Estudo d'O Livro dos Espíritos com Jorge e Lourdes
118
— Os espíritos podem degenerar?
—
Não; à medida que avançam, compreendem o que os distanciava da perfeição. Quando
o Espírito termina uma prova, fica com o conhecimento que adquiriu e não o esquece
mais. Pode permanecer estacionário, mas não retrograda.
Comentário
Nenhum
Espírito regride em evolução. Pode acontecer de ele permanecer praticando o
mal, caso em que não significa degenerar, mas continuar no nível evolutivo em
que está pelo tempo em que ele não desejar melhorar-se. Nesse sentido, os bons
espíritos respeitam o livre arbítrio dos maus até que estes se cansem do
sofrimento causado a si próprios por não mudarem sua conduta para melhor. Ficar
no mesmo lugar, entretanto, embora não seja degeneração, é atrasar-se no
objetivo para o qual Deus nos criou: a perfeição, pela prática do bem.
119
— Deus não poderia isentar os espíritos das provas que devem sofrer para chegarem
à primeira ordem?
—
Se eles tivessem sido criados perfeitos, não teriam mérito para desfrutar das
benesses dessa perfeição. Onde estaria o mérito sem a luta? Ademais, a
desigualdade que existe entre eles é necessária às suas personalidades; e,
depois, as missões que eles cumprem nos diferentes graus da escala estão nos
desígnios da Providência, para a harmonia do Universo.
Comentários
Considerando-se
que na vida social todos os homens podem chegar às mais altas funções, seria o
caso de perguntar-se por que o soberano de um país não faz de cada soldado um
general; por que todos os empregados subalternos não são superiores; por que
todos os alunos não são mestres. Ora, entre a vida social e a espiritual há
esta diferença: a primeira é limitada e nem sempre permite que se suba os degraus,
enquanto a segunda é indefinida e deixa a cada um a possibilidade de se elevar
ao grau supremo.
As comparações feitas por Allan Kardec dão-nos uma ideia clara sobre a questão do mérito individual para que alcancemos a condição de pureza. É preciso que passemos pelos desafios da matéria, para que nos tornemos cada vez melhores. Sem superar as provas, qual seria o mérito do Espírito? Nenhum. São várias escalas a serem percorridas, como já nos foi mostrado pelo esquema que os espíritos intuíram a Kardec. E essas escalas compõem três ordens principais: a dos espíritos imperfeitos; a dos bons espíritos e a dos espíritos puros. Do esforço que fizermos em cada existência física no sentido do conhecimento e do amor é que, gradativamente, galgamos, dentro de cada ordem, as escalas mais altas, até alcançarmos a última ordem, de escala única, por ser a dos espíritos puros.
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