Em
dia com o Machado 261 (jlo) – 19 de julho
de 1888 (Gazeta de Notícias)
Acaba
de ser dado um golpe de mestre pelos espíritas brasileiros. Apareceu no Rio de
Janeiro um pesquisador de nomeada que estudou a fundo as manifestações do paranormal
escocês Dunglas Home. Os fenômenos de
efeitos físicos e mediúnicos desse cidadão escocês foram amplamente documentados
por Adilton Pugliese em sua obra intitulada Daniel
Dunglas Home: o médium voador, publicada pela EBM Editora, em 2013.
Eu
dizia, em 1888, que outro médium renomado estivera na FEB, Rio de Janeiro, a
qual “não achou que o homem valesse a fama”. Referi-me ao Dr. Slade. Vá a
outras fontes, leitor amigo, saiba separar, com a ajuda de pesquisadores sérios,
o joio do trigo. Diversos cientistas, filósofos e beletristas responsáveis, ao
longo dos séculos, têm mudado sua visão materialista pela espiritualista e, em
especial, espírita.
Um
deles foi Viriato Correa, renomado escritor, em sua época, membro da Academia
Maranhense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro
que, em 1938, foi eleito imortal pela
Academia Brasileira de Letras. Viriato faleceu em 1967, em avançada idade (84
anos).
Sua
conferência, feita em 1925, foi publicada em artigo da revista Reformador, da Federação Espírita Brasileira,
em três longos textos, cujo início se deu em setembro de 1970 e foi concluído em
novembro desse ano. Tal é a riqueza de informações e beleza literária neles
existentes que vale a pena comentar alguns dos seus pontos.
O
douto conferencista iniciou narrando a fábula do coelho que vivia na toca e,
sem jamais ter saído dali, foi nomeado rei. No final da história, esclarece ao
leitor que, no dia de sua saída da toca, pela primeira vez, o rei coelho ficou
tão deslumbrado com o que viu cá fora que abdicou do trono e foi muito mais
feliz do que antes. Pois agora podia desfrutar a liberdade e os tesouros da
natureza.
Viriato
compara sua existência atual com a desse coelho. Diz ter sido ateu até os 42
anos, quando fatos extraordinários aconteceram com ele e, após ter lido O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec,
passou a ter uma nova visão sobre a vida humana e sua imortalidade. Agora, sim,
compreendia Deus em sua onipotência, bondade e misericórdia, “o Deus que perdoa
e consola, que não tem decisões implacáveis, que não tem infernos para penas
eternas”.
E
arremata, logo abaixo: “Hoje considerando as coisas, meditando sobre o tempo
que passou, é que vejo o que havia de ridículo e de caricato no materialismo
que me encheu tão longo período de vida”. O Espiritismo consola, esclarece e
cura nossas mazelas físicas e espirituais. É o que Viriato Correia demonstra em
sua conferência, rica de casos engraçados e marcantes que o fizeram abandonar
completamente a visão materialista da vida, a qual nada de bom nos proporciona
no futuro. Substituiu-a pela noção espírita clara, obtida, não somente por ele,
mas por todo o buscador sincero da verdade.
Há
fraudes? Com certeza, como em tudo o que se liga às ações do ser humano. Mas se
sairmos da periferia e aprofundarmos nossas pesquisas sobre o assunto, não
somente pela leitura das obras de pesquisadores honestos, como também pela
observação e experimentação, que caracterizam os procedimentos científicos da
Doutrina Espírita, certamente, nossa fé
tornar-se-á inabalável, e a finalidade da vida será mais bem compreendida
por todos nós: evoluir para a perfeição, que nos proporcionará a felicidade dos
justos.
É
então que nos vem à memória a pergunta de Allan Kardec: Qual destas duas
doutrinas é melhor para nós, a materialista, que não nos dá qualquer
perspectiva de sobrevivência após a morte, por nos assegurar o mergulho da alma
no nada, após uma curtíssima existência no mundo; ou a espírita, que nos
garante a sobrevivência após a morte física e a possibilidade de evolução e
felicidade eterna? Eu fico com esta. E você, amigo leitor, qual delas escolhe?
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