Estudo d'O Livro dos Espíritos
112 — Nesta questão são tratadas as características gerais dos espíritos puros. Informa Allan Kardec que nesses espíritos a matéria já não exerce qualquer influência. Eles possuem superioridade moral e intelectual absoluta em relação aos espíritos das outras ordens.
113
— A primeira e única classe desses espíritos é a dos que percorreram todos os
graus da escala e já não possuem impurezas. Portanto, não mais necessitam
sofrer provas e expiações. Eles não mais estão sujeitos à reencarnação em corpos
perecíveis como os nossos e “realizam a vida eterna no seio de Deus”.
Continua
Kardec dizendo que tais espíritos gozam de felicidade permanente e não estão
sujeitos às vicissitudes da vida material, mas essa felicidade não é a da contemplação
eterna ociosa e monótona. São eles os mensageiros, ministros de Deus, que
comandam todos os espíritos que lhes são inferiores. “Assistir os homens nas
suas aflições, estimulá-los ao bem” é-lhes ocupação agradabilíssima. São esses
espíritos que a Igreja denomina de anjos, arcanjos ou serafins.
“Os
homens podem comunicar-se com eles, mas bem presunçoso seria quem pretendesse tê-los
constantemente às suas ordens”.
114
— Os espíritos são bons ou maus por natureza, ou são eles mesmos que se
melhoram?
—
São os próprios espíritos que se melhoram e, melhorando-se, passam de uma ordem
inferior para uma ordem superior.
Comentário
É
a lei do mérito que dá “a cada um segundo suas obras”, como já dissera Jesus
(Mateus, 16:27). Quanto maior o bem praticado, mais rapidamente evoluímos. Aos
que se comprazem no mal ou na ociosidade, mais demorada é sua evolução.
115
— Entre os espíritos, alguns foram criados bons e outros maus?
—
Deus criou todos os espíritos simples e ignorantes, isto é, sem saber. A cada
um deu uma missão, com o fim de esclarecê-los e de fazê-los chegar
progressivamente à perfeição, pelo conhecimento da verdade, para aproximá-los
de si. Para eles, a felicidade eterna e sem mescla consiste nessa perfeição. Os
espíritos adquirem esses conhecimentos, passando pelas provas que Deus lhes impõe.
Uns aceitam esas provas com submissão e chegam mais depresssa à meta que lhes foi
destinada. Outros só a suportam murmurnado e, assim, por culpa sua, permanecem
afastados da perfeição e da prometida felicidade.
115a
— De acordo com isso, os espíritos se assemelhariam, na sua origem, a crianças
ignorantes e sem experiência, só adquirindo pouco a pouco os conhecimentos que
lhes faltam ao percorrerem as diferentes fases da vida?
—
Sim, a comparação é justa; a criança rebelde permanece ignorante e imperfeita;
seu maior ou menor aproveitamento vai depender da sua docilidade. Mas a vida do
homem tem um termo, ao passo que a dos espíritos se estende ao infinito.
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