existência que se acha no seu outono e outras que ainda estão na primavera. Vamos à narrativa!
Terça-feira, 9 de setembro de 2014.
13h30: Joteli retorna a seu apartamento após ter deixado o netinho M., de 6 anos, com quem jogara dama e xadrez!, na noite anterior, na casa deste. Antes disso, ao se despedir da filha e do outro netinho, J., de ano e nove meses, que almoçava com a auxiliar do lar, percebeu que este ficara sério e não lhe acenara em despedida, como costuma fazer, mesmo sendo incentivado, insistentemente pela mãe:
— Dá tchau, para o vovô... Deixa para lá, vovô, ele está com sono...
15h: O vovô levou a vovó à casa da C., sua outra filha, que precisava de ajuda para cuidar do L., seu filho recém-nascido. A avó ficou e o avô voltou a sua casa.
18h: A vovó ligou para o vovô... Estava agora na casa da outra filha, F., a mais velha, e os outros dois netos, onde o marido os deixara no início da tarde:
 — Meu amor, já são 18h e a F. pediu para eu ficar com o J. (1 ano e 9 meses) e o M., até o pai deles chegar, pois ela tem que despachar com o chefe e vai chegar mais tarde em casa. A auxiliar do lar só trabalha até as 17 horas e já foi embora. Além disso, o J. não para de lhe chamar: "vovô... vovô... vovô...". Então você fica conosco aqui até nosso genro chegar e depois nós vamos embora. Antes, você me deixa na ...
— Está bem, querida, já estou indo. Acatou Joteli, que agora continua a narrativa...
18h30: Cheguei, toquei a campainha e esperei. Lá dentro, as crianças gritavam felizes:
— Vovô chegou, vovô chegou... — Vovô... vovô... vovô...
Entretanto, algo imprevisto acontecia dentro da casa e era ouvido por mim, fora dela:
— Cadê a chave da sala? – perguntava a vovó lá de dentro...
— Papai levou, respondeu-lhe o neto M. do interior do lar.
— E a outra chave da sala? — Voltou a perguntar-lhe a avó, preocupada...
— Mamãe levou.
— Vamos então à cozinha – disse ela. Cadê a chave da cozinha?
— A auxiliar levou, vovó.
— Então, Joteli - gritou a avó para mim, de dentro para fora -, você vai ter que esperar meia horinha aí até o pai deles chegar... Em seguida, disse ao neto mais velho:
— M., vê se você acha um livro de história e passa por debaixo da porta para o vovô ler.
Ouvindo isso, falei, de fora para dentro:
— Não, M., não precisa fazer nada disso, pois daqui a pouco seu pai vai chegar e abrir a porta para nós entrarmos.
Mas M. teve outra brilhante ideia. Daí a pouco, as notas de 500.000 a 1 real do "banco imobiliário" começaram a passar por debaixo da porta enquanto ele dizia:
— Vovô, vai brincando com essas notas enquanto eu procuro outras coisas para você brincar...
E tome de notas de 500.000; 200.000; 100.000; 50.000; 20.000; 10.000; 5.000; 1000; 500; 200; 100; 50; 20; 10; 5 e 1 às centenas, todas misturadas, que M. empurrava por baixo da porta e o vovô ia pegando, separando e montando em seu "banco imobiliário" do lado de fora.
Nesse meio tempo, figurinhas aos montes eram também passadas por debaixo da porta, além de folhas coloridas de papel A4, um lápis etc. De dentro da sala, as vozes incansáveis dos netinhos eram ouvidas claramente cá fora:
— Vovô, você pegou as notas? Estou passando o livro...
— Sim, M., estou pegando, mas não passa o livro de histórias infantis agora não, pois estou arrumando as notas no "banco imobiliário..."
— Vovô... vovô...
— Oi, J., vovô está aqui fora, mas logo seu papai chega e a gente se vê...
— Vovô, vovô...
— Sim, J.zinho, já, já o papai chega...
— Tááá...
— Vovô, agora vão umas figurinhas, está bem?
— Está bem, M., muito obrigado. Mas ainda estou organizando as notas do banco imobiliário.
— Vovô, agora vai o livro.
— Obrigado, M., essa história infantil vai deixar o vovô muito feliz.
— Vovô, vovô...
— Fala, J.zinho... Tudo bem com você?
— Tááá...
19h30: O pai chegou, viu-me sentado, do lado de fora da casa, junto de montes de "notas" arrumadas, anotando a quantidade de cada uma, e mais folhas coloridas, figurinhas, rosto formado por barbantes colados em folha de papel, e preocupado em informar ao neto mais velho para continuar contando as demais "notas" e anotar tudo no cartãozinho...
Ao ver o pai, M. correu para seus braços e J.zinho, que já estava com saudades do vovô, desde cedo, abraçava e beijava o vovô, dizendo a coisa que mais ama dizer e que tanto encanta e emociona o avô:
— Vovô... vovô... vovô...

Na próxima crônica, falar-vos-ei de "Chica da Silva", mas não é quem vocês estão pensando. Aguardem!


terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Em dia com o Machado 133 (jlo)

Por que, no mundo, tão amiúde, a influência dos maus sobrepuja a dos bons?
Por fraqueza destes. Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes o quiserem, preponderarão. (KARDEC, Allan. O livro dos espíritos, questão nº 932.)

Tenho um amigo que foi militar e, certo dia, ouviu indignado o seguinte "conselho" de seu subordinado: — Chefe [Nessa época, todo militar um posto acima do seu era seu chefe, ainda que não o chefiasse.], se você quiser "se dar bem na vida", tem que aprender a "defamar" as pessoas... A vida é dos espertos, quanto mais a gente falar mal dos outros, mais a gente se dá bem.
Esse tipo de mentalidade, no Exército, é inadmissível; por isso, o soldado mau caráter acabou sendo preso, algum tempo depois, por tentar pôr em prática, com outrem, sua visão do que significa "se dar bem na vida". Certas normas militares, como a da disciplina de nossos atos, a do mérito próprio na carreira pública, e não a decorrente de nomeação política, precisam ser implementadas urgentemente, nesta nação, se a queremos não um país grande, mas um grande país.
A questão da disciplina é tão importante que o Espírito Emmanuel a "impôs a Chico Xavier" como condição única para ser bem sucedido em sua tarefa missionária...
Atualmente, porém, a canalhice de alguns políticos brasileiros chegou ao cúmulo do absurdo. O que temos presenciado nestes dias, no país, me faz lembrar também uma conversa rápida havida, há alguns anos, com um flanelinha, no comércio da Asa Norte.
— Doutor - disse-me ele -, em nosso país não vale a pena ser honesto. O que é preciso é saber roubar. Quem é esperto entra na política, rouba bastante e, mesmo se der o azar de ser preso, depois que cumprir alguns anos de cadeia, passa a viver como rei...
Hoje, dir-lhe-ia que nem é preciso sair da cadeia para viver como um rei no Brasil. Lá mesmo, os bandidos mais cruéis agem impunemente. Nessa escola do crime, criam comércio com venda de drogas e alimentos, usam o celular para dar ordens ao cúmplice, do lado de fora, visando matar até policiais, etc. Ali, ladrões de galinha viram facínoras.
No último domingo, assistimos à transmissão de uma grande emissora de TV, que nos mostrou um cerco policial a uma Câmara de Vereadores que não difere muito das nossas escolas do crime...
Lá dentro, os politiqueiros fingiam estar tratando de assuntos do interesse do povo.
Cá fora, o povo, em silêncio, observava a chegada da polícia federal...
Lá dentro, ignorando o que ocorria externamente, a farsa politicanalha continuava...
Cá fora, uma multidão revoltada aguardava os acontecimentos em ruas esburacadas, sem tratamento de esgotos e à frente de escolas e hospitais caindo aos pedaços.
Oito vereadores foram presos, em camburões, como marginais comuns, sob os apupos da população: — Fora, ladrões! Cadeia neles! Corruptos sem vergonha! Bandidos...
Um deles, ao ser preso, ainda no auditório da Câmara, deu um sorriso irônico e fez com o polegar o sinal de positivo. Depois, foi empurrado para dentro do camburão, como reles marginal, que o é.
Nessa cidade, as crianças vão para a escola de pau-de-arara e passam fome. Nas salas de aula, sentam-se no chão, quando há sala; caso contrário, têm o céu como teto e a pedra como cadeira. Ou seja, têm aulas em plena natureza, mas não de Biologia, Ecologia ou Meio Ambiente, pois ainda mal entraram na escola...
O dinheiro da merenda, da conservação do colégio, dos livros e do transporte ficou nas contas do prefeito, também ele preso.
Esse é apenas um exemplo do que vem ocorrendo em muitos municípios brasileiros. Ainda agora, presenciamos, em nossa pátria, todo o tipo de farsa: fraudes eletrônicas, intimidações a nordestinos que vivem de bolsas famílias e outras benesses, para votarem nos partidos que apoiam o Governo, mentiras eleitoreiras, inclusive de que a economia estava sob o controle, difamações, difamações, difamações.
Agora, querem transformar deficit em superavit para que a mandatária da nação não incorra em crime de responsabilidade, pois a economia está com um rombo como nunca antes na história deste país foi tão absurdo.
E o mais tragicômico é que parte dos bilhões de dólares desviados de nossas grandes empresas, como a Petrobras, está em contas dos suíços, que não mais desejam guardar em seus bancos dinheiro sujo de outros países. A politicalha, entretanto, insiste em dizer que "uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa". Ou seja: "prendam-nos, mas não mexam no que roubamos com tanto sacrifício".
Então, é preciso bloquear essa outra coisa, para que ninguém mais se dê bem com o desvio de nossos já escorchantes impostos. E não somente repatriar o que estiver em nome dos larápios travestidos de políticos ou seus apaniguados, mas também do que estes transferiram para seus "laranjas", antes de serem presos.
Será que nosso Ministério Público vai extraditar essa dinheirama, ou vai apenas mandar prender, em regime domiciliar, os politicanalhas, para usufruírem o que roubaram?
O povo exige uma resposta à altura do maior escândalo de todos os tempos. A população, indignada, apenas aguarda o desenrolar das investigações para, ampliando a revolta daquele município roubado, que é apenas uma ponta do grande iceberg submerso numa lama de corrupção, voltar às manifestações:
— Fora, corruptos! Lugar de bandido é na cadeia. Queremos um país justo, educado e honesto. 

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Em dia com o Machado 132 (jlo)

Amiga leitora e prezado leitor, sem querer criar polêmicas com minhas crônicas, e já criando, parodiando Jô Soares, ao deparar-me com um blog cujo objetivo principal do seu autor é tentar descobrir fraudes e plágios em obras espíritas, resolvi responder-lhe.
A última crítica do blogueiro, cujo nome e sítio não vêm ao caso divulgar, foi a de que, com base em algumas coincidências nas mensagens psicografadas por Chico Xavier e Divaldo Franco, este teria plagiado aquele. Até palavras idênticas, o polemista destacou nas mensagens para induzir o leitor a acreditar em plágio. Ora, se assim for, praticamente tudo o que se pesquisa e escreve é plágio. Nesse caso, cem por cento das monografias escolares.
Vejamos, a seguir, alguns trechos selecionados das mensagens, com destaques do cético, lembrando que os textos de Divaldo costumam ser psicografados na presença de várias pessoas. Este, nove anos após o anterior, escrito pelo Chico:

Mensagem do Espírito Isabel de Castro, psicografada por Chico Xavier. Obra: Falando à Terra. Rio de Janeiro: FEB, 1951.
Espírito Vianna de Carvalho, noite, 15 set. 1960, em Salvador, BA, public. na revista Reformador, mar. 1962. Médium: Divaldo Franco.
UM DIA 
[...]
Um dia, Colombo resolveu empreender a viagem ao Mundo Novo e desvelou o caminho para a América. 
A gloriosa missão de Jesus começou para os homens no dia da Manjedoura.
[...] 
Das resoluções de uma hora podem sobrevir acontecimentos para mil anos.
[...] 
Se acreditas no bem e a ele atendes, cedo atingirás a messe da felicidade perfeita; mas se agora mofas do dia, entre a indiferença e o sarcasmo, guarda a certeza de que, a seu turno, o dia se rirá de ti. 

UM DIA 
[...]
Um dia, resolvendo lutar contra o pessimismo das cortes europeias e do povo, Colombo descobriu a América.
[...]
Um dia mentiste e todo um programa nefando teve início.
Um dia prometeste, olvidando logo mais a palavra empenhada, e o caráter foi afetado.
Um dia, na vida, pode constituir-se início de um milênio diferente para tua alma.
Como a reflexão é a mãe de todas as virtudes, pensa bem e o teu caminho atravessará o portal de luz para a imortalidade. 

Não estamos defendendo que tudo o que se nos apresenta como mensagem do Além deve ser aceito cegamente por nós. Ao contrário, o espírita consciente, examina tudo e retém o bem, como aconselha o Evangelho de Jesus. Além disso, são os próprios Espíritos superiores que nos aconselham separar atentamente o bom trigo do joio das mensagens. N'O livro dos médiuns há uma mensagem do Espírito Erasto que nos sugere ser preferível rejeitar dez verdades a aceitar uma única informação falsa, supostamente provinda de Espírito elevado (cap. XX, it. 230).
Por fim, nunca é demais lembrar que o Espírito lança a ideia e o médium a capta de acordo com os seus conhecimentos e possibilidades, quase sempre havendo algo de animismo involuntário na comunicação mediúnica, principalmente quando o médium é estudioso assíduo, como é o caso do Divaldo Franco e também como ocorria com o Chico Xavier. "Espíritas! amai-vos, este o primeiro mandamento; instruí-vos, este o segundo" (O Espírito de Verdade, cap. VI d'O evangelho segundo o espiritismo). Por vezes, imaginamos estar dizendo algo inédito que já foi dito por outra pessoa. Ora, o que são os Espíritos senão nós mesmos, em outra dimensão da vida eterna?
Quem não conhece o processo de comunicação da mediunidade e a questão da sintonia sempre vai duvidar de tudo o que ouve ou lê atribuído aos Espíritos, embora haja, realmente, pseudos médiuns que, sem qualquer preparo e estudo, atribuem aos Espíritos tudo o que sua imaginação exaltada aprove. Não é o caso dos médiuns aqui citados.
Então, o bom espírita nem é totalmente incrédulo, nem aceita o que supostamente venha dos Espíritos, pois, conforme diz também Allan Kardec, "fé verdadeira" é a que se submete ao crivo da razão e da lógica "em todas as épocas da humanidade". Desse modo, com todo o respeito ao polemista cético, dissemos-lhe o seguinte:

Seu problema e de outros internautas que se empenham em combater o Espiritismo está num detalhe único: ideias preconcebidas. Allan Kardec nunca disse que o Espiritismo fosse essa “ciência” que você conhece e, sim, “ciência do espírito”, baseada em experimentações e observações. Quanto ao pseudo plágio do Divaldo, repudio veementemente tal conclusão. Existem 6,5 bilhões de mentes no mundo. Se apenas um por cento delas resolver falar sobre um assunto, a possibilidade de haver coincidências é enorme. Kardec também explicou que aos céticos sistemáticos é inútil tentar convencer de coisa alguma, pois mesmo que vissem não acreditariam. Por que você não se preocupa com outros assuntos, ao invés de ficar especulando sobre a vida de cidadãos que dedicaram toda uma existência ao bem da humanidade e, desde criança, aprenderam a distinguir o que era seu do que não o era? A pessoas como você, se referem as palavras do próprio Jesus Cristo, em quem, aliás, também não acreditam: "Não atireis vossas pérolas aos porcos e nem deiteis as coisas santas aos cães". Agora procure no Evangelho onde se encontra essa passagem e discorde dela… [...].

Conhecedor da absoluta perda de tempo em se tentar convencer aos ateus sistemáticos sobre a sobrevivência do Espírito após a morte do corpo físico, o próprio Allan Kardec já nos orientava sobre o que postamos acima.
Aliás, dirigindo-se ao apóstolo Tomé, Jesus, após sua ressurreição, convida-o a colocar o dedo num dos furos de suas mãos e faz-lhe a seguinte advertência: "Bem-aventurados os que não precisam ver para crer" (João, 20:29).  
Igualmente, são inumeráveis as obras sérias que tratam sobre as conclusões positivas dos sábios de todos os tempos e os depoimentos de pessoas idôneas sobre comprovações da imortalidade da alma, por meio de reuniões de materializações. Por que, então, não convencem a tais ateus? Por que eles não querem se convencer e substituem as ideias lidas, os fenômenos vistos, por teorias estapafúrdias. Alguns, até mesmo sendo médiuns, passam a vida tratando-se exclusivamente com psiquiatras e negam a existência de sua própria alma. Desse modo, cavam o próprio abismo.
Os fenômenos estão aí, os médiuns também, os testemunhos são inumeráveis: sábios como William Crookes, Ernesto Bozzano, Gustave Jung, Alexandre Aksakof, e muitos outros, viram e creram. Escritores como Victor Hugo, Arthur Conan Doyle e Vergílio Ferreira também... Uma nuvem de pesquisadores, muitos deles antes incrédulos, examinaram, observaram, experimentaram e creram. Outros, nem tanto, pois diversas causas podem estar presentes na incredulidade pessoal, como a do interesse próprio em continuar esta efêmera vida sem a preocupação com as consequências post-mortem dos seus atos. Sua filosofia é a do laissez faire, laissez aller, laissez passer, não se importando com as consequências de seus atos, por que, para eles, o futuro é agora.

Não devemos nos preocupar com tais céticos, pois um dia confirmarão, a seu pesar, as palavras de Vergílio Ferreira, que já citamos em outra crônica: "Deus existe, sim, infelizmente". Ao que acrescentamos: assim como somos imortais, felizmente.

  Quando o texto é escorreito (Irmão Jó)   Atento à escrita correta É o olho do revisor, Mas pôr tudo em linha certa É com o diagramador.   ...