EM DIA COM O MACHADO
601:
O Desafio Social à
Vivência Cristã-Espírita (Jó)
Em sua última palestra espírita, o expositor
lembrou aos presentes a importância da vivência cristã-espírita dos
ensinamentos de Jesus. Lembrou que grandes profetas haviam passado pela Terra e
trazido luzes espirituais inesquecíveis. Todavia, entre a teoria do que
ensinaram e a vivência desses ensinamentos pouco se aproveitou...
Era natural que os ensinamentos elevados
captados por esses enviados do Cristo se misturassem com as leis humanas
repressoras, como ocorreu durante a missão de Moisés. Kardec divide em duas
partes os ensinamentos transmitidos por Moisés: o da lei divina e o da lei
civil, destinada a disciplinar o povo bárbaro da época do legislador hebreu. A
Lei Divina é que Jesus não modificou, por ser eterna; a civil está sempre se
modificando conforme a moral do povo se eleva.
Após Moisés, outros legisladores,
filósofos e profetas surgiram na Terra, trazendo-nos grandes mensagens. Destaco
Sócrates e seu discípulo Platão.
Sócrates adquiriu uma certeza tão grande
sobre a imortalidade do espírito que não receou tomar cicuta, veneno letal,
condenado por... Pasmem, almas amigas, subverter a juventude com sua filosofia
que lhe assegurava sermos todos imortais e responsáveis pelo que fazemos de bom
ou de mal durante a existência física.
Platão, seu mais destacado discípulo,
divulgou os ensinamentos socráticos e sua grandeza ante a condenação injusta,
principalmente, em duas obras intituladas Apologia de Sócrates e A República.
Platão também fundou sua Academia, influenciado por Sócrates no modo
dialético de ensinar e aprender.
Platão criou uma teoria que se baseava
na existência de três tipos de caráter formadores das almas das pessoas:
1. Caráter
concupiscível: em que prevalecem os desejos e paixões animais;
2. Caráter irascível:
com predomínio dos impulsos de raiva, agressividade e força;
3. Caráter racional: em que predomina a razão. Uma de suas frases filosóficas importantes é esta: “Tente mover o mundo, mas comece movendo a si mesmo”.
Muitos séculos antes de Jesus nascer, Ele já
enviara, do Plano Espiritual, seus profetas em todo o mundo, como os que nos
transmitiram sábios conselhos, na “China milenária”, continua Emmanuel
explicando-nos, no subtítulo da obra A Caminho da Luz, intitulado As
promessas do Cristo.
Todos eles vieram com missões de nos dar esperança
sobre a imortalidade da alma e fé na vida espiritual. Mas, para nos provar essas
realidades, o Cristo veio pessoalmente, deixando que lhe tirassem a vida do
corpo físico e nos aconselhando a fazer sempre o bem, como Ele o fazia. A não
temer os que nos matam o corpo e não podem matar a alma, mas sim, “Àquele que
pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo” Mateus, 10:28.
Na segunda parte de sua frase, Jesus emprega
uma simbologia para nos mostrar que, ao infringir a Lei Divina do “Não matar”,
a alma se precipita no inferno de sua consciência culpada, o qual,
entretanto, não é eterno, mas que cobrará ceitil por ceitil todo o mal
que fizermos ao próximo, haja vista sua Lei Áurea: “Portanto, tudo o que vós
quereis que outrem vos faça, fazei-lhe também, porque essa é a lei e os
profetas”, conforme lemos em Mateus, 7:12.
Por ainda estarmos longe de vivenciar
plenamente a mensagem cristã é que Allan Kardec afirma, no capítulo 17, ao
final do item 4 d’O Evangelho Segundo o Espiritismo: “Reconhece-se o
verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega
para domar suas inclinações más”.
Esse é o grande desafio que a sociedade
nos cobra, em nossa vivência cristã-espírita. Se ainda estamos longe da
angelitude, esforcemo-nos, dia após dia, para seguir o modelo deste sublimado
guia espiritual da humanidade: Jesus, o Cristo de Deus! Entretanto, não nos
ocupemos em julgar os atos alheios, mesmo censuráveis, ocupemo-nos em praticar tudo
o que esteja de acordo com o Evangelho de Jesus, tendo como juiz
simplesmente a nossa consciência, onde se situa a Lei de Deus!
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