Em
dia com o Machado 162 (jlo)
“Estejamos,
assim, procurando incessantemente o bem, ajudando, aprendendo, servindo,
desculpando e amando, porque nessa atitude refletiremos os cultivadores da luz,
resolvendo, com segurança, o nosso problema de companhia.”[1]
Amigo
leitor, você já deve ter lido ou ouvido falar que a criança, em seus primeiros
anos de vida exige todos os cuidados de seus responsáveis. Como não sabe falar,
quando sente frio, tem fome ou sofre dor chora de partir nossos corações. Todas
as atenções, então, são voltadas para ela, que só fica satisfeita quando é
atendida em sua necessidade fisiológica.
Mas
o tempo passa, o tempo voa, só a poupança de um certo banco já falido é que não
está mais numa boa. A criança torna-se pré-adolescente e já não inspira tantos
cuidados, embora a educação deva ser permanente. O que acontece, então? O
jovenzinho bonitinho, agora, aprende que seu coleguinha também tem seus
direitos, tanto quanto ele. A menininha bonitinha da mamãe e do papai percebe
que sua coleguinha também é os afetos e as graças de sua família.
—
E daí?
—
Daí que, desde os primeiros anos, a criança precisa ser educada, com muito amor
e permanente atenção, para que não seja influenciada negativamente por
terceiros: I-pad, I-fone, tabletes etc. etc. etc.
—
E as outras crianças e adultos, Machado, não exercem sua influência também?
—
Certamente, mas esses também são influenciados pelos meios eletrônicos
citados...
É
verdade que, possuindo livre-arbítrio, em essência, somos os principais responsáveis
por nossas decisões, escolhas e atos quando já temos discernimento. Em sua
sabedoria, Deus ocupou um lugar em nossa alma, não importa se você acredita nesta
ou não, que, mais cedo ou mais tarde, nos martela de modo inclemente, como o
fez com Caim, conforme lemos no Antigo
Testamento: “Caim, Caim que fizeste do teu irmão? ” É a nossa consciência...
Quando,
após uma vida profana, sentimos as consequências de nossos atos e podemos manifestar,
em prosa ou em versos, o mea culpa, se
o não fazemos na vida física, fazemo-lo na vida espiritual como o fez o
espírito Luiz Mendes, em soneto psicografado por Chico Xavier[2]:
Lembro-te, Mãe... A
noite avança...
E saindo apressado,
para a orgia,
Disseste-me,
escorada numa tia,
“Fica hoje...
Atende-nos... Descansa...”
Voltei
para encontrar-te em agonia!...
A
Morte angelizou-te a face mansa...
Chorei
qual se voltasse a ser criança!...
Eras
o meu tesouro e eu não sabia...
De
prazer em prazer, matei-te aos poucos...
Veio
a Morte e cortou-me os sonhos loucos,
Lamentando-me
a vida gasta em vão!...
Estou
perdido, entre imensos espaços...
Vem
guardar-me, de novo, nos teus braços,
Mãe
sempre amada do meu coração!...
—
Você não está sendo muito piegas, Machado? Então devemos viver como santos, sem
desfrutar das alegrias da vida proporcionadas pelas festas com amigos e os
prazeres que o mundo nos proporciona? Quem vê pecado em tudo precisa da
orientação de um psicólogo ou do tratamento de um psiquiatra...
—
Não, Azambuja, não se trata de ver pecado em tudo. A sabedoria está no
equilíbrio. O que se condena aqui são os excessos. É a falta de zelo e de
respeito para com as pessoas que nos amam e que dizemos amar. É o abuso das
práticas nefandas, que denigrem nosso corpo e nossa alma...
A
proposta dos espíritos iluminados, citada no início desta crônica, reflete a
sabedoria da lei de Deus, quer acreditemos nele ou não, para a nossa
felicidade: a vivência do amor autêntico, que não se confunde com as paixões
mundanas fugazes, insaciáveis e amaras!
Foi
por isso que o apóstolo Paulo disse, em sua primeira carta aos Coríntios: “Quando
eu era criança, falava como criança, sentia como criança, pensava como criança,
mas logo que cresci, acabei com as coisas de criança.” (I Coríntios, 13:11).
Quem,
já não sendo criança, age sem discernimento demonstra completa ignorância sobre
o objetivo e finalidade da vida: aperfeiçoar-se sempre para alcançar a
felicidade real, a que decorre da vivência do amor sem máculas.
Para
finalizar, deixo à reflexão do leitor estas sábias palavras de Paulo de Tarso:
“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as
coisas me são lícitas; mas eu não me deixarei dominar por nenhuma.” (I
Coríntios, 6:12).
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