Em dia com o Machado 233 (jlo)
A
visão materialista da vida na Terra não traz benefícios ao seu possuidor. Ela
açoda todos os instintos negativos da pessoa, incrementa o egoísmo e a
impiedade humanos.
Há
pessoas que se formam em determinadas áreas do conhecimento visando
exclusivamente lucros materiais. Desse modo, podem até mesmo possuir grandes saberes
em seu ofício, mas nem sempre os utilizam em prol de uma sociedade melhor e,
sim, de suas vantagens pessoais.
Na
área médica ou odontológica, por exemplo, não é raro constatarmos, entre a
maioria de profissionais responsáveis, aqueles que se prevalecem da falta de
conhecimento e necessidade orgânica de seus pacientes para realizarem
procedimentos cirúrgicos absolutamente desnecessários e, por vezes,
desastrosos. Não vou citar mais do que dois casos, ocorridos com um amigo.
O
primeiro foi quando uma azia o levou a um cirurgião gastroenterologista. Este,
após ver os resultados dos exames solicitados, diagnosticou-o com a doença
intitulada Esôfago de Barret. Então, foi
logo marcando uma série de exames pré-operatórios, sem ao menos propor-lhe um
tratamento alternativo. Procurado outro especialista da área, este propôs ao
meu amigo que fizesse tratamento clínico de alguns meses. Caso isso não resolvesse,
indicaria o procedimento cirúrgico. Resultado: após esse período de tratamento,
meu amigo nunca mais teve problemas gastresofágicos.
E
a cirurgia, resolveria também? Sic, nem sempre... Sem contar que ninguém quer
ser furado quando uma simples cápsula ou o “emplasto Brás Cubas” pode curá-lo.
O
segundo caso pode também ser visto sob diferentes procedimentos adotados por dois
dentistas: o primeiro deles realizou uma restauração de um dente do maxilar
inferior do meu amigo, ao qual provocou uma grande fenda na gengiva. É o que em
odontologia se chama de recessão ou retração gengival, que pode ter também
outras causas, como o bruxismo, etc., e assim fica difícil à vítima provar a
imperícia do profissional. Isso foi há cinco anos. Nunca mais meu amigo conseguiu
mastigar alimentos sólidos, além de não suportar líquidos muito gelados nesse
lado da boca.
O
procedimento de outra profissional, em relação a um dente restaurado, do
maxilar superior desse meu amigo, que lhe provocara dores, foi mais
responsável: fez o RX dentário, analisou-o, detidamente, prescreveu-lhe um
potente anti-inflamatório, como opção alternativa ao tratamento do canal do
dente, e... heureca! Deu certo.
Nesta
semana, um homem de 62 anos, jovem para os dias atuais, morreu por falta de
transporte, em tempo hábil, de um hospital a outro, especializado no tratamento
de problemas renais. O motivo? Falta de gasolina na ambulância. A família
propôs ao responsável da área pagar o combustível, mas sua proposta foi
recusada porque a “instituição pública” não admitia tal procedimento. Ou seja,
a burocracia estatal e a falta de espírito humanitário levou a óbito um cidadão
que precisava de atendimento urgente.
Será
que se o paciente fosse um parente muito querido do tal “Estado” teria havido sua
morte? Duvido!
Termino
com um soneto de Cruz e Sousa, para nossa reflexão, intitulado:
CLAMANDO...
Bárbaros, vãos,
dementes e terríveis
Bonzos tremendos de
ferrenho aspecto,
Ah! deste ser todo o
clarão secreto
Jamais pôde
inflamar-vos, Impassíveis!
Tantas guerras
bizarras e incoercíveis
No tempo e tanto,
tanto imenso afeto,
São para vós menos
que um verme e inseto
Na corrente vital
pouco sensíveis.
No entanto nessas
guerras mais bizarras
De sol, clarins e
rútilas fanfarras,
Nessas radiantes e
profundas guerras...
As minhas carnes se
dilaceraram
E vão, das Ilusões
que flamejaram,
Com o próprio sangue
fecundando as terras...
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