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segunda-feira, 13 de maio de 2024

 

Escravidão no Brasil
(Irmão Jó)

 








Em remota antiguidade,
Nas guerras orientais,
Os vencidos eram presas
De brutalidade crassa;
Pois eram submetidos
Às mais duras naturezas
De trabalho escravocrata
Se não de morte feridos.
 
Por milênios vários povos
Abusaram dos mais fracos
Conforme agiam nas guerras
Os guerreiros espartacus.
Apelavam para os deuses
Povos gregos e romanos
E tantos outros valentes
Como os guerreiros gauleses.
 
O resultado era a morte
Com requintada maldade
Ou cruel escravidão
Aos desprovidos da sorte
Nas correntes das galés.
Muita dor e solidão,
Presos com corrente aos pés
Na mais sofrida saudade...
 
Depois da Grécia, os romanos
Partiram para as conquistas.
E o império dos otomanos,
Em lutas nunca antes vistas,
Lançavam na servidão
Pobres povos conquistados.
Até que foi destruída
Aquela imensa nação...
 
Até então, só havia
Servos para os vencedores,
Que vendiam nos mercados
Prisioneiros de vis guerras,
Aos seus agora senhores.
Porque nunca se previra,
Em toda a face da Terra,
Escravos por etnia.
 
Tudo isso foi mudado
Quando o negro africano
Apenas por sua cor,
Muitos séculos passados,
Também foi escravizado.
E novamente o horror
Tornou-se indescritível
Junto ao povo americano.
 
Vieram para o Brasil
Milhares de irmãos negros
Com mulheres e crianças
Como gados em navios,
Mortas suas esperanças.
Aqui vinham trabalhar
Nas mais diversas funções
Até a morte chegar.

Vendidos como animais,
Sofriam duros castigos,
Quando, exaustos do labor,
Já não tinham forças mais
De atender a seu senhor.
Muitos eram amarrados
Em postes para suplício
Onde apanhavam demais...

Trabalho em mineração,
Ou nas lavouras de cana,
Nas plantações de café,
Diversa era a função
Do pobre negro africano
Em nossa triste nação.
Mantinham porém a fé
Em um Poder Sobre-humano.

Até que, após a luta
Dos escravos fugitivos,
Liderados por Zumbi
E de brancos sensitivos
Uma luz surgiu no Céu.
À princesa Isabel,
Coube, oficialmente,
Extinguir a escravatura...

Porém, esta continua,
Pois vemos por toda a parte
Cruel discriminação
Ao povo sem lar na rua.
Pratica em semáforo arte
Por um miserável pão;
E é de negro a maioria
Em perversa escravidão... 

 
Brasília, DF, 13 de maio de 2024.
Dia da abolição da escravatura.

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