Em dia com o
Machado 131 (jlo)
Nos
meios literários acadêmicos, é bastante comum a referência à obra A história de Joana D'Arc contada por ela
mesma. Esse livro foi psicografado pela médium Ermance de la Jonchére
Dufaux, médium desde os doze anos de idade, mais conhecida como Ermance Dufaux,
e publicado quando esta tinha 14 anos. Em
1855. Na época, os neologismos psicografia,
médium e mediunidade ainda não tinham sido criados por Allan Kardec, que
conheceu a jovem no dia da publicação da primeira edição de O livro dos espíritos, em 18 de abril de
1857.
A
partir desse dia, Ermance Dufaux passou a colaborar ativamente com Kardec, na
segunda edição d'O livro dos espíritos,
que foi ampliado de 508 para 1019 questões. São Luís, seu guia espiritual, também
transmitiu-lhe mediunicamente a obra Confissões
de Luís IX. História de sua vida ditada por ele mesmo, escrita em 1857, mas
somente publicada em 1864, devido à censura da época, que proibiu sua
publicação antes desse ano.
Outras
médiuns que também colaboraram com as obras da Codificação Espírita foram as
jovens Caroline Baudin (18 anos), Julie Baudin (16 anos) e Ruth Celine Japhet
(20 anos) e a Sra. De Plainemaison.
Devido
à intolerância religiosa da época, Kardec, cujo nome era Hippolyte-Léon
Denizard Rivail, adotou o pseudônimo Allan Kardec e omitiu o nome dessas e
outros médiuns, em um total de mais de dez pessoas, que colaboraram na
elaboração das obras da codificação espírita, cuja autoria, já sugerida no
próprio título do primeiro livro, era, em essência, dos Espíritos.
Mas
como começou a missão de Kardec?
O
Sr. Fortier, em dez de 1854, falou, entusiasticamente, com o professor Rivail (Allan
Kardec) sobre os fenômenos das mesas girantes e falantes; mas este fez pouco
caso do assunto, considerando-o um absurdo, pois mesa não tem "nervos para
sentir nem cérebro para pensar".
Em
6 de janeiro de 1855, o Sr. Carlótti foi quem primeiro falou a Kardec sobre a
intervenção das almas no "fenômeno da mesa". Como estudioso do
magnetismo durante 35 anos, o prof. Rivail julgou que tudo não passava de
animismo, ou seja, influência da própria alma do magnetizado. Ainda assim,
resolveu conferir pessoalmente a informação.
E
foi, então, na casa da Sra. Roger, em 1º de maio de 1855, que Kardec teve os
primeiros contatos com o fenômeno intitulado "das mesas girantes". (O
espiritualismo americano, decorrente dos chamados fenômenos de Hydesville, já
vinha sendo praticado na França desde abril de 1853[1].)
A Sra. Roger evocou o Espírito de um amigo do Sr. Pâtier e foi atendida. Nesse
dia, a Sra. Plainemaison convidou Rivail (Kardec) para assistir a próxima
sessão na casa dela. Ele compareceu, em 8 de maio de 1855, e, ante os fenômenos
extraordinários e de alta elevação espiritual que presenciou, pela mediunidade
da Sra. Plainemaison, passou a estudar e reunir-se com os demais médiuns para
construir o edifício da elevada Doutrina Espírita, sob a coordenação maior do
Espírito Verdade.
Começava ali o surgimento de outras grandes e extraordinárias obras literárias
mediúnicas, cujo propósito principal é o de convencer-nos sobre a realidade da
vida espiritual e aprimorar nossos espíritos na eterna ascensão no rumo da
perfeição.
Ainda
falar-vos-ei, amigo leitor, das fantásticas obras literárias derivadas das
narrações do Infinito: romances, contos, poemas, crônicas...
Por
ora, ficamos por aqui, eu e meu secretário, que dobrou a noite para captar de
minha inspiração e de Canuto Abreu (ABREU, Canuto. O livro dos espíritos e sua tradição histórica e lendária. São
Paulo: LFU, 1992) essas notas auspiciosas para vossas almas sedentas de
espiritualidade.
Por
ora, adeus!
[1] Os
fenômenos ocorridos na pequena cidade de Hydesville, na casa da família Fox, em
que o Espírito de um mascate se comunicou por meio de pancadas nas paredes da
casa, onde anos antes fora assassinado e emparedado tiveram início em 31 de março de
1848.
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