Em dia com o Machado 76
I
Admiro muito a dupla de
apresentadores do jornal Hoje, da rede Globo de televisão. Antes, porém, de sua
entrada no ar, há, no jornal local, o DFTV, um quadro intitulado “Sem noção”.
Desta
vez, porém, com todo o respeito à apresentadora do Hoje, vi e ouvi, perplexo, a
reportagem, narrada por ela, e filmada pela Globo, de uma dupla de assaltantes,
no Paraná, que abordou um automóvel, no qual se encontrava, no banco traseiro,
uma idosa.
Explico
minha perplexidade ao leitor, ao tempo em que lhe narro o fato. A apresentadora
estava indignada por que um dos assaltantes tirou a velhinha do carro e jogou-a
na rua, com bengala e tudo, antes de fugir com a arma na mão...
—
Que covardia — comentou Sandra – para, em seguida, explicar que o carro fora
recuperado depois, e os ladrões continuavam foragidos.
—
E a velhinha? Pergunta-me o amigo que me lê.
—
Coitadinha, teve alguns arranhões, mas está muito bem de saúde e manda um
abraço para o leitor.
II
Amigo leitor, você conhece o “Jaque”?
Não? Então manda fazer uma reforma, por exemplo, em seu lar e faz um contrato
que, à primeira vista, é excelente para ambas as partes.
Começa
a reforma e é um tal de “Jaque” pra cá, “Jaque” pra lá, que torra a paciência
de muito pedreiro, eletricista, encanador, etc.
Você
manda consertar a pia, mas “Jaque” a torneira está velha, troca-a por uma nova.
A tampa do vaso sanitário precisa ser trocada, mas “Jaque” sua esposa gostou
muito de um vaso novo que viu, há dias, na loja, troca também o vaso. As
paredes da casa foram pintadas, mas “Jaque” sobrou bastante tinta, pinta também
a garagem... E por aí vai o “Jaque”.
Conclusão:
o “Jaque” é uma figura que não deveria existir em matéria de reparos caseiros,
mas “Jaque” existe, não custa nada adotar “medidas cautelares”.
Um
empresário esperto acrescentou ao contrato de serviços de reformas imobiliárias
a seguinte cláusula: “Fica decidido que, toda vez que o “Jaque” se intrometer
no serviço contratado, será cobrado o valor correspondente à nova obra; “Jaque”
não é possível prever quantos “Jaques” estão ocultos na reforma a ser
executada.
O
“Jaque” mete-se em tudo nesta vida. E “Jaque” sou amigo do torcedor de um time
de futebol, vamos ver quantos “Jaques” estão jogando em seu time.
Começou
o campeonato local, mas, “Jaque” alguns bons jogadores foram vendidos e outros
estão machucados, o clube promoveu alguns juvenis e completou o time com eles.
Terminou
o torneio regional, porém, “Jaque” o clube vem atrasando o pagamento mensal dos
jogadores, o time se desmotivou e perdeu todos os “clássicos”.
Teve
início o campeonato nacional, todavia, “Jaque” os jogadores campeões do ano
passado não ouvem nem falar em pagamento da justa premiação, adeus, motivação.
“Jaque” contratamos novo técnico, recomendado
pelo patrocinador, que é torcedor fanático do nosso clube, vamos mantê-lo até o
fim do torneio, mesmo que o time não vença há oito jogos.
“Jaque”
o técnico fez um planejamento para a disputa vitoriosa dos últimos seis jogos, “Jaque”
o time concorrente está perdendo, e, “Jaque” estamos no primeiro desses jogos, vamos
tentar administrar o resultado do empate e esquecer essa história de “time de
guerreiros”.
“Jaque”
um jogador do nosso time cometeu pênalti no fim do jogo, “Jaque” nosso time
perdeu novamente, “Jaque” o concorrente venceu e “Jaque” o substituímos na zona
de rebaixamento, vamos substituir, também, mais esse técnico.
“Jaque”
o time foi rebaixado, há uma década, e não disputou a “segundona”, se formos
rebaixados novamente, vamos fazer bonito, como os demais times grandes, e ser
também campeões da série B.
“Jaque”
escrevi tanto “Jaque” até aqui, “Jaque” espero não ser o profeta do decesso tricolor
e “Jaque” no meu tempo nem se pensava nesse assunto, não falemos mais de
futebol...
A crônica 76 tem por tema "Sem noção". Leia-ase tiver tempo.
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