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segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

 

18.4 Muito será pedido a quem muito recebeu

 


         O servo que souber a vontade de seu Senhor e que, no entanto, não estiver pronto e não fizer  o que se deseja dele, será castigado rudemente; mas aquele que não soube a vontade do senhor e fizer coisa digna de castigo será menos punido. Muito se pedirá àquele a quem muito se tiver dado, e ao que muito confiaram, mais contas lhe serão tomadas (Lucas, 12: 47-48).

         Vim a este mundo para exercer um julgamento, a fim de que os que não veem vejam, e os que veem, tornem cegos. Alguns dos fariseus que estavam com ele, ouvindo essas palavras lhe disseram: — Logo, também nós somos cegos? Jesus respondeu-lhes: Se vocês fossem cegos, não teriam pecado; mas como agora mesmo dizem que veem; por isso permanece em vocês seu pecado (João, 9:39- 41).

         Essas máximas encontram sua aplicação sobretudo no ensino dos Espíritos. Quem quer que conheça os preceitos do Cristo é seguramente culpado, se não os praticar. Mas além de não ser suficientemente difundido o Evangelho que os contêm, senão entre as seitas cristãs, mesmo entre estas, quantas pessoas existem que não o leem, e entre as que o leem, quantas não o compreendem! Disso resulta que as próprias palavras de Jesus ficam perdidas para a maioria dos homens.          O ensino dos Espíritos, que reproduz essas máximas sob diferentes formas, que as desenvolve e comenta, pondo-as ao alcance de todos, tem isto de particular, ou seja, não é circunscrito. Assim, todos, letrados ou não, crentes ou descrentes, cristãos ou não cristãos, podem recebê-lo, pois os Espíritos se comunicam por toda a parte. Nenhum dos que o recebam, diretamente ou por intermédio de outros, pode pretextar ignorância, ou pode desculpar-se com sua falta de instrução ou com a obscuridade do sentido alegórico. Aquele, pois, que não o põe em pratica para se melhorar, que o admira apenas como interessante e curioso, sem que seu coração seja tocado, que não se faz menos fútil, menos orgulhoso, menos egoísta, nem menos apegado aos bens materiais, nem melhor para seu próximo é tanto mais culpado, quanto teve maior facilidade para conhecer a verdade.

         Os médiuns que obtêm boas comunicações são ainda mais repreensíveis por persistirem no mal, porque escrevem frequentemente a sua própria condenação, e se não estivessem cegos pelo orgulho, reconheceriam que os Espíritos se dirigem a eles mesmos. Mas, em vez de tomarem para si as lições que escrevem, ou que veem os outros escreverem, sua única preocupação é a de aplicá-las a outras pessoas, incidindo assim nestas palavras de Jesus: "Veem um argueiro no olho do próximo, e não veem a trave no seu." (cap. 9. n.º 9)

         Por estas palavras: "Se vocês fossem cegos, não teriam pecado", Jesus entende que a culpabilidade está na razão das luzes que a criatura possua. Ora, os fariseus, que tinham pretensão de ser, e que realmente eram, a parte mais esclarecida da nação, tornavam-se mais repreensíveis aos olhos de Deus que o povo ignorante. O mesmo acontece hoje.

         Aos espíritas, pois, muito será pedido, porque muito têm recebido,  como muito será dado aos que houverem aproveitado.

         O primeiro pensamento de todo espírita sincero deve ser o de procurar, nos conselhos dados pelos Espíritos, alguma coisa que lhe diga respeito.

         O Espiritismo vem multiplicar o número dos chamados. Pela fé que concede, multiplicará também o número dos escolhidos.

          Tradução livre de Jorge Leite de Oliveira
         http://lattes.cnpq.br/0494890808150275

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