Em dia com o Machado 141 (jlo)
A
última semana acabou com uma triste notícia. Sabeis que foi a execução do Marco
Archer. Comoção nacional, hipócritas
e outros adjetivos foram citados na mídia sobre o caso.
Após
clamar inutilmente por clemência ao Governo da Indonésia, Archer deixa seu
alerta, que aproveita a algumas pessoas de bom-senso e juízo: "A droga só
tem dois caminhos: prisão e morte".
Lembrou-me
a crônica que escrevi alhures sobre Tomás Coelho, um dos brasileiros mais
ilustres da última geração do Império, falecido em 22 de setembro de 1895,
publicada em A semana. No mundo econômico, exerceu análoga
influência que tinha no mundo político. Em sua memória, foi fundado o
bairro Tomás Coelho, no Rio de Janeiro, em 1981.
Alguém
se lembra dele? Assim é a vida. Assim como nosso nobre político foi quase chefe
de governo, o que só não se deu devido à queda do Império, também em alguns
dias mais Archer será esquecido, inclusive pela mandatária de nossa nação, que
já "não se lembra" das promessas de campanha. Afinal, "numa
campanha, faz-se o diabo". E foram tantas...
Vejamos
algumas promessas eleitorais, publicados nesta semana por alguns órgãos da
Imprensa, e o que de fato vem ocorrendo:
Promessa
|
Realidade
|
1.
Não haverá tarifaço.
2.
Não haverá aumento dos juros.
3.
Não mudam os direitos trabalhistas.
4.
Ampliação do "mais médicos".
5.
"Brasil, pátria educadora."
|
1.
Previstos aumentos de tarifas em até 30%.
2. O BC aumentou os juros.
3.
Cinco direitos trabalhistas foram alterados.
4.
A "saúde pública" no Brasil está um caos.
5.
O MEC foi quem teve maior corte de verbas.
|
E
estamos apenas no início do seu segundo mandato.
"No
mundo infernal há cinco terrores e tormentos: amargura moral, uivos terríveis,
trevas horríveis, calor inextinguível, sede insaciável e penetrante
mau-cheiro", dizia John Heydon. Infelizmente, em nossos dias, tais
"ameaças" não mais assustam ninguém. Que pena!
Falta-nos
refletir sobre o que Jung denominou de predomínio do inconsciente. Disse ele
que "A aparição dos ditadores e de toda a miséria que eles trouxeram
provém de que os homens foram despojados de todo o sentido do além, pela visão
curta de seres que se acreditavam muito inteligentes." (In: Memórias, sonhos, reflexões. Ed. Nova
Fronteira, 1986, p. 82).
Eu,
se pudesse modificar a legislação eleitoral, proporia um artigo que impusesse a
"lei de responsabilidade verbal". Tudo o que o político prometesse em
campanha teria de ser obrigado a cumprir. Duela
a quien le duela.
Lembrando
o alerta de Archer, parodio a estrofe do poema O tempo, do nosso Olavo Bilac:
Trabalhai, porque
a vida é eterna,
E não há moratória
pras cocas,
Não viveis muito
tempo na Terra,
Não façais nenhum
uso das drogas.
Mas
não falemos mais sobre política e economia. Deixemos "aos mortos o cuidado
de enterrar os seus mortos".
Vamos cantar com https://www.youtube.com/watch… e esquecer as mágoas, pois vivemos para ser felizes e
não para ser os profetas do caos.
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