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domingo, 14 de julho de 2013


Em dia com o Machado 58 (jlo)

 
            Boa-tarde, amigo leitor.
            Estivemos em Campina Grande, grande cidade da Paraíba, nesta semana que se finda. Pena que chegamos no final da festa de S. João, a “melhor e maior festa do mundo”, segundo o campinense paraibano, que até parece invejar nossos hermanos argentinos, para quem tudo em seu país representa o maior do mundo.
            — E o que foste fazer lá, Machado?
            — Fui assistir a um comunicado literário deste meu secretário na Abralic.
            — Mas por quê? Não tinhas algo mais interessante que assistir?
            — Bem, sempre há algo mais importante, nesse mundo de provas e expiações em que você vive; porém, o pobre diabo continua com a mania de analisar minha obra e, para não deixá-lo falando besteira sozinho, resolvi acompanhá-lo novamente.
            — Por que novamente? Já o acompanhaste antes?
            — Evidentemente, pois não já lhe disse que o estrupício tem a mania de tentar me imitar? Há dois anos, após conclusão de seu mestrado, quando estudou minhas crônicas sobre a temática da escravidão, intituladas Bons-dias! e comentadas por John Gledson, fiz das tripas coração para clarear sua mente. Na ocasião, o congresso da Abralic foi em Curitiba, PR. Precisei quase me materializar para passar-lhe algumas ideias. Como ele nada ouve, nada vê e nada sente do que vem do Além, manifestei-me a sua digna esposa, altas horas da madrugada.
            — Nossa,  como ela viu-te e o que lhe falaste?
            — Viu-me chegar em uma astronave, às cinco horas da manhã, com uma aparência que confundiu com a do meu amigo Rui Barbosa e um capacete de astronauta na cabeça. Falei-lhe que o objetivo de minhas crônicas era de, por meio de uma linguagem leve e descontraída, comentar alguns temas da sociedade da época, de modo a permitir aos meus leitores tirarem suas próprias conclusões. Ela não entendeu nada, pois não é da área...
            — E quando foi isso?
            — Onde estou, não me preocupo muito com datas, mas, para não deixá-lo sem resposta, dir-lhe-ei que foi numa quarta-feira, 21 de julho de 2011, horas antes do comunicado deste infeliz.
            — E o infeliz foi feliz em seu comunicado?
            — Qual comunicado?...
            — O de 2011.
            — Ah, sim. Na época abordou, ou tentou abordar uma topoanálise de meus romances Esaú e Jacó e Memorial de Aires...
            — E o comunicado atual, de Campina Grande, foi bom?
            — Senti muito mais segurança no “garoto”; se continuar assim, vai me dar trabalho. Mas o problema é que ele tem a mania de extrapolar sua dimensão e entrar no mundo daqueles que “foram estudar a geologia dos campos-santos”.
            — Mas tu não já estás a estudá-la?
            — Pois é, até já pensei em publicar uma nova contra-versão das “memórias póstumas”, agora intitulada “A reencarnação de Brás Cubas”, pois do lado de cá nos preocupamos mais com os que estão na carne do que os da carne se ocupam de nós. Ô povinho besta, meu Deus! Imagina-se aí que a vida verdadeira é a do corpo físico e nós daqui sabemos que ocorre exatamente o contrário: a vida real não é a da matéria e, sim, a do espírito.
            — E o que nos garante ser verdade o que nos dizes?
            — Meu caro amigo, assegura o Espírito Emmanuel que
 
químicos e físicos, geômetras e matemáticos, erguidos à condição de investigadores da verdade, são hoje, sem o desejarem, sacerdotes do Espírito, porque, como consequência de seus porfiados estudos, o materialismo e o ateísmo serão compelidos a desaparecer, por falta de matéria, a base que lhes assegurava as especulações negativistas.
            — Caramba, Machado, onde podemos ler essa e outras informações sobre esse assunto? Então a morte não é o fim de tudo?
            — Evidentemente que não, meu caro. Releia essa frase no prefácio do livro Nos domínios da mediunidade, psicografado por Chico Xavier, reencarnado um ano após minha desencarnação e que viveu até os 92 anos.
            — De onde é e qual é a editora? Quantas edições já teve o livro, se é que alguém tem interesse nesse tipo de literatura?
            — Calma, uma pergunta de cada vez... Bem, meu amigo, a editora é do Rio de Janeiro; e até 2006 já havia 33 edições somente desta obra psicografada pelo Chico Xavier.
            — Caracas! E quantas outras obras do Além psicografou o Chico?
            — Um pouco mais do que minha dezena de romances, seiscentas crônicas e duzentos contos. O jeca Chico, o cisco humilhou todos os grandes escritores brasileiros, com mais de quatrocentos livros psicografados.
            — E tem algum valor literário tais livros, em especial os seus romances?
            — Leia Paulo e Estêvão, Renúncia, Há dois mil anos, Cinquenta anos depois, Ave, Cristo!, ditadas pelo Espírito Emmanuel ao Chico, você vai descobrir que ali, ficção, história e realidade são uma só coisa extraordinária... Mas a série romanceada mais fantástica, que lhe recomendo ler desde o primeiro volume é a intitulada A vida no mundo espiritual, também psicografada pelo Chico Xavier, composta de treze volumes. O primeiro deles deu origem ao filme que teve o mesmo título do livro: “Nosso Lar”.
            — Quero saber mais sobre este assunto.
            — Então, proponho-lhe continuar na próxima crônica.
            — Até a próxima, Machado. Prepara-te, já vou começar te encostando na parede.
            — O espírito atravessa a matéria, meu caro, se tentar me encostar posso virar seu “encosto”. Aaaaaatttttéééé... Kkkkkkkkkkkk, rs, rs, rs, rs. Tisc, tisc...

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