Em dia com o Machado 206 (jlo)
Estamos
em 4743... Leia atentamente esta
crônica, leitora amiga, faça a adição da diferença de anos em relação à data
citada no quarto parágrafo, de baixo para cima, e perceberá algo que, por ora,
não lhe posso revelar. Sua inteligência o dirá...
Quem
primeiro acertar as datas reais ganhará um poema inédito meu. É só informar seu
endereço eletrônico (assinado: Machado).
Na
República das Bananas, uma quadrilha apossou-se do governo de um presídio onde
estava a maioria dos corruptos, assassinos e ladrões, com o pretexto de que
iria instaurar, ali, não o comunismo, pois este já não dera certo na ex-URSS,
mas um novo socialismo, em que ninguém mais do povo precisaria trabalhar, pois
sempre haveria bananas para todos. Os companheiros da direção central (única)
trabalhariam, ops, fariam seus cabos eleitorais, pelegos e outros iludidos
trabalharem para “extrair”, das grandes instituições financeiras da nação, tudo
o que pudessem.
Além
disso, aproveitando a “dica” do governo demagógico anterior, criariam dúzias de
benefícios para a pobre e miserável criminosa população do presídio. Os indignados
ladrões e assassinos teriam direito a todos as benesses governamentais quando
fossem presos: visitas diárias de seus amantes e companheiros, peladas em
campos adredemente preparados para o futebol e, para quem não gostasse de jogar
bola, a opção do vôlei, do basquete, do ping-pong, da sinuca, do carteado... Ainda
mais, cada presidiário teria direito a uma cela de 80m² com banheiro, sauna,
chuveiro de água quente, cama para casal, tv, fogão e geladeira. O detalhe é
que os gastos com alimentos e bebidas, ficaria por conta de cada presidiário.
Afinal, para que serviria tanto dinheiro roubado?
Um
desses gatunos, amigo da diretora do presídio, sugeriu-lhe criar mais quinze ou
vinte ministérios, além dos 25 já existentes, anexos ao presídio, e nomeá-lo
ministro de um deles. Justamente o da “Defesa Civil”, ainda inexistente, pois
considerou uma injustiça estar sendo investigado após ter sido substituído pela
atual diretora na administração do presídio. O motivo? Recusa de um tríplex de
220m² que considerou muito pequeno para abrigar sua família: ele, mulher e dois
filhos. Um deles, gênio das finanças, que fez de uma microempresa, cujo valor
não ultrapassava B$ 60.000,00 (sessenta mil bananas), um império de mais de um
bilhão de bananas, graças à ajuda despretensiosa de empresários beneficiados
por seu pai, quando diretor do presídio, para não serem presos.
Desse
modo, como ministro da defesa civil, o ex-diretor adquiriria imunidade ante os
tribunais inferiores e somente a Alta Corte da República o poderia julgar.
Imediatamente,
sua sucessora concedeu-lhe um “salvo conduto” a ser apresentado, caso uma
juizinha desajuizada pretendesse levá-lo para trás das grades. Desmascarado por
um grampo de telefone que, inadvertidamente, surpreendeu a mandatária do
presídio em tratativa com ele, o ex-diretor, sujo nome (não é cujo, e sim sujo
mesmo) é Lalau ficou temporariamente impedido de exercer o cargo.
Mas
a diretora apelou, e o caso foi parar no STF.
Nesse
meio-tempo, descobriu-se que a diretora pedalava sua bicicleta no horário de
expediente, deixando todos os presos com total liberdade no presídio, para
saírem, assaltarem bancos, matarem inimigos do Estado, etc. Foi o bastante para
alguém propor também seu impedimento.
Porém,
entretanto, todavia, contudo, para isso ocorrer, todos os seguranças da cadeia,
em número de 504 (conforme último censo) deveriam votar favoravelmente ao impeachment da querida diretora (fichada
injustamente pelo DOPS, órgão de repressão a guerrilheiros, bandidos e bandidas
da nação em 4691, junto com seu companheiro Lalau).
Ora,
amigo leitor, 70% de todos os atuais seguranças, menos os de um partido
moderador, que pulou fora, como ratos em fuga de navio afundando, além dos
oposicionistas, que sempre os há, mesmo nas piores ditaduras, disseram que
votariam a favor da diretora se (Há sempre um “se” em cada história.) a
mandatária do presídio lhes garantisse a ínfima quantia de 1,5 milhão em suas
contas e a permanência no cargo. Isso sem o desconto de B$500.000 (quinhentas
mil bananas), foi o que ficou bem claro, para que todos contribuíssem, com seu
imposto único em prol da melhoria do presídio. Afinal, um milhão é um milhão,
não é mesmo, caro leitor?
Havia
outra opção: quem faltasse à votação receberia B$600.000,00 (seiscentas mil
bananas) livres de impostos. Tudo isso foi combinado pessoalmente... Olha o
grampo!
Acertado
isso, durante a votação pelo impeachment
da diretora, apenas meia dúzia de otários optou por ser contra sua presença no
governo. A diretora saiu aclamada, seu ministro foi restabelecido no controle
civil e a República continuou sendo a das Bananas.
Os cidadãos da República,
porém, estavam atentos. E o pau quebrou...
Nenhum comentário:
Postar um comentário