Em dia com o Machado 278 (jó)
Talvez o leitor amigo estivesse estranhando
minha ausência. Volto hoje com a postagem hebdomadária, prevenindo ao curioso
crítico que nunca deixei de estar de butuca
em cada letra destes devaneios desvairados e dúbios.
Retorno com uma notícia auspiciosa: não
mais Um homem célebre (In: Várias
histórias), mas centenas de ilustres mensageiros das artes, da ciência e da
filosofia estão retornando à vida física. Além de Emmanuel, guia espiritual de
Chico Xavier, estão reencarnando Léon Denis, Victor Hugo, Shakespeare, Charles
Dickens, Eva Blavatsky, Ernesto Bozzano, Eça de Queirós, Antero de Quental,
Camilo Castelo Branco, Tomás Antônio Gonzaga, Castro Alves, Gonçalves Dias, Augusto
dos Anjos, Cruz e Sousa, Francisca Júlia, Cecília Meireles e Maria Dolores.
Essas mentes brilhantes, dentre outras grandes almas da humanidade, estão
retornando à Terra, em novas vestes físicas, para o trabalho de
espiritualização do mundo.
Com não há espaço suficiente para escrever
sobre esses e outros monstros sagrados
que retornam, sorteei alguns destes, sobre quem farei sumárias apresentações
biográficas:
Antero de Quental (1842-1891). Poeta e
filósofo português. É considerado o líder do Realismo, em sua pátria, e um dos
grandes sonetistas de sua época. Esse bardo, do plano espiritual, publicou
diversos sonetos, psicografados pelo médium português Fernando de Lacerda e
pelos brasileiros Chico Xavier e Waldo Vieira. Em todos os seus poemas, apela
para o respeito à vida física, para a certeza da existência de Deus e da vida
espiritual eterna, com suas consequências boas ou más, conforme o uso que se
faz do livre-arbítrio.
Augusto dos Anjos (1884-1914). Poeta
brasileiro de Eu e Eu e outras poesias, compôs poemas de
estilo único, não somente quando encarnado, mas também após “abotoar o paletó”,
como dizia um amigo em relação a quem desceu à “terra dos pés juntos”. Seu pessimismo poético era alternado com poemas de belo teor filosófico, o que o
fez ser comparado a Antero de Quental.
Fernando Pessoa (1888–1935). Esse
português foi cognominado poeta-plural, em vista dos heterônimos que criou.
Os mais conhecidos são Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Bernardo Soares e
Ricardo Reis. Sua obra publicada postumamente é bem mais vasta que a editada em
vida física. Lançou, durante a existência corporal, os seguintes livros: Em
1918: 35 Sonnets; em 1921: English Poems I, II e III; em 1934: Mensagem.
Maria Dolores (1900-1959). Brasileira,
foi professora aos 16 anos e era considerada menina-prodígio. Extremamente bondosa, tinha por lema: amor, perdão
e caridade. Adotou seis meninas e, ainda em vida, publicou uma obra intitulada Ciranda da vida, destinada a arrecadar
dinheiro para fundar o Lar das Meninas
sem Lar. O que veio a se concretizar, tamanho foi o sucesso comercial de
seu livro. Participava do grupo As
mensageiras do bem, que arrecadava e doava às famílias pobres alimentos,
remédios e roupas. Sua produção mediúnica, psicografada por Chico Xavier, é de
uma beleza sublime. Os temas são, em geral, os mesmos que adotara como norma de
vida: caridade, perdão, fé, amor a Deus e ao próximo.
Deixei para o final a russa Helena Petrovna
Blavatsky (1831-1891). Formada em Teosofia, é considerada a maior ocultista do
século XIX. Escreveu ela, no jornal Spiritual
Scientific:
A Magia é [...] conhecimento profundo
das forças ocultas da Natureza e das leis que governam os mundos visíveis e
invisíveis. O Espiritismo nas mãos de um adepto experiente torna-se Magia
[...], nas mãos de um médium inexperiente, dá origem à Feitiçaria inconsciente
[...].
Ainda bem que fui cognominado por
Carlos Drummond de Bruxo, sinônimo de
Mago. Entretanto, leal leitor,
segundo Blavatsky, a Magia não se destina ao vulgo, por ser uma ciência esotérica
profunda, reservada aos iniciados no Ocultismo.
O Espiritismo, ao contrário, veio
esclarecer a todos o significado dos conceitos cristãos ocultos sob o véu do
simbolismo, com a singeleza possível, mas, também, com a transcendentalidade de
revelação divina. E, como Ciência do Infinito, ele requer de cada um de nós várias
existências para ser mais bem compreendido. Isso porque sua destinação de
permanecer eternamente conosco foi anunciada por Jesus, segundo João, 14:15-18.
Como somente a madureza de minha última
existência na Terra, aliada à amizade de renomados espíritas, permitiu-me sair das
trevas do preconceito para a luz da verdade, terei de voltar também, com toda
essa plêiade de espíritos, para reescrever minha obra literária.
Por enquanto, vou ensaiando, parcamente,
algo com meu limitado secretário; entretanto, prometo a todos os meus fiéis
leitores dedicação total à causa maior desta arte sublime: cooperar com Jesus
para o advento de um mundo de paz, de amor e de fé.
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