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sábado, 28 de junho de 2025

 

Estudo d'O Livro dos Espíritos com Jorge e Lourdes



118 — Os espíritos podem degenerar?

— Não; à medida que avançam, compreendem o que os distanciava da perfeição. Quando o Espírito termina uma prova, fica com o conhecimento que adquiriu e não o esquece mais. Pode permanecer estacionário, mas não retrograda.

Comentário

Nenhum Espírito regride em evolução. Pode acontecer de ele permanecer praticando o mal, caso em que não significa degenerar, mas continuar no nível evolutivo em que está pelo tempo em que ele não desejar melhorar-se. Nesse sentido, os bons espíritos respeitam o livre arbítrio dos maus até que estes se cansem do sofrimento causado a si próprios por não mudarem sua conduta para melhor. Ficar no mesmo lugar, entretanto, embora não seja degeneração, é atrasar-se no objetivo para o qual Deus nos criou: a perfeição, pela prática do bem.

 

119 — Deus não poderia isentar os espíritos das provas que devem sofrer para chegarem à primeira ordem?

— Se eles tivessem sido criados perfeitos, não teriam mérito para desfrutar das benesses dessa perfeição. Onde estaria o mérito sem a luta? Ademais, a desigualdade que existe entre eles é necessária às suas personalidades; e, depois, as missões que eles cumprem nos diferentes graus da escala estão nos desígnios da Providência, para a harmonia do Universo.

Comentários

Considerando-se que na vida social todos os homens podem chegar às mais altas funções, seria o caso de perguntar-se por que o soberano de um país não faz de cada soldado um general; por que todos os empregados subalternos não são superiores; por que todos os alunos não são mestres. Ora, entre a vida social e a espiritual há esta diferença: a primeira é limitada e nem sempre permite que se suba os degraus, enquanto a segunda é indefinida e deixa a cada um a possibilidade de se elevar ao grau supremo.

As comparações feitas por Allan Kardec dão-nos uma ideia clara sobre a questão do mérito individual para que alcancemos a condição de pureza. É preciso que passemos pelos desafios da matéria, para que nos tornemos cada vez melhores. Sem superar as provas, qual seria o mérito do Espírito? Nenhum. São várias escalas a serem  percorridas, como já nos foi mostrado pelo esquema que os espíritos intuíram a Kardec. E essas escalas compõem três ordens principais: a dos espíritos imperfeitos; a dos bons espíritos e a dos espíritos puros. Do esforço que fizermos em cada existência física no sentido do conhecimento e do amor é que, gradativamente, galgamos, dentro de cada ordem, as escalas mais altas, até alcançarmos a última ordem, de escala única, por ser a dos espíritos puros.


quinta-feira, 26 de junho de 2025

 Estudo d'O Livro dos Espíritos...



117 — Depende dos Espíritos apressarem seu progresso rumo à perfeição?

— Certamente. Eles a alcançam mais ou menos rápido, conforme seu desejo e submissão à vontade de Deus. Uma criança dócil não se instrui mais deperessa do que uma criança rebelde?

Comentário

A comparação é semelhante à do aluno preguiçoso, que permanece nas primeiras fases do estudo em comparação com o esforçado, que não atrasa seus conhecimentos escolares. Quanto mais nos esforçamos em ser melhores, tanto moral quanto intelectualmente, mais rapidamente chegaremos à perfeição. Deus não tem pressa. Cabe a nós apressar ou não nosso progresso no rumo da perfeição.

quarta-feira, 25 de junho de 2025

 Estudo d'O Livro dos Espíritos (Jorge e Lourdes)

 


116 — Há espíritos que permanecerão para sempre nas ordens inferiores?

— Não; todos se tornarão perfeitos. Eles mudam de ordem, mas isso demora, porque, como já dissemos de outra vez, um pai justo e misericordioso não pode banir eternamente seus filhos. Pretenderíeis que Deus, tão grande, tão bom, tão justo, fosse pior do que vós mesmos?

 

Comentário

Como disse Jesus: “Meu Pai espera que não se perca nenhuma das ovelhas que me foram confiadas. (João, 6:39). Fomos criados “simples e ignorantes”, mas à medida que exercitamos o nosso livre-arbítrio no bem, crescemos espiritualmente. Os que se acomodam no mal sofrerão as consequências disso e, pelo sofrimento advindo de suas escolhas equivocadas, retomarão o caminho do bem. Podemos, pois, estacionar espiritualmente, mas todos deveremos, mais cedo ou tarde, crescer em amor e sabedoria.

 


terça-feira, 24 de junho de 2025

                                Estudo d'O Livro dos Espíritos 



112 — Nesta questão são tratadas as características gerais dos espíritos puros. Informa Allan Kardec que nesses espíritos a matéria já não exerce qualquer influência. Eles possuem superioridade moral e intelectual absoluta em relação aos espíritos das outras ordens.

 

113 — A primeira e única classe desses espíritos é a dos que percorreram todos os graus da escala e já não possuem impurezas. Portanto, não mais necessitam sofrer provas e expiações. Eles não mais estão sujeitos à reencarnação em corpos perecíveis como os nossos e “realizam a vida eterna no seio de Deus”.

Continua Kardec dizendo que tais espíritos gozam de felicidade permanente e não estão sujeitos às vicissitudes da vida material, mas essa felicidade não é a da contemplação eterna ociosa e monótona. São eles os mensageiros, ministros de Deus, que comandam todos os espíritos que lhes são inferiores. “Assistir os homens nas suas aflições, estimulá-los ao bem” é-lhes ocupação agradabilíssima. São esses espíritos que a Igreja denomina de anjos, arcanjos ou serafins.

“Os homens podem comunicar-se com eles, mas bem presunçoso seria quem pretendesse tê-los constantemente às suas ordens”.

 

114 — Os espíritos são bons ou maus por natureza, ou são eles mesmos que se melhoram?

— São os próprios espíritos que se melhoram e, melhorando-se, passam de uma ordem inferior para uma ordem superior.

 Comentário

É a lei do mérito que dá “a cada um segundo suas obras”, como já dissera Jesus (Mateus, 16:27). Quanto maior o bem praticado, mais rapidamente evoluímos. Aos que se comprazem no mal ou na ociosidade, mais demorada é sua evolução.

 

115 — Entre os espíritos, alguns foram criados bons e outros maus?

— Deus criou todos os espíritos simples e ignorantes, isto é, sem saber. A cada um deu uma missão, com o fim de esclarecê-los e de fazê-los chegar progressivamente à perfeição, pelo conhecimento da verdade, para aproximá-los de si. Para eles, a felicidade eterna e sem mescla consiste nessa perfeição. Os espíritos adquirem esses conhecimentos, passando pelas provas que Deus lhes impõe. Uns aceitam esas provas com submissão e chegam mais depresssa à meta que lhes foi destinada. Outros só a suportam murmurnado e, assim, por culpa sua, permanecem afastados da perfeição e da prometida felicidade.

 

115a — De acordo com isso, os espíritos se assemelhariam, na sua origem, a crianças ignorantes e sem experiência, só adquirindo pouco a pouco os conhecimentos que lhes faltam ao percorrerem as diferentes fases da vida?

— Sim, a comparação é justa; a criança rebelde permanece ignorante e imperfeita; seu maior ou menor aproveitamento vai depender da sua docilidade. Mas a vida do homem tem um termo, ao passo que a dos espíritos se estende ao infinito.

 

Comentário

Como vimos, na questão 115 e seu complemento 115a, todos fomos criados semples e ignorantes. A partir do cumprimento das missões que nos são confiadas por Deus com sucesso, vamos evoluindo em perfeição tanto mais rápido quanto menos rebeldes e teimosos formos. Então Kardec compara nosso adiantamento com a da criança dócil, que cresce em sabedoria e bondade por seu acatamento às boas orientações que a família lhe dá. Apenas ocorre que nosso vida tem um prazo definido no corpo físico, enquanto a do Espíritos se “estende ao infinito”.

segunda-feira, 23 de junho de 2025

 Estudo d'O Livro dos Espíritos...



110 — Terceira classe — Espíritos de sabedoria — São os de qualidades morais mais elevada que os das classes anteriores, mas que ainda não possuem conhecimentos ilimitados, embora dotados de capacidade intelectual que lhes permite juízo reto sobre as pessoas e coisas.

111 – Segunda classe — Espíritos superiores — Esses associam à ciência, a sabedoria e a bondade. Linguagem benevolente e sempre digna, elevada e, por vezes, sublime. A superiorioridade de que são dotados os torna mais aptos que os outros a nos fornecerem mais justas ideias sobre a situação do mundo físico e do espiritual. “Comunicam-se de bom grado com os que procuram de boa-fé a verdade e cuja alma já está bastante desprendida dos laços terrenos para compreendê-la, mais se afastam dos que são movidos apenas pela curiosidade ou que são desviados do bem pela influência da matéria.” 

Encarnam excepcionalmente na Terra, em missão e oferecem-nos, quando entre nós, “o tipo de perfeição a que a Humanidade pode aspirar neste mundo”.

 

quarta-feira, 18 de junho de 2025

 Estudo d'O Livro dos Espíritos com Jorge e Lourdes


108 — Quinta classe – Espíritos benévolos 

São espíritos cuja qualidade predominante é a bondade. Sentem prazer em auxiliar e proteger às pessoas. Entretanto, seus conhecimentos são limitados, pois progrediram mais no sentido moral do que no espiritual. 

109 — Quarta classe – Espíritos de ciência

A amplitude de seus conhecimentos é o que distingue esses espíritos. Não se ocupam muito com as questões morais, pois seu objetivo é ser úteis à Humanidade no campo científico. Já superaram as paixões próprias dos espíritos imperfeitos.

 


segunda-feira, 16 de junho de 2025

 Estudo d'O Livro dos Espíritos com Jorge e Lourdes




106 — Sexta classe — Espíritos batedores e perturbadores — São aqueles espíritos que podem pertencer a qualquer das classes anteriores e que se manifestam pelos ruídos, deslocamentos materiais (principalmente na época de Allan Kardec) e outras atuações desagradáveis ou não. Diz Kardec que eles parecerem ser os principais agentes das tempestades, atuando sobre o ar, a água e o fogo, quando isso ocorre não costumeiramente, mas sob sua ação sobre os elementos da natureza. Foi a esses espíritos que Jesus repreendeu quando, sob tempestade, dormia no barco com seus apóstolos despertos e apavorados e ficaram surpresos por Ele ter ordenado aos responsáveis pelos fortes ventos e chuva intensa que se acalmassem (Mt, 8:23 a 27; Mc, 4:35- 41; Lc, 8:22-25). Os espíritos superiores utilizam-se deles, se julgarem útil as manifestações desses espíritos.

107 — 2ª Ordem – Características gerais

Esta é a classe dos bons espíritos. Nessa segunda ordem, temos quatro classes de espíritos bons. Kardec começa por descrevê-los em ordem decrescente, como fez anteriormente, da 5ª à segunda classe.

Como suas características gerais, podemos citar o predomínio do espírito sobre a matéria. O grau de adiantamento do Espírito está diretamente relacionado às suas qualidades morais e intelectuais para fazerem o bem. Os mais adiantados equilibram amor e conhecimento. “Compreendem Deus e o infinito e são muito felizes. A união entre eles é sempre motivo de muita felicidade. Ficam contentes pelo bem praticado e o mal que podem impedir. São esstes bons espíritos que nos inspiram os pensamentos bons.

sábado, 14 de junho de 2025

 

Estudo d'O Livro dos Espíritos com Jorge e Lourdes



102 — Estão na décima classe os espíritos impuros. Têm inclinação para o mal, com o qual estão sempre ligados. Incentivam a discórdia e a desconfiança, como espíritos. Têm prazer em dar maus conselhos e se apegam às pessoas fracas de caráter, que cedem às suas sugestões. Sua linguagem é grosseira e são inferiores moral e intelectualmente. Se tentam enganar, fazendo-se de sensatos, logo se contradizem. São conhecidos como “espíritos do mal”. Quando encarnados, são inclinados a todos os vícios e paixões degradantes. Fazem o mal por prazer. Atacam as pessoas honestas. “São flagelos para a Humanidade”.

 

103 — Nona classe — Espíritos levianos. “São ignorantes, maliciosos, inconsequentes e zombeteiros. Intrometem-se em tudo e a tudo respondem, sem se incomodarem com a verdade”. Têm prazer em causar pequenos desgostos, em aborrecer e mistificar, tentando enganar... Sua linguagem é espirituosa e divertida, além de, quase sempre, não ter profundidade. “Se tomam nomes supostos, é mais por malícia do que por maldade. São conhecidos como diabretes, duendes etc.

 

104 — Oitava classe — Espíritos pseudossábios. São os de conhecimento razoável, mas acreditam que sabem mais do que realmente conhecem. Ainda guardam preconceitos terrenos. Misturam verdades com os erros em que prevalecem a “presunção, o orgulho, o ciúme e a obstinação, de que não se puderam livrar. Podemos idendificar essas características em espíritos encarnados que, por possuírem grande conhecimento em determinada área, adotam posições ideológicas nem sempre razoáveis e discordam de quem possui ideias diferentes das suas, muitas vezes sem ter os conhecimentos que outrem possui.

 

105 — Sétima classe – Espíritos neutros. Tanto têm inclinação para o mal como também para o bem, mas “não se elevam acima da condição vulgar da Humanidade, seja no aspecto moral, seja no intelectual. Ficam apegados às coisas deste mundo, sentindo saudades das suas alegrias grosseiras. Encarnados, são almas que ainda não desejam esforçar-se em melhorar, seja no aspecto moral, seja no intelectual, mas invejam os que possuem o que eles não têm. Encarnados, gostam da boa vida, de farras e de viver como diz a letra de música conhecida: “Deixa a vida me levar, vida leva eu...”. Um dia, arrepender-se-ão do tempo desperdiçado, mas enquanto isso não ocorre vão se divertindo em explorar a boa fé e os recursos de quem se relaciona com eles.


terça-feira, 10 de junho de 2025

 Estudo d'O Livro dos Espíritos com Jorge e Lourdes



98 — Os espíritos da segunda ordem têm apenas o desejo do bem ou terão também o poder de praticá-lo?

— Eles têm esse poder conforme o seu grau de perfeição; uns possuem a ciência, outros, a sabedoria e a bondade, mas todos ainda têm que sofrer provas.

 

Comentário

Como diz o Espírito Vítor Hugo, em obra psicografada por Divaldo Franco, a ascensão espiritual é árdua. O título da obra é exatamente Árdua Ascensão. São precisos milênios de esforços, para que alcancemos a condição de espíritos superiores. Ainda assim, todos esses espíritos ainda necessitam “sofrer provas” que, entretanto, quanto mais evoluído é o Espírito, mais este se empenha em testemunhar, pelo amor e trabalho em benefício do próximo, seu conhecimento, humildade, perdão, compaixão e altruísmo. Somente assim, alcançaremos a felicidade plena dos espíritos puros um dia.

 

99 — Os espíritos da terceira ordem são todos essencialmente maus?

— Não; uns não fazem nem o bem nem o mal; outros, ao contrário, se regozijam no mnal e ficam satisfeitos quando encontram ocasição de praticá-lo. Há também os espíritos levianos ou estouvados, mais astuciosos do que maus, que se comprazem antes na malícia do que na malvadez, encontrando prazer em mistificar e causar pequenas contrariedades, de que se riem.

Comentário

Tais espíritos, quando encarnados, trazem consigo essas imperfeições, que são alimentadas pelos espíritos da terceira ordem. Percebe-se, pela resposta obtida por Kardec, que há alguns espíritos muito maus, mas há também aqueles levianos, que gostam de divertir-se às custas das contrariedades que causam, levando-nos, pelos pensamentos negativos que os atraem, a praticar algumas faltas, que vão das inconsequentes às mais graves, como a difamação, a traição, o furto, o roubo e o assassinato, quando a influência espiritual, nos últimos casos, é de espíritos que têm prazer em praticar o mal, enquanto não sofrem as consequências disso.

100 — Informa Allan Kardec, nesta questão sobre a “Escala espírita”, que a classificação dos espíritos se baseia no seu grau de adiantamento, nas suas qualidades adquiridas e em suas imperfeições, mas essa classificação não é absoluta. A transição de um grau para outro é quase imperceptível.

Kardec alerta-nos de que não é por ser Espírito que este tudo sabe. Também há muitos ignorantes no mundo espiritual. Os Espíritos da terceira ordem são os que se inclinam ainda para o mal. Os espíritos da segunda ordem são os que têm o desejo do bem; são espíritos bons. Os da primeira, são os espíritos puros.

101 — Na terceira ordem estão os espíritos imperfeitos. Kardec os classifica em cinco classes, da décima à sexta classe. Como características gerais, há o predomínio da matéria sobre o espírito e inclinação ao mal.  Paixões relacionadas ao egoísmo, orgulho e ignorância estão presentes nesses espíritos. Ainda não compreendem Deus, mesmo que tenham sua intuição. Nem todos são “maus”, na essência, pois “em alguns, há mais leviandade do que maldade”. Há os que não fazem o bem nem o mal, mas só por não fazerem o bem já demonstram sua inferioridade, diz o Codificador. Outros gostam de fazer o mal. Aliam a inteligência à maldade.

quinta-feira, 5 de junho de 2025

Estudo d'O Livro dos Espíritos com Jorge e Lourdes



Questão 94 — De onde tira o Espírito seu envoltório semimaterial?

— Do fluido universal de cada globo. É por isso que ele não é o mesmo em todos os mundos. Passando de um mundo a outro, o Espírito muda de envoltório, como mudais de roupa.

Comentário

Pelo exposto acima, percebemos que os espíritos encarnados na Terra ainda possuem um perispírito bastante grosseiro em relação aos espíritos encarnados noutros mundos mais felizes, como Júpiter, por exemplo, que foi afirmado a Allan Kardec ser a morada de almas muito mais elevadas do que as nossas. Imaginemos o sacrifício de Jesus, Espírito puro, para encarnar entre nós. Precisou aguardar milênios, antes de tomar um corpo espiritual grosseiro, como o nosso, e encarnar na Terra. Enquanto isso, era anunciado por profetas,como Moisés, Isaías e outros, ao longo dos séculos, até que pudesse nascer de Nossa Senhora, Maria Santíssima e também de grande pureza, que vela por nós das altas esferas espirituais. Em especial, Maria socorre, por meio de sua equipe,  os suicidas, como podemos ler na obra Memórias de um suicida, psicografado por Yvonne do Amaral Pereira e ditado pelo grande romancista português Camilo Castelo Branco, que se suicidou após ter sido atacado pela cegueira.

Questão 94a — Assim, quando os Espíritos que habitam mundos superiores vêm ao nosso meio, tomam um perispírito mais grosseiro?

— É necessário que se revistam da vossa matéria, já o dissemos.

Comentário

Já foi dito que nosso corpo espiritual, o perispírito, ainda é feito de uma espécie de tecido semimaterial, mas tão etéreo que não o podemos ver com os olhos físicos e nem mesmo com os instrumentos eletrônicos disponíveis ainda hoje, na Terra. Ainda assim, para espíritos mais elevados, nosso perispírito é bastante denso. Por isso, tais entidades necessitam adapar seu perispírito às condições do princípio universal que envolve a Terra, ao virem em missão aqui, provindos de mundos superiores.

Questão 95 — O envoltório semimaterial do Espírito tem formas determinadas e pode ser perceptível?

— Sim, tem a forma que o Espírito queira; é assim que ele vos aparece algumas vezes, quer em sonho, quer no estado de vigília, e que pode tomar forma visível e mesmo palpável.

Comentário

Espíritos superiores têm o perispírito envolvido em intensa luz, como é o caso de Jesus, ao aparecer para Paulo de Tarso, a caminho de Damasco, quando este, ainda sob o nome de batismo Saulo, perseguia Ananias e os cristãos. Espíritos atrasados aparecem-nos em sonho ou visões, muitas vezes assumindo forma grotesca, e mesmo animalizada do perispírito, para nos assustar.

96 — Os espíritos são iguais ou existe entre eles uma hierarquia qualquer?

— São de diferentes ordens, conforme o grau de perfeição a que chegaram.

 Comentário

Mais adiante, estudaremos essas ordens, mas os espíritos puros estão no topo delas, que é a primeira ordem segundo o esquema adotado por Kardec sob a orientação dos espíritos enviados por Jesus para ditar-lhe as obras do chamado pentateuco kardequiano, composto de cinco obras consideradas básicas: a primeira é esta, O Livro dos Espíritos, em seguida vem O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno ou a Justiça Divina Segundo o Espiritismo, e A Gênese.

97 — Há um número determinado de ordem ou de graus de perfeição entre os Espíritos?

— Seu número é ilimitado, porque não há entre essas ordens uma linha de demarcação traçada como barreira, de modo que se podem multiplicar ou restringir as divisões à vontade. No entanto, considerando-se as características gerais dos espíritos, pode-se reduzi-las a três ordens principais.

Na primeira ordem colocar-se-ão os que atingiram a perfeição: os espíritos puros. Na segunda ordem encontram-se os que chegaram ao meio da escala: o desejo do bem é a sua preocupação. Na terceira, os que ainda se acham na parte inferior da escala: os espíritos imperfeitos, que se caracterizam pela ignorância, pelo desejo do mal e por todas as paixões más que retardam o progresso.

Comentário

Essa sugestão dada a Kardec será desenvolvida no item 100, mas é importante observar o que os espíritos superiores dizem genericamente sobre as diferentes ordens. Mesmo na última, a terceira, embora a predominância da ignorância, já há grande diferença entre um Espírito e outro. Mais adiante, veremos com detalhes essas nuances evolutivas e o quanto ainda precisamos nos esforçar, não para alcançar a primeira ordem, mas para sermos promovidos à segunda, onde já estão espíritos muito mais adiantados espiritualmente do que nós.

domingo, 1 de junho de 2025

 Estudo d'O Livro dos Espíritos com Jorge e Lourdes



Questão 91 — A matéria oferece obstáculo aos Espíritos?

— Não; eles penetram tudo: o ar, a terra, as águas e até mesmo o fogo lhes são igualmente acessíveis.

Comentário

O Espírito é incorpóreo, liga-se à matéria pelo perispírito que não se sujeita à influência material, embora ainda sinta as impressões do corpo físico, quando não totalmente liberto deste, como é o caso de suicidas. Fora disso, nada lhe oferece obstáculo, como foi informado na resposta acima.

 

Questão 92 — Os Espíritos têm o dom da ubiquidade? Em outras palavras, o mesmo Espírito pode dividir-se ou existir em vários pontos ao mesmo tempo?

— Não pode haver divisão de um mesmo Espírito, mas cada um é um centro que irradia para diferentes lados, e é por isso que parecem estar em muitos lugares ao mesmo empo. Vês o Sol? É somente um; no entanto, irradia-se em todas as direções e leva muito longe os seus raios. Contudo, não se divide.

Questão 92a — Todos os Espíritos irradiam com a mesma força?

Longe disso. Essa força depende do grau de pureza de cada um.

 

Comentários

Cada Espírito é uma unidade indivisível, mas cada um pode expandir seu pensamento em diversas direções, sem por isso se dividir. Apenas nesse sentido é que se deve entender o dom da ubiquidade atribuído aos Espíritos, tal como uma centelha que projeta longe a sua claridade e pode ser percebida de todos os pontos do horizonte; tal, ainda, um homem que, sem mudar de lugar e sem se fracionar, pode transmitir ordens, sinais e movimento a diferentes pontos.

Hoje, após o surgimento da internet, fica claro para nós o que ocorre com a manifestação dos Espíritos superiores. A pessoa está num determinado ponto do globo e pode ser vista em todos os pontos em que haja quem esteja sintonizado com ela. Apenas difere isso da manifestação dos espíritos superiores o fato destes irradiarem sua luz para onde desejarem e se manterem conscientes do que ocorre à distância de onde estão, ainda que não sejam percebidos e até mesmo desejados. A ideia do Sol irradiando-se ao longe foi o que, em sua época, os espíritos puderam citar como exemplo, mas já nas obras psicografadas por Chico Xavier e ditadas pelo Espírito André Luiz percebemos que essa condição é tanto maior quanto maior é a elevação do Espírito. Os espíritos de condição inferior só vão aonde lhes é permitido, embora possam ser atraídos pelos nossos pensamentos negativos.


Questão 93 — O Espírito propriamente dito tem alguma cobertura ou, como pretendem alguns, está envolvido numa substância qualquer?

— O Espírito está envolvido por uma substância que é vaporosa para ti, mas ainda bastante grosseira para nós; suficientemente vaporosa, entretanto, para poder elevar-se na atmosfera e transportar-se aonde queira.

Comentários

Assim como o gérmen de um fruto é envolvido pelo perisperma, o Espírito propriamente dito é revestido por um envoltório que, por comparação, se pode chamar perispírito.

O perispírio é o corpo espiritual do Espírito, como o apóstolo Paulo já intuíra, quando ele diz: “Semeia-se corpo natural, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual”.

Estudo d'O Livro dos Espíritos (Jorge e Lourdes) 132. Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos? — Deus lhes impõe a encarnação com ...