Égalités
(Irmão
Jó)
Há
muita gente bacana
Na praia em Copacabana.
Imóveis
na sua frente
Abrigam bacana gente.
Lá,
com nome Égalité,
Há um prédio em que se vê
Indigente
incorporada
Que, desde a noite, cantava.
E,
em frente ao Égalité,
Ninguém a ousava ver.
Entanto,
até da janela
Do prédio, se via ela.
A
sua dança macabra
A muitos dó inspirava.
Vestida
com macacão,
Causava-nos compaixão.
Sua
rota vestimenta
Por ela também lamenta.
E
o canto continuava
Enquanto rodopiava...
Aquela
dança e canto
Lembravam ritos do banto
Clamando
aos céus por justiça,
Na sociedade enfermiça...
E
a indigente dançava,
E a miserável cantava.
E
era impressionante
Seu rito e riso sonante.
E
nada do seu bramido
Parecia ter sentido.
Entanto,
ela certamente
Já nascera indigente.
Sem
pai, com mãe prostituta,
Desistira da labuta.
Tudo
sofrera na vida
Desde criança nascida.
A
sua educação
Foi do estupro ao bofetão.
Seu
canto e dança macabra
Tudo isso revelava.
Ninguém
lhe dava atenção;
Ninguém lhe tem compaixão...
O
seu bailado, porém,
Subiu da Terra ao Além.
E,
se houve indiferença
E asco à sua presença,
Cedo,
no dia seguinte,
Ela já atraíra ouvintes...
Eram
pobres indigentes
Ouvindo cantos candentes.
Outros,
de dentro do prédio,
Tudo tendo, tinham tédio...
Nem
mesmo queriam ver
O rosto do louco ser.
Mas
os que estavam lá fora
Viam a louca senhora.
Eram
os descamisados
Socialmente abandonados.
Nem
mais sabiam seu nome
Aqueles mortos de fome.
Nem
mesmo sabiam ler
Na fachada: Égalité.
Desde
a mais tenra idade
Sem noção de igualdade...
E,
enquanto a louca cantava
Cada um deles dançava.
Todos
pobres sem saber
O que é égalité.
Na praia em Copacabana.
Abrigam bacana gente.
Há um prédio em que se vê
Que, desde a noite, cantava.
Ninguém a ousava ver.
Do prédio, se via ela.
A muitos dó inspirava.
Causava-nos compaixão.
Por ela também lamenta.
Enquanto rodopiava...
Lembravam ritos do banto
Na sociedade enfermiça...
E a miserável cantava.
Seu rito e riso sonante.
Parecia ter sentido.
Já nascera indigente.
Desistira da labuta.
Desde criança nascida.
Foi do estupro ao bofetão.
Tudo isso revelava.
Ninguém lhe tem compaixão...
Subiu da Terra ao Além.
E asco à sua presença,
Ela já atraíra ouvintes...
Ouvindo cantos candentes.
Tudo tendo, tinham tédio...
O rosto do louco ser.
Viam a louca senhora.
Socialmente abandonados.
Aqueles mortos de fome.
Na fachada: Égalité.
Sem noção de igualdade...
Cada um deles dançava.
O que é égalité.
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