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sábado, 27 de abril de 2013


                Em dia com o Machado 47 (jlo)
 
                Caros amigos e amigas, recebi esta carta, hoje, e seu autor pediu-me a gentileza de transmiti-la a vocês. Poderíamos intitulá-la como: “Procura-se Emmanuel”.
                 Brasília, 27 de abril de 2013.
             
                Irmãos da humanidade,
                 Meu pseudônimo, no plano espiritual, foi Emmanuel. Agora, no plano físico, estou com  13 anos, mas não digo qual é meu nome atual, pois aquele foi o nome que dei quando fui guia de um espírito grandioso, aqui na Terra, chamado Francisco Cândido Xavier, o Chico Xavier, autodenominado Cisco.
                Em sua última existência, ao perguntar-me o que era necessário para bem cumprir sua missão, informei-lhe que havia mister de três qualidades. Ele quis saber então:
— Qual é a primeira?
— Disciplina, respondi-lhe.
— E a segunda?
— Disciplina, tornei a dizer-lhe.
— A terceira?...
— Disciplina, concluí.
                Agora, o processo foi invertido, pois é Francisco, Cisco ou Chico que me disciplina, disciplina, disciplina..., rs. Não adianta negar a lei de causa e efeito; por vezes são as mesmas pessoas que prejudicamos ou ajudamos que nos vêm lesar ou auxiliar, seja na Terra, no mar, ou no ar. Seja no aquém ou no além... Tanto no mal, quanto no bem...
                No caso presente,  minha “vítima”, com toda a certeza, acompanhar-me-á, em espírito, durante 92 anos. Agora, é ele lá e eu cá.
                Não sei quem são meus pais; também não sei quem sou; não sei onde estou;  e muito menos sei se algo sei. Só sei que nada sei. Teria sido Sócrates, nascido 470 anos a.C.? Não sei. Gosto, porém, de pensar, falar e agir no bem. Por esse motivo, você, leitor amigo, vai reconhecer-me por minhas obras de autoconhecimento, de ajuda e de renovação moral.
                Não, não fui Sócrates. Ele foi grande demais para mim... Se me não engano, está em missão em Saturno... Ou seria Marte? Mexe com Filosofia, ou impressiona na Arte? É um grande cientista, ou um peripatético humanista?
                Não sei... não sei... Só sei, também, que nada sei.
                Nos dias em que Jesus esteve na Terra, fui senador romano orgulhoso. Desencarnado, voltei 50 anos depois, como o culto escravo e professor Nestório. Já nessa época, o ofício de professor era de servidão... Passados alguns séculos mais de encarnações provacionais e de humildes missões, fui o padre Damião; por fim, reencarnei no Brasil com o nome de Manoel.
                Sim, ele mesmo: Manoel da Nóbrega, o padre jesuíta que fundou o Colégio de São Paulo de Piratininga. Depois disso, você conhece minha obra como servo inútil do Cristo, pois nada mais fiz que minha obrigação, no plano espiritual, ao complementar, por intermezzo do Chico, as obras da revelação espírita.
                Disseram-me, no além, que minha missão agora seria a de provar à humanidade a existência do espírito, sua sobrevivência após a morte, demonstrar a lei de evolução, enfim, reafirmar, após Kardec, a promessa de Jesus Cristo de nos enviar o Consolador para ficar conosco eternidade a fora (João, XIV).
                Como Jesus e Chico, meus melhores amigos serão os simples e puros de coração, não importando o grau de conhecimento e a religião que tenham, ou mesmo não, e, sim, o amor que distribuam. Em sua companhia, visitaremos os órfãos, os presos, os deserdados do mundo, e lhes falaremos sobre a excelência da virtude e da caridade, que cobre a multidão de nossos equívocos.
                Os fenômenos que produziremos serão tão extraordinários que não deixarão dúvidas ao maior dos incrédulos; e, a partir de nossos exemplos, a Terra ingressará definitivamente na condição de mundo regenerador, avançando, cada vez mais, para o status de mundo superior, onde todos vivam felizes, em união, em paz e em amor.
                Que tal me conhecer? Ainda não sei quem sou, mas breve poderei sabê-lo, assim como você, pois é inevitável que meus passos não deixem pegadas marcantes.
                Recordo-me de haver dito, em obra que leva o meu nome, aos irmãos da Terra, quando lhes endereçava missivas do mundo maior:
 
O essencial é meter mãos à obra, aperfeiçoando, cada qual, o seu próprio coração primeiramente, afinando-o com a lição de humildade e de amor do Evangelho, transformando em seguida os seus lares, as suas cidades e os seus países, a fim de que tudo na Terra respire a mesma felicidade e a mesma beleza dos orbes elevados, conforme as nossas narrativas do Infinito. (XAVIER, Chico. Emmanuel. 27. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2008. A tarefa dos guias espirituais.)
 
                Ah! Esquecia-me dizer-lhe que, no momento, me comunico espiritualmente, pois meu corpo jaz adormecido em humilde grabato.
                Paz e luz em seus corações.
                Seu irmão em Jesus,
Deus conosco.
 
                Aí está, caros leitor e leitora, o recado de nosso amigo Emmanuel, que, agora reencarnado, ainda não sabe quem ele é, mas se identifica com o significado do seu nome: “Deus conosco”, por sua identificação com Jesus (Mateus, 1:23).
                Quanto a mim, continuarei treinando este meu reles secretário, para que me seja cada vez mais fiel na literatura, pois sendo esta a representação da vida, seja no plano físico ou no metafísico, é também vital à minha nova missão na “pátria do Evangelho”.
                Então, como diria meu amigo Quincas Borba a Rubião, em frase de que me apropriei do seu Humanitismo: “Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência de outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum.”       
                Se não ficares satisfeito, amigo, como o fez Brás Cubas, pago-te com um piparote.
                 Au revoir!

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Em dia com o Machado 46 (jlo)
             Amiga leitora e amigo leitor, boa-noite!
            Neste início de segunda-feira, pago-lhes a obrigação de cumprir com minha promessa de lhes falar sobre o extraordinário homem chamado Sócrates. Eu sabia que não irias dormir sem ler estas despretensiosas notas, por isso, vamos aos fatos.
            Antes de ser conhecido como filósofo, Sócrates, nascido em Atenas ali pelo ano 470 e morto em 399 a.C., foi um valoroso soldado, que combateu nas batalhas de Potideia, de Delion e de Anfipolis. Na primeira dessas batalhas, salvou a vida de Alcibíades.
            Podemos afirmar, sem medo de errar, que Sócrates foi o mais justo e o mais sábio de todos os homens.
            Aí a leitora sensível indagará:
            — O mais justo e sábio dos homens não foi Jesus?
            — Não, amiga leitora, foi Sócrates. Jesus está acima da humanidade. Foi muito mais do que um simples humano, foi deus.
            — Mas então você acredita que Jesus faz parte da Santíssima Trindade, sendo o deus filho, como nos ensina a santa Igreja?
            — Também não, amiga, ele foi deus, mas não é Deus. “Por que me chamas bom? Bom só Deus o é.”; “Agora vou para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”. Disse-nos o Cristo, em seu Evangelho, fazendo uma distinção clara entre ele e Deus. Foi deus, porém, no sentido de estar acima de nós, humanamente falando, pois, como espírito puro, sua evolução foi em linha reta...
            — Mas não estávamos falando de Sócrates?
            — Sim, amiga, era dele que falávamos, do homem mais justo e sábio de todos os tempos. E você sabia que ele era guiado e inspirado por um demônio?
            — Cruzes!
            — Calma, amiga, demônio, aqui, tem como origem daimon, palavra grega que significa espírito. E esse era um espírito superior, muito provavelmente o próprio Cristo, antes de descer ao inferno, como diz o credo católico; inferno esse que nada mais é do que a Terra, esse grão de areia no universo. Pois bem, a sabedoria de Sócrates era tal que, certo dia, um de seus seguidores foi consultar o oráculo de Delfos sobre quem era o homem mais sábio de Atenas. Para seu espanto, o oráculo respondeu-lhe que era Sócrates, um homem que vivia quase como um mendigo e, embora tendo esposa, Xantipa, e três filhos, só trabalhava para ganhar o suficiente ao sustento da família. Era mestre, instruía jovens provenientes de vários países, mas não aceitava pagamento algum pelas aulas que lhes dava.
            Levantava-se pela madrugada, alimentava-se frugalmente, com pão embebido em vinho e vestia uma túnica, sobre a qual colocava um manto e saía pelas ruas, lojas e casas dos amigos e discípulos para com eles dialogar e indagar... indagar... indagar...
            — E o que indagava ele? Perguntará o curioso amigo leitor.
            — Indagava sobre o significado das palavras que as pessoas julgavam conhecer: a coragem, a justiça, a verdade, o amor, a sabedoria... E o fazia com tanta inteligência que seus interlocutores acabavam por admitir que nada sabiam.
            O curioso é que ele próprio admitia também nada saber. Mas a sabedoria de Sócrates era imensa, embora ele insistisse em dizer que sabia nada saber. Seu nome deu origem às grandes escolas filosóficas surgidas no mundo grego e romano.
            Seu maior discípulo foi Platão, que escreveu A República, com base no que ouvira de seu mestre. Este, porém, como Jesus, nada deixou escrito.
            Os poderosos de todos os tempos não gostam de quem desafia o poder. Em Atenas não foi diferente, por isso, passaram a acusar Sócrates de não acreditar nos deuses mitológicos e de corromper os jovens com sua doutrina racionalista, sua crença na imortalidade da alma e na transmigração dela (reencarnação) como forma de alcançar a perfeição sob a direção de um Deus único.
            Julgado por um tribunal popular de 501 pessoas, Sócrates foi condenado à morte por uma maioria de sessenta votos. Ele poderia recorrer da condenação, que o obrigava a tomar cicuta, um veneno letal. Suas chances de não morrer eram grandes, possuía, para tanto, inúmeros amigos influentes, os quais lhe pediram e até suplicaram para não aceitar a condenação injusta. Todavia, respondeu-lhes serenamente:
            — As leis atenienses condenaram-me à morte e, como cidadão obediente às leis, aceito a condenação.
            Xantipa, sua esposa, visitou-o na prisão e apelou, chorando:
            — Sócrates, isso não é justo... Ao que ele lhe respondeu:
            — E você queria que fosse justo? Antes morrer de forma injusta que praticar uma injustiça.
            Em sua última noite de vida, contam que ele passou as horas dialogando com seus discípulos sobre a possibilidade de haver ou não vida após a morte. Alguns de seus jovens amigos duvidavam, ele, porém, afirmava convicto a existência da vida espiritual e a impossibilidade da extinção de nossas vidas após a morte física. Tudo isso, na maior serenidade, como se não fosse ele o condenado à morte.
            Na proximidade da hora fatal, seus jovens amigos estavam reunidos à sua volta para vê-lo beber a taça fatal. Ao aproximar-se o carcereiro com o veneno, Sócrates, calmamente, perguntou-lhe o que deveria fazer.
            O carcereiro respondeu-lhe que ele deveria beber a cicuta e caminhar até sentir as pernas pesadas. Depois disso, deveria deitar-se e sentir o torpor lhe invadir o coração.
            Na maior frieza, Sócrates fez o que lhe foi dito e só se deteve para criticar seus amigos, que choravam e soluçavam amargamente, por nada poder fazer por ele. Ao deitar-se, lembrou-se, ainda, de uma pequena dívida e, afastando a coberta que lhe fora posta sobre a cabeça, falou:
            — Críton, pague a Esculápio o galo que lhe devo.
            Em seguida, fechou os olhos, tornou a cobrir o rosto e, quando Críton lhe perguntou se ainda tinha outras recomendações a fazer, Sócrates já não mais vivia.
            Em nosso tempo, algumas mentes materialistas, supostamente superiores, desdenham das revelações metafísicas e, sem o conhecimento da vida espiritual, estudam o cérebro humano, instrumento da manifestação do espírito, acreditando em teorias mecanicistas que confundem o efeito com a causa. Desse modo, negam o livre-arbítrio por considerarem haver no cérebro células escondidas responsáveis pelas ações de todos os seres humanos.
            Pobres criaturas, se soubessem o mal que estão causando a mentes fracas e desinformadas com suas ideias; se atinassem sobre as consequências desastrosas para a sociedade que seus equívocos provocam, em especial quando alimentam o sonho de alguns malandros da política que, em seu egoísmo e falta de escrúpulos manipulam as consciências alheias para atingir seus fins espúrios, certamente buscariam nas fontes históricas, na observação cuidadosa dos fenômenos mediúnicos de todos os tempos e nos exemplos de homens inesquecíveis como Sócrates o modelo para seu comportamento e orientação do comportamento alheio.
            Pois a verdade é que pessoas como Sócrates, Emmanuel Swedenborg, Albert Schweitzer, madre Teresa de Calcutá, Joana D’Arc,  Zilda Arns, Teresa Dávila, Chico Xavier e muitos e muitos outros são modelos de vida e de certeza sobre a imortalidade da alma em todos os tempos.
            Profetas e profetisas das mais remotas eras, como Ana, Samuel, apóstolos que deram a vida, em mortes horríveis, como os seguidores do Cristo, na certeza inabalável da sobrevivência da alma à morte do corpo, exceção de João, que foi exilado e morreu idoso, mas nos deixou sua versão do Evangelho do Mestre, de quem se dizia o discípulo bem-amado, além do Apocalipse, todos esses espíritos de escol não foram vítimas de ilusão, pois conviveram com o protótipo da perfeição, ainda mesmo após sua crucificação infame.
            Jesus, de quem Sócrates foi um dos extraordinários precursores, não “morreu” em vão. O ressurgimento dele, fisicamente, três dias após sua crucificação não foi mera ilusão de fanáticos. O desaparecimento do seu corpo físico não contraria as leis da natureza, nem foi milagre. No Espiritismo, temos a explicação clara como água cristalina sobre a vida do Cristo e os extraordinários fenômenos que provocou.
            A quem desejar saber algo mais sobre isso basta estudar as obras da codificação espírita. Ali lerá o amigo leitor e a amiga leitora que o corpo espiritual falado por Paulo, talvez o mais importante apóstolo do Cristo, embora não tenha convivido com este, não é fantasia de uma mente doentia. É real e, em certas condições pode até mesmo se materializar. O nome de Jesus Cristo já fora reafirmado pelos profetas antigos e pelos espíritos superiores que ditaram as obras básicas do Espiritismo como o eleito de Deus e responsável pela direção de nosso orbe.
            O corpo espiritual tem um nome. Seu nome é períspirito, o elo entre a alma e o corpo físico, que dá origem a todos os fenômenos que a ignorância materialista atribui à matéria. Por isso, é impossível que um cientista conhecedor profundo da Doutrina Espírita acate as teorias materialistas sobre o cérebro, seus neurônios e células especiais serem responsáveis por nossos atos.
             E Sócrates, que é um dos espíritos enviados por Jesus, junto com João, o evangelista, Santo Agostinho, São Luís e muitos outros espíritos de escol, sob a direção suprema do Cristo, representado pelo espírito da Verdade, vieram  trazer ao mundo as certezas espirituais, em cumprimento à promessa de Jesus sobre a vinda do Consolador, como se pode ler em João, cap. XIV, para ficar eternamente conosco.
            Ouça quem tem ouvidos para ouvir, veja quem tem olhos para ver.
            E mais não digo por hoje, a não ser:
            —Viva Sócrates! Viva Jesus Cristo, o filho de Deus vivo!

 

sexta-feira, 12 de abril de 2013


                Em dia com o Machado 45 (jlo)

 
                Boa-noite!

                Hoje, falar-vos-ei sobre a fofoca.
                Há poucos dias, foi publicado num jornal brasileiro que o papa Francisco apelou a seus fiéis para viverem em paz e não fofocarem a vida alheia. Como exemplo de vida, cita o diálogo de Jesus com Nicodemos, em que o Mestre lhe fala sobre a necessidade de nascer de novo.
                Para a Igreja e seu Papa, “nascer de novo” significa nascer sob a inspiração do Espírito Santo.
                Isso me fez lembrar a história da menininha de cerca de nove anos, em conversa com sua professora sobre a questão bíblica de Jonas ter sido ou não engolido pela baleia. Para a menina e o livro sagrado foi; para a educadora, não. Dizia esta à menina:
                — É impossível que uma baleia engula um ser humano. Sua garganta e estômago não foram feitos para isso, pois ela só se alimenta de vegetais.
                Como era muito religiosa e não queria pôr em dúvida a palavra sagrada, a menina disse à professora:
                — Quando eu for para o Céu, eu pergunto a Jonas se isso é verdade.
                — E se ele estiver no Inferno? Indagou a professora.
                — Aí a senhora pergunta, disse a menina.
                Voltando ao Papa, após explicar que nosso desafio é nos abrirmos para a vida espiritual, ele alertou que esse é um caminho difícil e que o primeiro inimigo desse procedimento são as fofocas.
                Francisco finaliza com a informação sobre o modo certo de o cristão agir, quando for necessário avaliar a atitude de alguém:
                “— Não julgar ninguém, porque o único juiz é o Senhor. Ficar calado ou, se tivermos de dizer algo, dizê-lo apenas aos interessados [...]”.
                O hábito da fofoca é tão comum entre religiosos e ateus que, outro dia, um amigo meu ligou para seu chefe com as melhores intenções de lhe falar sobre um problema grave, que poderia prejudicar a empresa de propriedade deste e de um sócio. Mas o chefe, sem tempo de atendê-lo, e já imaginando que perderia seu tempo ouvindo fofocas, respondeu-lhe:
                — Outro dia, a gente conversa sobre o seu assunto. Agora, vá trabalhar.       
                — Pois não, respondeu-lhe, Joel — o meu amigo —, quando puder me ouvir falaremos sobre o assunto.
                — Antes, porém — disse-lhe o chefe —, você já passou pelos três crivos de Sócrates o que quer me dizer?
                — Como assim, três crivos? Quais são eles?
                — Primeiro, o que você quer me dizer é bom?
                — Bem, bom não é...
                — Segundo, é verdade o que deseja me falar?
                — Veja bem, é preciso confirmar, pois sem ver fica difícil acreditar...
                — Então, vamos ao último crivo: é útil sua informação?
                Já pensando numa reação agressiva do chefe, Joel finalizou:
                — Não, chefe, para mim não tem utilidade alguma.
                — Então — concluiu o chefe de Joel —, se o que tinha a me dizer não é bom, não é verdade e não é útil, é melhor não dizer.
                E foi assim que Pascácio, o chefe impaciente, não ficou sabendo que sua mulher fazia serão com o sócio dele, em sua ausência, e gastava fortunas em noitadas felizes.
           

                Moral da história: a fofoca é um mal, mas às vezes é preciso parar um pouco para ouvir o que o outro tem a nos dizer. Principalmente se este é nosso amigo, trabalha para nós ou não é dado a fofocas.

                Até a próxima!

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Em dia com o Machado 44 (jlo)
 
                 Boa-noite, amiga, será por que não engordo?
                E por que será que algumas pessoas, após serem submetidas às orientações de um(a) nutricionista e conseguirem emagrecer, engordam novamente poucos meses depois? Segundo as Seleções deste mês, numa pesquisa feita pelo dr. Projetto, médico da Universidade de Melborurne,  com 34 pacientes que emagreceram quatorze quilos, eles recuperaram cinco quilos, após uma dieta de dez semanas e se esforçaram para manter o novo peso, um ano após, em média.
                Desse jeito, em três anos, já terão voltado ao peso anterior e seu esforço de nada adiantará.  Imagine, também, amiga leitora, se o paciente se rebela e manda a dieta para o espaço... o que lhe ocorrerá nesse espaço... de tempo?
                O que teria dado errado no projeto do dr. Projetto? Simples: o organismo dessas pessoas não se conformava com o novo peso e agia como de elas estivessem com muito mais fome do que o normal. Entram em ação, nesses casos, hormônios metabólicos que começam a brigar com o gordinho que resolveu ser magro. O organismo direciona suas baterias de defesa contra o estômago do indigitado magrordro (neologismo que criei para indicar os magros não naturais) e tome fome.
                Tenho um amigo que trabalhava comigo e pesava uns 120 quilos, embora não tivesse mais de 1,70m de altura. Certo dia, disse-me que engordava até bebendo água.
                Mas duvidei um pouco de sua afirmativa quando o vi fazendo um pequeno lanchinho numa festa de confraternização ocorrida no Natal. Enquanto eu comi um cachorro-quente, ele comeu três, enquanto eu tomava um copo d’água, ele tomou seis, que, se tomados por mim me dariam uma baita dor de barriga, pois eram sucos de laranja.
                Alguém ofereceu-nos uma bandeja com coxinhas de galinha. Peguei uma coxinha, ele também pegou uma... bandeja com dez. E a festa ainda estava no começo!
                Assim, fica difícil até mesmo parar de engordar, não é mesmo, amiga leitora?
                Nos EUA, dizia-se que ninguém consegue permanecer magro, após um regime para perda de excesso de peso. Então, foi feita uma pesquisa com dez mil pessoas, pela dra. Rena Wing, professora de psiquiatria e comportamento humano da Escola Médica Alpert, da Universidade Brown. Dois eram os objetivos da pesquisa: 1º provar que se pode permanecer magro, após uma perda controlada de peso; e 2º descobrir como essas pessoas se manteriam magras ao longo dos anos.
                Pois bem, a média de perda, mantida durante seis anos, foi de trinta quilos.
                Agora vou ensinar-lhe, amigo gordinho, o segredo. Não o do best-seller de Ronda Byrne, que, entre outras pérolas, nos ensina que, se não pensarmos nas dívidas, as cobranças nunca chegarão em nossa residência. Deixa então de pagar o imposto de renda e veja o que acontece! Esse tipo de segredo tem sido tentado inutilmente por muitas pessoas. O segredo que lhes contarei, amigas, é o dessas dez mil pessoas que se mantiveram magras durante os seis anos da pesquisa citada.
                — E o que elas faziam, meu sinhô? Perguntaria Pancrácio, nosso velho conhecido.
                — Simples assim: comiam menos calorias e se exercitavam muito mais do que quem conserva o mesmo peso naturalmente. Sua rotina? Uma hora de exercícios por dia, controle do peso diário na balança (ou pelo menos uma vez por semana), dieta com o mesmo padrão de carboidratos e lipídios, cotidianamente,  e...pasme, amigo Pancrácio: nunca dão as famosas escapadelas de fins de semana, festa de casamento, batizado, Natal ou quaisquer outros eventos auspiciosos.
                Uma entrevistada do grupo pesquisado recomendou que é necessário concentração total, 24h por dia. Simples assim!
                Agora, vou comer alguma coisa, pois já corri meus dez quilômetros regulamentares. Que tal um omelete com dois ovos, além de seis castanhas do Pará? O acompanhamento, nesse momento, é de água, mas daquela que não engorda mesmo, viu, meu amigo gordinho?
                — E o que mais você faz?
                — Faço academia três vezes por semana, o mesmo número de vezes em que corro dez quilômetros.
                — Só isso?
                — Ah, sim, desopilo meu intestino ao menos uma vez por dia. E à noite, quase não como.
                Por que será que não engordo? Será por quê?

  Quando o texto é escorreito (Irmão Jó)   Atento à escrita correta É o olho do revisor, Mas pôr tudo em linha certa É com o diagramador.   ...