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segunda-feira, 18 de abril de 2016

Em dia com o Machado 208 (jlo)

Amiga leitora, embora os políticos deste país sejam muito criticados, neste dia memorável, a Câmara dos Deputados mostrou ser mui digna representante da vontade popular. Percebendo que o povo não aceita mais um governo corrupto, que cometeu os maiores escândalos de corrupção jamais havidos em um país democrata, deu uma resposta à altura ao pedido de “fora Dilma” e “fora PT” e outros partidos comunistas nefastos, que assolam a nação brasileira.
Na oportunidade, destaco algumas frases ouvidas por parlamentares pró e contra o impeachment da presidenta:
Pró-impeachment: “Pelos fundamentos do Cristianismo...”
Contra: “Contra o golpe...”
Pró: “Pelo fim da corrupção...”
Contra: “Não ao golpe...”
Pró: “Corrupção não combina com democracia...”
Contra: “Fascistas... golpistas...”
Pró: “Pela família brasileira, pela moral e pela educação de nossos filhos...”
Contra: “Por Carlos Lamarca...”
Aí foi demais, amigo leitor. Lamarca foi considerado o mais perigoso terrorista do país, morto em confronto armado com as forças de segurança no Centro-Oeste da Bahia, em 17 de setembro de 1971. Chegou ao posto de capitão do Exército, mas roubou 63 fuzis FAL do quartel, do qual desertou e foi expulso em 1970.
Como militante da Vanguarda Popular Revolucionária, praticou assaltos a bancos, sequestrou um embaixador suíço, assassinou um tenente da Polícia Militar e um sargento da Polícia do Exército.
Quando foi morto, estava descansando à sombra de uma árvore com outro revolucionário e, ao perceberem que soldados da força de segurança os descobriram, abriram fogo contra os militares.
Mandou mulher e dois filhos para Cuba, em 1970, e aqui ficou com a amante, Yara Yavelberg, que se suicidou, em Pituba, Salvador BA, cerca de um mês antes  dele morrer. Sua família, após viver em Cuba, até 1979, voltou para o Brasil.
Em 13 de junho de 2007, a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça concedeu à mulher e dois filhos do terrorista, assassino, ladrão e adúltero uma pensão equivalente ao soldo de um general, além de trezentos mil reais de indenização.
É justo. Afinal, a pobrezinha e seus filhos passaram décadas de dificuldades financeiras, além de terem sido privados da companhia de seu heroico provedor familiar.
Pena que nem todas as famílias de facínoras brasileiros tenham a mesma sorte.
Voltemos à votação na Câmara dos Deputados.
Todos os deputados delegados de polícia, em torno de meia dúzia, além de todos os representantes religiosos, votaram pelo impeachment de nossa sofrida presidenta. Donde se conclui que não se pode brincar com os emissários da lei e de Deus.
Outra coisa que me chamou a atenção foi a forma carinhosa dos parlamentares pró impeachment dirigirem-se, em cartaz, à representante máxima da nação:
— Tchau, querida!


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