Em
dia com o Machado 229 (jlo)
Boa
noite!
Que
há vocábulos idênticos ou parecidos que se prestam a vários significados, amiga
leitora, ninguém desconhece. A isso, os gramáticos chamam de homonímia e paronímia. Parônimos são palavras muito parecidas, no som, e de
significação diversa. Exemplos: ratificar: confirmar; retificar: corrigir. Homônimas são palavras iguais na escrita ou na pronúncia e de significados diferentes.
Uma
palavra homônima é pichar.
Primeiro
significado desse vocábulo: maldizer algo ou alguém. Exemplo: o procurador
pichou de propinocrata o
ex-presidente. Nesse caso, temos também um neologismo,
que é a palavra criada com base no substantivo propina, ou seja, benefício ilegal, mais o sufixo -crata, derivado de cracia, do grego
kratía, que significa poder, força; o
significado dado pelo procurador à palavra propinocrata é o de alguém que
comanda o esquema do favorecimento financeiro ilegal. O vocábulo pichar é um homônimo homógrafo e homófono, ou seja, que possui a
mesma grafia e o mesmo som de pronúncia.
Segundo
significado de pichar: escrever ou
desenhar palavras, frases ou símbolos semelhantes a letras em muros, fachadas
de edifícios, paredes de casas ou apartamentos, pontes, etc.
Outro
dia, um senhor perdeu o braço e o filho dentista para um bando de pichadores
surpreendidos por aquele quando pichavam o muro de sua casa. Enraivecido, por
tudo observar de câmaras existentes nas dependências internas de sua casa, o
senhor não refletiu e, em vez de ligar para a polícia, pegou um pedaço de pau e
saiu de casa sozinho para enfrentar os quatro jovens pichadores.
Não
deu outra, também armados com paus, os rapazes agrediam-no, covardemente,
quando seu filho dentista, que chegara a casa naquele instante, viu o pai sendo
brutalmente surrado e tentou defendê-lo. Resultado, apanhou até morrer, e seu
pai acabou ficando sem um dos braços em virtude das pauladas recebidas.
Até
o momento da reportagem, dois agressores estavam presos, e outros dois
foragiram-se.
Outro
dia, foi feita uma reportagem com pichadores, por jornalista de canal de tv. A
maioria é empregada e faz esse “trabalho” por pura diversão ou, segundo diz uma
pichadora, por crítica ao sistema político, em altas horas da noite.
Um
deles fazia parte de dupla pioneira famosa. Hoje é advogado e não mais picha.
Seu concorrente do passado tornou-se designer
e também abandonou a pichação.
Caso
interessante é o de outro pichador, homem maduro, que tem mulher, filha e
trabalha como comerciante. Disse ao repórter que há mais de trinta anos se
diverte pichando paredes altas de prédios, pontes, etc. Considera-se grande
artista.
Observando,
porém, que sua casa não possui qualquer marca de pichação, o profissional de
imprensa perguntou-lhe o motivo disso. Sua resposta foi a de que não queria
sujar o seu lar tão querido, onde residia com sua mulher, pichada no braço e perna,
e sua filha, que nenhuma marca de pichação trazia no corpo, mas dizia-se
admiradora da “arte” paterna.
Parodiando
antigo refrão popular, diremos: “Pichação em imóvel alheio é refresco”.
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