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quinta-feira, 29 de maio de 2025

Estudo d'O Livro dos Espíritos com Jorge e Lourdes



Questão 90 — O Espírito que se transporta de um lugar a outro tem consciência da distância que percorre e dos espaços que atravessou aou é subtamente transportado ao lugar aonde quer ir?

— Ambas as coisas. O Espírito pode perfeitamente, se o quiser, dar-se conta da distância que percorre, mas essa lembrança pode desaparecer completamente; isso depende da sua vontade, bem como da sua natureza mais ou menos depurada.

 Comentário

Lemos sobre essa possibilidade de deslocamento do Espírito nas obras psicografadas por Chico Xavier, iniciadas pelo livro Nosso Lar, cujo autor espiritual é o Espírito André Luiz. Os Espíritos menos depurados podem, sob orientação dos seus mentores espirituais, que também existem nas regiões mais próximas da Terra, visitar seus familiares. Mas, por vezes, seu deslocamento ocorre em viaturas semelhantes às que atualmente já existem no mundo físico. Quanto aos Espíritos mais depurados, estes vão a qualquer lugar com a rapidez do pensamento e tendo plena noção do espaço percorrido, se quiserem.

quarta-feira, 28 de maio de 2025

Estudo d'O Livro dos Espíritos, com Jorge e Lourdes 



Questão 89 — Os Espíritos gastam algum tempo para percorrer o Espaço?

— Sim, mas com a rapidez do pensamento.

 

Questão 89a — O pensamento não é a própria alma que se transporta?

— Quando o pensamento está em alguma parte, a alma também aí está, pois é a alma quem pensa. O pensamento é um atributo.

 

Comentário

Quando pensamos em algum lugar distante de nós, nossa alma transporta-se para lá. É o que explica a identificação de médiuns de pessoas presentes em certo local, quando elas estão distantes dali. Isso aconteceu com Santo Antônio de Pádua, que, estando pregando  em Pádua, na Itália, salvou seu pai de ser condenado pelo assassinato de um vizinho, enterrado no quintal da casa do pai de Antônio em Lisboa, conforme narra Almerindo Martins de Castro na obra Antônio de Pádua, livro publicado pela Federação Espírita Brasileira em 2013.

terça-feira, 27 de maio de 2025

Estudo d'O Livro dos Espíritos com Jorge e Lourdes


 

Questão 88 — Os Espíritos têm uma forma determinada, limitada e constante?

— Aos vossos olhos, não; aos nossos, sim. O Espírito é, se quiserdes, uma chama, um clarão ou uma centelha etérea.

Questão 88a — Essa chama ou centelha tem cor?

— Para vós, ela varia do escuro ao brilho do rubi, conforme o Espírito seja mais ou menos puro. 

Comentários

Representam-se comumente os gênios com uma chama ou estrela na fronte. É uma alegoria que lembra a natureza essencial dos Espíritos. Colocam-na no alto da cabeça, porque aí está a sede da inteligência.

Com nossos limitados sentidos e instrumentos não é possível identificar o espírito, livre de sua forma humana, caracterizada pelo perispírito. Ele é, para nós, como uma “centelha etérea”, que varia da cor escura, nos espíritos menos adiantados, à cor brilhante do rubiA representação dos santos, por exemplo, é feita pela Igreja com uma auréola dourada em torno da cabeça, indicando a luminosidade do Espírito. Os demais espíritos, que ainda não alcançaram tal condição, nenhuma representação possuem em torno de sua cabeça, sede da inteligência.

segunda-feira, 26 de maio de 2025

 Estudo d'O Livro dos Espíritos com Jorge e Lourdes



Questão 83 – Os Espíritos têm fim? Compreende-se que o princípio de onde eles emanam seja eterno, mas o que perguntamos é se suas individualidades têm um termo e se, em dado tempo, mais ou menos longo, o elemento de que sã formados não se dissemina e volta à massa da qual saiu, como acontece com os corpos materiais. É difícil compreender que uma coisa que teve começo não possa ter fim.

Resposta: Há muitas coisas que não compreendeis porque a vossa inteligência é limitada, mas isso não é razão para a repelirdes. A criança não compreende tudo o que seu pai compreende, nem o ignorante tudo o que compreende o sábio. Dissemos que a existência dos Espíritos não tem fim; é tudo quanto podemos dizer por enquanto.

Comentário

Já foi visto que eterno somente é Deus. Nós, sua criação que Jesus afirma ser filhos de Deus, tivemos início em tempo que ainda não nos é possível saber, por estar nos desígnios divinos tal conhecimento, entretanto somos informados de que nossa existência não tem fim, o que significa dizer que nos tornamos imortais, como espíritos. Quando Kardec é informado que, “por enquanto”, não lhe é possível saber mais sobre a infinitude dos espíritos é porque a revelação é progressiva. Mas podemos dizer, com base nos ensinamentos dos enviados do Cristo, que nosso destino é alcançar a perfeição relativa e nos tornarmos puros como Jesus.

 

Questão 84 – Os Espíritos constituem um mundo à parte, fora aquele que vemos?

Resposta: Sim, o mundo dos Espíritos, ou das inteligências incorpóreas.

Comentário

Vivemos entre dois mundos: o espiritual, que o antecede, e o material, quando estamos encarnados.

Questão 85 – Qual dos dois, o mundo espiritual ou o mundo corpóreo, é o principal na ordem das coisas?

— O mundo espiritual, que preexiste e sobrevive a tudo.

Comentário

Como dissemos antes, o mundo espiritual é o principal na existência de tudo o que existe. De lá viemos, para lá voltaremos por um tempo, até nos tornarmos perfeitos.

 

Questão 86 – O mundo corpóreo poderia deixar de existir, ou nunca ter existido, sem que isso alterasse a essência do mundo espiritual?

— Sim; eles são independentes e, não obstante, a correlação entre ambos é incessante, porque reagem incessantemente um sobre o outro.

Comentário

Pelo que sabemos, nossa existência como Espíritos tem sua elaboração, se assim podemos nos expressar, no mundo espiritual, que é o principal, mas como precisamos passar pelo corpo orgânico, nos diversos mundos físicos, “a correlação” entre estes e o mundo espiritual é necessária para a nossa evolução coletiva e individual.

Questão 87 – Os Espíritos ocupam uma região determinada e circunscrita no Espaço?

— Os Espíritos estão por toda parte. Povoam infinitamente os espaços infinitos. Há os que estão sem cessar ao vosso lado, observando-vos e atuando sobre vós, sem que o saibais, já que os Espíritos são uma das forças da Natureza e os instrumentos de que Deus se serve para a execução de seus desígnios providenciais. Nem todos, porém, vão a toda parte, pois há regiões interditas aos menos adiantados.

Comentário

Não à toa, o apóstolo Paulo afirmou que somos observados por uma “nuvem de testemunhas” (Hebreus, 12:1), o que nos sugere não somente os espíritos encarnados como também os desencarnados. Os Espíritos semeiam o Universo, e, se os bons vão por toda a parte, os maus são limitados em seus espaços, mas, muitas vezes, são atraídos por nossos maus pensamentos. Procuremos, pois, atrair os bons Espíritos com pensamentos bons e positivos, orando e evitando os maus pensamentos, como nos recomenda Jesus.

quarta-feira, 21 de maio de 2025

 Estudo d'O Livro dos Espíritos com Jorge e Lourdes


Questão 82 – É correto dizer-se que os Espíritos são imateriais?

Resposta: Como se pode definir uma coisa, quando faltam termos de comparação e com uma linguagem deficiente? Um cego de nascença pode definir a luz? Imaterial não é bem o termo; incorpóreo seria mais exato, pois deves compreender que, sendo uma criação, o Espírito há de ser alguma coisa. É a matéria quintessenciada, mas sem analogia pra vós, e tão etérea que não pode ser percebida pelos vossos sentidos.

Comentários

Dizemos que os Espíritos são imateriais porque sua essência difere de tudo o que conhecemos sob o nome de matéria. Um povo de cegos não teria termos para exprimir a luz e seus efeitos. O cego de nascença julga ter todas as percepções pelo ouvido, pelo olfato, pelo paladar e pelo tato. Não compreende as ideias que lhe seriam dadas pelo sentido que lhe falta. Do mesmo modo, em relação à essência dos seres sobre-humanos, somos verdadeiros cegos. Não os podemos definir senão por meio de comparações sempre imperfeitas, ou por um esforço da nossa imaginação.

Sabemos, atualmente, pelos estudiosos da Psicologia, que pensamento é matéria. Não uma “matéria física, quais são os objetos”, mas sim “um processo que ocorre na mente”. Isso explica a informação dos Espíritos a Allan Kardec. Ainda mais, pois sabemos pelos mentores enviados do Cristo que, até para se comunicarem no corpo físico, os Espíritos necessitam de um corpo espiritual, ou seja, o perispírito, ainda grosseiro em relação ao Espírito, mas que lhe permite atuar na matéria.

terça-feira, 20 de maio de 2025

 Estudo d'O Livro dos Espíritos com Jorge e Lourdes



Questão 80 – A formação dos Espíritos é permantente ou só ocorreu na origem dos tempos?
Resposta: É permanente, isto é, Deus jamais deixou de criar.

Comentário

Como temos visto, sendo eterno, Deus sempre criou todas as coisas, entre elas nós, espíritos, e nossa individualização incial.

 

Questão 81 – Os Espíritos se formam espontaneamente ou procedem uns dos outros?

Resposta: Deus os cria, como a todas as outras criaturas, pela sua vontade. Mas, repito ainda uma vez, a origem deles é mistério.

Comentário

Sempre objetivamente, o Espírito encarregado da resposta a Allan Kardec se refere à criação inicial de cada Espírito, cuja origem está nos mistérios divinos. Ou seja, não temos ideia de quando cada um de nós surgiu, no campo das eras. Quanto à procedência uns dos outros, uma observação cuidadosa das respostas obtidas nos fará  perceber que não ocorre, a não ser a de nossa procedência do princípio inteligente do Universo, após passar o corpo físico pelos diversos reinos da Natureza: mineral, vegetal e animal.

domingo, 18 de maio de 2025

Estudo d'O Livro dos Espíritos com Jorge e Lourdes




Questão 79 – Visto que há dois elementos gerais no Universo: o elemento inteligente e o elemento material, poder-se-ia dizer que os Espíritos são formados do elemento inteligente, como os corpos inertes são formados do elemento material?

Resposta: Evidentemente. Os Espíritos são a individualização do princípio inteligente, como os corpos são a individualização do princípio material. A época e o modo dessa formação é que são desconhecidos.

Comentário

De modo objetivo e gradual, os Espíritos informam a Allan Kardec, cujas perguntas obedecem a um critério lógico e didático, tudo o que é preciso trazer ao conhecimento humano. Ele, sabiamente, parte das questões mais simples às mais complexas. Com isso, facilita o entendimento de todos aqueles que, sem ideias preconcebidas, estudam a Doutrina Espírita.

Ficamos, então, sabendo que é do princípio inteligente do Universo que surgimos, como individualização desse princípio, como Espíritos imortais; mas a época e o modo de formação de cada um de nós ainda não nos é possível conhecer.

sábado, 17 de maio de 2025

Estudo d'O Livro dos Espíritos com Jorge e Lourdes



Questão 78 – Os Espíritos tiveram princípio ou existem, como Deus, de toda a eternidade?

Resposta: Se não tivessem tido princípio, seriam iguais a Deus, ao passo que são criação sua e se acham submetidos à sua vontade. Deus existe de toda a eternidade, é incontestável; quanto, porém, ao modo como Ele nos criou, nada sabemos. Podes dizer que não tivemos princípio se por isso entenderes que, sendo eterno, Deus há de ter criado incessantemente. Mas quando e como Ele criou cada um de nós, eu te repito, ninguém o sabe: eis o mistério.

Comentário

Eterno, mesmo, somente Deus o é. Desse modo, jamais deixou de criar. Quanto a nós, somos imortais, mas se pode dizer que o princípio espíritual existe de toda a eternidade, como manifestação da Vontade Divina. Individualmente, porém, não sabemos quando começamos a existir, mas somos informados de que, a partir dessa individulizção, nos tornamos imortais.

sexta-feira, 16 de maio de 2025

 Estudo d'O Livro dos Espíritos com Jorge e Lourdes



Questão 77 – Os Espíritos são seres distintos da Divindade, ou seriam apenas emanações ou porções da Divindade e, por isto, chamados filhos de Deus?

Resposta: Meu Deus! São obra sua, exatamente como um homem que faz uma máquina; essa máquina é obra do homem, e não o proprio homem. Sabes que o homem, quando faz alguma coisa bela e útil, chama-lhe sua filha, sua criação. Pois bem! O mesmo se dá com relação a Deus: somos seus filhos, pois somos obra sua.

Comentário

Ao contrário do panteísmo, que imagina Deus estando em tudo, tudo é Deus (q. 14), somos informados, pelos Espíritos encarregados por Jesus de responderem a Kardec, que somos sua obra e não partes dele mesmo. Sendo Deus o Espírito Supremo, Inteligência Máxima criadora do Universo, sua obra não se confunde com Ele, que tudo prevê e a tudo provê.

quinta-feira, 15 de maio de 2025

Estudo d'O Livro dos Espíritos com Jorge e Lourdes


 

Questão 76 – Que definição se pode dar dos Espíritos?

Resposta: Pode-se dizer que os Espíritos são os seres inteligentes da Criação. Povoam o Universo, fora do mundo material.

Nota de Kardec: A palavra Espírito é empregada aqui para designar as individualidades dos seres extracorpóreos e não mais o elemento inteligente universal.

Comentário

Kardec diferencia a escrita de espírito, como elemento inteligente universal, de Espírito, sua individualização. E diz que estamos presentes em todo o Universo, em consonância com a ideia de que todos os mundos são habitados. Encarnado na Terra ou noutro mundo, reveste-se o Espírito da forma humana.

 

quarta-feira, 14 de maio de 2025

 

Estudo d'O Livro dos Espíritos com Jorge e Lourdes



Questão 74 – Pode-se estabelecer um limite entre o instinto e a inteligência, isto é, precisar onde acaba um e começa a outra?

Resposta: Não, porque muitas vezes se confundem, mas se podem distinguie muito bem os atos que decorrem do instinto daqueles que pertencem à inteligência.

Comentário

O instinto, como já foi dito, é uma “espécie de inteligência” rudimentar. Cremos poder-se dizer que seria um princípio de elaboração da inteligência, incorporado ao ser pela repetição ao longo dos milênios, como ocorre nos reinos inferiores da criação. Por isso foi dito que “é por ele que todos os seres provêm às suas necessidades.

Questão 75 – É correto dizer-se que as faculdades instintivas diminuem à medida que crescem as intelectuais?

Resposta: Não; o instinto existe sempre, mas o homem o despreza. O instinto também pode conduzir ao bem. Ele quase sempre nos guia e algumas vezes com mais segurança do que a razão. Nunca se engana.

Questão 75a: Por que a razão nem sempre é um guia infalível?

Resposta: Seria infalível se não fosse falseada pela má-educação, pelo orgulho e pelo egoísmo. O instinto não raciocina; a razão permite a escolha e dá ao homem o livre-arbítrio.

Comentários

O instinto é uma inteligência rudimentar, que difere da inteligência propriamente dita por serem quase sempre espontâneas as suas manifestações, ao passo que as da inteligência resultam de uma combinação e de um ato deliberado.

O instinto varia em suas manifestações, conforme as espécies e suas necessidades. Nos seres quer têm a consciência e a percepção das coisas exteriores, ele se alia à inteligência, isto é, à vontade e à liberdade.

 Pelo instinto, conforme visto anteriormente, os seres satisfazem às suas necessidades, mas isso é feito de modo mecânico, sem o uso da razão, que será sempre um guia infalível do ser humano quando este utilizar para o bem seu livre-arbítrio. Quando bem-educados, todos nós saberemos usar a razão para o bem de todos, sem egoísmo e com pleno domínio do instinto.


segunda-feira, 12 de maio de 2025

 Estudo d'O Livro dos Espíritos com Jorge e Lourdes



Questão 72 – Qual é a fonte da inteligência?

Resposta: Já o dissemos: a inteligência universal.

 Questão 72a – Poder-se ia dizer que cada ser tira uma porção de inteligência da fonte universal e a assimila, como tira e assimila o princípio da vida material?

Resposta: Isto é apenas uma comparação, mas que não é exata, porque a inteligência é uma faculdade própria de cada ser e constitui a sua individualidade moral. Além disso, como sabeis, há coisas eu ao homem não é dado penetrar e esta, por enquanto, é uma delas.

 Comentário

Os espíritos responderam a Kardec de acordo com o que podiam adiantar e, algumas vezes, utilizando de expressões conhecidas para se fazerem entender há 168 anos. Nesta questão e seu desdobramento em 72a, eles reafirmam o que já tinham dito na questão número 23, ou seja, o espírito é o princípio inteligente do Universo, mas “espírito” aqui é tomado no sentido universal ou geral e não na individualidade que, para diferenciar desse, Kardec usa a palavra com inicial maiúscula: Espírito que, com base na ortografia vigente da língua portuguesa, quando pluralizado, não há necessidade alguma de manter o “E” incial. Assim, Espírito, como individualidade, espíritos, como individualidades.

Questão 73 – O instinto é independente da inteligência?

Resposta: Não exatamente, porque o instinto é uma espécie de inteligência. É uma inteligência não racional; é por ele que todos os seres proveem às suas necessidades.

Comentário

É interessante como os espíritos nos esclarecem a diferença entre instinto e inteligência como sendo aquele uma inteligência “não racional”. Devemos intender essa afirmação no sentido particular de inteligência que não raciocina como nós, seres humanos, pois o instito está presente “em todos os seres”, desde os vegetais aos animais ditos irracionais e seres humanos. Vemos que, por meio do instinto os animais selvagens provêm sua subsistência na caça às suas presas, e estas, também, com o uso do instinto, defendem-se de diversas formas. Até mesmo, genericamente falando, pela mimese e camuflagem, mudando de cor e se confundindo com os elementos físicos da Natureza.

 

sábado, 10 de maio de 2025

 Estudo d'O Livro dos Espíritos com Jorge e Lourdes



Questão 71 – A inteligência é um atributo do princípio vital?

Resposta: Não, pois as plantas vivem e não pensam: só têm vida orgânica. A inteligência e a matéria são independentes, já que um corpo pode viver sem inteligência, mas a inteligência só pode manifestar-se por meio dos órgãos materiais. É preciso a união com o espírito para dar inteligência à matéria animalizada.

Comentários

A inteligência é uma faculdade especial, peculiar a algumas classes de seres orgânicos e que lhes dá, com o pensamento, a vontade de agir, a consciência de sua existência e de sua individualidade, bem como os meios de estabelecerem relações com o mundo exterior e de proverem às suas necessidades.

Podem distinguir-se assim:1º, os seres inanimados, formados apenas de matéria, sem vitalidade nem inteligência: são os corpos brutos; 2º os seres animados que não pensam, formados de matéria e dotados de vitalidade, mas desprovidos de inteligência; 3º os seres animados pensantes, formados de matéria, dotados de vitalidade e tendo a mais um princípio inteligente que lhes dá a faculdade de pensar.

O princípio vital está presente nos seres orgânicos, mas não tem a inteligência como atributo, que é próprio dos animais, principalmente dos seres humanos, ainda que, atualmente, a ciência tenha concluído que também os animais pensam, embora de modo diverso dos humanos, cuja distância deste e dos animais é tal que os espíritos, usando de uma expressão simbólica, dizem estar tão distantes de nós quanto nós de Deus. Esse assunto deverá ser também abordado noutra questão.

sexta-feira, 9 de maio de 2025

 

Estudo d'O Livro dos Espíritos com Jorge e Lourdes



Questão 70 – Em que se transformam a matéria e o princípio vital dos seres orgânicos quando eles morrem?

Resposta: A matéria inerte se decompõe e vai formar novos organismos. O princípio vital retorna à massa.

Comentários

Morto o ser orgânico, os elementos que o compõem sofrem novas combinações, de que resultam novos seres, os quais haurem na fonte universal o princípio da vida e da atividade, absorvendo-o e assimilando-o, para novamente o devolverem a esa fonte, quando deixam de existir.

Os órgãos estão, por assim dizer, impregnados de fluido vital. Esse fluido dá a todas as partes do organismo uma atividade que opera a cicatrização de certas lesões e restabelece as funções momentaneamente suspensas. Mas, quando os elementos essenciais ao funcionamento dos órgãos estão destruídos, ou muito profundamente alterados, o fluido vital é impotente para lhes transmitir o movimento da vida, e o ser morre.

Os órgãos reagem mais ou menos necessariamente uns sobre os outros; da harmonia do conjunto resulta a sua ação recíproca. Quando uma causa qualquer destrói essa harmonia, os órgãos deixam de funcionar, como o movimento de um mecanismo cujas engrengens essenciais estão desarranjadas. Dá-se o mesmo com um relógio que se desgasta com o tempo ou se danifica por acidente: a força motriz é impotente para fazê-lo funcionar.

Num aparelho elétrico temos uma imagem mais exata da vida e da morte. Como todos os corpos da Natureza, esse aparelho contém eletricidade em estado latente. Os fenômenos elétrico só se manifestam quando o fluido é posto em atividade por uma causa especial: então se poderia dizer que o aparelho está vivo. Vindo a cessar a causa da atividade, cessa o fenômeno e o aparelho volta ao estado de inércia. Os corpos orgânicos seriam, assim, uma espécie de pilhas ou aparelhos elétricos, nos quais a atividade do fluido produz o fenômeno da vida. A cessação dessa atividade causa a morte.

A quantidade de fluido vital não é absoluta em todos os seres orgânicos. Varia segundo as espécies e não é constante no mesmo indivíduo, nem nos demais indivíduos da mesma espécie. Há os que estão, a bem dizer, saturados de fluido vital, enquanto outros o possuem apenas em quantidade suficiente. Daí, para alguns, vida mais ativa, mais tenaz e, de certo modo, superabundante.

A quantidade de fluido vital se esgota. Pode tornar-se insuficiente para a manutenção da vida, se não se renovar pela absorção e asssimilação das substâncias que o contêm.

O fluido vital se transmite de um indivíduo a outro. Aquele que o tiver em maior quantidade pode dá-lo a quem o tenha de menos e em cartos casos prolongar a vida prestes a extinguir-se.

 Kardec informa que, após a morte do organismo, o fluido vital retorna à fonte universal. Extinta a harmonia ente os órgãos do corpo, a vida se extingue. Compara o fluido vital com a energia de um aparelho elétrico, que contém em estado latente a eletricidade; ou com um relógio desgastado pelo tempo ou danificado por acidente, que sem “a força motriz” que o impulsionava não mais funciona.

Explica ainda o Codificador da Doutrina Espírita que a quantidade de fluido vital varia segundo as espécies e, mesmo na mesma espécie, nuns corpos esse fluido seria mais fraco do que nos outros.

Como o fluido vital se esgota, uma pessoa com abundância desse fluido pode transmiti-lo a outra. Do nosso ponto de vista, é o que ocorre também na imposição das mãos, conhecida no meio espírita como passe, que pode auxiliar na cura de diversas enfermidades físicas.


quinta-feira, 8 de maio de 2025

 Estudo d'O Livro dos Espíritos com Jorge e Lourdes



68 – Qual a causa da morte nos seres orgânicos?

Resposta: Esgotamento dos órgãos.

 68a – Poder-se-ia comparar a morte à cessação do movimento numa máquina desorganizada?

Sim; se a máquina não está bem montada, a mola se parte; se o corpo está enfermo, a vida se extingue.

 Comentário

O corpo animal, do qual faz parte o corpo humano, é uma máquina. Quando determinadas peças não mais funcionam, todo o organismo animal falece. É o caso de graves enfermidades do fígado, do cérebro, dos pulmões e do coração, por exemplo, que, ao não mais funcionarem, todo o restante do corpo deixa também de funcionar. A não ser que a ciência consiga, por meio mecânico, substituir em tempo o órgão falido, como é o caso dos transplantes, que podem prolongar a vida por algum tempo.

Questão 69 – Por que uma lesão do coração, mais do que a de quaisquer outros órgãos, causa a morte?

Resposta: O coração é uma máquina de vida, masnão é mais que uma das engrenagens essenciais.

Comentário

O espíritos encarregados das respostas a Allan Kardec estão sempre atualizados, desde 168 anos quando, em 18 de abril de 1857, Kardec publicou suas 1019 perguntas n’O Livro dos Espíritos. Realmente, não é apenas no coração que a vida física se faz presente. Há casos, inclusive, atualmente, de corações lesionados que são recuperados, graças aos avanços científicos. Mas também o cérebro, se deixa de funcionar, ocasiona a morte do corpo, ainda que, por um tempo, o coração continue batendo.

terça-feira, 6 de maio de 2025


Estudo d'O Livro dos Espíritos
(Jorge e Lourdes)


 


Questão 66 – O princípio vital é o mesmo para todos os seres orgânicos?

Resposta: Sim, modificado segundo as espécies. É ele que lhes dá  movimento  e atividade e os distingue da matéria inerte, pois o movimento da matéria não é a vida; ela recebe esse movimento, não o dá.

Comentário

O princípio vital, modificado segundo as diferentes espécies orgânicas, os movimentos e atividades de vegetais e animais depende da presença desse princípio. A existência das espécies orgânicas, ainda que tenham o princípio vital modificado, só é possível com sua atuação. Por isso foi dito a Allan Kardec que a matéria recebe o movimento e não o dá. Cessada a atuação do princípio vital, a vida continua noutro plano imaterial.

Questão 67 – A vitalidade é um atributo permanente do agente vital ou somente se desenvolve pelo funcionamento dos órgãos?

Resposta: Só se desenvolve com o corpo. Não dissemos que esse agente sem a matéria não é vida? É preciso a união das duas coisas para produzir a vida.

Questão 67a – Pode-se dizer que a vitalidade se acha em estado latente, quando o agente vital não está unido ao corpo?

Resposta: Sim, é isso.

 Comentários

O conjunto dos órgãos constitui uma espécie de mecanismo que recebe sua impulsão da atividade íntima ou princípio vital que neles existe. O princípio vital á a força motriz dos corpos orgânicos. Ao mesmo tempo que o agente vital dá impulsão aos órgãos, a ação destes entretém e desenvolve a atividade do agente vital, mais ou menos como o atrito produz calor.

A vida dos corpos orgânicos só é possível enquanto o princípio vital se encontra presente. Quando o corre a falência completa dos órgãos, bem como quando os vegetais secam completamente, com a morte de suas células, já não há atuação desse princípio. Por isso, Allan Kardec, noutra questão afirma que quando a morte se completa, não é mais possível o retorno da alma ao corpo, como será visto adiante, quando for explicado o fenômeno da ressurreição de Lázaro e outras pessoas consideradas mortas por Jesus Cristo, cuja ressurreição dele mesmo obedece a outra condição que, tanto quanto os espíritos puros, ele possui, como Verbo Divino que é, citado por João no capítulo primeiro do seu Evangelho.


domingo, 4 de maio de 2025

 Estudo d'O Livro dos Espíritos

(Jorge e Lourdes)


Questão 65 – O princípio vital reside num dos corpos que conhecemos?

Resposta: Ele tem sua fonte no fluido universal. É o que chamais fluido magnético, ou fluido elétrico animalizado. É o intermediário, o laço entre o espírito e a matéria. 

Comentário:

O princípio vital não reside em corpo determinado, pois ele provém do fluido universal, que também provém da matéria universal. Não é percebido pelos nossos sentidos, mas é ele que enlaça o espírito à matéria, que dá vida aos seres orgânicos, portanto.

sábado, 3 de maio de 2025

Estudo d'O Livro dos Espíritos 

(com Jorge e Lourdes) 

Questão 64 – Vimos que o espírito e a matéria são dois elementos constitutivos do Universo. O princípio vital formaria um terceiro?

Resposta: É, sem dúvida, um dos elementos necessários à constituição do Universo, mas que também tem sua origem na matéria universal modificada. É, para vós, um elemento, como o oxigênio e o hidrogênio, que, entretanto, não são elementos primitivos, pois que tudo isso resulta de um mesmo princípio.

Questão 64-a – Parece resultar daí que a vitalidade não tem seu princípio num agente primitivo distinto, mas numa propriedade especial da matéria universal, devido a certas modificações.

Resposta: Isso é a consequência do que dissemos.

Comentário

O princípio vital é um dos elementos necessários à constituição da matéria, como agente universal modificado. É uma propriedade especial da matéria universal, resultante de certas modificações. É o princípio vital que mantém vivos os seres orgânicos, mas ele é uma propriedade especial da matéria universal modificada. É como os elementos químicos, quais o hidrogênio, o hélio e o oxigênio, além de outros, que são originários de um só elemento primitivo.

Estudo d'O Livro dos Espíritos (Jorge e Lourdes) 132. Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos? — Deus lhes impõe a encarnação com ...