Em dia com o Machado 276 (jó)
Uma
das mulheres mais extraordinárias que já houve na Terra é Santa Isabel. Ela
viveu nos séculos XIII e XIV d.C. e sua história é narrada em Isabel de Aragão, a rainha médium,
publicada pela editora O Clarim, de São Paulo. Essa obra foi psicografada por
Valter Turini e ditada pelo espírito Monsenhor Eusébio Sintra. Recomendo aos
teóricos literatos esse romance mediúnico com fulcro em fatos históricos
registrados nos arquivos da Igreja Católica.
Vou
comentar um pouco sobre a vida dessa rainha, que sempre afirmava ter recebido
de Deus um trono para fazer caridade, mas o bom mesmo é ler o livro que citei
acima.
Não
relatarei todos os fatos extraordinários manifestados por Isabel, pois os
céticos rir-se-ão disso, como ocorre com tudo aquilo que não presenciaram nem
compreendem. Mas o fenômeno Isabel de Aragão está registrado nos arquivos da
Santa Sé. Isabel era católica e passava grande parte de seu dia orando no
oratório do castelo de São Jorge, em Portugal, onde a família real residia. Para
a Igreja, seus dons mediúnicos eram milagres de uma santa.
A
rainha era riquíssima e doava verdadeiras fortunas à Igreja e conventos no seu
reinado. Casou-se com Dom Dinis, o rei poeta cujas composições literárias fazem
parte do cancioneiro trovadoresco medieval.
No
capítulo 23 do citado livro, Isabel diz a sua dama de honra, Ximena, que certas
“situações [...] esbarram no sentido lógico das coisas”. Ao que esta lhe
pergunta: “— O quê, por exemplo, senhora?”
A
resposta foi a seguinte: “— As gritantes diferenças a ocorrerem entre as
condições das criaturas neste mundo [...]. Por que uns poucos tão ricos, a
deterem todas as facilidades deste mundo, enquanto outros nascem para penar, a
chafurdarem na mais negra miséria?... Ou ainda, a inteligência brilhante,
perante a idiotia mais consistente?”.
A
rainha faz ainda algumas considerações, concluindo que um “pai justo e bom”,
como Deus, não discrimina seus filhos, favorecendo mais a um do que a outro. Tal
modo de pensar é perfeitamente coerente com a lucidez racional de Isabel, que
conhecia e praticava os ensinamentos de Jesus como ninguém, em sua época.
No
capítulo anterior aos nossos comentários acima, aconselhando Dom Dinis, que se
encontrava em disputa pelo poder com seu filho Afonso, a rainha diz-lhe, com
profunda sabedoria: “A prática do mal exaure-nos, mina-nos as forças!... A
vivência do amor, entretanto, fortalece-nos!... Pena a humanidade ainda
desconhecer tal procedimento!...”
Tendo
o poder mediúnico da materialização, Isabel de Aragão estava sendo vigiada por
Dom Dinis, que sempre fora condescendente com sua prática da caridade, mas, então idoso, proibira-a de sair pelas ruas do reino distribuindo pães e
dinheiro, o que Isabel sempre fizera, mesmo porque ela era herdeira de grande
fortuna. Desse modo, toda a caridade feita pela rainha baseava-se em seus
próprios recursos.
Certo
dia, pela manhã, quando não era tempo de rosas, Isabel, ao sair em socorro dos
pobres, foi surpreendida pelo esposo, que lhe perguntou o que ela levava sobre
o manto. Sua resposta foi de que se tratava de rosas, embora todas as suas
damas de companhia soubessem que ela levava pães, às ocultas do rei, para
distribuição aos pobres do local.
Dom
Dinis então pede-lhe: “— Deixe-me vê-las”.
Para
espanto do rei e de todos que a acompanhavam, Isabel abre seu manto e dali sai
grande quantidade de rosas. Apenas rosas.
Pena
que nossa sociedade, em especial, políticos, gestores públicos e privados só
tardiamente percebam a atuação inexorável da lei de causa e efeito. E esta materializará,
sob o manto da consciência culpada, em
vez de rosas, apenas espinhos.
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