Em
dia com o Machado 210 (jlo)
Amiga
leitora, hoje falar-te-ei de uma síndica cínica, egocêntrica e mentirosa
incorrigível, que há 25 anos age criminosamente
em seu condomínio chamado Lisbra, nome
de uma pessoa que era “pau pra toda
obra” do condomínio 52 anos atrás.
Dizia
a seu filho a mãe de Joteli: “— Meu filho, pau que nasce torto não tem jeito,
morre torto”.
Até
certo ponto, isso é verdade, caríssimo leitor. Antes, porém, lembrar-te-ei de
uma frase dita por um melancólico professor de direito penal na universidade onde
meu secretário bacharelou-se:
—
Cadeia não corrige ninguém. A prisão é uma vingança da sociedade. Quando a
pessoa quer se corrigir, a reclusão apenas serve para ela refletir em seus
erros e tomar a decisão de não mais errar.
—
E se o elemento não se decidir a isso,
professor? Perguntou um aluno, policial civil.
—
O cidadão — corrigiu o mestre—. Não
use essa expressão policial aqui, pois estamos lidando com cidadãos, ainda que
alguns deles estejam fora-da-lei. Nesse caso, o seu isolamento social de nada
adiantará à própria regeneração. Pelo contrário, o convívio com outros
marginalizados, tão revoltados quanto ele, o tornará ainda mais perigoso lá
fora ao ser solto... temporariamente.
—
Onde, então, está a resposta aos criminosos, professor? Questionou-lhe uma inteligente
jovem.
—
Na educação, mas não nessa educação ateia, que nos ensina que a morte é o fim
da vida.
—
Isso mesmo, professor, completou Joteli. Na educação que faz o ser humano
refletir sobre as verdades divinas, confirmadas pelo Cristo, e que, por
interesse próprio, os ateus negam.
—
Caros alunos, estive refletindo bastante, na situação de pessoas incorrigíveis...
Seu modo de agir é próprio de espíritos animalizados. Não que a metempsicose
seja uma realidade. Não existe a possibilidade do espírito humano encarnar[1]
em corpo de um macaco, cachorro, felino, rato, barata... Todavia, há milhões de
anos, quando surgiram os antropoides na Terra, as almas que ocuparam tais corpos
foram, antes, preparadas nos mundos ad-hoc
em épocas diversas.
Todas
as almas encarnaram, para sempre, nos corpos humanos, após sua passagem pelos
reinos inferiores da Terra, mas as almas mais jovens surgiram entre nós quando
as demais, de caçadoras passaram a coletoras e já possuíam a noção de que viver
em sociedade, ajudando-se mutuamente, é muito melhor do que viver somente para
o atendimento de seus instintos selvagens e assassinos.
—
Daí — concluiu Hillary, a melhor aluna da turma — encontrarmos a grande maioria
da humanidade atual em nível espiritual bem acima da minoria asselvajada que,
distante do bem comum, formam suas tribos, pequenas, mas altamente nocivas às
demais tribos já, por assim dizer, civilizadas. As almas revoltadas e perversas
são ainda incipientes na Terra.
—
E, por isso mesmo, insipientes, completou o professor.
Amigo
leitor, essa teoria esclarece-nos o porquê de determinados seres, embora
revestidos da roupagem humana, serem tão egocêntricos. Para eles, o que importa
é a satisfação de seus instintos e ambições. Desse modo, todos os demais
cidadãos devem se lhes subordinar. Isso explica, também, a razão de certas
pessoas estarem tão fascinadas pelo poder. Sentem-se, não deuses, pois não
acreditam nisso, mas seres únicos, após os quais pode vir o dilúvio...
Como
disse o rei Luís XV da França, no século XVIII: “Après moi, le déluge”.
Tais
cidadãos, quando alcançados pela justiça humana, tudo fazem para se passarem
por vítimas. Utilizam a mentira, o roubo e até o assassinato, a fim de
afastarem os que “atravancam seus caminhos”, como dizia o poeta Mário Quintana,
uma vez que não acreditam numa justiça divina. O poeta, entretanto, se referia
às pessoas ignorantes que o maltratavam e que ele, em sua “leveza moral”, suplantaria:
“Todos esses que aí estão/ Atravancando o meu caminho/ Eles passarão.../ Mas eu
passarinho”.
Vejamos como agem os seres primitivos
aos quais me refiro e que necessitarão de inúmeras reencarnações até aprenderem
que “o crime não compensa”. Certa ocasião, numa instituição religiosa que
atendia pessoas idosas com programas de inclusão social e outras necessidades
materiais e espirituais, um homem adentrou o recinto, de arma na mão, e disse à
coordenadora do trabalho que se tratava de um assalto. Ela, então, suplicou-lhe
humildemente:
—
Tudo bem, mas poupe, ao menos as pessoas idosas que aqui estão, a maioria sem
recursos, como o senhor...
Foi
o mesmo que falar para uma parede de pedra. Após pegar-lhe a bolsa e outros
pertences, o cidadão mandou que todos os idosos lhe entregassem tudo o que
possuíam. Depois, foi embora tranquilamente com uma bolsa cheia de misérias e a
consciência adormecida.
Outro
dia, um assaltante de ônibus, ao ouvir o pedido de uma de suas vítimas para
devolver-lhe ao menos os documentos, deu-lhe um violento soco no rosto como
resposta.
Tais
pessoas ainda estão, portanto, em nível tão animalizado que, para saciarem sua
pouca ou nenhuma disposição para o estudo e o trabalho, julgam que é obrigação
do mundo servi-las.
Outras
criaturas, utilizam os recursos da ideologia materialista para atingirem seu
objetivo de poder. Conquistado esse, utilizam-se dos atos mais torpes e
inconsequentes para nele se manterem, ainda que prejudiquem toda uma nação e
sejam as causadoras de milhares de crimes e de mortes.
Isso
é próprio dos seres primitivos que, na satisfação de suas ambições pessoais,
não se ocupam senão dos próprios interesses egocêntricos.
Todas
essas pessoas ainda não perceberam que a lei de ação e reação não se aplica
apenas aos fenômenos físicos, mas também às atitudes de cada um de nós.
Suas
consciências, porém, ainda que passem uma vida adormecidas, um dia despertarão.
Então...
E
o que dizer dos psicopatas? Com certeza, uma sociedade elevada moralmente
saberá identificá-los e tratá-los com o devido respeito e amor, sem, todavia,
deixar que sua influência nefasta cause prejuízos a terceiros, assim como não
nos expomos às feras.
“É
necessário que haja escândalos, mas ai de quem os provocar”, disse o Messias
Divino. Somos responsáveis por cada alma que prejudicarmos, creiamos ou não
nisso.
Por
hoje é só. Na próxima crônica, continuarei o relato da síndica, mas quem sabe não
será preciso?
Acorda,
povo brasileiro!
[1] Construção
correta, segundo BECHARA, Evanildo. Moderna
gramática portuguesa. 37 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009, p. 536.
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