Em dia com o
Machado 139 (jlo)
Acabamos
de ler, no facebook, que "A
gente ama não é a pessoa que fala bonito, é a pessoa que escuta bonito".
Discordo, pois tenho um amigo que não ouve bem e, em consequência... Trocaria,
de início, o final da frase por: "é a pessoa que faz bonito".
Veja,
leitor, se não fica melhor assim: "A gente ama não é a pessoa que fala
bonito, é a pessoa que faz bonito".
Escutar
bonito é entender o que ouve até o fim da emissão sonora. Imagine, leitora,
como seu interlocutor não ficará feliz se estiver falando, falando e você só ouvindo,
escutando...
Fazer
bonito, entretanto, é pôr em prática o que se lê, se vê, se escuta e se fala de
bom e de útil.
É
cumprir bem todos os nossos deveres e, em vez de estar sempre apenas visando
direitos, realizar, antes, nossas obrigações de cidadão e cidadã com
responsabilidade.
Fazer
bonito é não mentir em discursos de bela aparência, mas que são como sepulcros
caiados por fora e cheios de ossos podres por dentro, como já dizia o Mestre.
É
ser tolerante com os erros alheios, mas não conivente com eles. É feio dizer,
sem palavras: "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço". O
honesto é dizer: "faça o que eu digo, mas principalmente o que eu
faço" e, em seguida, só fazer bonito.
Fazer
bonito é amar a todas as criaturas de Deus, seres humanos e animais, sem lhes
exigir o que estes não nos podem dar, mas procurando auxiliá-los em sua
evolução espiritual. Ninguém mais do que o Cristo exemplificou o bem como Ele.
Isso está na questão número 625 d'O Livro
dos Espíritos, escrito por Allan Kardec, que sempre se esforçou em escutar,
ler, escrever e fazer bonito.
Fazer
bonito é ter atitude e não se calar ante as injustiças sociais e abusos de
autoridades, combatendo o nepotismo e o despotismo cínicos, hipocrisia de quem
deseja o poder principalmente para si e benesses espúrias para seus familiares.
É
se preparar para uma competição em nosso país, ainda que não a conquistemos,
mas não correr o risco de ser desmoralizado por não se concentrar no principal:
a competição... Esse é o fazer bonito politicamente correto. De que nos adianta
arrumar nossa casa para os outros apenas se divertirem? Divirtamo-nos juntos.
Há
muita gente que fala bonito e escuta bonito, mas faz muito feio, pois só faz
isso por cálculo em benefício próprio. Parece político, antes das eleições,
aperta a mão de todo o mundo. Eleito, porém, não está nem aí para o povo e suas
necessidades.
Não
devemos impor nossa ideologia a outrem e, sim, respeitar as convicções
religiosas, políticas e sociais alheias sem abrir mão de nossas crenças
sinceras. Por isso, fazer bonito é tratar com urbanidade e respeito a todas as
pessoas, ainda que discordemos de suas ideias e independentemente de serem ou
não religiosas.
Conclusão:
fazer bonito é cultivar as duas principais virtudes humanas: o amor e a
humildade. Amor ao bem, à verdade, a Deus sobre todas as coisas e ao próximo
como a nós mesmos. Humildade para reconhecer que não somos melhores do que alguém,
ainda que não tenha as mesmas crenças que nós, ainda que seja ateu, pois
conforme diz Jesus: "Deus criou o Sol e a chuva para todos, justos e
injustos" (Mateus, 5:45).
É, enfim, ser úteis à sociedade sem
discriminação nenhuma. O que as pessoas fazem no cotidiano repercute mais do
que suas crenças e promessas vãs.
Desse
modo, retificamos nossa frase inicial, substituindo-a por esta: "a gente
deve amar as pessoas incondicionalmente, mas admirar e se emocionar é para as
que não somente escrevem, dizem e escutam bem, como igualmente fazem o bem
desinteressado".
Isso,
sim, é fazer bonito!
Não há, sem sombra de dúvida, nenhuma outra virtude no homem, que supere o "fazer bem" no sentido de que é no fazer que revelamos a essência do nosso caráter!
ResponderExcluirPerfeito, amiga Conceição. Um 2015 de muitas alegrias para você e familiares.
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