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sexta-feira, 12 de abril de 2013


                Em dia com o Machado 45 (jlo)

 
                Boa-noite!

                Hoje, falar-vos-ei sobre a fofoca.
                Há poucos dias, foi publicado num jornal brasileiro que o papa Francisco apelou a seus fiéis para viverem em paz e não fofocarem a vida alheia. Como exemplo de vida, cita o diálogo de Jesus com Nicodemos, em que o Mestre lhe fala sobre a necessidade de nascer de novo.
                Para a Igreja e seu Papa, “nascer de novo” significa nascer sob a inspiração do Espírito Santo.
                Isso me fez lembrar a história da menininha de cerca de nove anos, em conversa com sua professora sobre a questão bíblica de Jonas ter sido ou não engolido pela baleia. Para a menina e o livro sagrado foi; para a educadora, não. Dizia esta à menina:
                — É impossível que uma baleia engula um ser humano. Sua garganta e estômago não foram feitos para isso, pois ela só se alimenta de vegetais.
                Como era muito religiosa e não queria pôr em dúvida a palavra sagrada, a menina disse à professora:
                — Quando eu for para o Céu, eu pergunto a Jonas se isso é verdade.
                — E se ele estiver no Inferno? Indagou a professora.
                — Aí a senhora pergunta, disse a menina.
                Voltando ao Papa, após explicar que nosso desafio é nos abrirmos para a vida espiritual, ele alertou que esse é um caminho difícil e que o primeiro inimigo desse procedimento são as fofocas.
                Francisco finaliza com a informação sobre o modo certo de o cristão agir, quando for necessário avaliar a atitude de alguém:
                “— Não julgar ninguém, porque o único juiz é o Senhor. Ficar calado ou, se tivermos de dizer algo, dizê-lo apenas aos interessados [...]”.
                O hábito da fofoca é tão comum entre religiosos e ateus que, outro dia, um amigo meu ligou para seu chefe com as melhores intenções de lhe falar sobre um problema grave, que poderia prejudicar a empresa de propriedade deste e de um sócio. Mas o chefe, sem tempo de atendê-lo, e já imaginando que perderia seu tempo ouvindo fofocas, respondeu-lhe:
                — Outro dia, a gente conversa sobre o seu assunto. Agora, vá trabalhar.       
                — Pois não, respondeu-lhe, Joel — o meu amigo —, quando puder me ouvir falaremos sobre o assunto.
                — Antes, porém — disse-lhe o chefe —, você já passou pelos três crivos de Sócrates o que quer me dizer?
                — Como assim, três crivos? Quais são eles?
                — Primeiro, o que você quer me dizer é bom?
                — Bem, bom não é...
                — Segundo, é verdade o que deseja me falar?
                — Veja bem, é preciso confirmar, pois sem ver fica difícil acreditar...
                — Então, vamos ao último crivo: é útil sua informação?
                Já pensando numa reação agressiva do chefe, Joel finalizou:
                — Não, chefe, para mim não tem utilidade alguma.
                — Então — concluiu o chefe de Joel —, se o que tinha a me dizer não é bom, não é verdade e não é útil, é melhor não dizer.
                E foi assim que Pascácio, o chefe impaciente, não ficou sabendo que sua mulher fazia serão com o sócio dele, em sua ausência, e gastava fortunas em noitadas felizes.
           

                Moral da história: a fofoca é um mal, mas às vezes é preciso parar um pouco para ouvir o que o outro tem a nos dizer. Principalmente se este é nosso amigo, trabalha para nós ou não é dado a fofocas.

                Até a próxima!

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