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terça-feira, 16 de setembro de 2025

Estudo d'O Livro dos Espíritos


 

186. Haverá mundos em que o Espírito, deixando de revestir corpos materiais, só tenha por envoltório o perispírito?

“Há e mesmo esse envoltório se torna tão etéreo que para vós é como se não existisse. Esse o estado dos Espíritos puros.”

a) Parece resultar daí que, entre o estado correspondente às últimas encarnações e o de Espírito puro, não há linha divisória perfeitamente demarcada; não?

“Semelhante demarcação não existe. A diferença entre um e outro estado se vai apagando pouco a pouco e acaba por ser imperceptível, tal qual se dá com a noite às primeiras claridades do alvorecer.”

 

Comentário

Os Espíritos puros já não necessitam reencarnar. Seus corpos definitivos são os perispirituais, que não são observáveis por nossos sentidos, bem como os próprios Espíritos puros. À medida que o Espírito se aperfeiçoa, seu próprio perispírito vai tornando-se mais e mais etéreo, até se fundir, por assim dizer, com o próprio Espírito, como ocorre com os Espíritos puros.

 

187. A substância do perispírito é a mesma em todos os mundos?

“Não; é mais ou menos etérea. Passando de um mundo a outro, o Espírito se reveste da matéria própria desse outro, operando-se, porém, essa mudança com a rapidez do relâmpago.”

 

Comentário

Essa mudança de perispírito, como podemos deduzir da informação acima, ocorre instantaneamente, quando o Espírito passa de um mundo a outro.

 

 

188. Os Espíritos puros habitam mundos especiais, ou se acham no espaço universal, sem estarem mais ligados a um mundo do que a outros?

“Habitam certos mundos, mas não lhes ficam presos, como os homens à Terra; podem, melhor do que os outros, estar em toda parte.”

 

Comentário

Embora não se achem presos a um determinado mundo, os Espíritos puros habitam mundos celestes, como é descrita a escala dos mundos n’O Evangelho Segundo o Espiritismo.

 

 

189. Desde o início de sua formação, goza o Espírito da plenitude de suas faculdades?

“Não, pois que para o Espírito, como para o homem, também há infância. Em sua origem, a vida do Espírito é apenas instintiva. Ele mal tem consciência de si mesmo e de seus atos. A inteligência só pouco a pouco se desenvolve.”

 

Comentário

Tal como nós, que passamos da fase embrionária ao feto e deste ao bebê, que também se torna criança, depois jovem e adulto, os Espíritos evoluem do instinto à inteligência, que somente aos poucos se desenvolve.

 

 

190. Qual o estado da alma na sua primeira encarnação?

“O da infância na vida corporal. A inteligência então apenas desabrocha: a alma se ensaia para a vida.”

 

Comentário

É o que já foi informado antes. Em sua primeira encarnação, a alma ainda vive pelos instintos, mas gradualmente a inteligência se desenvolve.

 

 

191. As dos nossos selvagens são almas no estado de infância?

“De infância relativa, pois já são almas desenvolvidas, visto que já nutrem paixões.”

a) Então, as paixões são um sinal de desenvolvimento?

“De desenvolvimento, sim; de perfeição, porém, não. São sinal de atividade e de consciência do eu, porquanto, na alma primitiva, a inteligência e a vida se acham no estado de germe.”

 

Comentários

As paixões são próprias das almas que já possuem certo desenvolvimento, mas a inteligência, aí ainda que já consciente de si, não possui completo desenvolvimento.

 

A vida do Espírito, em seu conjunto, apresenta as mesmas fases que observamos na vida corporal. Ele passa gradualmente do estado de embrião

ao de infância, para chegar, percorrendo sucessivos períodos, ao de adulto, que é o da perfeição, com a diferença de que para o Espírito não há declínio, nem decrepitude, como na vida corporal; que a sua vida, que teve começo, não terá fim; que imenso tempo lhe é necessário, do nosso ponto de vista, para passar da infância espírita ao completo desenvolvimento; e que o seu progresso se realiza, não num único mundo, mas vivendo ele em mundos diversos. A vida do Espírito, pois, se compõe de uma série de existências corpóreas, cada uma das quais representa para ele uma ocasião de progredir, do mesmo modo que cada existência corporal se compõe de uma série de dias, em cada um dos quais o homem obtém um acréscimo de experiência e de instrução. Mas, assim como, na vida do homem, há dias que nenhum fruto produzem, na do Espírito, há existências corporais de que ele nenhum resultado colhe, porque não as soube aproveitar.

 

192. Pode alguém, por um proceder impecável na vida atual, transpor todos os graus da escala do aperfeiçoamento e tornar-se Espírito puro, sem passar por outros graus intermédios?

“Não, pois o que o homem julga perfeito longe está da perfeição. Há qualidades que lhe são desconhecidas e incompreensíveis. Poderá ser tão perfeito quanto o comporte a sua natureza terrena, mas isso não é a perfeição absoluta. Dá-se com o Espírito o que se verifica com a criança que, por mais precoce que seja, tem de passar pela juventude, antes de chegar à idade da madureza; e também com o enfermo que, para recobrar a saúde, tem que passar pela convalescença. Demais, ao Espírito cumpre progredir em ciência e em moral. Se somente se adiantou num sentido, importa se adiante no outro, para atingir o extremo superior da escala. Contudo, quanto mais o homem se adiantar na sua vida atual, tanto menos longas e penosas lhe serão as provas que se seguirem.”

a) Pode ao menos o homem, na vida presente, preparar com segurança, para si, uma existência futura menos prenhe de amarguras?

“Sem dúvida. Pode reduzir a extensão e as dificuldades do caminho. Só o descuidoso permanece sempre no mesmo ponto.”

 

Comentário

Conforme os Espíritos têm-nos dito, as encarnações são inumeráveis, pois a meta da perfeição exige que evoluamos não somente no aspecto moral quanto no intelectual. Entretanto, quanto melhor direção dermos à nossa vida na prática do bem, melhor nos sentimos espiritualmente. Uma coisa é certa a frase citada por Kardec n’O Evangelho segundo o Espiritismo: “Ajuda-te que o Céu te ajudará é a expressão da realidade do que acontece em benefício de quem se empenha na verdadeira sabedoria, que alia o conhecimento à prática das boas obras.

 

 

193. Pode um homem, nas suas novas existências, descer mais baixo do que esteja na atual?

“Com relação à posição social, sim; como Espírito, não.”

 

Comentário

Quanto o homem utiliza mal seu livre-arbítrio, pode descer, noutra encarnação, senão na atual, de uma posição de destaque social à mais modesta, mas seu estado espiritual permanece o mesmo. Também em missão, Espíritos de alta elevação podem reencarnar em posições modestas, para darem exemplos de renúncia e humildade, aliados ao amor ao próximo em sua mais ampla definição.

 

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