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terça-feira, 25 de setembro de 2018


A bandeira do caos...
(Jorge Leite de Oliveira)

Nos vis clamores de uma certa cela
Não existe a bandeira brasileira.
Ali, se a faixa não é amarela,
Terá que ser puramente vermelha.

Nos seus discursos, certo camarada
Fala, promete, mas nunca faz nada...
Em meio à agitação de mil bandeiras,
Nenhuma delas sendo brasileiras.

Muitas bandeiras vi com o Haddad,
A maioria delas é vermelha,
A mesma cor da alma guerrilheira,
Somente a do Brasil ali não há.

É proibido ali portar bandeiras,
Na agitação do puro comunismo,
Exceto se elas forem as vermelhas
Como a tonalidade do petismo.

Democracia para um comunista
Somente serve enquanto serve aos fins
Tão almejados por sua conquista:
Sugar do povo o cérebro e os rins.

Por isso, essa bandeira é vermelha,
Ela tremula sem patriotismo,
Sem esperança, sem idealismo,
E sem respeito à pátria brasileira.

Nos movimentos pró-Fernando Haddad,
Em torpe agitação arruaceira,
Ouvem-se gritos por toda cidade:
— Não pode haver bandeira brasileira.

É proibido usar nosso pendão
Que ostenta o lema de progresso e ordem
Por onde passa a manifestação
Do caos, da hipocrisia e da desordem.

Brasília, 26 set. 2018.





EM DIA COM O MACHADO 334 #JÓ#
(Convite à caridade)
Jorge Leite de Oliveira
jojorgeleite@gmail.com

Outro dia, tão logo fui dormir, vi-me transportado por uma nave.
Sentados à minha frente, dialogavam Machado de Assis e Olavo Bilac, príncipe da poesia parnasiana. Do assento em que eu estava, ouvi deles o seguinte:
— Amigo Bilac, reflita na beleza destes versos do espírito Maria Dolores, psicografados por Chico Xavier. O título do poema é Convite.
Em seguida, com belíssima voz, o Bruxo do Cosme Velho recitou, de modo inesquecível, e por longo tempo, estas lindas estrofes:

Se te vês nesta noite,
De alma desencantada e dolorida,
Concentrando a atenção na angústia
que te invade,
Medita, coração,
Nos outros companheiros que se vão
Nos caminhos da vida,
Sob as pressões da prova e da necessidade.
Regresso agora de estirado giro,
Para buscar-te aqui, em teu doce retiro.
A calma da oração,
Entretanto, alma irmã se me permites.
Comentarei as dores sem limites,
Da multidão agoniada
Que encontrei na jornada.
Com certeza, já viste
As trevas e aflições de tanto quadro triste,
Mas peço ainda o teu consentimento
A fim de relembrar-te
O vasto espinheiral do sofrimento
Que nos roga socorro em toda parte.
Deixa, enfim, que eu te diga,
Alma fraterna e amiga,
Quanta amargura vi por onde andei…
Vi mães em catres de doença e luta,
Lançando petições que a Terra não escuta,
Pedindo em vão, a xícara de leite
Para o filhinho semimorto
Agonizando à míngua de conforto…

Vi outras nas calçadas,
Carregando no colo os anjos de ninguém
Pobres irmãs abandonadas
Aspirando a escalar as alturas do bem.
Acompanhei velhinhos,
Outrora moços de bonito porte,
Tão fatigados, tão sozinhos
Que pediam a Deus a compaixão da morte.
Achei muitos irmãos enfermos e cansados
Em desespero imanifesto,
Sem pensar nas terríveis consequências
Que nascem desse gesto.
Vi crianças, ao léu, com febre e sono,
Relegadas à noite em penoso abandono…
Visitei tanto lar vazio de esperança,
Tantas mansões em lágrimas ocultas
E tanta dor nas choças das favelas,
Que, de fato, não sei explicar, a contento,
Onde há mais solidão e onde há mais sofrimento
Se nas casas mais ricas e mais altas,
Ou nas outras mais tristes, mais singelas…

Por isso venho aqui, alma querida e boa,
Para pedir qualquer migalha,
Em favor de quem chora…
Ama, ensina, trabalha,
Sofre, ajuda, perdoa…
Lá fora, um mundo novo nos espera
Por nossa fé sincera
Traduzida em serviço…
Olvida a própria dor… Lembra – te disso:
Temos nós com Jesus a obrigação
De esquecer-nos e agir
Para que a paz do bem seja a paz do porvir.
Não te percas em lágrimas vazias
Pensa na força que irradias
Pela fé que Jesus já te consente
Deixa as tribulações e os pesadelos
Que te fazem chorar,
Reflitamos no amor sinceramente,
Anota as provações de tanta gente,
Sai de ti mesmo e vamos trabalhar!…

Após breve silêncio, Bilac respondeu-lhe:
— Isso mesmo, Machado! Como eu disse, na última estrofe do meu poema intitulado O tempo:

Trabalhai, porque a vida é pequena
E não há para o tempo demoras,
Não gasteis os minutos sem pena,
Não façais pouco caso das horas. (Olavo Bilac)

         — Trabalhar com Jesus, concluiu o Bruxo, é sentir a alegria de amar o próximo, aprendendo sempre para melhor servi-lo.
Em seguida, acordei com lágrimas nos olhos. Já era manhã e o trabalho me convidava ao serviço do bem em novo e alegre dia.

domingo, 16 de setembro de 2018



Em dia com o Machado 333 #JÓ#
17 motivos para bem votar


Em nova audiência com Machado, que nos atendeu em nave maravilhosa, proveniente dos espaços siderais, conversamos sobre o momento atual do nosso defraudado país.  
— Boa tarde, Jó, soube que você tem estado de olho na política.  
            — Boa tarde, amigo Bruxo. É verdade. Quem alega que o cristão-espírita não deve manifestar seu interesse e sua opinião na política desconhece o mal que isso faz ao nosso país e a si próprio.
            — Isso mesmo, amigo, lembra-me agora a célebre frase de Martin Luther King: “O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons”.
            — De acordo, Machado. Tenho observado que grandes comunicadores espíritas vêm posicionando-se contra a imoralidade e a corrupção institucionalizada no Brasil. Eles recomendam-nos analisar bem o caráter, a competência e as propostas dos candidatos, antes de votar nas eleições deste ano.
            — Não somente os líderes espíritas têm mostrado sua preocupação nesse sentido, Jó, como também nós, que já ultrapassamos as margens do rio Letes. Daqui da Esfera Espiritual, temos alertado o povo brasileiro para informar-se bem, antes de escolher seus novos governantes e legisladores. É preciso, principalmente, renovação dos quadros de representantes do executivo e do legislativo.
            — Amigo Bruxo, já listei dezessete motivos para minha escolha do futuro presidente do Brasil. Anote aí.
17 motivos para eu votar no Bolsonaro:
1) É honesto;
2) Nunca tentou matar ninguém que divirja de suas ideias;
3) É militar, e todo bom militar é disciplinado;
4) Quer acabar com a impunidade no Brasil;
5) Combaterá, sem trégua, a corrupção;
6) Defenderá direitos e deveres para todos, e não só direitos;
7) Combaterá a entrada de drogas em nosso território, responsável pelo aumento da violência e causa de mais mortes aqui do que em todos os países em guerra;
8) Proibirá, nas escolas brasileiras, a exposição de ideologias nefastas;
9) Investirá na segurança de todos os cidadãos e cidadãs que estejam no solo pátrio;
10) Impedirá o partidarismo político nas escolas;
11) Garantirá a toda pessoa o direito de defender seu lar, seus bens e sua vida;
12) Proporá legislação que impeça a ideologia de gênero e incentivo à pedofilia em nosso país;
13) Valorizará o mérito individual e não o apadrinhamento político;
14) Diminuirá o número de ministérios do Poder Executivo;
15) Libertará nosso país da influência nefasta do materialismo comunista;
16) Investirá na contratação de concursos públicos que não tenham fraudes; e
17) Lutará pelo reconhecimento do "Brasil [como] coração do mundo e pátria do Evangelho".
Desconheço organização mais honesta e zelosa no trato da coisa pública do que a da caserna. É verdade que, mesmo aí, há os patifes; mas esses acabam punidos exemplarmente.
A única recomendação que faria ao Bolsonaro e sua equipe é que evitem o discurso do ódio e da vingança, pois "violência gera violência".
— Muito bem, Jó. Despeço-me com outra frase do líder pacifista negro americano, supracitado, apropriada à época atual do povo brasileiro: “A verdadeira medida de um homem não está na forma como se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como se mantém em tempos de controvérsia e desafio”.

segunda-feira, 10 de setembro de 2018



Em dia com o Machado 332 TT
Tragédia em família judaica

Em seu romance histórico intitulado Paulo e Estêvão, numa das mais belas obras literárias mediúnicas de todos os tempos e lugares, Emmanuel narra a prisão cruel do judeu Jochedeb e seu casal de filhos, Jeziel e Abigail, pelo questor do Império Romano Licínio Minúcio, que já havia roubado as propriedades dessa família. Jochedeb, em represália à desapropriação ilegal de suas terras, havia incendiado as terras vizinhas às suas, que pertenciam a Minúcio. Este, sabedor da morte de um dos seus melhores escravos, no combate ao incêndio de suas terras, mandara chicotear o idoso pai do casal e seu filho que, na tentativa de poupar o pai, assumira a culpa pelo incêndio.
O cruel e tirano questor disse ter sido informado de que Jochedeb fora visto incendiando suas terras, mas, ante a confissão de culpa inexistente do filho deste, optou por mandar chicotear pai e filho. Jeziel ainda seria preso e escravizado após o castigo.
Abigail, nos seus 18 anos de idade, a tudo assistia estarrecida. Em dado momento, “[...] a ponta de bronze do açoite lanhou fundo a garganta do pobre israelita, jorrando o sangue em borbotões”.
O pai iria morrer, mas Jeziel pede à irmã que faça, por todos eles, a prece dos aflitos. Em voz trêmula, a jovem ajoelha-se, olha fixamente para o genitor, já se imobilizando pela morte, e, ao mesmo tempo que ela chora, canta a prece solicitada pelo irmão.
Todos os que ali estavam são tomados de funda emoção enquanto ouvem o canto de Abigail:

Senhor Deus, Pai dos que choram,
Dos tristes, dos oprimidos,
Fortaleza dos vencidos,
Consolo de toda a dor,
Embora a miséria amarga
Dos prantos de nosso erro,
Deste mundo de desterro
Clamamos por vosso amor!

Nas aflições do caminho,
Na noite mais tormentosa,
Vossa fonte generosa
É o bem que não secará.
Sois, em tudo, a luz eterna
Da alegria e da bonança
Nossa porta de esperança
Que nunca se fechará.
(XAVIER, F. C. Paulo e Estêvão, Ed. FEB, cap. II)

O cruel verdugo, vendo a comoção causada pelo canto da jovem, disfarça seu mal-estar e pede a um dos seus servidores para levar Abigail para a rua e soltá-la, desde que ela cesse seu triste canto de rouxinol ferido. A música celestial acabara de poupar a honra e quiçá a vida de linda e inocente jovem.
Como, então, algumas pessoas dizem que “literatura não serve para nada”? A literatura, além de nos emocionar, pode salvar uma ou mais vidas. Se você acha que sua existência está difícil, leia essa obra e reflita no que ocorreu aos seus protagonistas.
 Quem sabe se, ao perceber a força da fé, da resignação, da paciência e do amor a Deus, exemplificados por eles, suas dores, amigo leitor, não se tornem pequenas? Quem sabe se essas histórias reais, narradas poeticamente, não modifiquem completamente seu ânimo?
Coragem! por mais difíceis sejam nossas provas, elas passarão, e novo Sol brilhará no céu.












terça-feira, 4 de setembro de 2018


Em dia com o Machado 331 )jÓ(
Ovelhas e Bodes

        
Amigo leitor, lembra-se de minha promessa de explicar-lhe o sentido das palavras do Cristo expressas por Mateus, 25:31 a 46? Pois chegou a hora da verdade. As ovelhas são todas as pessoas de bom coração, que ouvem as palavras do Cristo e, sobretudo, praticam os seus ensinamentos. Os bodes são todos aqueles que nada fazem do que foi dito acima...
Vimos domingo, na televisão, idoso com dificuldade para subir a escada da porta de entrada de ônibus. Logo atrás, estava um jovem, completamente indiferente à sorte do senhor. Modesto vendedor de balas, porém, vendo a cena, apressou-se em ajudar o necessitado a entrar no coletivo.
Alguém que filmava a cena de um dos andares de edifício em frente, comovido com o gesto do baleiro, comprou-lhe todos os doces. Nesse dia, o vendedor ambulante pôde voltar mais cedo para sua casa. O almoço estava garantido para ele e esposa. Seu gesto de bondade atraíra outro, bom.
Também viralizou na internet nova cena: colado a moto quebrada, lia-se num papel a seguinte informação, com telefone para contato: “Destruí sua moto. Me liga”. O bilhete era do dono do ônibus que causara o acidente.
O autor do recado, o baleiro e seu generoso “cliente” são algumas das “boas ovelhas” citadas por Jesus simbolicamente.
No último domingo, um incêndio destruiu 90% das obras do Museu Nacional, situado na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. Dentre os diversos comentários sobre a tragédia, destacamos o do Ministro da Secretaria do Governo: “Agora que aconteceu, tem muita viúva chorando [...], mas, na verdade, essas viúvas não amavam tanto assim o museu...”
Quem não amava o museu: o povo, que em média de 150 mil pessoas visitava, anualmente, o local, ou o governo, que somente em 2014 deixou de aplicar ali vinte milhões de reais?
Quem não amava o museu: as inúmeras famílias que lá iam com seus amigos, filhos e netos, estudantes, pesquisadores ou a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) que, desde 2004, não atendia aos apelos de providências do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN)?
Aquele rapaz indiferente à necessidade de ajuda ao próximo, tão perto dele, assim como os gestores de nossa economia que não preservam nossa cultura nem valorizam nossa educação estão na situação dos bodes citados por Jesus na parábola acima, narrada por Mateus.
E, se quem afirmou sobre a falência de nossa educação foi o Ministro... da Educação, também quem criticou a destruição do museu mais importante da América Latina e de nossa cultura foi nosso Ministro... da Cultura. Se isso ocorresse num país sério, muitas cabeças rolariam.
Será que o fogo queimou também o papel com o nome e o telefone do incendiário de parte da cultura mundial? Quem é o bode expiatório?       

  Salve, 18 de abril, Dia Nacional do Espiritismo (Irmão Jó) Foi no dia 18 de abril que Kardec, Na Cidade de Luz, em manhã memorável, Lança ...