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domingo, 6 de abril de 2014

COMUNICAR É PRECISO VI (Jorge Leite)
                   
Aprende — humildemente. / Ensina — praticando.
[...] Corrige — com bondade. / Perdoa — sempre.
(XAVIER, F. C. Pelo Espírito André Luiz. Agenda cristã. 32. ed.
Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1996.)                                                                   

Ouvido numa emissora de TV: “Nos dias da Copa, os servidores serão dispensados ao meio-dia e meio...” Correção: meio-dia e meia... (meio dia + meia hora).

Informado por e-mail de uma amiga a outra: “É bom está com você”.
Percebeu o equívoco? Nossa amiga esqueceu-se de que o verbo está não estar flexionado, rs. Brincadeirinha: o verbo estar não está flexionado. É o correto.
Agora, sem brincadeira, a frase correta: “É bom estar com você”.

Por vezes, se você ver algo repetido é por causa que os erros se repetem. Correto?
Nããão! O certo é: Por vezes, se você vir algo repetido é porque os erros se repetem...

Ouvido de passagem: “Nóis vai de a pé na igreja”.
Lindo, maravilhoso, principalmente se falado por uma caipirinha linda.
Correção: Nós vamos aà igreja.

No caso da expressão “de a pé” estão sendo usadas duas preposições para ligar o verbo “vamos” ao substantivo “igreja”: “de” e “a”. Basta uma; no caso o “a”: “vamos a pé”.

O caso de “na igreja” é semelhante a “no banco”, já mencionado por nós na semana passada.
Quem vai, vai a algum lugar e não em algum lugar.

E por que não é “à pé”?
Porque só existe “a” preposição antes da palavra masculina “pé”. Assim, a pé é o correto.

Se disséssemos em outra frase: “O barco navegou à matroca[1] ocorreria crase porque a palavra matroca é feminina e definida pelo artigo a ao qual se junta a preposição a. Logo: à = a prep. + a art. fem. que define a palavra feminina matroca.

Muita explicação para pouca coisa, não é mesmo, amiga leitora? Mas se você acompanhar o raciocínio desde o início entenderá que, por vezes, o “a” pode ser preposição, por vezes, artigo.
Há casos, ainda, em que ele é pronome.
Exemplo: — O que fizeste de minha sandália?
— Dei-a àquele mendigo que passou em frente à minha casa.
Primeiro “a”: pronome.
Segundo e terceiro à (a+ a)= “a” preposição e “a” artigo definido feminino.

Ainda temos, na frase acima, àquele= a prep. + aquele= pronome demonstrativo.

Frase lida em mensagem de defesa da democracia: “Caso a democracia não se defende pela educação de seus filhos, tudo está perdido”.
Onde está o erro?
Resposta: o verbo defender está sendo conjugado no modo subjuntivo ou condicional. O correto, gramaticalmente, é escrever “Caso a democracia não se defenda [...]” (pres. do subj..).
Vamos conjugar verbos, minha gente!

LEIA, TAMBÉM, QUESTÕES VERNÁCULAS (4ª edição)

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)


Comecemos a seção lembrando inicialmente alguma coisa relacionada com a grafia dos vocábulos:
      1. Adentro - Constitui uma palavra só. Ex.: Ele entrou mata adentro; o rapaz dançou noite adentro.
      2. Afora – A exemplo de adentro, também é uma única palavra. Ex.: A mulher viajou pelo país afora.
      3. Aficionado – Esta palavra é escrita assim; não existe “aficcionado”.
      4. Bochincho ou bochinche – É assim que se escrevem estes vocábulos; não existe bochicho nem buxixo.
      6. Dar à luz – Com o significado de “pôr no mundo”, é assim que se escreve esta expressão. Ex.: A mãe deu à luz um lindo menino (e não “deu a luz a um lindo menino”).
      7.  Décimo terceiro – Na grafia deste numeral não há hífen.
      8.  De vez que – Embora usada por diversos autores espíritas de renome, esta locução não existe e deve ser substituída por “uma vez que”. Ex.: Uma vez que ele obteve o que pretendia, é hoje outro homem.
      9.   Digladiar – É assim que se escreve este vocábulo; não existe degladiar.
     10. Embaixo – Trata-se de uma palavra só. Ex.: Ele pôs os sapatos embaixo da cama.







[1] à matroca: à toa, ao acaso, de qualquer maneira. Dic. Aurélio da Língua Portuguesa.

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