Em dia com o Machado 58 (jlo)
Boa-tarde, amigo leitor.
Estivemos em Campina Grande, grande
cidade da Paraíba, nesta semana que se finda. Pena que chegamos no final da
festa de S. João, a “melhor e maior festa do mundo”, segundo o campinense
paraibano, que até parece invejar nossos hermanos
argentinos, para quem tudo em seu país representa o maior do mundo.
— E o que foste fazer lá, Machado?
— Fui assistir a um comunicado
literário deste meu secretário na Abralic.
— Mas por quê? Não tinhas algo mais
interessante que assistir?
— Bem, sempre há algo mais
importante, nesse mundo de provas e expiações em que você vive; porém, o pobre
diabo continua com a mania de analisar minha obra e, para não deixá-lo falando
besteira sozinho, resolvi acompanhá-lo novamente.
— Por que novamente? Já o
acompanhaste antes?
— Evidentemente, pois não já lhe
disse que o estrupício tem a mania de tentar me imitar? Há dois anos, após
conclusão de seu mestrado, quando estudou minhas crônicas sobre a temática da
escravidão, intituladas Bons-dias! e comentadas por John Gledson, fiz das tripas
coração para clarear sua mente. Na ocasião, o congresso da Abralic foi em
Curitiba, PR. Precisei quase me materializar para passar-lhe algumas ideias.
Como ele nada ouve, nada vê e nada sente do que vem do Além, manifestei-me a
sua digna esposa, altas horas da madrugada.
— Nossa, como ela viu-te e o que lhe falaste?
— Viu-me chegar em uma astronave, às
cinco horas da manhã, com uma aparência que confundiu com a do meu amigo Rui
Barbosa e um capacete de astronauta na cabeça. Falei-lhe que o
objetivo de minhas crônicas era de, por meio de uma linguagem leve e
descontraída, comentar alguns temas da sociedade da época, de modo a permitir
aos meus leitores tirarem suas próprias conclusões. Ela não entendeu nada, pois
não é da área...
— E quando foi isso?
— Onde estou, não me preocupo muito
com datas, mas, para não deixá-lo sem resposta, dir-lhe-ei que foi numa
quarta-feira, 21 de julho de 2011, horas antes do comunicado deste infeliz.
— E o infeliz foi feliz em seu
comunicado?
— Qual comunicado?...
— O de 2011.
— Ah, sim. Na época abordou, ou
tentou abordar uma topoanálise de meus romances Esaú e Jacó e Memorial de
Aires...
— E o comunicado atual, de Campina
Grande, foi bom?
— Senti muito mais segurança no “garoto”;
se continuar assim, vai me dar trabalho. Mas o problema é que ele tem a mania
de extrapolar sua dimensão e entrar no mundo daqueles que “foram estudar a
geologia dos campos-santos”.
— Mas tu não já estás a estudá-la?
— Pois é, até já pensei em publicar
uma nova contra-versão das “memórias
póstumas”, agora intitulada “A reencarnação de Brás Cubas”, pois do lado de cá
nos preocupamos mais com os que estão na carne do que os da carne se ocupam de
nós. Ô povinho besta, meu Deus! Imagina-se aí que a vida verdadeira é a do
corpo físico e nós daqui sabemos que ocorre exatamente o contrário: a vida real
não é a da matéria e, sim, a do espírito.
— E o que nos garante ser verdade o
que nos dizes?
— Meu caro amigo, assegura o
Espírito Emmanuel que
químicos e físicos, geômetras e
matemáticos, erguidos à condição de investigadores da verdade, são hoje, sem o
desejarem, sacerdotes do Espírito, porque, como consequência de seus porfiados
estudos, o materialismo e o ateísmo serão compelidos a desaparecer, por falta
de matéria, a base que lhes assegurava as especulações negativistas.
— Caramba, Machado, onde podemos ler
essa e outras informações sobre esse assunto? Então a morte não é o fim de
tudo?
— Evidentemente que não, meu caro.
Releia essa frase no prefácio do livro Nos
domínios da mediunidade, psicografado por Chico Xavier, reencarnado um ano
após minha desencarnação e que viveu até os 92 anos.
— De onde é e qual é a editora? Quantas
edições já teve o livro, se é que alguém tem interesse nesse tipo de
literatura?
— Calma, uma pergunta de cada vez...
Bem, meu amigo, a editora é do Rio de Janeiro; e até 2006 já havia 33 edições
somente desta obra psicografada pelo Chico Xavier.
— Caracas! E quantas outras obras do
Além psicografou o Chico?
— Um pouco mais do que minha dezena
de romances, seiscentas crônicas e duzentos contos. O jeca Chico, o cisco
humilhou todos os grandes escritores brasileiros, com mais de quatrocentos
livros psicografados.
— E tem algum valor literário tais
livros, em especial os seus romances?
— Leia Paulo e Estêvão, Renúncia,
Há dois mil anos, Cinquenta anos depois, Ave, Cristo!, ditadas pelo Espírito
Emmanuel ao Chico, você vai descobrir que ali, ficção, história e realidade são
uma só coisa extraordinária... Mas a série romanceada mais fantástica, que lhe
recomendo ler desde o primeiro volume é a intitulada A vida no mundo espiritual, também psicografada pelo Chico Xavier,
composta de treze volumes. O primeiro deles deu origem ao filme que teve o
mesmo título do livro: “Nosso Lar”.
— Quero saber mais sobre este
assunto.
— Então, proponho-lhe continuar na
próxima crônica.
— Até a próxima, Machado. Prepara-te, já vou começar te encostando na parede.
— O espírito atravessa a matéria,
meu caro, se tentar me encostar posso virar seu “encosto”. Aaaaaatttttéééé... Kkkkkkkkkkkk,
rs, rs, rs, rs. Tisc, tisc...
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