Em dia com o Machado 211 (jlo)
Amiga
leitora e amigo leitor, hoje vou tratar de um assunto, ainda, tabu para muita
gente: a reencarnação.
Não
vou citar a conversa de Jesus com Nicodemos, mestre em Israel, na qual o Cristo
lhe diz, claramente, ser necessário renascer “da água e do espírito” para
entrar no Reino dos Céus. Tampouco vou narrar a passagem bíblica em que Jesus
afirma a seus discípulos que João era Elias que retornava, mas “eles não o
reconheceram e lhe fizeram o que bem entenderam”.
Leia
a Bíblia sem preconceito e visão unilateral e verá ali essas informações e
outras mais, que Severino Celestino da Silva cita em sua tradução desse livro
sagrado.
Também
não vou citar a grande bibliografia proveniente de cientistas atuais, alguns
deles residindo nos Estados Unidos e Grã-Bretanha, países que ainda hoje têm
muita dificuldade em aceitar a reencarnação. Faça você mesmo uma pesquisa na
internet e, se não for preconceituoso e mal-intencionado, com certeza ficará
surpreendido com as inúmeras comprovações sobre o assunto nesses e noutros
países.
Vou
começar com uma pergunta de Kardec n’O
livro dos espíritos: questão “166. Como pode a alma, que não alcançou a
perfeição durante a vida corpórea, acabar de depurar-se?” E a resposta foi a
seguinte: “Sofrendo a prova de uma nova existência”.
Essa
resposta deixou perplexo o pesquisador, pedagogo e escritor reconhecido na
França, por ser descendente de família muito católica, mas depois de muito refletir
e constatar que quem a dizia era um emissário do Cristo, não teve dúvidas em aceitá-la.
Ainda
espantado, Kardec torna a perguntar: questão “167. Qual a finalidade da reencarnação?
Resposta: Expiação, melhoramento progressivo da Humanidade. Sem isso, onde a
justiça?” Imagine o leitor se todos nós estivéssemos sujeitos ao Inferno
eterno, pelos erros praticados numa tão curta existência, por mais anos que se
viva aqui na Terra. Quase ninguém escaparia das chamas eternas.
Nas
questões que se seguem, os Espíritos do Senhor esclarecem, não somente a
Kardec, mas a toda a Humanidade, que o aperfeiçoamento do Espírito ocorre a
cada nova existência e que, desde que este já não possua “impurezas”, não
necessitará mais de reencarnar. Ou seja, a reencarnação é uma demonstração da
Justiça de Deus que, como o “Bom Pai”, sempre permite a seu filho novo retorno
à “casa física” para se reabilitar perante as Suas Sábias Leis que esse filho
violou.
Desse
modo, pode-se tirar algumas conclusões: a primeira é a de que como espíritos
impuros teremos de voltar à vida física, em outros corpos, para corrigir nossos
erros passados, aparentemente impunes, pois da Terra não sairemos até que
tenhamos resgatado todos os nossos débitos, como, aliás, foi dito por Jesus.
A
segunda conclusão, que serve para tranquilizar os bons, é a de que, quanto mais
aperfeiçoados formos, mais tempo permaneceremos no Mundo dos Espíritos, onde se
pode viver muito mais feliz do que na vida material, nas “esferas superiores”,
em sociedades bem mais justas do que as da Terra.
A
terceira e penúltima conclusão é a de que, sendo a do Espirito a vida verdadeira,
quanto mais imperfeitos formos, mais vezes teremos de reencarnar, para reparar
nossos erros no corpo físico, e merecer essa vida eterna, embora também tenhamos de ir para regiões espirituais
não muito agradáveis, no intervalo de cada existência. Porém, quando nos
tornarmos puros, ingressaremos, para sempre, nessa vida maravilhosa, onde todos
se amam e se respeitam.
Esses
Espíritos superiores só excepcionalmente, e em missão elevada, reencarnam na
Terra. São pessoas excepcionais, como alguns dos chamados santos, cientistas e
filósofos, mas muitos deles passam quase despercebidos, na Terra, por sua
grande humildade e amor ao próximo, como ocorre com diversas pessoas de nossas
próprias famílias.
São
homens e mulheres reconhecidos por sua vida voltada para auxiliar a família, a
sociedade e a Humanidade com total desprendimento das coisas materiais. Podem
ser analfabetos, mas, por onde passam, deixam um rastro de luz e de imensa
alegria.
Por
vezes, nem mesmo têm religião. Sua religião é o amor. Se políticos, são
extremamente íntegros; se médicos, fazem da medicina um sacerdócio; se
professores, preparam cidadãos e cidadãs de bem e mais educados do que
instruídos; se donas de casa, seu lar é um recanto de paz, de ventura e
bem-estar onde se educam almas para a vida honesta e equilibrada; se pais, seu
senso de responsabilidade, trabalho em prol da casa, educação da prole, presença
familiar, amizade e respeito a toda a família são exemplares; se operários, seu
trabalho é admirado, pelo seu senso de responsabilidade, dedicação e
honestidade. Enfim, são cidadãos e cidadãs do bem, no sentido real dessa
palavra.
Assim,
a última conclusão, que tranquilizará definitivamente os bons, é a de que
quando, finalmente, nos tornarmos puros não mais precisaremos reencarnar, e
nosso estado no chamado Céu será definitivo. Isso não significa que tais seres,
também denominados anjos ou santos, não mais se ocupem dos que ainda estamos presos à matéria. Tudo, na lei de Deus,
é perfeito. Portanto, se desejarmos sair do “Inferno”, que é aqui mesmo na
Terra, para nunca mais aqui reencarnarmos, basta-nos seguir o conselho de
Jesus: “Sede perfeitos...” (Mateus, 5:48).
O
grande problema de muitos de nós, como ocorria com os fariseus da época de
Jesus, é que ora adoramos a Deus, ora a Mamon, que significa, literalmente,
“dinheiro”, riqueza material e todas as suas misérias morais consequentes a
esse apego à matéria e ao poder. Por isso, o Cristo nos dizia: “Não se pode
servir a dois senhores. Ou se serve a Deus ou a Mamon” (Lucas, 16:13).
Quando
percebermos que somente uma coisa nos é necessária: a caridade, no sentido
ensinado e vivenciado por Jesus, estaremos a caminho do Reino de Deus e nunca mais precisaremos voltar ao reino da Terra e suas misérias morais.
Foi por isso que Jesus nos recomendou: amai-vos, tanto quanto eu vos amo.
Como
disse Chico Xavier: “Ninguém pode voltar atrás e fazer um novo começo; mas qualquer
um pode começar agora e fazer um novo fim”. O nosso grande problema, ainda, é o
de receitar isso ao próximo e viver atendendo às nossas paixões e insaciável
desejo de poder e riquezas temporais, esquecidos de que somos apenas mordomos
de Deus, de quem realmente emana todo o Poder.
A
reencarnação não é mais necessária ao Espírito puro.
Você
já se purificou, leitor? Se assim for, adeus! Um dia nos encontraremos no Céu,
quando eu também for perfeito. O modelo está ao nosso alcance: Jesus Cristo!
Ah!
você não quer saber desse assunto sobre reencarnação, pois se considera um poço
de perdição, não quer se melhorar e nem pensa aqui retornar...
Então,
vai pro Inferno!
Post-scriptum
Amigo
leitor e leitora amiga, as palavras acima, da última frase, não são nossas, mas
sim do articulista, o nobre Machado, que após concluída a crônica nos sugeriu
acrescentá-las.
Não
se magoe, pois, conosco, nem mesmo com o “Bruxo”, bastante conhecido por suas
tiradas irônicas, humorísticas e satíricas.
Quanto
ao restante, somos, sim, coautores.
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