Em dia com o Machado 315 )jÓ>
Amigo leitor, como você sabe, desde que perdi minha mãe, no
Morro do Livramento, ainda criança, um sentimento de dor profunda invadiu-me o
coração. Em minha tristeza, por ter perdido, antes, irmãzinha em tenra idade,
julgava que também não viveria muito tempo nesta escola, hospital e prisão que
é o orbe terrestre.
Alguns amigos, vendo minha tristeza e percebendo o prazer que me
dava a leitura, incentivaram-me a escrever poesia para espantar a melancolia.
Aceitei o convite e passei a rabiscar uns versos muito comentados por meus
parentes, embora os escritos não passassem de traços infantis.
Uma pessoa, em especial, incentivava-me, toda orgulhosa. Era
minha madrasta, Maria Inês da Silva. As saudades da outra Maria, minha mãe Maria
Leopoldina Machado de Assis, entretanto, não me abandonavam. Outra minha
incentivadora foi a Sra. Petronilha, homenageada com o poema intitulado À Ilma. Sra. D.P.J.A., que não merece
comentar...
Mas o que me amargurava era a saudade de mamãe, a quem imaginava
que o Senhor iria me reunir na terra dos
pés juntos. A mãe que me deixou, tísica, ainda muito jovem, quando eu ainda
não completara dez anos.
Anos depois, com muito orgulho, li meu poema publicado pelo
amigo Paula Brito em sua folha jornalística intitulada A Marmota Fluminense. O
título do poema era Saudades e sua
última estrofe termina assim:
Se perdi minha mãe
sendo tão moço,
Se padeço de ti
tanta saudade,
Não posso existir
no mundo triste;
É melhor eu morrer
já nesta idade!
Mas Deus reservara-me vida razoavelmente longa e ilusório brilho
literário em minha pátria e no mundo. Viveria até os 69 anos e, “modéstia às
favas”, antes ou depois de mim, “nunca na história deste país”, alguém seria
membro da Academia Brasileira de Letras, que também presidi, embora tendo
frequentado menos de quatro anos de estudo escolar.
Hoje, que se comemora mais um dia das mães, quero homenagear
essa santa de todos os lares com mais
um singelo poema, ao qual intitulei
Mãe, anjo
divino
O calendário assinala
Uma data especial
Dedicada a quem nos dá
Nova existência carnal.
Em toda parte se ouvem
Louvores, canto, oração
Dedicados às mamães,
Cheios de amor e emoção.
Desde quando vem ao mundo
O ser gerado por ti,
São duas vozes que choram
Ao lado de quem sorri.
Com amor e proteção,
Crescem cheios de cuidados
Do teu coração materno
Filhas e filhos amados.
Quantas vezes a mamãe
Oculta sua ternura
Do fundo do coração
Por trás de palavra dura.
Outras vezes, sua prole
Está correndo perigo,
Mas a mãe, sempre zelosa,
Amedronta o inimigo...
O tempo passa depressa
É o que se reconheceu,
Mas no coração de mãe
O filho jamais cresceu.
Quando Deus fez a mulher,
No início da criação,
Transmitiu-lhe seu poder
De anjo da procriação.
Desde então, um só Amor,
Além da bênção dos pães,
É que nos sustenta a vida:
O Amor Divino das Mães.
INSPIRADO O AMIGO JORGE LEITE!
ResponderExcluirPARABÉNS MEU QUERIDO POR VEIA POÉTICA ILUSTRADÍSSIMA:
fernandorosembergpatrocinio.blogspot.com.br
Obrigado, Rosemberg.
ExcluirMãe é verso. Portal de aceso ao corpo material em nosso Universo.
ResponderExcluirMãe é poesia. A sua métrica é o trabalho com amor de cada dia.
Mãe é prosa. Amizade pulsante através de uma simples história deliciosa.
É isso aí, amigo Átila.
ResponderExcluirMãe é verso e prosa, poema e rosa.