O
Grito dos Excluídos
(Irmão Jó)
(Irmão Jó)
O gênero Homo evoluiu na África...
Rompido o elo chimpanzés e humanos,
Longe inda está a velha e boa Antártica.
Quando aparece, na África Oriental,
O Homo sapiens, mais sábio dos humanos
Em sua rude fé transcendental.
Agora tem início nossa história;
Com milhões de rivais exterminados
Que, sendo extintos, não ficou memória...
Como os neandertais e floresiensis,
Só restam Homo sapiens nos anais
Dos que, até hoje, são remanescentes.
Aos pés dos quais depomos mil ofertas,
Clamando a vários deuses que as adotem
Em troca de bons frutos nas florestas.
Com plantas e animais domesticados,
O homem quer à Terra dominar
E os inimigos são escravizados.
O homem cria incensos, candelabros...
Surgem religiões monoteístas
E templos com tesouros são guardados.
Já há 4.000 anos conquistado,
Que o vencedor usava a religião
E o perdedor, se vivo, escravizado.
Pregando uma verdade universal,
A Índia não se livrou do escravismo
E há 3.000 anos permanece igual...
Estamos, de 2.000 anos pra cá
E, mesmo após surgido o Islamismo,
Modernos modos de escravizar
Surgem no mundo, desde o Cristianismo...
Que a alma humana faz a seus irmãos...
No século XV, almas portuguesas
Vendiam negros escravos sudãos.
A servidão serviu nos seringais
E o tráfico negreiro cruel, vil,
Era comum em quaisquer capitais.
Depois de abolida a escravidão
No último país de triste quadro,
A servidão requer reparação.
Milhões de excluídos que, aflitos
E revoltados com salário vil,
Bradam bem alto indignados gritos.
Dia Internacional em Memória do Tráfico de Escravos e de Sua Abolição.
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