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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Em dia com o Machado 72 (jlo)

           
            Agora eu entendo por que os brasileiros são tão bem tratados na Europa contemporânea. Acompanhei meu secretário em sua viagem a Portugal e à França, onde pude constatar como o turista brasileiro tem sido prestigiado. Assim, posso expressar minhas impressões sobre as cidades visitadas:
            Em Portugal, fomos ao Cabo da Roca e seu ponto mais ocidental da Europa continental; visitamos Lisboa, Porto, Coimbra e Sintra.
            Estivemos na

 
Universidade de Coimbra,  uma das mais famosas do mundo;

visitamos o
  Castelo dos Mouros,

                                              




os palácios
da Pena e
 

de Monserrate...

Fomos até a um passeio na  

 
casa de vinhos Adriano Ramos Pinto.
   
            Ali ficamos conhecendo a história do vinho do Porto Ramos Pinto e pudemos provar algumas doses de vinhos branco e tinto da melhor qualidade. Tudo isso acompanhado de um tratamento vip.
            O que mais nos chamou a atenção, além da beleza e história dos monumentos portugueses visitados, foi a limpeza das ruas e edificações nas quatro cidades percorridas. Onde quer que fôssemos, havia sempre a indicação de um WC e uma lixeira. Tudo sempre limpinho e, o que é digno de menção: WCs gratuitos.          
            Daqui a pouco, o amigo leitor vai entender o porquê do destaque à gratuidade do uso dos WCs portugueses.
            Na França, visitamos Paris e seus monumentos. Entre outros pontos turísticos importantes, como


                                                               os castelos de Versailles e







Trianon

                                                                 


fomos ao Palácio de Luxemburgo, 


e enfrentamos um frio de quatro graus, numa fila quilométrica, além da barreira da linguagem, para subirmos a 
Torre Eiffel.

           Foi quando Joteli resolveu batizá-la de Torre de Babel Eiffel, tal era a diversidade de línguas dos que ali estavam: ingleses, coreanos, espanhóis, alemães, japoneses... e muitos brasileiros.
            Naquele instante, refletimos sobre o quanto seria útil a adoção de uma língua neutra, simples e fácil de aprender, como o esperanto, não fossem o orgulho e a vaidade humanos.  Com a vantagem de que cada povo poderia preservar seu idioma, sem se submeter à ditadura do país dominante política e economicamente, como já o foi Roma, Espanha, Portugal, Inglaterra, França e, atualmente, o Tio Sam...
            Sim, Paris é linda...
            O mesmo não se pode dizer do asseio de suas ruas e praças. Milhares de guimbas de cigarros e lixo, espalhados pelos meios-fios, calçadas e locais públicos. Fumantes que variavam da adolescência à idade avançada...  
            Quanto aos WCs, as ofertas, ali, eram poucas e, na maioria, remuneradas. Alguns cobravam um euro pelo uso geral; outros estipulavam preços para cada tipo de dejetos que fossem lançados em seus vasos: o nº 1 era vinte centavos; o nº 2 não custava menos do que cinquenta centavos.
            Então, enquanto se dirigia a une salle de bains dans les Champs Elysées, num triciclo alugado e dirigido por seu genro, Joteli teve um devaneio. Haviam chegado ao local e, ali, havia uma tabuleta especificando os preços: nº 1: vingt centimes; nº 2: cinquant centimes.
            Na entrada, uma bruxa, vassoura na mão, saía do banheiro masculino indiferente ao fato de ali dentro haver três ou quatro usuários dos serviços dejetais.

Era ela quem recebia os pagamentos e fiscalizava a produção. Foi a ela que meu amigo pagou vingt centimesTambém foi ela quem o interrompeu na saída e lhe perguntou, num português claro e fluente:
— Meu senhor, o senhor pagou pelo nº 1, mas fez o nº 2; então, deve-me ainda trinta centavos.
— E como a senhora sabe que fiz o nº 2 e não o nº 1?
— Primeiramente, porque eu fiscalizo, in loco, cada cliente que entra no banheiro; e depois porque seu cheiro está insuportável.
            Ante tais argumentos, Joteli não teve outra saída a não ser pagar mais trinta centavos pelo serviço prestado. Nem é preciso dizer que, diante do inusitado fato, morria de vergonha... Mas era um sonho...
            Despertando do delírio mental, viu uma senhora muito feia, sorridente, com uma vassoura nas mãos, em frente ao WC masculino, no momento em que ouviu seu genro dizer:
— Chegamos. Você quer fazer o nº 1 ou o nº 2?
            Ao que lhe respondeu meu secretário:
— Deixa pra lá, perdi a vontade...
— Então, que tal tomarmos um cálice do bom vinho francês Almaviva 2008?
— Antes, porém, bebamos do legítimo vinho: Porto Ramos Pinto.

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