Em dia com o Machado 117 (jlo)
Houve tempo no qual não se falava de outra cousa a não ser a mudança da capital federal para nova cidade. A ideia era a de não ser a nova cidade um prolongamento da Rua do Ouvidor.
Já se dizia do sonho visionário de Dom
Bosco e se previra, na constituição, um espaço na região central do país. A
ideia legislativa, entretanto, era Teresópolis, mas Vassouras não queria ficar
atrás (Vai, vassouras!...).
Outras candidatas eram Petrópolis e Nova
Friburgo. Niterói, ex-capital do Rio, nada reivindicava... Mas além-fronteira,
havia Minas Gerais e sua Ouro Preto, que acabou cedendo a vez a Belo Horizonte
como capital... mineira.
O certo é que a vida, sendo tão curta e
a morte tão certa, acabei morrendo sem ver a nova capital ser transferida para
o Centro-Oeste. O Rio de Janeiro continuou com seu Cristo Redentor, o
Corcovado, as praias de Copacabana, Ipanema, Prainha, Grumari e outras sete
praias maravilhosas. Além, é claro, dos teatros, do Passeio Público, da Rua do
Ouvidor...
*
Agora, sim, temos uma cidade ampla,
espaçosa, com largas avenidas e residências destinadas às famílias das mais
variadas classes sociais. Todas as ocupações profissionais, aqui, são
valorizadas e bem remuneradas.
O investimento em educação e a
valorização do professorado, nesta cidade, é algo invejável; parece cousa de
primeiro mundo...
O trânsito é absolutamente seguro, pois,
embora não sejam vistos, os agentes rodoviários e policiais estão prontos para
agir em casos de acidentes, roubos e assaltos. Qualquer ocorrência nas vias
públicas é imediatamente atendida por duas ou três viaturas policiais e agentes
bem preparados...
Há amplos mercados, diversos shopping centers, bares e restaurantes
noturnos, amplamente frequentados. Córregos, parques e pistas para caminhadas
ou corridas ladeiam os condomínios com facilidade de acessos laterais,
suficientemente afastados, cujas entradas são guardadas por seguranças atentos,
providos de amplos recursos para acionar imediatamente as forças policiais,
caso haja necessidade...
Quase não se vê policiais nas ruas...
fardados; mas se alguém tentar bancar o engraçadinho com uma jovem ou senhora, se
outrem ousa bater a carteira de um cidadão incauto, se pugilistas resolvem
fazer dos locais públicos rings,
imediatamente aparecem de todas as partes, como num passe de mágica, dezenas de
agentes da segurança, à paisana e até mesmo fardados, para dar voz de prisão ao
fora da lei desavisado.
A honestidade e a disciplina aqui
caminham de mãos dadas. Caso a amiga leitora ou o caro leitor necessitem trocar
um produto em qualquer loja da cidade, basta-lhes entregar o produto na
recepção, escolher o novo produto e acertar a diferença na saída do
estabelecimento.
As pessoas idosas são tratadas com
respeito e dispõem de vantagens especiais, como a do desconto de 40% na compra
de um imóvel para sua moradia. Prioridades, somente para deficientes físicos
ou enfermos...
A qualquer hora do dia ou da noite, você
pode passear tranquilo nas ruas, pedalar sua bicicleta, frequentar o teatro ou
o parque de diversões sem medo de ser assaltado. Aqui, a cidadania é respeitada
e as infrações à lei são rigorosamente punidas.
— Mas e se os agentes policiais abusarem
de sua autoridade? Será que tanto poder não leva à sensação de impunidade? Pergunta-me
o curioso leitor.
— De jeito nenhum. O policial ou
qualquer outra autoridade que se comportar inadequadamente é submetido de
imediato a um conselho de justiça e, além de ser afastado de suas funções, é
rigorosamente punido, sem subterfúgios de recursos protelatórios aos
julgamentos. E ai do político que sair da linha... Prison for him!
— Mas Machado, você tem certeza de que
está falando de Brasília?
— Claro que não, amiga leitora;
refiro-me a um dos 50 estados mais pobres dos Estados Unidos da América do
Norte, a Flórida.
Sobre
a capital do Brasil falaremos outro dia. All
right now!
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