Em
dia com o Machado 242 (jlo)
Perguntas
que todo filósofo faz e muitos de nós também fazemos são as seguintes: Por que
Deus permite que o mal sobressaia na Terra? Por que os homens são tão cruéis
que tentam impor pela força suas ideias e ideologias, desrespeitando a fé
alheia e praticando todo o tipo de atrocidade em nome de Deus, Alá, Jeová,
Krishna ou seja lá o que considera seu deus? Em cada mensagem divina não impera
o Amor? Se o objetivo da fé é nos fazer crer numa Entidade que nos criou para que
nos amemos e não pratiquemos o mal, como explicar que alguns se considerem
diferentes dos demais por crerem em um deus particular, que desejam impor a
todos como o único verdadeiro e em quem se deve acreditar, sob pena de morrer
brutalmente assassinado quem nele não crer?
Por
se rebelarem contra tais deturpações da Lei Divina é que muitos filósofos
concluíram, erradamente, que Deus não existe. Como não existe algo que
desconhecemos? Procuremo-Lo em nossas consciências e perceberemos que Ele
existe, sim. Observemos a perfeição da Natureza, sua beleza incomparável, que
não é obra nossa e, pelo efeito, remontaremos à Causa, pois se todo efeito
possui uma causa, um efeito inteligente só pode ter uma Causa inteligente, como
deduziu, sabiamente, Hippolyte Léon Denizard Rivail, que muitos ainda
desconhecem.
Um
grande número de poetas, filósofos e cientistas desertaram da vida por considerá-la
sem sentido. Puro equívoco, o sentido da vida é o de nos submeter às provas
materiais para que, transcendendo-as, nos espiritualizemos. Por isso, o profeta
galileu nos recomendou: “Brilhe a vossa luz”. Por isso, deixou-se pregar numa
cruz: para nos provar que o Espírito sobrevive à matéria. Desse modo, três dias
após sua “morte desumana” ressurgiu do sepulcro e mostrou-se, não somente a
seus discípulos, como também, tempo depois, a quinhentas pessoas, na Galileia. Ali, subiu novamente à
montanha para renovar suas sublimes palavras:
—
Bem-aventurados os que creem e mesmo os que duvidam, pois o reino de Deus não é
somente para aqueles, mas para todos os que vivem para o bem sem qualquer outro
objetivo a não ser o da alegria em ajudar o próximo, reflexo de si mesmos.
Reflitamos
nisso e tenhamos um Natal sem ódio, sem ressentimento, mas com tolerância a
todos os nossos irmãos em Humanidade, qualquer que seja a sua crença e mesmo
que não a tenham.
Que
em 2017 possamos contribuir com a melhoria do mundo, começando pelo esforço em
sermos os primeiros a nos tornar melhores.
Concluamos
nossas reflexões com o belo soneto de Auta de Sousa (psicografia de Chico
Xavier em Parnaso de além-túmulo): O
Senhor vem...
E
eis que Ele chega sempre de mansinho.
Haja
sol, faça frio ou tempestade;
Veste
o manto do amor e da verdade,
E
percorre o silêncio do caminho.
Vem
ao nosso amargoso torvelinho,
Traz
às sombras da vida a claridade,
E
os próprios sofrimentos da impiedade
São
as bênçãos de luz do seu carinho.
Como
o Sol que dá vida sem alarde,
Vem
o Senhor que nunca chega tarde,
E
protege a miséria mais sombria.
Ele
chega. E o amor se perpetua...
É
por isso que o homem continua
Ressurgindo
da treva a cada dia.
Ah, sim, Rivail, para quem não sabe, foi Allan Kardec... O Senhor é
Jesus Cristo.
Boas Festas!
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