Em
dia com o Machado 149 (jlo)
—
Mino Carta, estou contigo: a corrupção no Brasil existe desde seu “descobrimento”,
ou seja, 515 anos. E de quem é a culpa? Minha? Tua? De Dom Manuel, o venturoso?
Negativo, respondo-te. É dos nativos desta terra de Santa Cruz, também confundida,
por sua mandatária, com a “Ilha de Santa Cuba” ...
—
Discordo de ti, meu caro Machado. A culpa é das elites (ver site CartaCapital,
2/3/2015). “A par de suas grifes,
ignorância, parvoíce, vocação de trapaça, incapacidade crônica para a ironia
[...]”
—
Pode parar! Tudo, menos ironia...
—
A nossa conversa é coisa séria, Machado. “A culpa é das estrelas” ...
—
Talvez por isso, Mino, há mais de dois mil anos, um carpinteiro humilde e
desprezado pelo governo israelense tenha dito estas palavras: “— Graças te dou,
Pai, por não teres revelado estas coisas aos doutos, mas aos simples e pequenos”
(Mateus, 11:25). Os escândalos político-econômicos atuais, do Brasil, estão
levando nosso país à falência não somente material como também moral.
—
Molto fumo e poco arrosto[1].
Para recuperar o crescimento, o Brasil tem que investir em infraestrutura:
construção de portos, aeroportos, hidrelétricas...
—
E já não investe? Segundo o site Spotniks (acesso em 17 mar. 2015), o BNDES
financiou, de 2009 a 2014, mais de 3.000 empresas. Veja só isto:
1) Porto
de Mariel (em Cuba): US$ 682 milhões;
2) Hidroelétrica
de San Francisco (no Equador): US$ 243 milhões;
3) Hidroelétrica
Mandariacu (no Equador): US$ 90 milhões;
4) Hidroelétrica
de Chaglla (Peru): US$ 320 milhões;
5) Aeroporto
de Nacala (Moçambique): US$ 125 milhões...
E isso é só uma pequena amostra do que vem
por aí. Há pouco, ouvi na TV que funcionários da Caixa Econômica Federal
superfaturaram em até mil por cento o preço de imóveis...
—
Creio que estejas procurando chifres em cabeça de cavalo, meu caro Assis...
— Aguarda um pouco,
e ouve um velho tema em homenagem à
economia brasileira.
— O quê?... Não
vás dizer que vais declamar o soneto de Vicente de Carvalho...
— Não, Mino, o
tema é de uma composição musical que, cantada na época do governo militar,
nunca perde sua atualidade...
— Só gosto de música
internacional...
— Certo, Carta,
mas esta faz menção à cidade de um grande país, sempre imitado por nós, mas
que, atualmente, morre de rir dos sucessivos e intermináveis escândalos
políticos e econômicos da terra dos arawetés, bororos, guaranis, pataxós, tupinambás,
yanomamis, etc. etc. etc.
— Adeus, Machado,
continuas muito falador... Fatti i cazzi
tua, ca campi cent’anni.[2]
— Vai com Deus,
amigo, mas não vás embora sem antes ouvir a música que te recomendei. Quem sabe
não te possas agradar o ouvi-la, dançar e até cantá-la?
Clica aqui: http://letras.mus.br/raul-seixas/45353/
Nenhum comentário:
Postar um comentário