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terça-feira, 24 de junho de 2025

                                Estudo d'O Livro dos Espíritos 



112 — Nesta questão são tratadas as características gerais dos espíritos puros. Informa Allan Kardec que nesses espíritos a matéria já não exerce qualquer influência. Eles possuem superioridade moral e intelectual absoluta em relação aos espíritos das outras ordens.

 

113 — A primeira e única classe desses espíritos é a dos que percorreram todos os graus da escala e já não possuem impurezas. Portanto, não mais necessitam sofrer provas e expiações. Eles não mais estão sujeitos à reencarnação em corpos perecíveis como os nossos e “realizam a vida eterna no seio de Deus”.

Continua Kardec dizendo que tais espíritos gozam de felicidade permanente e não estão sujeitos às vicissitudes da vida material, mas essa felicidade não é a da contemplação eterna ociosa e monótona. São eles os mensageiros, ministros de Deus, que comandam todos os espíritos que lhes são inferiores. “Assistir os homens nas suas aflições, estimulá-los ao bem” é-lhes ocupação agradabilíssima. São esses espíritos que a Igreja denomina de anjos, arcanjos ou serafins.

“Os homens podem comunicar-se com eles, mas bem presunçoso seria quem pretendesse tê-los constantemente às suas ordens”.

 

114 — Os espíritos são bons ou maus por natureza, ou são eles mesmos que se melhoram?

— São os próprios espíritos que se melhoram e, melhorando-se, passam de uma ordem inferior para uma ordem superior.

 Comentário

É a lei do mérito que dá “a cada um segundo suas obras”, como já dissera Jesus (Mateus, 16:27). Quanto maior o bem praticado, mais rapidamente evoluímos. Aos que se comprazem no mal ou na ociosidade, mais demorada é sua evolução.

 

115 — Entre os espíritos, alguns foram criados bons e outros maus?

— Deus criou todos os espíritos simples e ignorantes, isto é, sem saber. A cada um deu uma missão, com o fim de esclarecê-los e de fazê-los chegar progressivamente à perfeição, pelo conhecimento da verdade, para aproximá-los de si. Para eles, a felicidade eterna e sem mescla consiste nessa perfeição. Os espíritos adquirem esses conhecimentos, passando pelas provas que Deus lhes impõe. Uns aceitam esas provas com submissão e chegam mais depresssa à meta que lhes foi destinada. Outros só a suportam murmurnado e, assim, por culpa sua, permanecem afastados da perfeição e da prometida felicidade.

 

115a — De acordo com isso, os espíritos se assemelhariam, na sua origem, a crianças ignorantes e sem experiência, só adquirindo pouco a pouco os conhecimentos que lhes faltam ao percorrerem as diferentes fases da vida?

— Sim, a comparação é justa; a criança rebelde permanece ignorante e imperfeita; seu maior ou menor aproveitamento vai depender da sua docilidade. Mas a vida do homem tem um termo, ao passo que a dos espíritos se estende ao infinito.

 

Comentário

Como vimos, na questão 115 e seu complemento 115a, todos fomos criados semples e ignorantes. A partir do cumprimento das missões que nos são confiadas por Deus com sucesso, vamos evoluindo em perfeição tanto mais rápido quanto menos rebeldes e teimosos formos. Então Kardec compara nosso adiantamento com a da criança dócil, que cresce em sabedoria e bondade por seu acatamento às boas orientações que a família lhe dá. Apenas ocorre que nosso vida tem um prazo definido no corpo físico, enquanto a do Espíritos se “estende ao infinito”.

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